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As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios globais contemporâneos, com implicações significativas para a saúde pública e os ecossistemas. Na região sul do Brasil, a frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, como chuvas intensas e inundações, têm aumentado, causando impactos devastadores na população, infraestrutura e economia. Além disso, o aquecimento global está alterando os padrões de vapor d'água, influenciando diretamente a dinâmica climática e a ocorrência de eventos extremos.

Este projeto é justificado pela necessidade urgente de entender e mitigar os impactos das mudanças climáticas na saúde pública da região sul do Brasil. A avaliação das variações sazonais de vapor d'água, utilizando modelos climáticos de alta e baixa resolução (CMIP6), é crucial para prever cenários futuros e desenvolver estratégias de adaptação eficazes.

O vapor d'água é um gás de efeito estufa significativo que influencia o balanço energético da Terra e, consequentemente, o clima global. No hemisfério sul, há uma lacuna de conhecimento sobre como as variações sazonais de vapor d'água impactam a região sul do Brasil e como podem ser previstas com maior precisão utilizando modelos climáticos avançados.

Além disso, a relação entre estresse térmico e saúde pública é uma preocupação crescente. O aumento das temperaturas e a ocorrência de ondas de calor têm sido associados a uma maior incidência de doenças cardiovasculares, respiratórias e outras condições de saúde, resultando em um aumento das taxas de mortalidade. Portanto, é fundamental quantificar esses impactos e projetar cenários futuros para informar políticas de saúde pública e medidas de mitigação.

A utilização de dados de reanálises ERA5 e modelos climáticos do CMIP6, incluindo o hiRESMIP, permitirá uma análise detalhada e precisa das variações sazonais de vapor d'água e seus impactos. Esta abordagem integrada fornecerá uma compreensão abrangente das dinâmicas atmosféricas e oceânicas, permitindo a identificação de áreas vulneráveis e a formulação de estratégias de adaptação específicas para a região sul do Brasil.

Os eventos climáticos extremos, como chuvas intensas e inundações, têm impactos diretos e indiretos na saúde pública. Inundações podem levar a surtos de doenças transmitidas pela água, problemas de saúde mental devido à deslocação de populações e danos a infraestrutura de saúde, dificultando o acesso a cuidados médicos. Analisar a variação sazonal de vapor d'água e a capacidade dos modelos CMIP6 em prever essas mudanças é vital para preparar a região para eventos futuros.

Este projeto é essencial não apenas para a comunidade científica, mas também para os tomadores de decisão e gestores de políticas públicas. As conclusões derivadas deste estudo contribuirão para a formulação de políticas de saúde pública mais robustas e adaptativas, além de fortalecer a resiliência das comunidades locais frente às mudanças climáticas. Em última análise, este projeto visa proteger vidas e melhorar a qualidade de vida das populações vulneráveis, ao mesmo tempo em que avança o conhecimento científico sobre as interações complexas entre o clima, os oceanos e a saúde humana.

Ao entender melhor como o aquecimento dos oceanos e as variações sazonais de vapor d'água impactam a saúde pública e os eventos climáticos extremos, este estudo fornecerá informações críticas para a implementação de estratégias eficazes de mitigação e adaptação. Isso fortalecerá a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) para enfrentar os desafios decorrentes das mudanças climáticas e desenvolver estratégias eficazes de mitigação, garantindo um futuro mais seguro e saudável para a região sul do Brasil.

Coleta de Dados: Utilizar dados de estações meteorológicas do INMET, reanálises ERA5 e modelos climáticos do CMIP6 para avaliar as condições passadas e presentes. Dados de modelos CMIP6 serão utilizados para projeções futuras.

Modelagem Climática: Aplicar modelos CMIP6 em alta e baixa resolução e integrar com dados do hiRESMIP para analisar variações sazonais de vapor d'água.

Indicadores de Estresse Térmico: Calcular indicadores como Índice de Calor, Humidex e Índice de Clima Térmico Universal Interno.

Análise Epidemiológica: Investigar a relação entre estresse térmico e incidência de doenças cardiovasculares e taxas de mortalidade usando séries históricas de dados epidemiológicos a partir de dados do dataSus.
Correlação Oceano-Atmosfera: Avaliar a influência do aquecimento dos oceanos nas variações do vapor d'agua atmosférico e sua relação com o aumento do estresse térmico na região.

Indicadores:
Índice de Calor, Humidex, Índice de Clima Térmico Universal Interno
Dados epidemiológicos de doenças cardiovasculares e taxas de mortalidade
Dados de temperatura da superfície do mar (SST) e variabilidade de vapor d'água

Metas:
Publicar pelo menos dois artigos científicos em revistas de alto impacto.
Desenvolver um modelo preditivo de estresse térmico e saúde pública.
Fornecer recomendações para políticas públicas e estratégias de mitigação de riscos climáticos.

Resultados Esperados:
Identificação de áreas geográficas mais vulneráveis na região sul do Brasil.
Melhoria na capacidade de previsão de eventos extremos de precipitação e inundações.
Estabelecimento de correlações significativas entre estresse térmico e saúde pública.
Projeções detalhadas de variações sazonais de vapor d'água e seus impactos futuros até 2100.