Nome do Projeto
PESQUISA EXPLORATÓRIA DOS CEMITÉRIOS RURAIS DE PELOTAS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
25/09/2023 - 25/09/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
O presente projeto tem como objetivo central identificar as histórias de vida de pessoas que estão sepultados nos espaços cemiteriais rurais que se encontram em situação de abandono na cidade de Pelotas/RS. Como objetivos secundários principais buscaremos realizar um mapeamento dos cemitérios rurais em abandono na zona rural de Pelotas, além de compreender os motivos de esses cemitérios estarem abandonados, e ainda possibilitar que as pessoas enterradas neste espaço não sejam esquecidas de forma definitiva, ou seja, não caiam nas armadilhas da amnésia social. Os cemitérios são lugares de memórias criados pelos vivos como uma recusa ao esquecimento. São espaços destinados a recordação e não podem ser vistos como espaços destinados a amnésia. Funcionam como como semióforos, segundo Pomian (1997). Ou seja, uma ponte entre o visível e o invisível, além de servirem como rastros, registro, uma extensão, um testemunho de nossa existência, um testemunho de nossa passagem pelo tempo. Em outros termos, esse trabalho se torna relevante e essencial nos dias de hoje porque busca justamente despertar o olhar dos vivos para estes lugares que estão em abandono, para que os vivos reconheçam os cemitérios de sua comunidade não como lugares de tempo passados, esquecidos, ausentes, mas sim, como lugares destinados a celebração e ao trabalho de memória, um espaço destinado a afirmação de identidades, no despertar de emoções e que possibilita a manutenção de suas tradições. No momento em que os vivos tiverem esse reconhecimento pelos espaços cemiteriais os mesmos terão ou poderão ter vontade de preservá-los, difundi-los, e transmiti-los mantendo-os assim por gerações em bom estado de conservação. Como procedimentos metodológicos iremos inicialmente fazer uma imersão nos espaços cemiteriais abandonados e posteriormente identificar os túmulos que apresentam poucas ou nenhuma identificação. Após, esse procedimento buscaremos recuperar a história de vida dessas pessoas que estão em vias de esquecimento por meio da realização de entrevistas com gestores dos cemitérios, amigos, familiares e conhecidos do morto, por exemplo, além de realizaremos pesquisas em fontes patrimoniais, documentais e bibliográficas. Pretendemos como meta desta pesquisa a elaboração de um catálogo, que contará a história de alguns cemitérios abandonados e das pessoas que neles estão sepultadas. O catálogo será voltado para o público acadêmico e sobretudo, para o público da região, na medida em que a museologia contemporânea se volta suas ações para pessoas e seus problemas sociais.
Objetivo Geral
Identificar as histórias de vida de pessoas que estão sepultadas nos espaços cemiteriais rurais que estão abandonados na cidade de Pelotas/RS.
Específico:
1. Relacionar essas histórias com a contribuição para a formação da memória da comunidade local;
2. Identificar a origem do sobrenome dos sepultados;
3. Compreender a importância que estes espaços possuem para a comunidade local;
4. Realizar um mapeamento dos cemitérios rurais em abandono na zona rural de Pelotas;
5. Compreender os motivos de esses cemitérios estarem abandonados;
6. Possibilitar que as pessoas enterradas neste espaço não sejam esquecidas de forma definitiva.
Específico:
1. Relacionar essas histórias com a contribuição para a formação da memória da comunidade local;
2. Identificar a origem do sobrenome dos sepultados;
3. Compreender a importância que estes espaços possuem para a comunidade local;
4. Realizar um mapeamento dos cemitérios rurais em abandono na zona rural de Pelotas;
5. Compreender os motivos de esses cemitérios estarem abandonados;
6. Possibilitar que as pessoas enterradas neste espaço não sejam esquecidas de forma definitiva.
Justificativa
Os cemitérios não podem ser vistos somente como lugares de esquecimento e de amnésia pela comunidade local, pelo contrário, devem ser percebidos pelos vivos como espaços destinados a memória. Na verdade, é para isso que esses espaços são criados, elaborados, ou seja, voltados para o trabalho de memória, para a recordação, uma recusa contra o esquecimento. Os espaços cemiteriais e os objetos que estão expostos funcionam como semióforos, segundo Pomian (1997). Os semióforos, segundo o autor, são intermediários entre o visível e o invisível. Possibilitam com que os vivos por meio de suas percepções museais criem conexões com pessoas, tempos, mundos e lugares distantes da percepção, que se presentificam simbolicamente. Em outros termos, ao se relacionarem com esses espaços e com os objetos, os sujeitos podem trazer o que está longe para perto, o ausente para o presente, a morte para a vida, o que estava apagado, lançado as águas do esquecimento, para a luz das lembranças e recordações.
Esses espaços servem também, como um registro, uma extensão, um testemunho, um rastro de nossa existência. O termo rastro pode ser entendido na visão do filósofo Paul Ricoeur (2007), como inscrições que deixamos ao longo de nossa vida para que seja possível, mesmo na ausência, recuperar o sentido primeiro do traço. De acordo com o autor, deixam-se rastros para que alguém consiga rastreá-lo, mantendo-o presente mesmo na ausência. Essa por sua vez, é também, uma das funções centrais e basilares dos semióforos.
E ao compreender com este estudo a importância que esses espaços têm para os vivos como lugares de recordação, identidade, emoção, como lugares de recusa ao esquecimento e amnésia, como mecanismos sociais usados para testemunhar, registrar a nossa passagem no tempo, os sujeitos terão ou poderão ter vontade de valorizá-los, preservá-los, difundi-los, e transmiti-los mantendo-os assim por gerações em bom estado de conservação.
Esses espaços servem também, como um registro, uma extensão, um testemunho, um rastro de nossa existência. O termo rastro pode ser entendido na visão do filósofo Paul Ricoeur (2007), como inscrições que deixamos ao longo de nossa vida para que seja possível, mesmo na ausência, recuperar o sentido primeiro do traço. De acordo com o autor, deixam-se rastros para que alguém consiga rastreá-lo, mantendo-o presente mesmo na ausência. Essa por sua vez, é também, uma das funções centrais e basilares dos semióforos.
E ao compreender com este estudo a importância que esses espaços têm para os vivos como lugares de recordação, identidade, emoção, como lugares de recusa ao esquecimento e amnésia, como mecanismos sociais usados para testemunhar, registrar a nossa passagem no tempo, os sujeitos terão ou poderão ter vontade de valorizá-los, preservá-los, difundi-los, e transmiti-los mantendo-os assim por gerações em bom estado de conservação.
Metodologia
Inicialmente faremos uma imersão do grupo nos espaços cemiteriais abandonados, após identificar os túmulos que apresentam poucas ou nenhuma identificação buscaremos recuperar a história de vida dessas pessoas por meio da seguinte forma:
Entrevistar com parentes de pessoas enterradas nesses cemitérios;
Entrevistas com amigos ou que conheceram as pessoas ali sepultadas;
Entrevistas com os administradores ou ex-administradores dos espaços cemiteriais.
Pesquisa das informações contidas nos túmulos de outras pessoas sepultadas que possam dar indício de quem seriam as pessoas que hoje estão no completo ou quase completo esquecimento.
Realizaremos pesquisas em fontes documentais para atingir o objetivo proposto nesta pesquisa. Após estas etapas, criaremos um banco de dados com a intenção de vetorizar os dados coletados em campo para realização das análises.
Pesquisa de informações sobre os cemitérios e os sepultados em fonte bibliográficas.
Entrevistar com parentes de pessoas enterradas nesses cemitérios;
Entrevistas com amigos ou que conheceram as pessoas ali sepultadas;
Entrevistas com os administradores ou ex-administradores dos espaços cemiteriais.
Pesquisa das informações contidas nos túmulos de outras pessoas sepultadas que possam dar indício de quem seriam as pessoas que hoje estão no completo ou quase completo esquecimento.
Realizaremos pesquisas em fontes documentais para atingir o objetivo proposto nesta pesquisa. Após estas etapas, criaremos um banco de dados com a intenção de vetorizar os dados coletados em campo para realização das análises.
Pesquisa de informações sobre os cemitérios e os sepultados em fonte bibliográficas.
Indicadores, Metas e Resultados
Esperamos com esta pesquisa trazer a visibilidade a histórias de vida dessas pessoas que estão hoje sepultados nestes cemitérios. Ou seja, por meio dessa pesquisa, queremos que estas pessoas não caiam nas rotas da amnésia coletiva. A pesquisa busca despertar o olhar da comunidade sobre os cemitérios abandonados como importantes testemunhos da nossa vida pessoal e coletiva, como lugares destinados a memória e a identidade. Um local que pode ser usado pelos vivos para se reconectar com o seu passado, com os parentes que hoje não estão mais vivos, tendo como mediadores dessa relação os objetos expostos nesses espaços e o trabalho de memória. No momento em que os vivos reconhecerem a importância que esses cemitérios abandonados têm para si, e para a comunidade local, essas terão ou poderão ter vontade de valorizá-los, preservá-los, difundi-los, e transmiti-los mantendo-os assim por gerações em bom estado de conservação.
A pesquisa aqui pretendida tem como meta a elaboração de um catálogo, que contará a história de alguns cemitérios abandonados e das pessoas que neles estão sepultadas. O catálogo será voltado para o público acadêmico e para o público da região, sobretudo, na medida em que, nesses espaços estão sepultados seus familiares, amigos e conhecidos. Ressaltamos ainda, que esse é na verdade, um dos compromissos basilares dos patrimônios contemporâneos e da museologia social, ou seja, colocar-se a serviço das pessoas, da vida, neste caso a serviço de sua comunidade local e de seu desenvolvimento.
A pesquisa aqui pretendida tem como meta a elaboração de um catálogo, que contará a história de alguns cemitérios abandonados e das pessoas que neles estão sepultadas. O catálogo será voltado para o público acadêmico e para o público da região, sobretudo, na medida em que, nesses espaços estão sepultados seus familiares, amigos e conhecidos. Ressaltamos ainda, que esse é na verdade, um dos compromissos basilares dos patrimônios contemporâneos e da museologia social, ou seja, colocar-se a serviço das pessoas, da vida, neste caso a serviço de sua comunidade local e de seu desenvolvimento.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
DAIANE LAGES FERREIRA | |||
DIEGO LEMOS RIBEIRO | 3 | ||
GILSON BARBOZA | |||
JOSÉ PAULO SIEFERT BRAHM | 6 | ||
LAIS MONIQUE ORLANDIN | |||
LILIA WALTZER RODRIGUES | |||
LIVIA TAVARES CAMPELLO | |||
MARCIÉLE SIEGERT GOETZKE | |||
MAURÍCIO ANDRÉ MASCHKE PINHEIRO | |||
MICHEL CONSTANTINO FIGUEIRA | 2 | ||
RODRIGO SILVEIRA SOARES |