Nome do Projeto
A fronteira pelos fronteiriços
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/02/2017 - 31/12/2018
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão
Direitos individuais e coletivos
Resumo
De forma multidisciplinar, o projeto de extensão A fronteira pelos fronteiriços busca pensar a restituição a partir de várias áreas do conhecimento, como a Antropologia Social e Cultural, a Arqueologia, a Conservação, a Psicologia, a Comunicação Social e as Letras. A Antropologia da Restituição surge como resposta às exigências éticas e políticas do processo de pesquisa (VALE, 2014), enquanto a comunicação auxilia na externalização, feita através de uma exposição itinerante, dos dados científicos logrados. A proposta da construção da exposição sobre a Fronteira originou-se por meio do trabalho de conclusão de curso defendido no ano de 2015 por Isis Karinae Pereira (integrante da equipe do projeto) no Bacharelado em Antropologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que foi debatido durante as discussões da disciplina de Antropologia, Arqueologia e Comunidades o que reafirma a aproximação entre ensino, pesquisa e extensão. A proposta prevê uma exposição itinerante descrevendo a fronteira, a partir do cotidiano dos fronteiriços. O objetivo é retratar a fronteira pelos caminhos traçados pelos que vivem aquele lugar. A narrativa da exposição foi pensada em portunhol, de forma que a exposição possa tornar-se parte daquele lugar, por trazer relatos etnográficos apresenta-se como uma pesquisa colaborativa, que objetivou envolver os fronteiriços em sua construção, criando uma narrativa que expressa pertencimento.

Objetivo Geral

1) Realizar a divulgação científica para a comunidade da região da fronteira de trabalhos realizados no âmbito do Grupo de Estudos Etnográficos Urbanos -GEEUR do curso de Antropologia da Universidade Federal de Pelotas - UFPEL. 2) A partir de etnografias levar uma nova representação sobre fronteira para debate com a comunidade por meio da comunicação museológica. 3) Promover a elaboração, curadoria e itinerância de uma exposição sobre a temática em apresso. 4) Dialogar com escolas e centros de formação de docentes. 5) Valorizar o portunhol como um idioma regional. 6) Identificar estratégias de legitimação de identidades locais. 7) Discutir com a comunidade e meio acadêmico conceitos de marginalidade, periferia e fronteira. 8) Lograr parcerias com outras instituições. 9) Privilegiar debates com docentes enquanto multiplicadores. 10) Elabora Dossiê online sobre a exposição e as temáticas envolvidas que sirva como material de apoio para o trabalho em sala de aula.11) Realizar uma oficina de discussão para docentes multiplicadores.

Justificativa

. Buscou-se uma narrativa politicamente engajada que servisse para mostrar que os distintos modos de fazer, de habitar e de falar considerados não oficiais e contra os padrões dos Estados nacionais constitui-se numa cultura de fronteira. Acreditamos que uma escrita configurada de forma não convencional auxilie na revolução da ciência e se transforme numa ferramenta da comunidade para lutas próprias, buscando refletir sobre representatividade, ciência e política a partir da criação de uma narrativa. Pensamos a Fronteira além das definições dadas por dicionários e das demarcações realizadas pelos Estados nacionais. As diferenças das quais falam as definições são aquelas que o Estado instituiu e burocratizou. Esse “entre lugar” (CABRAL & NELSON, 1993) é rico em análise por apresentar peculiaridades e especificidades que fazem parte do cotidiano dos moradores, mas que se configuram como atos sociais contra-hegêmonicos compartilhados por outros espaços destinados às margens sociais. Entender algumas dessas particularidades e acrescentar a elas muitas outras é a intenção desse projeto. Nessa posição particular, que existe entre as cidades, são tecidas relações de aproximação, mas também de afastamentos, que podem ser comuns em uma fronteira seca, mas obedecem lógicas próprias, com os sentidos que os envolvidos lhes atribuem. Entender e valorizar a diversidade cultural presente nessa região é um dos desafios que se apresenta.

Metodologia

Por configurar-se uma pesquisa multidisciplinar o método escolhido para a pesquisa foi o PDCA, (Plan, Do, Check, Act) Planejar, Executar, Checar e Agir Corretivamente, um método de gerenciamento de atividade, visando um bom desempenho da equipe criado por Walter Shewhart em 1930. A proposta de pensar a exposição museal por esse método é de Marília Xavier Cury (2005). Na primeira etapa, Planejar, definimos as metas: realizar uma exposição Itinerante,organizar um Caderno Pedagógico que sirva de apoio pedagógico para se trabalhar a temática em sala de aula, relacionando a exposição com artigos com diferentes debates sobre a fronteira, além de uma oficina para docentes multiplicadores. O método para lograr os objetivos foi a análise de dados etnográficos da pesquisa “Yo naci nunafrontera donde se juntan dos pueblos”: Uma (auto)etnografia situada entre o Brasil e o Uruguai (Pereira, 2016), analisando-os e construindo uma narrativa com colaboração de moradores do lugar.
Na segunda etapa, Executar, ocorreram encontros para a análise dos dados etnográficos, e esboço das temáticas dos banners da exposição. Na terceira etapa, Verificar, a equipe foi até a fronteira e realizou uma pesquisa in locco, momento em que a exposição ganhou novas temáticas e verificou-se o interesse da comunidade, tanto pela exposição, quanto pelo Caderno Pedagógico; nesta etapa verificou-se tudo que foi realizado até o momento e foram discutidos os resultados das atividades pensando na montagem final da exposição. O último momento, Agir, está destinado a fazer as mudanças necessárias após a verificação, finalizar a narrativa dos banners e montar a exposição no lugar de destino.

Indicadores, Metas e Resultados

Elaborar uma Exposição e um Caderno Pedagógico. A exposição é composta por 5 Banners que trabalham temáticas como: viver na fronteira, o portunhol, o comercio, legalidades, os marcos e os Estados, entre outros. A exposição será doada para a Secretaria Municipal de Educação.
O Caderno Pedagógico será publicado em Dossiê da Revista online Tessituras da Pós Graduação em Antropologia da UFPEL. A escolha pela revista visou divulgar para um público mais amplo as discussões do projeto e facilitar o acesso das/os docentes ao material. Foram convidados autores de diferentes especialidades para contribuir com textos que servirão para discussão em sala e reflexão docente. O dossiê também apresentará exemplos de atividades possíveis a partir da exposição. Segue sumário provisório do dossiê:
APRESENTAÇÃO por Francisco Pereira Neto - Coordenador do GEEUR
CAPITULO 1 - O projeto A Fronteira pelos Fronteiriços
CAPITULO 2 - A exposição
CAPITULO 3 - A Fronteira das cidades de Santana do Livramento e Rivera
CAPITULO 4 - Ações preservacionistas no Museo del Patrimonio Regional de Rivera
CAPITULO 5 - Novos olhares para os museus e exposições
CAPITULO 6 - Antropologia e Educação
CAPITULO 7 - Vamos falar sobre o portuñol!
CAPITULO 8 - O portunhol em versos - trabalhos de artistas fronteiriços
CAPITULO 9 - A fronteira em imagens - Imagens da fronteira
CAPITULO 10 - Propostas pedagógicas a partir da exposição -Trabalhos possíveis em sala de aula

O projeto também prevê uma oficina de discussão e apresentação da exposição e dossiê junto a docentes multiplicadores.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
AMANDA DIAS WINTER
GUSTAVO FIORINI MARQUES
ISIS KARINAE SUAREZ PEREIRA
JACIANA MARLOVA GONCALVES ARAUJO
Juliano Gomides Domenegueti
LARISSA OSTERBERG DA CRUZ
LOUISE PRADO ALFONSO1
LUIZ AUGUSTO FONSECA DUARTE JUNIOR
MARCELA DOS SANTOS DODE
MARTHA RODRIGUES FERREIRA
MELINA MONKS DA SILVEIRA
TACIANE SILVEIRA SOUZA
VAGNER BARRETO RODRIGUES
VANESSA AVILA COSTA

Página gerada em 26/04/2024 23:12:11 (consulta levou 0.162385s)