Nome do Projeto
Percepção visual e Prática da Acessibilidade visual - Consciência e competências
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/06/2023 - 31/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Resumo
A entrada das imagens visuais no cérebro humano é caracterizada por uma forma desorientada e altamente complexa, dependendo do grau de complexidade da imagem. São os mecanismos de segmentação, de vinculação de recursos e de atenção que se encarregam de orientar a “leitura” que criam uma rede de associações e ajudam a interpretar as imagens, a partir de suas propriedades (Batels, 2009). Estudiosos da Universidade de Hong Kong( Xiu Yan e Luo, 2023) numa comparação entre a Audiodescrição e Interpretação, na área de Estudos da Tradução, propõem que três são os macrocritérios compatíveis entre essas duas modalidades de tradução, que se referem ao treinamento e à avaliação da qualidade do produto final: precisão, linguagem e entrega. A proposta desta pesquisa é estabelecer uma relação entre aspectos cognitivos originados da percepção visual, os processos atencionais e as competências tradutórias intersemióticas na interpretação de imagens. A partir das análises, será avaliada a qualidade do produto final de trabalhos de audiodescritores em formação, considerando-se o nível de acessibilidade, avaliado por audiodescritores e usuários cegos. Para tanto, serão estabelecidos critérios semelhantes aos utilizados por Xiu Yan e Luo (2023) para alcançar parâmetros de qualidade de audiodescrições em cursos de formação de audiodescritores. Espera-se que, ao final, esta pesquisa possa contribuir para a formação de audiodescritores, no sentido de estabelecer uma pedagogia capaz de fomentar a consciência visual e melhorar a competência dos aprendizes e a qualidade da acessibilidade visual, através da audiodescrição.

Objetivo Geral

Estabelecer a relação existente entre percepção e consciência visual e as competências básicas da acessibilidade visual, durante o processo de formação de audiodescritores e consultores de audiodescrição.

Justificativa

A audiodescrição, como tradução intersemiótica, tem sido estudada em diferentes aspectos, principalmente no que se refere à estrutura formal dos produtos, nas avaliações de consultores e também na formação de audiodescritores. Porém, o foco das pesquisas tem se concentrado, essencialmente, no processo de produção: nas técnicas e normas e também na qualidade das audiodescrições.
Sendo assim, a ênfase principal das pesquisas científicas se centraliza mais no processo e no produto e menos numa perspectiva cognitiva dos atores do processo, quer sejam, o audiodescritor e o usuário.
A justificativa desta pesquisa descansa no fato de que, numa perspectiva diferente, que assumimos, a formação de audiodescritores pode e deve fomentar o desenvolvimento de aspectos cognitivos essenciais para a interpretação de imagens e cenas, considerando as estáticas, as dinâmicas (audiovisual) e as atividades ao vivo. Esta última requer, tanto do profissional quanto do usuário, maiores perceptibilidade contextual e pragmática. Esta pesquisa busca alcançar maior reflexão por parte da comunidade científica no que se refere às competências cuja natureza vai além da simples concreção de um trabalho com base em normas e técnicas; diversamente, são, ou deveriam ser, no nosso entendimento, provenientes de um desenvolvimento perceptivo e consciencioso, decorrente de estímulos específicos.

Metodologia

Além dos estudos formais, dos antecedentes aos mais atuais, os dados serão levantados durante os períodos de formação, realizados durante a pesquisa. Serão também utilizados dados de nossas pesquisas anteriores cujos métodos contribuíram para suscitar resultados úteis para esta pesquisa.
Como já foi feito anteriormente, mas agora com um método mais apurado de seleção de imagens, serão feitos testes virtuais com os cursistas, durante as aulas dos cursos de audiodescrição, considerando o tempo de resposta para sete capacidades perceptivas, das utilizadas em uma abordagem pedagógica, por Orloff (2004): discriminação visual, memória visual, relações visuoespaciais, constância da forma visual, memória sequencial visual, figura fundo e fechamento visual.
Os dados que deverão ser considerados: o tempo de resposta a cada teste computado por gravação em vídeo, completude da atividade e acertos, comportamento durante as tarefas e comentários posteriores, além de exercício descritivo inicial, em aspectos perceptivos, questionário posterior ao curso sobre as impressões pessoais sobre performance nas tarefas, dificuldades, percepções de progresso em acuidade visual e atenção, entre outros. Será feita uma tabela com cada participante, considerando o tempo de resposta para cada tipo de capacidade, das citadas anteriormente, nível de progresso temporal nas respostas e outras categorias que possam ser estudadas, que influenciaram no desempenho dos participantes.
Os estudantes deverão assinar um termo de consentimento livre e esclarecido de sua participação na pesquisa, podendo ser excluído, caso não queira participar. Todos os dados serão expostos com codinomes (C1 (cursista 1, 2, 3), CA (cursista A, B, C), etc.), de forma que nenhum participante seja identificado.

Indicadores, Metas e Resultados

Inovação em:
Perspectiva pedagógica para formação de audiodescritores.
Métodos de pesquisa em audiodescrição.
Categorização de aspectos perceptivos e conscienciais na formação de audiodescritores.
Potencialização do treinamento e do desenvolvimento perceptivo visual de audiodescritores em formação.
Potencialização de desenvolvimento de consciência e atenção visual de imagens, ambientes e cenários.
Incremento na avaliação de qualidade de produtos de acessibilidade visual.
Formação de profissionais com competência em acessibilidade visual.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
Joris Bianca da Silva
MARISA HELENA DEGASPERI4
MIRIAM ELISABETE FERREIRA DE LIMA

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