Nome do Projeto
Impacto da Vacinação Pneumocócica Conjugada 10-Valente na incidência de otite média: Coortes de Nascimentos de Pelotas de 2004 e 2015
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
12/12/2023 - 28/02/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A otite média (OM), inflamação da mucosa que reveste a orelha média, é
comumente observada na prática pediátrica, sendo uma das principais causas
de consultas médicas e a razão mais frequente pela qual as crianças consomem
antibióticos ou se submetem à cirurgia. Embora a maioria das OM resolvam-se
espontaneamente, sem sequelas, uma parcela pode evoluir com complicações
crônicas, perda auditiva e comprometimento da qualidade de vida das crianças e
suas famílias, representando um sério problema de saúde pública. Na infância, a
OM é a principal causa de perda auditiva evitável, com efeitos negativos no
desenvolvimento psicossocial, cognitivo e de linguagem. Em alguns casos, a
perda auditiva decorrente da OM torna-se irreversível, podendo gerar prejuízos
significativos no desenvolvimento educacional e profissional do indivíduo. Além
dos fatores de risco bem estabelecidos para o desenvolvimento de OM, como
anormalidades craniofaciais, prematuridade, baixo peso ao nascer e exposição
ao tabaco, a literatura também aponta para fatores protetores, dentre eles, as
vacinas pneumocócicas conjugadas (VPC) e o aleitamento materno. As vacinas
pneumocócicas contribuem para a diminuição das infecções mucosas, em
especial das otites. Porém, poucos estudos, sobretudo de base populacional,
foram desenvolvidos no Brasil, a fim de avaliar o impacto da VPC sobre a
ocorrência de OM na infância. Além disso, não há estudos que investiguem o
impacto da VPC sobre a força de associação do aleitamento materno e
exposição ao tabaco com a ocorrência de OM na infância. Com base nisso, em
uma análise do tipo antes-e-depois, o presente trabalho tem como objetivos
avaliar, em crianças de 0 a 24 meses de idade das Coortes de Nascimentos de
Pelotas de 2004 e 2015: 1) o impacto da VPC sobre a incidência de OM; 2) a
força da associação entre amamentação (padrão aos três meses e duração) e
incidência de OM; e 3) a força da associação entre exposição passiva ao tabaco
(pré- e pós-natal) e incidência de OM. Além disso, o estudo também tem como
objetivo descrever a prevalência e fatores associados à deficiência auditiva,
conforme referido pela mãe, aos 6-7 anos de idade, na Coorte de Nascimentos
de Pelotas de 2015. Para atender os três primeiros objetivos, serão incluídas no
estudo todas as crianças pertencentes às Coortes de Nascimentos de Pelotas de
2004 e 2015, que foram acompanhadas no estudo perinatal (ao nascer) e aos 3,
12 e 24 meses de idade; e, para o quarto objetivo, além dessas, serão também
incluídas as crianças da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015, que foram
acompanhadas aos 6-7 anos de idade.
Objetivo Geral
1) Avaliar o impacto da vacina pneumocócica sobre a incidência de OM em um
estudo tipo antes-e-depois, com as Coortes de Nascimentos de Pelotas de
2004 e de 2015;
2) Descrever a prevalência e fatores associados à deficiência auditiva (conforme
referido pela mãe/cuidador), aos 6-7 anos de idade, na coorte de 2015.
estudo tipo antes-e-depois, com as Coortes de Nascimentos de Pelotas de
2004 e de 2015;
2) Descrever a prevalência e fatores associados à deficiência auditiva (conforme
referido pela mãe/cuidador), aos 6-7 anos de idade, na coorte de 2015.
Justificativa
A OM representa uma das enfermidades infecciosas mais prevalentes na
infância e sua redução acarretaria significativas implicações tanto no âmbito
econômico quanto no social (1) . A carga de uma doença como a OM e suas
complicações representam uma influência significativa na saúde pública,
principalmente em países de renda média, como o Brasil (127) .
Além dos fatores de risco bem estabelecidos para o desenvolvimento de OM,
como anormalidades craniofaciais, prematuridade, baixo peso ao nascer ou
exposição ao tabaco, a literatura também aponta para fatores protetores, dentre eles,
as vacinas pneumocócicas conjugadas e o aleitamento materno.
As VPC, apesar de terem sido desenvolvidas com o objetivo de prevenir
doenças pneumocócicas invasivas, como meningite, sepse e pneumonia bacteriana,
têm demonstrado contribuir para a diminuição das infecções mucosas, em especial
das otites. Porém, poucos estudos (35-37) foram desenvolvidos no Brasil, a fim de
avaliar o impacto da VPC sobre a ocorrência de OM na infância.
Ainda, estudos realizados no Brasil (86, 87) , após a implementação da VPC no
calendário vacinal, não encontraram associação entre o aleitamento materno
exclusivo e a não exposição ao fumo com a redução da ocorrência de OM na
infância. Além disso, não há estudos que investiguem se existe uma influência da
proteção oriunda da VPC na associação entre o aleitamento materno exclusivo e
exposição ao fumo com a redução da ocorrência de OM na infância.
Apesar da OM ser uma enfermidade conhecida e discutida na literatura há
muitos anos, sua prevenção ainda é motivo de debate até hoje e seus prejuízos
podem acompanhar o indivíduo ao longo da vida. Na infância, a OM é a principal
causa de perda auditiva evitável, com efeitos negativos no desenvolvimento da
linguagem, psicossocial e cognitivo. Em alguns casos, a perda auditiva decorrente da
OM torna-se irreversível, tendo prejuízos significativos no desenvolvimento
educacional e profissional do indivíduo.
Com base nisso, o presente trabalho propõe-se a contribuir na produção de
conhecimento sobre OM e perda auditiva. Para tal, utilizaremos dados das Coortes
de Nascimentos de Pelotas de 2004 e 2015. Os participantes da coorte de 2004 irão
representar o grupo de indivíduos não vacinados e a coorte de 2015 os indivíduos
vacinados, já que neste ano a VPC já fazia parte do calendário vacinal brasileiro. As
coortes possuem dados sobre OM, vacinas e outras informações sobre audição,
coletados a partir de questionários aplicados desde o nascimento, permitindo, assim,
examinar o impacto da VPC sobre a incidência de OM, a força de associação da
amamentação e exposição ao fumo na incidência de OM em crianças vacinadas e
não vacinadas, bem como a prevalência de deficiência auditiva em crianças e seus
fatores associados.
infância e sua redução acarretaria significativas implicações tanto no âmbito
econômico quanto no social (1) . A carga de uma doença como a OM e suas
complicações representam uma influência significativa na saúde pública,
principalmente em países de renda média, como o Brasil (127) .
Além dos fatores de risco bem estabelecidos para o desenvolvimento de OM,
como anormalidades craniofaciais, prematuridade, baixo peso ao nascer ou
exposição ao tabaco, a literatura também aponta para fatores protetores, dentre eles,
as vacinas pneumocócicas conjugadas e o aleitamento materno.
As VPC, apesar de terem sido desenvolvidas com o objetivo de prevenir
doenças pneumocócicas invasivas, como meningite, sepse e pneumonia bacteriana,
têm demonstrado contribuir para a diminuição das infecções mucosas, em especial
das otites. Porém, poucos estudos (35-37) foram desenvolvidos no Brasil, a fim de
avaliar o impacto da VPC sobre a ocorrência de OM na infância.
Ainda, estudos realizados no Brasil (86, 87) , após a implementação da VPC no
calendário vacinal, não encontraram associação entre o aleitamento materno
exclusivo e a não exposição ao fumo com a redução da ocorrência de OM na
infância. Além disso, não há estudos que investiguem se existe uma influência da
proteção oriunda da VPC na associação entre o aleitamento materno exclusivo e
exposição ao fumo com a redução da ocorrência de OM na infância.
Apesar da OM ser uma enfermidade conhecida e discutida na literatura há
muitos anos, sua prevenção ainda é motivo de debate até hoje e seus prejuízos
podem acompanhar o indivíduo ao longo da vida. Na infância, a OM é a principal
causa de perda auditiva evitável, com efeitos negativos no desenvolvimento da
linguagem, psicossocial e cognitivo. Em alguns casos, a perda auditiva decorrente da
OM torna-se irreversível, tendo prejuízos significativos no desenvolvimento
educacional e profissional do indivíduo.
Com base nisso, o presente trabalho propõe-se a contribuir na produção de
conhecimento sobre OM e perda auditiva. Para tal, utilizaremos dados das Coortes
de Nascimentos de Pelotas de 2004 e 2015. Os participantes da coorte de 2004 irão
representar o grupo de indivíduos não vacinados e a coorte de 2015 os indivíduos
vacinados, já que neste ano a VPC já fazia parte do calendário vacinal brasileiro. As
coortes possuem dados sobre OM, vacinas e outras informações sobre audição,
coletados a partir de questionários aplicados desde o nascimento, permitindo, assim,
examinar o impacto da VPC sobre a incidência de OM, a força de associação da
amamentação e exposição ao fumo na incidência de OM em crianças vacinadas e
não vacinadas, bem como a prevalência de deficiência auditiva em crianças e seus
fatores associados.
Metodologia
Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo desenvolvido com dados das
Coortes de Nascimentos de 2004 e 2015 da cidade de Pelotas-RS. As coortes de
nascimento são estudos de base populacional que recrutaram, nos respectivos anos,
todos os nascimentos hospitalares de mulheres que residiam na zona urbana de
Pelotas, e acompanharam, em diferentes momentos, os indivíduos que integravam o
estudo. O último acompanhamento da coorte de 2004 ocorreu entre março e
dezembro de 2022, quando os participantes tinham, em média, 18 anos de idade; e o
último da coorte de 2015 ocorreu de novembro de 2021 a novembro de 2022, quando
os participantes tinham entre 6-7 anos de idade.
Coortes de Nascimentos de 2004 e 2015 da cidade de Pelotas-RS. As coortes de
nascimento são estudos de base populacional que recrutaram, nos respectivos anos,
todos os nascimentos hospitalares de mulheres que residiam na zona urbana de
Pelotas, e acompanharam, em diferentes momentos, os indivíduos que integravam o
estudo. O último acompanhamento da coorte de 2004 ocorreu entre março e
dezembro de 2022, quando os participantes tinham, em média, 18 anos de idade; e o
último da coorte de 2015 ocorreu de novembro de 2021 a novembro de 2022, quando
os participantes tinham entre 6-7 anos de idade.
Indicadores, Metas e Resultados
ARTIGOS PROPOSTOS
Artigo analítico
Impacto da vacinação pneumocócica na incidência de episódios de otite média:
um estudo tipo antes-e-depois nas Coortes de Nascimentos de Pelotas de 2004 e
2015.
Artigo analítico
Papel da amamentação e da exposição passiva ao tabagismo materno na
ocorrência de otites médias após a introdução da vacina pneumocócica: Coortes
de Nascimentos de Pelotas de 2004 e 2015.
Artigo analítico
Deficiência auditiva aos 6-7 anos de idade na Coorte de Nascimentos de Pelotas
de 2015: prevalência e fatores associados.
Artigo analítico
Impacto da vacinação pneumocócica na incidência de episódios de otite média:
um estudo tipo antes-e-depois nas Coortes de Nascimentos de Pelotas de 2004 e
2015.
Artigo analítico
Papel da amamentação e da exposição passiva ao tabagismo materno na
ocorrência de otites médias após a introdução da vacina pneumocócica: Coortes
de Nascimentos de Pelotas de 2004 e 2015.
Artigo analítico
Deficiência auditiva aos 6-7 anos de idade na Coorte de Nascimentos de Pelotas
de 2015: prevalência e fatores associados.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
INA DA SILVA DOS SANTOS | 4 | ||
ISABEL OLIVEIRA BIERHALS | |||
NILVIA SOARES AURÉLIO |