Nome do Projeto
Do campo à cidade: tecendo reflexões sobre as mulheres nas ciências agrárias
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
22/03/2024 - 25/12/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
As mulheres sempre desempenharam atividades laborais distintas, seja no meio rural, seja no urbano. Nos últimos anos, graças ao movimento de discussão e lutas por emancipação política e econômica, a participação das mulheres na vida acadêmica, na vida produtiva urbana ou rural vem sendo questionada. Como subsídio, as pesquisas serão realizadas a partir do tema, a fim de compreender a dinâmica de gênero no Território da Serra dos Tapes, as demandas e potencialidades das mulheres na vida profissional nas diversas atividades que possam realizar no meio rural, especialmente aquelas ligadas à agricultura. Ademais, propõe-se que sejam organizadas rodas de conversa com o fim de discutir temas relacionados às mulheres nas ciências agrárias, gerando espaços de diálogo entre acadêmicos e acadêmicas, profissionais e agricultoras. Para isso, as envolvidas com o projeto, devem compartilhar de momentos para organizar e também discutir as teorias e conceitos que estão sendo produzidos na academia. Com isso, espera-se que as envolvidas, sejam professoras, estudantes, agricultoras, extensionistas e todas as pessoas que participem direta ou indiretamente sejam sensibilizadas pelas questões relacionadas às mulheres no mundo rural.

Objetivo Geral

Promover um espaço de discussão e que fomente o ensino, a pesquisa e a extensão acerca de temas relacionados às mulheres nas Ciências Agrárias, seja na universidade quanto no mundo profissional.

Justificativa

As mulheres sempre desempenharam atividades distintas, seja no meio rural, seja no urbano, configurando o que podemos denominar de dupla ou tripla jornada laboral. Muitas vezes, esses trabalhos foram invisibilizados pelo mercado, o que as subjugam a uma condição de subordinação e marginalização. Nos últimos anos, graças ao movimento de discussão e lutas por emancipação política e econômica, a participação das mulheres na vida acadêmica, na vida produtiva urbana ou rural vem sendo questionada. Ao passo que são reconhecidas as suas distintas atividades, passa-se também a valorizar e valorar tais atividades para que assim possam, perante uma sociedade capitalista, serem reconhecidas em seus direitos. Várias políticas públicas estão sendo desenhadas e implementadas para valorizar as mulheres em suas atividades e impulsionar que se tornem cada vez mais autônomas economicamente e socialmente. Discutir o papel das mulheres no espaço rural também colabora para que sejam protagonistas em seus espaços e que possam apoiar-se mutuamente para que os locais de convivência e de trabalho sejam menos desiguais.
No entanto, cabe salientar que essas novas experiências vivenciadas pelas mulheres, de autonomia e garantia de cidadania, nem sempre são bem assimiladas nos núcleos familiares e de trabalho, em função da perda do monopólio dos homens no gerenciamento da renda obtida, de alterações na divisão sexual do trabalho e de uma maior presença das mulheres na vida pública.
Nesse sentido, ainda que o trabalho das mulheres já não seja tão invisível, e que muitas tenham alcançado seu espaço na vida econômico-produtiva, ainda é desafiante abordar e alimentar a reflexão e o debate de propostas que vão além da geração de renda, que sejam sensíveis à outros aspectos dos processos de mudança social, tanto nos espaços rurais como urbanos, como a sobrecarga mental, violências, e outros que tange à qualidade de vida.
Neste sentido, promover espaços em que essas problemáticas possam ser analisadas, reelaboradas, criticadas e compreendidas, são uma das formas de garantir que as mulheres tenham suas vidas valorizadas e que haja maior igualdade em questão de trabalho, responsabilidade e remuneração entre os sexos. Ademais, é importante que essas discussões possam ser embasadas teoricamente e que possam refletir nas diferentes produções acadêmicas já conduzidas e nas que possam surgir a partir dessa retroalimentação da teoria com o mundo empírico.

Metodologia

Inicialmente, serão analisados os dados produzidos pelos órgãos oficiais sobre a estrutura demográfica do território da Serra dos Tapes, região serrana dos municípios de Pelotas, Arroio do Padre, Morro Redondo, Canguçu, São Lourenço do Sul e Turuçu (SODRE et al., 2021), bem como a ocupação, formação, renda, entre outros, no contexto temporal das últimas três décadas. A partir disso, pode-se então, analisar in loco o status da ocupação das mulheres rurais, suas demandas e expectativas em relação ao trabalho, a formação, ao lazer, entre outras. Essa pesquisa, demandará pesquisa documental e a campo, sendo qualitativa e quantitativa na abordagem dos problemas analisados.
A partir da interação entre os atores, outras pesquisas serão delineadas metodologicamente sempre que surgirem a demanda, seja a partir de um tema específico ou objeto de investigação, podendo ser uma pesquisa experimental, documental, estudo de caso, pesquisa-ação, entre outros.
As rodas de conversa ocorrerão de forma presencial ou híbrida (presencial e/ou transmitida virtualmente) bimensalmente com intuito de reunir professoras, estudantes, extensionistas rurais, agricultoras, gestoras e demais interessados e interessadas sobre temas variados ligados a discussão das mulheres nas Ciências Agrárias. Nesses espaços dar-se-á oportunidade para que as integrantes do projeto, em sua maioria estudantes, de participarem de forma ativa da organização e também da condução das atividades, a fim de que possam desenvolver habilidades múltiplas. Espera-se, também, que as rodas de conversa possam ser realizadas no espaço físico da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da UFPel e em outros, a fim de facilitar a participação da comunidade.
Para que possam ser operacionalizadas as rodas de conversa, propomos que haja encontros entre as participantes de forma mensal. Estes encontros também serão espaços de discussão teórica acerca de temas relacionados às rodas de conversa, sobre o feminismo e suas correntes teóricas, sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho das Ciências Agrárias, maternidade, distribuição de tarefas entre os sexos, gênero, entre outros que possam ser demandados pelas participantes.

Indicadores, Metas e Resultados

- Status da situação de gênero no Território da Serra dos Tapes, a partir dos dados demográficos das últimas três décadas, identificando os fluxos de pessoas e as ocupações mais buscadas no meio rural e urbano pelas mulheres.
- Acumulo teórico acerca dos temas ligados as mulheres no mundo rural e nos temas correlacionados, a fim de que as envolvidas no grupo possam utilizar tais conceitos em pesquisas e produções acadêmicas.
- aproximar a Academia das demandas da comunidade, especialmente feminina rural, a fim de qualificar a participação das mulheres em espaços de decisões.
- A qualificação do debate em torno de questões cruciais como a sustentabilidade no desenvolvimento e a relação com a emancipação das mulheres é relevante para o conjunto da sociedade brasileira, com reflexos importantes na agricultura, na proposição de estudos, de políticas pública e na qualidade de vida das populações rurais e urbanas;
- Espera-se produzir informes, resumos, artigos e demais produtos acadêmicos e técnicos acerca dos temas discutidos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANIELE CASTRO KONFLANZ
CAROLINE ZALAMENA
CHARLENE SANTANA FERREIRA
EDILMA FERNANDES DA SILVA1
LARISSA JACOBSEN DA ROCHA
MARIA REGINA CAETANO COSTA1
MARIELEN PRISCILA KAUFMANN7
PATRÍCIA MARTINS DA SILVA1
RAFAELA SANTOS DA SILVA

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