Nome do Projeto
App CaminhoVIVO: Inteligência Artificial, caminhadas e mapeamentos a margem das cidades da América do Sul
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
11/06/2024 - 31/12/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Resumo
O projeto visa criar o aplicativo CaminhoVIVO, alinhado às políticas públicas, por meio da integração de tecnologias de inteligência artificial para melhorar a caminhografia e o mapeamento de áreas nas margens das cidades sul-americanas. Este esforço inovador busca fortalecer as relações culturais, econômicas e produtivas dessas comunidades. A metodologia da caminhografia urbana orienta o desenvolvimento do aplicativo, dividido em dois anos de pesquisa. No primeiro ano - criar, incluem-se caminhadas às margens, desenho e implementação de banco de dados, desenvolvimento do aplicativo, intercâmbio entre instituições e seminários. O segundo ano - aplicar, envolve a implementação e testes do aplicativo, caminhadas adicionais às margens, intercâmbio, cursos de uso do aplicativo e seminários. O projeto é coordenado e desenvolvido pelos grupos de pesquisa "Cidade+Contemporaneidade" da UFPel e "Projeto, Arquitetura e Cidade" da UNESP.

Objetivo Geral

Criar o App CaminhoVivo, alinhado às diretrizes de políticas públicas, por meio da integração de tecnologias de inteligência artificial para aprimorar a caminhografia e mapeamento de áreas nas margens das cidades sul-americanas, com o propósito de fortalecer as relações culturais, econômicas e produtivas de tais comunidades de maneira inovadora e eficaz.

Justificativa

Nova possibilidade metodológica e tecnológica
Propõe-se a prática da caminhografia urbana - caminhar e cartografar – como método que possibilita a incursão do corpo pesquisador por esses territórios, que desenvolvam a criação de uma metodologia orgânica fundamentada na pedagogia de acolhimento, reconhecimento e análise sensível dos objetos em estudo. A construção dos saberes se ocorrerão pelas vivências em campo, que possibilitarão registros, diálogos e interações entre os pesquisadores e as comunidades tradicionais. Pretende-se: utilizar plataformas abertas de mídias locativas para o mapeamento colaborativo das comunidades; dialogar com pesquisadores nacionais e internacionais, ONGS, associações comunitárias, órgãos e agentes públicos; organizar seminários presenciais e remotos de debate dos problemas e pistas para novas políticas públicas; publicar em eventos e periódicos nacionais e internacionais os procedimentos e resultados da pesquisa. Para acompanhamento em tempo real e posterior, pretende-se desenvolver o App CaminhoVIVO, com o objetivo de utilizar caminhadas como uma forma de coletar dados e insights sobre as necessidades e oportunidades das áreas urbanas e periurbanas, a fim de informar o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes e sustentáveis.

Visibilidade das comunidades tradicionais em zonas urbanas
Os estudos sobre a produção do espaço urbano que se debruçam sobre as relações entre o velho continente hispano-português e a origem de nossas cidades, necessita de releitura e inclusões. Todos esses povos tradicionais são importantes produtores do espaço das cidades e vêm sendo relegados da nossa construção epistemológica (VIANA, 2008), buscando um descentramento teórico, não mais compreendendo-os como um elemento residual, mas como fundamental na construção das nossas formas espaciais urbanas, arquitetônicas e sociais. Concomitantemente, o Ministério da Cidadania e Secretaria Especial do Desenvolvimento Social, por meio do Decreto 6.040 de 7 de fevereiro de 2017, institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT), criada em um contexto de busca de reconhecimento e preservação de outras formas de organização social por parte do Estado.

Potencial de Inovação

Processos
O projeto aposta na criação de pistas para políticas públicas a partir de caminhografias urbanas, realizadas pela academia, comunidades tradicionais e gestores públicos; a partir de caminhadas e cartografias in loco, às margens da água e das ferrovias, urbanizadas, ou seja, buscando a inversão e a multiterritorialidade no processo metodológico da pesquisa e ações. Além de ampliar as ações em diferentes escalas: cidade, região e brasileiras; realizando trocas e intercâmbios entre o norte e sul do Brasil, de forma a apreender criticamente as complexidades espaciais, culturais e sociais da contemporaneidade.

Produtos
São previstos diversos novos produtos oriundos das etapas da pesquisa (1o. ano: criar e 2o. ano: aplicar): website interativo e repositório dos processos da pesquisa; exposição virtual-interativa no Instagram; exposição itinerante-transcultural; material didático-educativo sobre políticas públicas; mapeamentos sociais-locais. Todos desenvolvidos com ferramentas e plataformas livres e com implementação de novas funcionalidades). O principal produto do processo de pesquisa é o App CaminhoVIVO, atuando não apenas na atividade física e na exploração periurbana, mas também permitiria que os cidadãos contribuíssem ativamente para moldar o futuro das áreas periféricas por meio de suas caminhadas e observações.

Serviços
Disponibilização de novos canais de comunicação (on-line e presenciais) para as comunidades tradicionais, presentes no meio urbano se fazerem ouvidas e informadas sobre políticas públicas existentes e propostas no projeto no App CaminhoVIVO.

Caráter Multi ou Interdisciplinar:

A rede organizada conta com pesquisadores com formação multi/interdisciplinar entre as áreas de: arquitetura e urbanismo, artes, antropologia, planejamento urbano e regional, geografia, filosofia e educação. Todos atravessados por membros de ongs, associações, museus, órgãos e agentes públicos, comunidades tradicionais, moradores, etc. Produzindo pistas para políticas públicas urbanas e culturais, nas margens das águas e ferrovias, a partir de novas teorias do urbanismo (área predominante), política urbana, políticas públicas, antropologia urbana, fotografia, geografia urbana, ciências ambientais e cinema (áreas correlatas).

A perspectiva multi, inter e transdisciplinar é um dos objetivos desse projeto, quando a academia - pesquisadores e universidades - dão dizibilidade para a formação de novas políticas públicas, a partir de origens minorizadas, envolvendo comunidades e povos tradicionais - ribeirinhos, quilombolas, indígenas, etc - diretamente com agentes públicos - legislativo e executivo - num caminhografar juntos em caminhadas, conversas, seminários presenciais e remotos e exposições.

Além disso, potencializando a experiência, o projeto provoca a aproximação do interior do sul com o interior do norte do Brasil, buscando saberes e práticas nos confins de forma presencial e virtual, possibilitando interações múltiplas.

Metodologia

O método utilizado nas atividade da pesquisa é a “Caminhografia Urbana”, que conta na sua configuração com dois movimentos fundamentais: a cartografia e o caminhar (ROCHA; SANTOS, 2023) .

A cartografia tem sua gênese na filosofia da diferença deleuze-guattariana, que preconiza a construção de um mapa, o qual se distancia do conceito de mapa tradicional; propondo um mapa aberto e conectável (DELEUZE; GUATTARI, 1997).

O caminhar é desenvolvido a partir do conceito de transurbância, criado por Francesco Careri (2014), como sendo uma postura adotada durante o caminhar, uma política. Um modo de (re)conhecer territórios urbanos, atravessando-os, por entre público-privado, dentro-fora, interior-exterior, etc.

A caminhografia urbana, a partir da cartografia e do caminhar, busca mapear, desenhar, fotografar, filmar, narrar e conversar com a cidade na cidade, pensando nos lugares como produtores de subjetividade – na relação espaço-corpo –, sempre em processo; caminhando, explorando a cidade com o corpo atento, a partir de um deslocamento da experiência; registrando qualquer afecto que peça passagem, que provoque o pensamento.

Cabe ressaltar que a transformação dos resultados da pesquisa científica em políticas públicas é um processo complexo, mas essencial para garantir que a tomada de decisões seja baseada em evidências sólidas. Aqui estão algumas etapas envolvidas nesse processo:
Realização da pesquisa científica: A pesquisa científica é realizada para investigar um problema específico, coletar dados, analisá-los e obter conclusões. A pesquisa pode ser conduzida por cientistas, acadêmicos, instituições de pesquisa ou organizações governamentais.
Comunicação dos resultados: Após a conclusão da pesquisa, os resultados precisam ser comunicados de forma clara e acessível. Isso geralmente envolve a publicação de artigos científicos em revistas especializadas, apresentações em conferências ou simpósios e outras formas de disseminação acadêmica. Além disso, é importante que os resultados sejam comunicados de maneira compreensível para o público em geral.
Avaliação da relevância para as políticas públicas: Os resultados da pesquisa devem ser avaliados quanto à sua relevância para as políticas públicas. Isso envolve a análise de como os resultados da pesquisa se relacionam com questões e desafios existentes, a identificação dos atores e partes interessadas envolvidos e a compreensão de como os resultados da pesquisa podem contribuir para a formulação de políticas eficazes.
Engajamento de partes interessadas: É importante envolver as partes interessadas relevantes, como governos, formuladores de políticas, organizações não governamentais, especialistas na área e comunidades afetadas, na discussão e interpretação dos resultados da pesquisa. Isso ajuda a garantir que as perspectivas diversas sejam consideradas e que as políticas desenvolvidas sejam apropriadas e implementáveis.
Formulação de políticas: Com base nos resultados da pesquisa e no envolvimento das partes interessadas, as políticas públicas podem ser formuladas. Isso envolve a identificação de objetivos claros, a definição de estratégias e a elaboração de planos de ação concretos. As políticas devem levar em consideração os resultados da pesquisa, mas também considerar outros fatores, como viabilidade política, recursos disponíveis e restrições legais.
Implementação da política: Após a formulação, a política pública precisa ser implementada. Isso pode envolver a criação de leis, a alocação de recursos, a definição de programas e a coordenação de esforços entre diferentes atores governamentais e não governamentais. A implementação deve ser acompanhada de perto para garantir que os objetivos sejam alcançados.
Monitoramento e avaliação: É fundamental monitorar e avaliar continuamente a implementação da política e seus resultados. Isso ajuda a identificar possíveis lacunas ou problemas na implementação, bem como a avaliar o impacto da política nas questões que ela visa resolver. Os resultados dessa monitoria podem ser usados para ajustar a política, se necessário, ou para informar futuras políticas.
Vale ressaltar que o processo de transformação de resultados de pesquisa em políticas públicas pode variar de acordo com o contexto e as características específicas de cada situação. A colaboração entre pesquisadores, formuladores de políticas e partes interessadas é fundamental para garantir que as políticas sejam informadas pelas evidências científicas mais atualizadas e sejam eficazes na abordagem dos desafios enfrentados pela sociedade.

Indicadores, Metas e Resultados

O projeto visa promover o encontro entre comunidades nas margens, dividindo os procedimentos ao longo dos dois anos de pesquisa: no primeiro ano, focaremos na criação (exploratória e referencial), enquanto no segundo ano nos concentraremos na aplicação (interativa e experimental). Isso será realizado de acordo com os procedimentos metodológicos listados abaixo:

1o. ano: criar
Revisão bibliográfica e de experiências. Indicador 1: fichas de revisão das referências organizadas em arquivos.
Criação e manutenção de website da pesquisa para registro de todo o processo da pesquisa. Indicador 2: website na Wordpress da UFPel.
Desenho e implementação do banco de dados. Indicador 3: eficiência na recuperação de dados do banco de dados.
Ideias para o desenho do App CaminhoVIVO. Indicador 4: desenvolvimento do App CaminhoVivo.
Criação e manutenção de perfil do projeto no Instagram para exposição dos procedimentos e resultados. Indicador 5: conta no Instagram.
Levantamentos e mapeamentos preliminares. Indicador 6: relatórios de levantamentos e mapeamentos preliminares concluídos.
Missão 1: Caminhografia preliminar em Pelotas/RS, com a coleta de ideias para o App CaminhoVIVO. Indicador 7: relatório da Missão 1 em Pelotas/RS.
Missão 2: Caminhografia preliminar em Bauru/SP, com a coleta de ideias para o App CaminhoVIVO. Indicador 8: relatório da Missão 2 em Bauru/SP.
Missão 3: Caminhografia preliminar em Florianópolis/SC, com a coleta de ideias para o App CaminhoVIVO. Indicador 8: relatório da Missão 3 em Florianópolis/SC.
SEMINÁRIO I entre grupos de pesquisa (Rio Grande do sul e São Paulo com convidados internacionais), sobre resultados do 1o. ano: Criar e planejamento do 2o. ano: aplicar, (online), com avaliação do App CaminhoVIVO. Indicador 9: documentação do SEMINÁRIO I, incluindo apresentações, discussões e avaliação do App CaminhoVIVO.

2o. ano: CRIAR
Implementação da versão teste do App CaminhoVIVO. Indicador 10: testes com usuários do App.
Missão 4: Caminhografia com comunidades e gestores públicos em Pelotas, com App CaminhoVIVO. Indicador 11: relatório da Missão 3 em Pelotas, destacando o envolvimento das comunidades e gestores públicos e testes do App CaminhoVIVO durante a caminhografia.
Missão 5: Caminhografia com comunidades e gestores públicos em Bauru/SP, com App CaminhoVIVO. Indicador 12: relatório da Missão 4 em Bauru, destacando o envolvimento das comunidades e gestores públicos e testes do App CaminhoVIVO durante a caminhografia.
Análise da caminhografia urbana e criação de pistas para políticas públicas, com auxílio do App CaminhoVIVO. Indicador 13: relatório de análise da caminhografia urbana, incluindo insights e recomendações para políticas públicas derivadas do uso do App CaminhoVIVO.
SEMINÁRIO II entre grupos de pesquisa (Rio Grande do sul e São Paulo com convidados internacionais), apresentação de resultados (online). Indicador 14: documentação do SEMINÁRIO II, incluindo apresentações, discussões e feedback dos participantes sobre os resultados apresentados.
Disponibilização gratuita do App CaminhoVIVO em lojas de aplicativos. Indicador 15: número de downloads do aplicativo e feedback dos usuários após a disponibilização gratuita.
Organização e publicação de livro (e-book) e artigos em periódicos. Indicador 16: número de publicações realizadas e impacto das mesmas na comunidade acadêmica e profissional.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ADRIANA ARAUJO PORTELLA5
ALINE NASCIMENTO DOS SANTOS
ANDREA PAOLA FONDEVILA SALCEDO
EDUARDA AZEVEDO GONCALVES5
EDUARDO ROCHA10
GABRIELA DROPPA TRENTIN
Jaqueline Harumi Dias Takahashi
Jordana da Silva Berchon
MAURICIO COUTO POLIDORI5
MONIQUE GRECHI
OTAVIO MARTINS PERES5
OTÁVIO GIGANTE VIANA
RENATA BRAGA ZSCHORNACK

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