Nome do Projeto
Influência da seletividade alimentar nas inadequações nutricionais e nos problemas comportamentais durante as refeições de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista
Ênfase
Ensino
Data inicial - Data final
17/07/2023 - 31/07/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O transtorno do espectro autista é uma desordem do neurodesenvolvimento caracterizada por prejuízos persistentes na comunicação e interação social, e pela manifestação de padrões restritivos e repetitivos no comportamento e/ou interesses. Dentro dos padrões destaca-se uma adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento, e hiper ou hipo reatividade a estímulos sensoriais, aspectos que podem explicar as particularidades que os indivíduos possuem no comportamento alimentar. Essa baixa tolerância, tanto ao novo apresentado na rotina, quanto aos estímulos, pode ser manifestada como seletividade alimentar, sendo que a baixa variedade alimentar pode acarretar em diversas deficiências nutricionais, já que certos grupos de alimentos podem deixar de ser contemplados no hábito alimentar, resultando em uma ingestão insuficiente de carboidratos, proteínas e lipídeos, bem como vitaminas e minerais, nutrientes estes fundamentais no desenvolvimento de crianças e adolescentes. Este estudo objetiva avaliar a influência da seletividade alimentar nas inadequações nutricionais e nos problemas comportamentais durante as refeições de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista. O estudo é transversal descritivo com crianças e adolescentes, com idades entre dois a 19 anos de ambos os sexos, assistidos pela Associação de amigos, mães e pais de autistas e relacionados com enfoque holístico (AMPARHO) da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul. Será aplicado um questionário, disponibilizado na forma online, com questões referentes às medidas antropométricas, sociodemográficas, de seletividade alimentar e sobre os comportamentos durante as refeições.

Objetivo Geral

- Avaliar a influência da seletividade alimentar nas inadequações nutricionais e nos problemas comportamentais durante as refeições de crianças e adolescentes com transtorno do espectro autista.

Justificativa

Diante disto, é possível observar que a seletividade alimentar pode causar diversos problemas para as crianças e adolescentes que a possuem, bem como seus familiares e/ou responsáveis, seja na inadequada ingestão nutricional ou nos comportamentos impróprios durante as refeições, que interferem negativamente no desenvolvimento. Logo é fundamental que as principais deficiências comportamentais e nutricionais sejam identificadas, assim como os seus motivadores, para que a abordagem nutricional esteja capacitada para disponibilizar o atendimento necessário para adequar à frequência alimentar dos indivíduos.

Metodologia

Estudo transversal descritivo com crianças e adolescentes, com idades entre dois a 19 anos de ambos os sexos, assistidos pela Associação de amigos, mães e pais de autistas e relacionados com enfoque holístico (AMPARHO) da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul.
A escolha desta instituição deu-se por conveniência. Todos os participantes da pesquisa receberam previamente o diagnóstico de TEA segundo o Manual de diagnóstico e estatístico de doenças mentais da academia americana de psiquiatria, ou de acordo com a classificação internacional de doenças CID-10. Para os critérios de inclusão definiu-se: crianças, adolescentes, com familiares ou responsáveis capazes de responder o questionário pelo assistido. E o fator de exclusão foi de adultos incapazes de preencher as informações do questionário (WELLS et al, 2011).
Será realizada uma visita à instituição para averiguar as informações sobre o número de assistidos. Após a identificação da amostra será enviado questionário de forma online que será disponibilizado aos pais e/ou responsáveis. Os dados sociodemográficos (ANEXO A), antropométricos e relacionados à seletividade alimentar serão coletados através de um questionário que será disponibilizado por duas semanas através da plataforma Google Forms. O questionário conterá questões sobre seletividade alimentar, problemas comportamentais durante as refeições, altura, peso atual e a cerca das variáveis sociodemográficas: sexo, cor da pele, idade e renda familiar.
Para caracterização da amostra a variável cor da pele será classificada como branca ou não branca de forma autoreferida. Para o questionário de comportamento alimentar será utilizado o BRCA-TEA (ANEXO B), uma tradução validada do Brief Autism Mealtime Behavior Inventory (BAMBI) (CASTRO et al, 2019). Para identificar a seletividade alimentar foi utilizado o questionário de identificação e caracterização de seletividade alimentar (QICSA) (ANEXO C) com quatro perguntas fechadas, sendo elas se o menor apresentava seletividade alimentar (“sim” ou “não”); se apresentava recusa alimentar baseada a alguma característica sensorial (“sim” ou “não”); no caso de resposta afirmativa, qual era a frequência (“sempre” ou “às vezes”) e qual era o aspecto sensorial relativo à recusa (textura, cor, sabor, odor, marca ou embalagem do produto, temperatura, forma de apresentação, aparência ou outros) (DE MORAES et al, 2021).
Com o peso e altura será realizada a classificação do estado nutricional por meio do cálculo do Índice de massa corporal (IMC) e utilização das curvas de crescimento, seguindo os procedimentos adotados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O consumo alimentar será aferido através do questionário de frequência alimentar (ANEXO D).
A coleta de dados terá início após a obtenção do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (ANEXO E), fornecido pelo responsável do participante da pesquisa. A seguinte pesquisa seguirá os critérios estabelecidos na resolução CNS número 466 de 12 de dezembro de 2012, quanto aos riscos e benefícios e quanto à elaboração do TCLE, após o consentimento e a confirmação dos critérios de inclusão, será disponibilizado o questionário para preenchimento.
Será disponibilizado um informativo com dicas da importância da atenção para seletividade alimentar em crianças e adolescentes com TEA. O folder (ANEXO F) será disponibilizado para a instituição para conhecimento e aprovação antes da entrega para os participantes da pesquisa.
Todos os questionários serão mantidos em um arquivo, pelo pesquisador responsável, durante pelo menos cinco anos, conforme o previsto na resolução nº 466/2012 e com o fim deste prazo, todo material será deletado do computador. Segundo o Artigo V da Resolução 466/2012 e Artigo II, a pesquisa envolve a possibilidade de danos morais, uma vez que o responsável pode ter algum desconforto ao fornecer informações quanto à seletividade alimentar. Caso o participante se sinta desconfortável ao responder o questionário, pode suspender a sua participação na pesquisa. Conforme descreve o item 2.4 da Resolução 466/12, quanto aos benefícios da pesquisa, os participantes se beneficiarão da pesquisa, através do recebimento de um informativo com dicas de alimentação e de como estar atento a seletividade alimentar em crianças e adolescentes com TEA.
Para verificar a normalidade dos dados, será utilizado o teste de Shapiro- Wilk. Para análises descritivas das variáveis dependentes, serão utilizadas média e desvio padrão. O nível de significância estatística adotado será de α= 0,05 e, para todas as análises será utilizado o pacote estatístico SPSS 20.0. O estudo será submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFPel.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se publicar um artigo científico.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALESSANDRA DOUMID BORGES PRETTO2
BRUNA SOUZA DO NASCIMENTO
MARIA CLARA OLIVEIRA DA SILVA HAERTEL

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