Nome do Projeto
Cooperativismo e Desenvolvimento
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/09/2023 - 31/12/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Resumo
Este projeto propõe a realização de três pesquisas sobre cooperativismo de crédito e desenvolvimento. A primeira explora o impacto da expansão das cooperativas de crédito pelo país ao longo dos últimos vinte anos sobre a disseminação do seguro rural. Seguro Rural é importante instrumento de gerenciamento de riscos para os produtores. A literatura sugere que melhor gerenciamento de risco abre espaço para investimentos na propriedade rural. As cooperativas de crédito podem impulsionar o uso de produtos de seguro rural via comercialização e mecanismos de social learning e social utility. A segunda pesquisa avalia um possível efeito da expansão do cooperativismo de crédito sobre criminalidade. Ainda é incipiente na literatura pesquisas dedicadas a entender a relação entre cooperativismo e criminalidade. Contudo, a bancarização proporcionada pelo corporativismo de crédito pode gerar choques permanentes de renda nas localidades cobertas pela expansão, o que aumenta o custo de oportunidade associado às atividades criminosas. O terceiro avaliará o processo de expansão do cooperativismo de crédito com o empreendedorismo local, medido pela geração de novos negócios formais no país. Nos três estudos, serão utilizados os estimadores de Callaway e Sant’Anna (2021) e Sun e Abraham (2021), adequados para o desenho de pesquisa que envolve diferente momento de entrada no “tratamento” em escrutínio.

Objetivo Geral

Este projeto tem como objetivo geral investigar o papel que o corporativismo de crédito exerceu, durante sua significativa expansão nas primeiras duas décadas deste século, no desenvolvimento dos municípios brasileiros. Desenvolvimento medido no primeiro ensaio através da disseminação do uso de instrumentos de seguro rural capazes de permitir que produtores invistam em tecnologia, aumentando a produtividade, e gerando renda nas economias locais. No segundo ensaio, avaliar se a expansão do cooperativismo de crédito, um choque provavelmente positivo e permanente na renda dos municípios, promoveu desenvolvimento através da redução da criminalidade via dominância do canal de aumento de custo de oportunidade do crime em relação a outras possibilidades. No terceiro, ver se o cooperativismo de crédito tem proporcionado a expansão dos negócios formais no país.

Justificativa

Do ponto de vista científico, o primeiro ensaio ajuda a entender se as cooperativas de crédito podem servir como meios de difusão de programas governamentais de fomento. Olha-se para o seguro rural, mas acredita-se que a evidência também sirva para os programas de crédito em geral (plano safra, pronaf, microcrédito produtivo orientado, etc.). Pode se dizer que praticamente não existem pesquisas dedicadas em compreender se as cooperativas servem a essa finalidade de canal dos programas oficiais. Já do ponto de vista prático, de políticas públicas, em caso de positivas evidências, o aperfeiçoamento dos marcos legais que permitam a maior participação das cooperativas nos programas de seguro fica como recomendação.
Já da segunda pesquisa, a contribuição é significativa para a linha de estudos dedicas em entender o efeito de choques econômicos sobre violência, já que o papel da bancarização regional está bem inexplorado ainda. Na verdade, a relação do cooperativismo com benefícios não financeiros como um todo ainda carece de mais estudos. Essa pesquisa começa a preencher tal lacuna. A última pesquisa serve para medirmos o papel de cooperativismo de crédito no desenvolvimento do empreendedorismo local, especialmente para pequenos empreendedores.
Por fim, tanto todas as pesquisas ganham particular relevância no contexto que se discute uma reforma tributária cuja transição prevista para o novo modelo poderá levar quase uma década. Ocorre que as cooperativas de crédito no regime em vigência possuem um tratamento tributário diferenciado no que compete os atos cooperativados. O processo político ainda não definiu claramente o rumo das isenções tributárias vigentes no novo regime. A boa recomendação científica indica que é preciso a existência de retornos sociais positivos e significativos para o estabelecimento de benefícios dessa natureza. Neste sentido, ao investigar os retornos do cooperativismo em dimensões não exclusivamente financeiras (ao menos não diretamente), esse projeto contribuiu ao debate.

Metodologia

A estratégia empírica é a mesma nos três estudos propostos. Serão estimadas diversas especificações baseadas nas típicas equações de estudos eventos, com alguns dos estimadores recentes desenvolvidos para correção de viés e aumento da robustez do desenho de pesquisa do método de DiD com staggered addoption (Callaway e Sant’Anna, 2021; e Sun e Abraham, 2021).
Serão explorados efeitos heterogêneos em razão do porte do município em termos de tamanho da população e pelas macrorregiões do país. Outras dimensões a serem exploradas envolvem as particularidades de cada pesquisa, como no caso do estudo cooperativismo e violência será avaliado se há efeitos heterogêneos em razão da idade (taxas de homicídios por grupos de idade).

Indicadores, Metas e Resultados

i)Elaboração de ao menos três artigos científicos, que contarão com a colaboração de discentes do PPGOM-UFPel (orientandos de mestrado e doutorado);
ii) Apresentação dos artigos nos seminários de pesquisa dos programas de pós-graduação em economia;
iii) Apresentação dos artigos em pelo menos um encontro da área de economia com relevância mínima nacional;
iv) Publicação dos artigos em revistas com fator de impacto ou de grande circulação nacional;
v) Consolidação do grupo de pesquisa em “Avaliação de Políticas Públicas e Programas Sociais” do PPGOM/UFPel;
vi) Contribuição com a literatura de desenvolvimento econômico, em especial, com a linha de pesquisa dedicada em estudar os efeitos de políticas de inclusão produtiva (crédito rural, seguro rural, microcrédito, etc.);
vii) Oferecer subsídios para qualificação do debate a respeito do papel das cooperativas de crédito no desenvolvimento do mercado de seguros;
viii) Instigar o desenvolvimento de uma linha de pesquisa dedicada em compreender e mensurar benefícios não financeiros do cooperativismo;
xi) Participação dos fóruns de discussões sobre cooperativismo e desenvolvimento econômico;
x) Formação de capital humano no nível de graduação, mestrado e doutorado para pesquisa em avaliação de impacto de políticas públicas e programas sociais.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CAROLINA SILVA DA TRINDADE
FELIPE GARCIA RIBEIRO14
REGIS AUGUSTO ELY12
SÉRGIO ALVES DANERIS
VITOR IMMANUEL DE ALMEIDA MACHADO

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