Nome do Projeto
ESCALA DE RESILIÊNCIA PARA CRIANÇAS (RS10): ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E VALIDAÇÃO BRASILEIRA
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
29/05/2023 - 30/09/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
Este projeto de pesquisa é realizado pelo Núcleo de Pesquisas em Desenvolvimento Infanto-Juvenil - NEPDI, vinculado ao Curso de Psicologia da Universidade Federal de Pelotas - UFPel e cadastrado junto à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Tem como temas a saúde mental e a resiliência em crianças, focando na investigação de instrumento para sua avaliação. Mais especificamente, a pesquisa objetiva descrever o processo de adaptação transcultural e validação da "Resilience Scale for Children” - RS-10 para o português do Brasil, visando fornecer um instrumento apropriado culturalmente para avaliar a capacidade de crianças de 07 a 12 anos de idade de responder de maneira positiva às adversidades da vida.Para tanto, o estudo propõe-se a, preliminarmente à pesquisa empírica, percorrer um caminho teórico. Assim, o projeto faz, inicialmente, uma incursão em dados e na produção acadêmica, buscando contextualizar o cenário brasileiro no que diz respeito à saúde mental de crianças e adolescentes. Após, abordará o tema da resiliência: conceitos, estudos e meios de avaliação.

Objetivo Geral

O objetivo do presente estudo é descrever o processo de adaptação transcultural e validação da RS-10 para o português do Brasil, visando fornecer um instrumento apropriado culturalmente para avaliar a capacidade de crianças de 07 a 12 anos de idade, de responder de maneira positiva às adversidades da vida.

Justificativa

Estudos realizados no Brasil e na América Latina vêm demonstrando significativa prevalência de transtornos mentais entre crianças e adolescentes brasileiros, destacando-se, entre os mais frequentes, a ansiedade e a depressão. A nível nacional, por exemplo, a prevalência, entre pessoas de 10 a 19 anos, é estimada em 17,1% (UNICEF, 2021). Ainda que os índices possam variar entre regiões, as taxas podem ser consideradas altas, e isso se estende ao Município de Pelotas, recorte espacial da presente pesquisa. A nível de políticas públicas, o Brasil dispõe do Sistema Único de Saúde - SUS que oferta cuidados em saúde mental, desde a atenção básica até a alta complexidade. Trata-se de um sistema que, no tocante à saúde mental, é composto por diversos dispositivos, cuja responsabilidade é dividida, a depender da complexidade, entre União, Estados e Municípios, voltados à prevenção e tratamento de transtornos mentais. Há serviços vinculados às redes de atendimento e programas desenvolvidos nas comunidades. Entre o público mais jovem, os programas de destaque situam-se no ambiente escolar.

Diversos fatores interagem e contribuem para as altas taxas de transtornos mentais entre crianças e adolescentes, sendo, sobretudo, de ordem subjetiva, social e econômica. Quando o enfoque recai sobre a forma como cada sujeito lida com esses fatores, em especial com as adversidades, entra-se no campo da resiliência. A resiliência é entendida como fenômeno psicológico (YUNES, 2011), presente, indistintamente, nos indivíduos e em seus sistemas relacionais (MASTEN, 2014, 2018) e costuma ser avaliada, no Brasil, por meio de instrumentos voltados a outras características e medidas de desempenho, que acabam por avaliar capacidades adjuntas, como por exemplo qualidade de vida, ao invés de analisá-la diretamente (OLIVEIRA & NAKANO, 2018).

De acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) (2021), a prevalência de transtornos mentais entre adolescentes de 10 a 19 anos no Brasil é estimada em 17,1%. Além disso, avalia-se que a ansiedade e depressão são responsáveis ​​por quase 50% dos transtornos mentais entre adolescentes da mesma idade na América Latina e Caribe (UNICEF, 2021). No sudeste do Brasil, as taxas de prevalência de transtornos mentais, segundo critérios do DSM-IV, para crianças de 7-14 anos é de aproximadamente 12,7% (FLEITLICH-BILYK & GOODMAN, 2004).​ Além disso, crianças brasileiras apresentam altas taxas na Escala de Ansiedade Infantil de Spence (SCAS) comparadas a outros países do mundo (DESOUSA ET AL., 2014).​

Segundo estudos, a resiliência é compreendida como um fenômeno psicológico (YUNES, 2011), presente, indistintamente, nos indivíduos e em seus sistemas relacionais (MASTEN, 2014, 2018) e costuma ser avaliada no Brasil por meio de instrumentos voltados a outras características e medidas de desempenho, que acabam por avaliar capacidades adjuntas, como por exemplo qualidade de vida, ao invés de analisá-la diretamente (OLIVEIRA & NAKANO, 2018).
Considerando esta demanda, foi conduzido um estudo piloto para uma proposta de instrumento voltado à análise da resiliência em crianças de 8 a 12 anos denominado Marcadores de Resiliência Infantil (OLIVEIRA & NAKANO, 2020); após a construção, testagem e aplicação do instrumento, os resultados promissores ressaltam a importância da observação deste fenômeno psicológico, assim como a urgência de medidas que supram a escassez instrumental para avaliação da resiliência infantil, especialmente no Brasil.

Nesse sentido, a Escala de Resiliência para Crianças (RS-10), desenvolvida por Gail Wagnild, é um instrumento de dez itens utilizado para medir a capacidade de responder de forma positiva às adversidades da vida. É uma escala que mede individualmente a resiliência em crianças de 07-12 anos e é respondida em torno de 4-5 minutos, possuindo uma linguagem de fácil entendimento para esta faixa etária (WAGNILD, 2015). Logo, a fim de utilizar a RS-10 em pesquisas sobre resiliência no Brasil, é importante realizar o processo de tradução do inglês para o português do Brasil, a adaptação transcultural e validação do constructo.

Metodologia

Esta pesquisa caracteriza-se como exploratória, descritiva de cunho quantitativo. Como parte inicial da pesquisa descritiva, será realizada a pesquisa bibliográfica. O processo de tradução e adaptação cultural da escala será constituído tendo como base os critérios de tradução da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2016), conforme indicação dos autores do instrumento, A OMS define quatro etapas para o processo de tradução: tradução direta, painel de especialistas e retrotradução, pré-teste e entrevista cognitiva e versão final.

A população-alvo deste estudo será constituída por crianças e adolescentes de 07 a 12 anos, estudantes das redes pública municipal, estadual e privada na cidade de Pelotas/RS. Neste sentido, a população total será formada de 28.178 indivíduos. A partir da delimitação do nível de confiança em 95% e do erro amostral em 3,0%, a amostra final obtida é de 1.029 respondentes . Para garantir a totalidade da amostra, calculou-se a aplicação de 1.050 questionários, considerando-se a possibilidade de instrumentos preenchidos incorretamente, incompletos ou ilegíveis.

A coleta de dados será realizada através de uma pesquisa de levantamento (survey), definida por Fonseca (2002, p. 33) como a obtenção de dados sobre características, ações ou opiniões de um determinado grupo de pessoas (amostra de uma população-alvo) através de um instrumento de pesquisa.
A análise dos dados coletados será realizada através de estatísticas descritivas (univariadas), testes de hipóteses e estatísticas multivariadas. Para tanto, os softwares SPSS 21.0®, AmosTM e Stata SE14 foram utilizados. Tendo como propósito a caracterização da amostra e o detalhamento de como as pessoas se comportam acerca de cada um dos construtos deste trabalho, serão realizados os cálculos estatísticos descritivos das variáveis. Dentre esses cálculos estão média, mediana e desvio padrão para cada variável.
A validação do construto será realizada pela modelagem de equações estruturais (MEE). A MEE é indicada por Hair et al. (2013) como o procedimento multivariado mais adequado a ser utilizado na avaliação simultânea do modelo e da relação entre variáveis.

Indicadores, Metas e Resultados

A RS-10 pode ser utilizada para avaliar e monitorar os níveis de resiliência em crianças de 07-12 anos de idade; A RS-10 brasileira demonstra congruência com a versão em língua inglesa.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANA PAULA DA ROSA VIGORITO
ARTHUR RIGHI CENCI
CARLA FERREIRA SILVEIRA
CAROLINA MACEDO DOS SANTOS QUILLFELDT
DIULIA HUTTNER WOLTER
EVERTON ANGER CAVALHEIRO16
GABRIEL LARRONDO OLIVEIRA
GIOVANNA DEL GRANDE DA SILVA ALVES
GUILHERME MARTINS PINHEIRO
Isana Kaichi
JULIA SCHWANZ ANDREAZZA
JULIANA LAZZARETTI SEGAT
KAISSÉS COSTA SEDRÊS
LAUREN CROCHEMORE SOARES
LUCIANA MECKING ARANTES8
LUIZA DE OLIVEIRA MACIEL
Lauriem Cardoso da Silva
MARIA TERESA DUARTE NOGUEIRA13
MARIANA CORREA DA SILVA
MARIANA GOUVÊA SILVEIRA
MARIANE RICARDO ACOSTA LOPEZ MOLINA8
MARINA MOTA BRAGA PUCCINELLI
MAX CHAGAS SOARES
MICHELLE DE SOUZA DIAS
MICHELLE DE SOUZA DIAS4
NATHAN DA ROSA SANTANA
NÍCOLAS CARDOZO BIN
OSVALDO MALDONADO JUNQUEIRA
OSVALDO MALDONADO JUNQUEIRA
SARAH PORCIUNCULA BELTRAME
SUZANA WEEGE DA SILVEIRA DO AMARAL
Sho Okawa
Tomoko Kawasaki
VALÉRIA BERNADOTTE DA SILVA
VALÉRIA BERNADOTTE DA SILVA
VINICIUS MACHADO PEDROTTI
Yoshikazu Noda
Yoshiyuki Hirano

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