Nome do Projeto
CONGRESSO INTERNACIONAL DE PATRIMÔNIO CULTURAL E SUSTENTABILIDADE - CIPCS: UM MUSEU FELIZ PARA UM FUTURO MELHOR - CIPCS
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
15/03/2024 - 30/08/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Meio ambiente
Linha de Extensão
Patrimônio cultural, histórico e natural
Resumo
O Congresso Patrimônio Cultural e Sustentabilidade reúne três eventos em sua segunda edição - Seminário Internacional Patrimônio Industrial, Alimento e Sustentabilidade (https://wp.ufpel.edu.br/sempias2023/), Simpósio Internacional Vi-vir Marco de Jerez (https://vivirjerez.uca.es/) e a Jornada Nuestro Norte es el Sur: re_visiones patrimoniales, que resultou em um livro homônimo (https://repositorio.unesp.br/). Os eventos, dos quais a proponente foi coordenadora ou membro da organização, ocorreram em sua primeira edição, em 2022 e 2023, nas Universidades de Cádiz e de Sevilha (Espanha) e na Universidade Federal de Pelotas. O tema do Congresso, formulado a partir das discussões desenvolvidas nos eventos referidos, formula-se como reflexão: Podem os museus, sejam quais forem, promover ou intensificar a conexão entre o bem-estar e a sustentabilidade, fortalecer sua relação com as comunidades onde se encontram para ajudar as pessoas a entender as realidades que neles figuram e usar esse conhecimento para melhorar o futuro? São perguntas que no âmbito desta proposta atravessam diferentes conhecimentos presentes no escopo dos eventos associados. Os três eixos temáticos que definem o SemPIAS também fundamentam, com diferente prioridade, os demais eventos. Vi_vir proporcionou a um público diverso discutir o território desde suas visualidades até o desenvolvimento local-global. Nuestro Norte consistiu na apresentação de estudos relacionados com o patrimônio da indústria, em suas dimensões material e imaterial. Assim, se pretende reunir, em quatro dias de evento, um público de acadêmicos de diversas disciplinas das humanidades e stakeholders de diferentes instituições e práticas para discutir, em GTs, mesas temáticas e conferencias, como os patrimônios (em especial os que tratam da memória do trabalho e do alimento) podem ser sustentáveis tanto quanto ser vetores de sustentabilidade em diferentes espaços de existência. Diante dos acontecimentos que se sucedem desde o evento da pandemia de covid-19, entende-se que as memórias que se vão processando necessitam ser ditas para que um mundo de partes interdependentes possa pensar o futuro que se está construindo. Os conflitos afloram e as memórias demandam que sejam empregadas a favor da vida no planeta. Que se possa pensar nos museus como Hugues de Varine propõe: raízes do devir.

Objetivo Geral

1. Com base nos princípios que fundamentam o projeto “Happy Museuns”, discutir as memórias do trabalho artesanal, manufatureiro e industrial nas suas muitas conexões, como tema e conteúdo pelos quais se possa re-imaginar a função dos museus e pensa-los como lugares de encontro, integração e criação das comunidades que os abrigam.

2. Partir das propostas metodológicas do pensamento de Hugues de Varinne, para intensificar por meio de uma ampla discussão conceitual e do compartilhamento de experiências diversas, as relações possíveis entre o patrimônio cultural e o desenvolvimento local, em especial nas zonas rurais, e cidades de baixa densidade demográfica.

3. Refletir sobre os modos de enfrentamento aos problemas que acometem a produção do alimento nas áreas rurais buscando na troca de experiências o fortalecimento das redes de gestão do patrimônio cultural, expressadas em projetos que tenham como objetivo a elaboração de estudos que subsidiem a criação de legislação específica, inclusive municipais, e de políticas voltadas para a preservação do patrimônio industrial, sobretudo o alimentar, em equilíbrio com o patrimônio ambiental e as comunidades. Esse objetivo pretende reunir além de lideranças de diferentes contextos rurais, vozes de outros órgãos que atuam com esse temas como a Embrapa e a Emater.

Justificativa

O “Congresso Internacional de Patrimônio Cultural e Sustentabilidade: um museu feliz para um futuro melhor” busca contemplar objetivos do desenvolvimento sustentável favorecendo que se apresentem indicadores e tendências orientadas pelo movimento AGENDA 2030, posto sobre astrês dimensões que lhes são atinentes: econômica, social e ambiental. Pretende discutir a relação entre os alimentos de produção local e a salvaguarda de tradições, bem como o reconhecimento das comunidades agrícolas tradicionais no cenário atual e os equipamentos culturais que podem ser gerados em espaços ociosos, como antigas fábricas rurais. Por esse viés, intenciona ampliar a discussão sobre os fatos referentes ao patrimônio industrial de extintas fábricas, em especial as de transformação do alimento, tanto em zonas rurais como periféricas das cidades.
Indica-se possível que as discussões possam alargar o entendimento de conceitos chave para os ODS, como segurança alimentar, nutrição adequada, agricultura sustentável (ODS 2); o bem estar humano, que se atinge pela saúde e educação para todos (ODS 3 e 4). As metas do desenvolvimento sustentável colocam em foco a produção e distribuição do alimento em ambientes de equilíbrio e respeito tanto às pessoas como aos recursos naturais. A articulação dessas metas desenha um ambiente humano digno, respeitoso às identidades, às memórias e à natureza. No âmbito dessas considerações é que se aplica a discussão sobre o papel social dos museus a partir da proposição de Hugues de Varine sobre o “patrimônio a serviço do desenvolvimento local”.
Portanto, o Congresso associa o patrimônio industrial, sobretudo o de transformação do alimento, com o patrimônio alimentar, as tradições, a comunicação e os museus, nos quais se elegem os fatores memoriais a eles associados. É uma reunião de temas que podem ser interseccionados para se proporem soluções ou se dar evidência a resultados para realidades sustentáveis.
Com tal proposição, o Congresso inclui a participação ativa das comunidades e de órgãos que atuam nessas áreas rurais nas discussões patrimoniais, e se objetiva a presença de representações de diversos segmentos com lugar de voz ativa.
Além dessas questões, destaca-se que o tema do patrimônio alimentar está vinculado ao PPG em Memória Social e Patrimônio Cultural por pesquisas que a proponente e outros membros da equipe desenvolvem e outras, em nível de mestrado e de doutorado concluídas ou em andamento. São pesquisas com resultados muito práticos do ponto de vista de uma ciência atenta à realidade (Belmonte, 2022). Por elas se desenha o fato de a particularidade local, mais fácil ser observada em um contexto delimitado e circunscrito a uma pequena área, permite que se façam melhor visíveis as perdas do ambiente natural, assim como o decaimento da cultura que se instala. Fatos compartilhados com outros tantos territórios no mundo.
Portanto, pretende-se abordar tais discussões a partir de dois grandes vetores que nucleia os temas que definem os conflitos que, como já apontado, se intensificaram ou se revelaram durante as últimas décadas. Patrimônio cultural e sustentabilidade se apresentam nesse Congresso como um foco irradiador do qual se pode discutir e propor diagnóstico em vários campos que interseccionam disciplinas. Anelam combinações pelas quais se evidenciam as convergências de muitos vetores culturais. Por essas, será possível apurar ou identificar estratégias de políticas depreservação do patrimônio cultural em áreas rurais, em especial do patrimônio industrial como é sugerido tanto na Carta de Nizhny Tagil (2003). A carta, resultado da assembleia geral do The international committee for the conservation industrial heritage - TICCIH realizada na cidade industrial russa de Nizhny Tagil, reelaborou o conceito de patrimônio industrial a ele associando os valores para sua preservação, conservação e pesquisa. Sucessivos documentos internacionais, entre eles a Carta de Sevilla (2018), na qual o conceito de patrimônio industrial foi revisado pelos membros do Centro de Estudos Andaluces e pelo TICCIH – Espanha, foram se combinando para ampliar a visão desta tipologia de patrimônio. Destaca-se lo documento Os Princípios de Dublin, acordo conjunto entre o International Council of monumentes and sites - ICOMOS e TICCIH, firmado em 2011, que propõe os princípios para a Conservação de Sítios, Estruturas, Áreas e Paisagens do Patrimônio Industrial. De tal modo, ao referir-se ao patrimônio industrial se está a falar de um fenômeno integral que inflexiona ambiente, cultura e sociedade, atravessando a cultura do trabalho com todas as questões históricas que implicam da ocupação e exploração dos territórios aos sistemas híbridos de produção (artesanal, manufatureira e industrial).

Metodologia

Eixos temáticos
1. Museus, comunicação e comunidades – Os temas que se relacionam com esse eixo se pautam por identificar as práticas econômicas vorazes tão perigosas à vida das populações tanto por recalcarem os valores determinantes do patrimônio: a diversidade da cultura, a história e as memórias das comunidades, a natureza, e bem como por refletir sobre os diferentes entendimentos culturais sobre ela. São, esses, elementos essenciais da atualidade, nos quais estão envoltos patrimônio natural e cultural, sob diferentes dilemas. A discussão sobre os museus implica em reconhecer que o ambiente, os modos de vidas, os saberes e a cultura formam a trama que define o tecido próprio de uma sociedade.
2. Patrimônio Industrial e sustentabilidade – Nesse eixo relacionam-se temas que percebem as inflexões entre o patrimônio industrial e a sustentabilidade. O primeiro, quando tratado sob o conceito de Paisagem histórica da Produção (Sobrino, 2011, 2011a, 2015; Sobrino, Larive, 2013), associa ao espólio material o inventário de memórias e as identidades a ele inerentes, representativas de territórios nos quais as fábricas foram ativas. Os remanescentes que persistem são depositários de trajetórias que interferiram e mudaram o local onde se instalaram. São rastros invisíveis e restos tangíveis (Sobrino, 2022) que concentra força humana em propósito produtivo. A sustentabilidade, na proposta deste eixo, é o vetor que atravessa o patrimônio industrial na abordagem aqui pretendida e aprofunda a discussão sobre a salvaguarda do patrimônio material e imaterial em áreas rurais. Temas como as tradições e pleno reconhecimento dessas pelas suas comunidades, saberes tradicionais e práticas sanitárias, evasão de jovens e consequente declínio das atividades relacionadas à produção familiar rural e o avanço das monoculturas e decorrente empobrecimento do ambiente natural (Sheneumann, 2020; Oosterbeek, 2010, 2020) são os aspectos que se pretende virem a ser tratados.
3. Patrimônio Alimentar e territórios – Este eixo propõe que o alimento, seja tratado sob os aspectos que pungem a realidade atual. Dentre esses, destacam-se os conflitos que ameaçam as comunidades que vivem da produção local: a redução da pluriatividade da produção rural, desenvolvida pelos grupos familiares e consequente perda do patrimônio material e imaterial,identitário de pequenos grupos; tema atual que é trato nos artigos de Vieira; Arzeno; Oliveira e Troncoso (2023) e de Belmonte; Halmenschlager e Michelon (2023), além de outros que compõe o Dossiê “ Práticas Alimentares, Memórias e Mobilidades” da Revista Memória em Rede do PPGMSPC. Muitas famílias desenvolvem, além da agricultura, a produção de alimentos a partir dos cultivos locais. Discutem-se alternativas de manutenção ou melhoria de tais práticas na expectativa de contribuir para o desenvolvimento social da região. Para uma discussão proveitosa é importante o compartilhamento de resultados de pesquisas e trabalhos que apresentem novas estratégias de abordagem sobre a produção do alimento.
Atividades Integradoras e culturais
1. Lançamento e apresentação de livros.
2. Projeção de filmes e vídeos autorizados, com conversas após a apresentação.
3. Conversas com os conferencistas e palestrantes.
4. Divulgações diversas.
5. Visitas aos museus com guia (com agendamento).

Indicadores, Metas e Resultados

Confia-se que pela importância das questões tratadas, pela esperada afluência de pesquisadores de diversas áreas, pela predominância das humanidades sobre o tratamento dos conflitos que cercam os temas, resultará deste Congresso novas intersecções entre os grupos de pesquisa, novos temas a serem compartilhados pelas instituições, reforço aos trabalhos desenvolvidos conjuntamente com as comunidades, sobretudo as rurais, aproximação dos grupos de pesquisa de instituições que atuam diretamente com as comunidades para futuros projetos que tenham motivações para a proposição de diagnósticos e diferentes encaminhamentos aos temas em pauta.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALCIDES GOMES NETO
AMANDA MENSCH ELTZ
CLÁUDIA DA SILVA NOGUEIRA
DESIRÉE NOBRE SALASAR
Denise Prado Costa
EDWARD DUTRA DOS ANJOS
FERNANDA FIGUEREDO ALVES
FLORA COELHO JEROZOLIMSKI
FRANCISCA FERREIRA MICHELON14
Giane Trovo Belmonte
JOAO FERNANDO IGANSI NUNES46
JOSSANA PEIL COELHO
JULIANA MOHR DOS SANTOS
KATIA HELENA RODRIGUES DIAS60
LAIANA PEREIRA DA SILVEIRA
LUCIANA DE CASTRO NEVES COSTA
LÍGIA POLIANA DE OLIVEIRA
MARIA EDUARDA GAUZE CARDOSO
MIRELLA MORAES DE BORBA22
RAYZA ROVEDA ATAIDES
ROSSANNA PRADO PEREZ
STÉFANO DA PAIXÃO SANTOS
UBIRAJARA BUDDIN CRUZ30
WAGNER HALMENSCHLAGER

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CNPq / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoR$ 13.250,00Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339033 - Passagens de Despesas de LocomoçãoR$ 9.000,00
339039 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa JurídicaR$ 4.250,00

Página gerada em 28/04/2024 00:54:31 (consulta levou 0.263430s)