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O TDAH está entre os transtornos com maior frequência na área da psiquiatria infanto-juvenil (ANBARASAN et al., 2020; SONG et al., 2021; XU et al., 2018). É estimado que mais da metade das crianças diagnosticadas na infância continuam apresentando os sintomas do transtorno na vida adulta (BENCZIK; CASELLA, 2015).
O número de adultos afetados pelo transtorno em nível global, em 2020, foi estimado em 366,33 milhões (SONG et al., 2021). Explorar o conhecimento acerca do TDAH, permite que inúmeros aspectos sejam melhorados, como um diagnóstico preciso do transtorno, o que auxilia na elaboração de intervenções efetivas e oferece suporte para o desenvolvimento de planejamento de políticas de saúde pública. Além
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disso, ao trazer informação sobre o TDAH, permite que se reduza o estigma e o preconceito associado ao transtorno, assim como, impulsiona o progresso científico e a conscientização sobre o transtorno.
Ao testar a relação dos sintomas do TDAH com os biomarcadores inflamatórios periféricos, contribui-se para uma compreensão mais abrangente acerca da etiologia e ajuda a elucidar possíveis efeitos subjacentes do transtorno, como o efeito nas concentrações de marcadores inflamatórios. Essa identificação de padrões específicos em relação ao transtorno pode auxiliar em um diagnóstico diferencial, que permite uma distinção mais precisa entre o TDAH e outras condições psiquiátricas com sintomas semelhantes.
Entretanto, este tema é ainda pouco explorado na literatura. Os poucos estudos conduzidos até o momento referem-se à PCR. Assim, a relação com os demais marcadores de fácil acesso permanece desconhecida. Ademais, não foi identificado um estudo que avaliasse a relação dos sintomas de TDAH com os três marcadores inflamatórios selecionados (AU, ALB e PCR).
Adicionalmente, observa-se que a maioria dos estudos são realizados em países ricos (MORALES-MUÑOZ et al., 2023; REAY et al., 2022; LU et al., 2022; SHAO et al., 2020; GRABEMANN et al., 2014; SUTIN et al., 2014). É importante conduzir estudos em países de renda média, visto que no Brasil, por exemplo, o TDAH apresenta uma prevalência de mais de 5% em crianças, segundo a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). Esse transtorno é relacionado com variáveis importantes relacionadas a iniquidades, uma vez que fatores sociais, econômicos e culturais representam um fator fundamental na forma como o TDAH é percebido, diagnosticado e tratado (SHI et al., 2021; REISS et al., 2019). Portanto, é essencial reconhecer e abordar o tema considerando o contexto dessas variáveis, com o intuito de promover a igualdade de oportunidades para indivíduos com TDAH.
Dessa forma, ao acessar os dados de sintomatologia do TDAH provenientes da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004, torna-se possível estabelecer uma conexão elucidativa e a devida alteração em cada marcador inflamatório estudado, conforme os sintomas do TDAH. Ao entender os mecanismos subjacentes do TDAH para as diferentes apresentações, será possível, futuramente, personalizar as intervenções, considerando as necessidades individuais.

Para este estudo serão utilizados dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004. A Coorte de Nascimentos de 2004 de Pelotas é um estudo longitudinal, de base populacional e natureza prospectiva. Incluiu todos os nascimentos de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2004 identificados através de visitas diárias às cinco maternidades da cidade. As mães elegíveis para o estudo foram aquelas que moravam na zona urbana ou no bairro Jardim América do município vizinho, Capão do Leão. Essas mães foram entrevistadas nas primeiras 24 horas depois do parto. Responderam perguntas sobre a saúde do recém-nascido, bem como características sociodemográficas das mães. O estudo recrutou 4.231 participantes no nascimento, caracterizando o estudo perinatal e o tamanho de amostra inicial dessa coorte (SANTOS et al., 2011). Foram realizados oito acompanhamentos (3, 12, 24 e 48 meses, 6, 11, 15 e 18 anos). A tabela 1 apresenta o número de participantes acompanhados em cada visita, desde o perinatal em 2004 até o acompanhamento dos 18 anos em 2022. Mais detalhes podem ser obtidos em artigos publicados anteriormente (TOVO-RODRIGUES et al., 2023; SANTOS et al., 2014; SANTOS et al., 2011).

Os resultados obtidos no estudo serão divulgados através da apresentação da dissertação, requisito para a obtenção do título de Mestre em Epidemiologia. Além disso, os resultados serão publicados total ou parcialmente por meio da publicação em formato de artigo em periódicos científicos, nacionais e/ou internacionais. Os resultados serão publicados em eventos científicos nacionais e internacionais. Adicionalmente, será emitida uma nota à imprensa local destacando os principais resultados da pesquisa.