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De acordo com a literatura estudada (CHRISTENSEN et al.,2014; KLASSEN et al., 2014; KLASSEN et al., 2017; VILLASEÑOR et al., 2012), o tratamento primário contra o câncer de mama impacta diretamente o consumo de oxigênio de pico, força e massa muscular. Contudo, a maioria dos estudos com esse público investiga o efeito do exercício físico sobre parâmetros físicos, resultando em uma escassez de pesquisas acerca das características do perfil físico da mulher com câncer de mama e a necessidade de diferentes metodologias na mensuração desses desfechos.

O presente estudo caracteriza-se como observacional comparativo. A amostra será composta por 38 mulheres sobreviventes do câncer de mama que participaram de dois estudos experimentais com programas de treinamento combinado e 41 idosas que participaram de um estudo experimental com treinamento aeróbico em meio aquático. Como critérios de inclusão dos dois estudos com programas de treinamento combinado, participaram somente mulheres com idade igual ou superior a 18 anos, diagnosticadas com câncer de mama entre os estágios I e III que tenham realizado o tratamento primário (cirurgia, quimioterapia ou radioterapia) para a doença há no mínimo seis meses e no máximo cinco anos à realização do experimento, mas que poderiam ainda estar realizando tratamento hormonal. Como critérios de exclusão, nenhuma participante poderia estar realizando exercício físico regular por mais de 75 minutos semanais ou apresentar qualquer condição que impedisse o experimento, tais como histórico de doença cardiovascular (exceto hipertensão arterial controlada sob medicação), doença metastática, empecilhos físicos ou psicológicos, náusea e anorexia.
Para participação do estudo com treinamento em meio aquático, as participantes precisavam possuir entre 60 e 75 anos e não poderiam estar praticando exercício físico há pelo menos 6 meses. Além disso, as participantes não poderiam possuir histórico de doença cardiovascular (com exceção à hipertensão controlada sob medicação) ou osteoarticulares que impedissem a prática. Ambos os projetos de pesquisa (i.e., mulheres sobreviventes com câncer de mama e idosas) foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (CAAE: 59195516.9.0000.5313/ 69931817.5.0000.5313) e todas as participantes foram informadas acerca dos procedimentos e assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados foi realizada no Laboratório de Avaliação Neuromuscular da Escola Superior de Educação Física. No presente estudo serão utilizados os valores baseline para a mensuração dos seguintes desfechos:
Consumo de Oxigênio de pico. O consumo de oxigênio de pico foi coletado durante a realização de um teste incremental na esteira.
Força dinâmica máxima de membros inferiores. A força dinâmica máxima de membros inferiores foi medida através do teste de uma repetição máxima (1RM) durante realização de extensão de joelhos (World-Esculptor, Porto Alegre, Brasil).
Espessura muscular do quadríceps. A espessura muscular do quadríceps foi mensurada através de ultrassonografia (Toshiba – Tosbee/SSA- apresentação de um exame eletrocardiográfico anterior ao teste para participação no 240A, Japão).
Para analisar os dados será utilizada estatística descritiva através da média e desvio-padrão. A normalidade dos dados será verificada através dos testes de Shapiro-Wilk e Levene. Será utilizado ANOVA one-way para a comparação dos desfechos entre os grupos. Para verificar a diferença entre os grupos será utilizado post-hoc de Bonferroni. Os testes estatísticos serão realizados no programa SPSS vs. 20.0. O nível de significância adotado para o estudo foi de α = 0,05.

A hipótese é que mulheres que passaram pela terapia apresentam valores inferiores ao grupo que não realizou o tratamento.