Nome do Projeto
Levantamento, cadastro e atualização das áreas verdes do perímetro urbano do município de Pelotas/RS: Subsídio ao planejamento ambiental
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
16/02/2024 - 31/12/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Meio ambiente / Meio ambiente
Linha de Extensão
Desenvolvimento urbano
Resumo
Este projeto de extensão visa o mapeamento das áreas verdes do perímetro urbano do município de Pelotas, Rio Grande do Sul, como subsídio para o seu planejamento ambiental, numa parceria entre a Universidade Federal de Pelotas e a Prefeitura Municipal. Destaca-se como proposta a definição do conceito de áreas verdes, considerando o contexto da cidade para posterior identificação e quantificação. A primeira etapa se constitui em iniciativa de pesquisa, com o levantamento, o cadastro e atualização das áreas verdes existentes, com a identificação dos fragmentos de vegetação arbórea e arbustiva situados em logradouros públicos, espaços livres e aqueles presentes em lotes residenciais. Para tanto, as ferramentas utilizadas são as que compõem as Geotecnologias, incluindo imagens de satélites, com alta resolução espacial, dispositivos de navegação por satélites e equipamentos de mapeamento e de geoprocessamento. A cidade de Pelotas, que possui área de 1.610 km², será subdividida em zonas para que os mapeamentos sejam realizados em cada trecho, identificando-se além do levantamento da vegetação demais aspectos que subsidiam o planejamento ambiental, como a avaliação dos índices de impermeabilização do solo e o mapeamento de biótopos urbanos, em uma segunda etapa. Os resultados do projeto serão disponibilizados para o público em geral em plataforma digital com banco de dados para o acesso da comunidade em geral, contribuindo para que políticas públicas possam ser direcionadas em função das características ambientais identificadas, o que pode promover o melhor uso das áreas verdes no município. O projeto também prevê a apresentação dos dados e dos produtos cartográficos gerados para as redes de ensino da cidade, para que possam ser trabalhados em atividades de Educação Ambiental e demais atividades escolares.

Objetivo Geral

Objetivo Geral:

Realizar o levantamento, cadastro e atualização das áreas verdes e remanescentes de vegetação nativa inseridas no perímetro urbano da cidade de Pelotas-RS, com o uso de Geotecnologias e técnicas de sensoriamento remoto, como subsídio para o planejamento urbano e o direcionamento de políticas públicas, além de definir o conceito de áreas verdes.

Objetivos Específicos:


- Definir o conceito de área verde, considerando as especificações definidas em lei e as referências atuais sobre o tema;
- Realizar um levantamento detalhado, com a vetorização em softwares de geoprocessamento dos polígonos das áreas verdes existentes no perímetro urbano da cidade, incluindo parques, praças e demais espaços de preservação ambiental, a partir das zonas definidas pelo Plano Diretor;
- Obter informações precisas sobre a localização, extensão, características e condições de conservação das áreas verdes e dos remanescentes de vegetação nativa que ocupam o espaço público, considerando suas função no ambiente urbano;
- Atualizar as áreas verdes que já foram mapeadas e que constam no GeoPelotas (portal de Informações Geográficas da Prefeitura de Pelotas);
- Apresentar os dados em plataforma (Cadastro Ambiental Urbano, desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente e GeoPelotas) e/ou manual da vegetação urbana;
- Divulgar os dados para as escolas da rede municipal, apresentando os produtos cartográficos gerados, que podem ser utilizados para a realização de atividades de Educação Ambiental, além de como subsídio para o estudo das áreas verdes;
- Elaborar ações de capacitação para servidores municipais (SGCMU, SANEP, Sdeti, SMED) que atuam diretamente ou indiretamente com o manejo da vegetação e conservação da vegetação nos espaços públicos urbanos.

Justificativa

A característica apresentada por grande parte das áreas urbanas do país é de reduzida presença de vegetação arbórea, o que repercute em impactos negativos para a qualidade ambiental e para o bem-estar da população. Os elevados índices de impermeabilização do solo e o aumento da temperatura local são alguns dos problemas que mais impactam a qualidade ambiental das cidades relacionados à redução da vegetação. A gradativa ocupação urbana foi substituindo as áreas verdes por edificações e pela infraestrutura instalada nas cidades, além disso, o crescimento gradativo das cidades não vem acompanhado de planos urbanísticos eficientes para assentar toda esta demanda a mais de população nestes espaços urbanos (ANTUNES e FIGUEIRÓ, 2011).
Neste sentido, é imprescindível criar estratégias que contribuam com a preservação e/ou manutenção das áreas verdes e dos demais fragmentos de vegetação existentes. Desta forma, o mapeamento se justifica pela sua importância para o planejamento urbano, para a tomada de decisões e para a aferição da qualidade urbana de distintos setores da cidade. A vegetação urbana é composta por diversas feições: vegetação arbórea, vegetação rasteira, arbustiva etc. Muitos dos estudos selecionados, adotam diversas classificações da vegetação para melhor caracterizá-la (HIRYE, 2020).
Conhecer as áreas verdes, e a sua estrutura, é fundamental para que este planejamento urbano se concretize, adotando-se metodologias eficazes na obtenção de um levantamento preciso, cujos resultados contribuam para a qualidade ambiental das cidades. Nesta perspectiva se insere o mapeamento de biótopos urbanos, metodologia de classificação de unidades de paisagem, que caracteriza as áreas estudadas possibilitando o levantamento e cadastramento completo, não só da vegetação, mas dos demais elementos que compõem a paisagem urbana.
Os biótopos, (área ocupada por uma biocenose) representam unidades de paisagem, de tamanho variável, cujos elementos (físicos, bióticos e antrópicos) mantêm características homogêneas na sua estrutura fisionômica, o que permite identificá-los e diferenciá-los em um estudo da paisagem (Antunes e Figueiró, 2008), e consiste justamente no reconhecimento e delimitação de parcelas da paisagem com base na sua identidade ecológica.
A aplicação de técnicas inseridas no contexto dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG’s), técnicas cartográficas, de Geoprocessamento e de Sensoriamento Remoto para o mapeamento das unidades de paisagem, possibilita a geração de informações necessárias ao mapeamento da vegetação. A utilização destas técnicas é essencial em diversos tipos de levantamentos ambientais, em diferentes escalas, facilitando os processos de obtenção de dados necessários a estes estudos.
O uso destas metodologias, assim como o mapeamento em si das áreas verdes, compõem a justificativa para o desenvolvimento deste projeto, pois proporciona o estudo de temas que são de atuação multidisciplinar e interdisciplinar, com a perspectiva de formação integrada em geografia física e áreas afins, a partir da geração de dados para utilização de setores públicos(universidade e prefeitura municipal).
Diante desse quadro, buscar-se-á, ao final deste projeto: indicar com maior precisão como se distribui cartograficamente as áreas verdes e os fragmentos de vegetação no espaço urbano do município de Pelotas e os principais pontos de conflito que devem ser priorizados pelos gestores públicos. Por esta característica, tem-se os seguintes pontos a considerar como norteadores desta proposta de extensão, ensino e pesquisa:
Contribuição no diagnóstico físico-ambiental da área de estudo, o que fornecerá subsídios importantes na elaboração de políticas públicas para formulação de estratégias de conservação e/ou ampliação da biodiversidade, além da produção de conhecimento sobre as áreas verdes, a vegetação e a urbanização da cidade;
Ensino, como instrumento de capacitação técnica-operacional, a partir de iniciação científica e na complementação e aplicação das técnicas que envolvem as Geotecnologias, pelos discentes participantes do projeto;
Pesquisa, a partir do levantamento completo e informações precisas sobre a localização, extensão, características e condições de conservação das áreas verdes e fragmentos de vegetação do município;
Extensão, propiciando a difusão do conhecimento, atualização dos dados públicos da Prefeitura Municipal, permitindo o compartilhamento das informações, centralizados em plataforma e documentos cartográficos disponíveis para a rede de ensino do município e população em geral.

Metodologia

O conhecimento em nível de detalhe da estrutura e da organização do espaço das áreas urbanas, com a identificação da vegetação e possíveis ações antrópicas são imprescindíveis para o planejamento ambiental das áreas urbanas. Neste contexto, este projeto tem duas etapas principais:

I. Mapeamento das áreas verdes e dos remanescentes de vegetação nativa do perímetro urbano do município de Pelotas e,
II. Mapeamento de biótopos Urbanos.
Desta forma, para que os objetivos propostos sejam alcançados serão realizadas as seguintes etapas:

1. Organização e seleção da base cartográfica

Para a geração de produtos cartográficos e o levantamento de dados referentes ao mapeamento das áreas verdes e dos e remanescentes de vegetação nativa será realizado:

-Levantamento documental-cartográfico;
- Escolha das imagens para a realização do mapeamento;
- Seleção e processamento dos dados de sensoriamento remoto a partir de imagens orbitais com alta resolução espacial);
- Uso de softwares de Geoprocessamento para a identificação dos fragmentos arbóreos e o processamento de imagens, além de classificação do uso e cobertura do solo;
- Uso de dados georreferenciados e informações cartográficas sobre os aspectos físicos e da vegetação preexistentes do município de Pelotas-RS.

2. Definição das zonas para o mapeamento

- Para o conhecimento em nível de detalhe da vegetação e áreas verdes o perímetro urbano do município de Pelotas será dividido em zonas: Areal (Zona Leste), Barragem (Zona Oeste), Centro (Zona Central), Fragata (Zona Oeste), Laranjal (Zona Leste), Porto / São Gonçalo (Zona Sul), Três Vendas (Zona Norte), conforme definidas no sistema de territórios nº U-02 (Plano Diretor Municipal, Lei 6.636/2018, que modificou a Lei 5.502/2008), para a realização do mapeamento. A partir desta organização as equipes iniciam o planejamento para obtenção de dados e a execução do mapeamento a partir da vetorização dos fragmentos de vegetação identificados na área urbana do município.

3. Execução do levantamento e identificação das áreas verdes e dos remanescentes de vegetação nativa

- Mapeamento, com uso de imagens com alta resolução espacial (destaca-se que a primeira parte do desenvolvimento do projeto inclui a definição do tipo de imagem que será utilizada, considerando a resolução espacial e a disponibilidade para uso público) e caracterização dos remanescentes de vegetação nativa, com dados integrados a partir da vetorização dos fragmentos arbóreos. Esta etapa se concretiza com a obtenção dos dados gerados a partir dos arquivos gerados no Software Qgis, com a geração de mapas e demais produtos cartográficos.

4. Mapeamento de biótopos urbanos e definição da impermeabilização do solo

Esta etapa, que será realizada após o mapeamento dos fragmentos de vegetação consiste na definição da chave de biótopos, proposta a partir da adaptação da metodologia de mapeamento de biótopos, desenvolvida na Alemanha, a partir dos trabalhos de Schulte et al (1993) e introduzida no Brasil por Bedê et al (1997) e realizada em outros trabalhos por Lucas, Antunes e Figueiró, (2008) e Antunes e Figueiró (2011).

As etapas do mapeamento de biótopos compreendem:
- Elaboração de mapeamentos temáticos complementares, com vistas a subsidiar o diagnóstico ambiental da área e as discussões acerca da urbanização na área em estudo, abordando os conhecimentos dos diferentes campos de análise da geografia física;
- Análise dos elementos levantados em campo e caracterização do espectro representativo dos biótopos encontrados, segundo os seguintes critérios de avaliação:
I. Raridade do biótopo;
II. Primitividade (estado de conservação do biótopo quando comparado às suas condições primitivas);
III. Tamanho e forma do biótopo;
IV. Reversibilidade (capacidade de regeneração do ambiente);
Grau de ameaça (refere-se aos processos em curso que ameaçam a manutenção e a estabilidade do biótopo);
V. Funções ecológicas (relacionado às funções típicas que cada biótopo pode desempenhar, como: corredores faunísticos, sítios reprodutivos, refúgio de fauna em biótopos isolados, proteção contra erosão e assoreamento de corpos d’água, etc.).


- Elaboração e edição final do mapa, nos formatos analógico e digital, contendo a
distribuição dos biótopos identificados na zona urbana de Pelotas-RS.
- Avaliação final dos biótopos com a respectiva valoração e mapeamento. Nesta etapa, os biótopos deverão ser classificados em cinco categorias:
I-Biótopos altamente impactados;
II-Biótopos bastante impactados;
III-Biótopos com impacto mediano;
IV-Biótopos com baixo impacto;
V-Biótopos preservados.

5. Apresentação dos resultados: plataforma e manual da vegetação da área urbana do município

- A apresentação dos resultados prevê o cadastramento dos dados gerados no portal de Informações Geográficas da Prefeitura de Pelotas (GeoPelotas) e na ferramenta de Cadastro Ambiental Urbano (CAU), desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente. O CAU é uma ferramenta de georreferenciamento que apoia a identificação, mapeamento e qualificação das áreas verdes urbanas, em plataforma digital, e faz parte do Programa Cidades+Verdes. Desenvolvido em plataforma web e aplicativo, é possível, de forma gratuita, cadastrar as áreas verdes urbanas e os espaços potenciais para criação de novas áreas verdes. O aplicativo também permite a avaliação dos atributos de segurança, lazer, condição ambiental e a infraestrutura das áreas verdes.

- Apresentação dos resultados e das metodologias utilizadas na rede escolar do município, propiciando aos educadores a possibilidade de trabalhar com dados atualizados sobre as áreas verdes, além do conhecimento das técnicas cartográficas utilizadas para tratar da temática ambiental.

Indicadores, Metas e Resultados

Este projeto pretende contribuir na caracterização físico-ambiental da cidade de Pelotas, a partir da execução do levantamento e identificação de áreas verdes e dos remanescentes de vegetação nativa. Desta forma, os dados e materiais cartográficos gerados vão servir para o diagnóstico da situação ambiental e o desenvolvimento de políticas públicas, na perspectiva da preservação e/ou melhoria das condições das áreas verdes e o melhor planejamento destas áreas.
Espera-se também contribuir com dados e informações dos aspectos ambientais para a população em geral e a rede de ensino pública, o que vai ao encontro dos princípios da extensão universitária, que se concretiza com a ação da universidade junto à comunidade, o que possibilita o compartilhamento, com o público externo, do conhecimento adquirido por meio do ensino e da pesquisa desenvolvidos na instituição. Neste sentido, o projeto prevê resultados que envolvem ações de extensão, de pesquisa e de ensino que se conectam com o proposto para obtenção dos objetivos pretendidos:

- Realizar o mapeamento e inventário completo das áreas verdes da área urbana de Pelotas, identificando sua localização e dimensões;
- Realizar o mapeamento de biótopos urbanos e a identificação dos índices de impermeabilização do solo;
- Cadastrar uma base de dados com acesso público aos dados em informações geradas no portal de Informações Geográficas da Prefeitura de Pelotas (GeoPelotas) e na ferramenta de Cadastro Ambiental Urbano (CAU).

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ADRIANE DO AMARAL SAMPAIO
ADRIANO LUIS HECK SIMON2
CARLOS ALBERTO RIZZI
EDVANIA APARECIDA CORREA ALVES7
GABRIEL HORNER RODRIGUES
GRACIELI TRENTIN2
JOÃO MANOEL ACOSTA GOMES
JULIANA GABRIELA GERI MOREIRA
JURANDIR VIEIRA FRANCO
LUCAS PIRES FERREIRA
MAURICIO MEURER1
MOISES ORTEMAR REHBEIN7
ROBERTO LUIZ DOS SANTOS ANTUNES92
VANDA CARNEIRO DE CLAUDINO SALES1
Vaneza Barreto Pereira
Vinícius Bartz Schwanz

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