Nome do Projeto
Línguas e culturas em diálogo com escolas e comunidades
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/06/2017 - 02/05/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Eixo Temático (Principal - Afim)
Direitos Humanos e Justiça / Cultura
Linha de Extensão
Grupos sociais vulneráveis
Resumo
Este projeto visa promover no âmbito da Universidade Federal de Pelotas e da comunidade local espaços de diálogo e promoção de línguas e culturas minoritárias. Sua primeira ação é a criação e organização do Observatório de Línguas e Culturas Minoritárias a fim de estabelecer um diálogo com comunidades linguísticas minoritárias presentes na universidade e comunidade, focando neste primeiro momento nas comunidades surdas, quilombolas e indígenas. Dessa forma, objetiva-se levantar pontos de tensão acerca de suas experiências e necessidades relacionadas à acessibilidade linguística em ambientes escolares, acadêmicos, sociais e culturais, com o intuito de levantar questionamentos e propostas para a construção de políticas linguísticas que sejam consonantes com a realidade vivida por essas comunidades.

Objetivo Geral

Promover no âmbito acadêmico a organização e implementação de espaços de discussão com comunidades linguísticas minoritárias acerca de suas experiências e necessidades relacionadas à acessibilidade linguística, cultural e política em ambiente escolar, acadêmico e comunitário com o intuito de levantar questionamentos e propostas para a construção de políticas linguísticas e sociais para a educação que sejam consonantes com a realidade vivida por essas comunidades.

Justificativa

Este projeto justifica-se pela necessidade de se criarem ações que promovam o acesso de todo cidadão à educação e inserção social, promovendo sua formação integral e respeitando sua origem étnica e linguística. Todos os anos, as universidades recebem alunos oriundos do sistema de cotas, tais como indígenas e quilombolas, e beneficiários de outras ações afirmativas governamentais. Contudo, ainda não é possível verificar um esforço efetivo no sentido de absorver e fornecer a esses alunos as ferramentas necessárias a fim de equipará-los em termos acadêmicos, linguísticos e de competitividade aos alunos de origem privilegiada. O projeto visa contribuir no processo de abrir as portas da universidade para comunidades linguísticas minoritárias, visando dar-lhes voz acerca de temas como as negociações interculturais com as comunidades majoritárias e a preservação de suas matrizes linguísticas. Através desta iniciativa, a universidade busca promover e congregar saberes de múltiplas fontes que contribuam para a construção de políticas e ações afirmativas para essas comunidades. Para além de um modelo de universidade que procura apenas difundir saberes e conhecimentos, é preciso uma universidade que ouça a comunidade em que está inserida e congregue saberes, empoderando e emancipando o cidadão que não é originário de grupos majoritários e tradicionalmente recebidos pelas universidades.

Metodologia

Para a realização deste projeto, será primeiramente organizado e implementando o Observatório de Línguas e Culturas Minoritárias, o qual visa congregar pesquisadores da Linguística e áreas afins, bem como membros de comunidades linguísticas minoritárias, a fim de promover o diálogo acerca das questões mais caras a estes. A metodologia desta organização também será delineada a partir da formação dos grupos de trabalho que se estruturarão a partir da constituição do Observatório, os quais definirão estratégias e elencarão recortes teórico-metodológicos para a consecução das metas traçadas neste projeto. Tal escolha se justifica pelo histórico de pesquisas na área de Estudos Culturais e o respeito devido à organização cultural de cada grupo. Além disso, os aportes teórico e metodológico são traçados conforme o projeto se desenvolve.
O Observatório promoverá atividades regulares com o intuito de:
i) promover o diálogo entre comunidade acadêmica e comunidades minoritárias, focando na primeira fase do projeto nas comunidades surdas, comunidades quilombolas e comunidades indígenas de alunos da Universidade Federal de Pelotas, e comunidade, a fim de mapear pontos de tensão nas relações interculturais no que tange as línguas minoritárias e seu tratamento dentro de ambientes escolares e acadêmicos;
ii) Promover, a partir de estudos à luz dos Estudos Culturais, Pós-colonialismo, estudos acerca da interculturalidade, e pedagogias culturais, reflexões acerca dos temas elencados pelas comunidades linguísticas minoritárias;
iii) Seleção de escolas, grupos e comunidades para o desenvolvimento de ações, através de um consenso entre grupos de trabalho do observatório e redes de ensino, com base na localização, necessidades prioritárias, recursos humanos e materiais disponíveis para o desenvolvimento de ações a serem organizadas no futuro por este projeto.
iv) Promover atividades culturais étnicas e etno-híbridas a fim de divulgar as línguas e culturas das comunidades envolvidas no projeto.

Indicadores, Metas e Resultados

1. Indicadores de progresso ao final de cada seis meses e ao final do projeto

a. A observação do cumprimento das metas estipuladas pelo grupo e avaliação com os mesmos sobre a elaboração de novas metas e estratégias de organização.
b. A elaboração de registros dos discursos e elementos apresentados para fomentar tanto pesquisas nas áreas relacionadas, quanto articulações sociais necessárias para o melhoramento das condições de vida e cidadania das populações e comunidades envolvidas.
c. Programação de atividades de divulgação e organização do grupo e dos seus objetivos em escolas e meios acadêmicos universitários e comunidade em geral.
d. A coleta de informações que possam contribuir para a construção de políticas linguísticas e culturais dentro da universidade, de outros meios educacionais e na comunidade como um todo.
e. Organização de atividades acadêmicas, artísticas e culturais que contribuam para a divulgação e preservação das culturas e línguas envolvidas.
f. Organização de workshops, cursos e programas de formação pedagógica com professores das redes municipais e estadual e para a comunidade acadêmica da UFPel.

2. Metas

a. Criar e estabelecer um observatório de comunidades linguísticas minoritárias composto por pesquisadores da área de Linguística e membros de comunidades linguísticas minoritárias a fim de estudar as negociações interculturais concernentes às relações de línguas minoritárias e línguas majoritárias nas comunidades em que elas coexistem.
b. Promover o diálogo entre a comunidade acadêmica e as comunidades linguísticas minoritárias da região de Pelotas e comunidades adjacentes a fim de mapear quais são seus relatos acerca das relações interculturais entre seus grupos e a comunidade em que estão inseridas por intermédio de atividades, tais como oficinas, rodas de conversa programadas e outras.
c. Mapear nas oficinas e rodas de conversa programadas os discursos das comunidades linguísticas minoritárias acerca de quais são suas principais dificuldades nas negociações interculturais em ambientes escolares e acadêmicos, especificamente no que diz respeito à questão linguística.
d. Promover o apoio às pesquisas que lidam com a construção e investigação da evolução de políticas linguísticas relacionadas às minorias linguísticas por intermédio das ações organizadas por este projeto.
e. Fomentar as pesquisas e projetos que promovam a proteção e preservação das línguas minoritárias por intermédio dos dados levantados nas ações organizadas por este projeto.
f. Organizar eventos que promovam línguas, culturas e manifestações artísticas das comunidades culturais envolvidas no projeto.
g. Buscar aspectos da interculturalidade e aspectos híbridos entre línguas minoritárias e majoritárias e suas comunidades em escolas e comunidades locais.

3. Repercussão e/ou impactos dos resultados

A revelação dos resultados da organização e implementação poderá influenciar os seguintes aspectos ou elementos:
a. Revisão dos parâmetros da educação de minorias linguísticas e culturais sob um prisma que respeite sua origem étnico-cultural e linguística, nos casos que cabem tal denominação ou até resgate das línguas originárias de tais grupos.
b. Revelação e catalogação de novas filosofias, práticas e estratégias, as quais enriquecerão o processo de ensino-aprendizagem e a formação de docentes para atuarem com alunos de grupos minoritários, e colaborarão para o surgimento de uma novas epistemologias dentro e fora da universidade, como em espaços de interlocução como o observatório;
c. Fornecimento de dados enriquecedores que poderão circular nos meios educacionais dessas minorias e alimentar pesquisas sobre sua educação e inserção nos meios sociais;
d. Incentivo à formação de redes de comunicação e troca com as comunidades escolares e diversos ambientes que atendem às populações minoritárias na região sul do Brasil.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
AILTON DA SILVA
ALINE DE CASTRO E KASTER1
ANA MARIA DA SILVA CAVALHEIRO1
JANIE CRISTINE DO AMARAL GONCALVES3
LAIZ CRISTINA RODRIGUES MELLO
LEONARDO KARINI LEITZKE
LORI ALTMANN1
MARIA DE FÁTIMA NASCIMENTO URRUTH
MATHEUS TRINDADE VELASQUES
Marcia Nascimento
PAULO RICARDO SILVEIRA BORGES1
ROGERIO REUS GONCALVES DA ROSA1
SAMIR ROSA DOS SANTOS
URUGUAY CORTAZZO GONZALEZ1

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