Nome do Projeto
Estudo da cobertura vacinal contra poliomielite nas cidades-gêmeas brasileiras
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/08/2024 - 31/07/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A paralisia flácida aguda, comumente conhecida como poliomielite é uma doença infectocontagiosa viral aguda de início súbito, acometendo os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principais características flacidez muscular, arrefexia no segmento atingido, mas com sensibilidade preservada. O acometimento ocorre em aproximadamente 1% das infecções causadas pelo poliovírus, sendo de decurso do comprometimento irreversível.
São conhecidos 3 sorotipos de poliovírus selvagens: Poliovírus Selvagem tipo 1 (PVS1), Poliovírus Selvagem tipo 2 (PVS2) e Poliovírus Selvagem tipo 3 (PVS3). Desde 1989 o Brasil detectou o último caso brasileiro, na cidade de Sousa, na Paraíba. Em 1994 a Comissão Internacional de Cerificação da Erradicação da Poliomielite pertencente à Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) declarou interrompida a transmissão do poliovirus selvagem nas Américas. Atualmente 3 países, Afeganistão, Nigéria e Paquistão, são considerados endêmicos para o vírus selvagem.
Em 2000, foi identificado o poliovírus derivados da vacina tipo 1 (PDV-tipo 1) como a fonte de um surto de poliomielite paralítica na República Dominicana e no Haiti (Kew et al, 2002). A propagação internacional de cVDPV2 levou à transmissão também a Benim, Camarões, Chade, Costa do Marfim, Etiópia, Gana, Quénia e Togo (Macklin et al, 2020). A proporção de casos de poliomielite paralítica associada à vacina - Vaccine-associated paralytic poliomyelitis é de 4,7 casos por milhão de nascimentos (intervalo de 2,4 a 9,7), levando a uma estimativa da carga global anual de 498 casos (intervalo de 255 a 1.018) (Platt et al., 2014).
Os poliovírus derivados da vacina (PVDVs) têm sido um obstáculo conhecido para alcançar a erradicação da poliomielite e se tornaram um risco também para não vacinados, uma vez que se tornaram circulantes, portanto tem havido um esforço global renovado para fortalecer a vigilância de a detecção de casos e aumentar a cobertura vacinal contra a poliomielite (PAHO, 2021; Barceló et al., 2022). A orientação, é de se atingir e manter altos níveis de cobertura vacinal contra a poliomielite (≥95%), tanto a nível nacional como subnacional.
Nos últimos anos se tem observado queda expressiva da imunização anti-poliomielite o que pode propiciar o retorno da poliomielite no Brasil e no mundo, principalmente considerando-se a presença das linhagens circulantes PVDVs (Wu et al, 2018, WHO, 2022).
O Brasil é um país continental com diferenças regionais expressivas. Cujos planos gestores apresentam sucessos ou debilidades no planejamento e execução de metas quanto às áreas de desenvolvimento urbano, saúde e educação, dependendo da macrorregião em questão. Ainda em suas particularidades os estados da Região Sul, Centro Oeste e Norte fazem fronteira com os países vizinhos, possuindo 432 municípios que estão 100% inseridos na Faixa de Fronteira (https://ibge.gov.br/geociencias/organizacao-do-territorio/estrutura-territorial/24073-municipios-da-faixa-de-fronteira.ht-ml?=&t=o-que-e). O país reconhece 33 cidades gêmeas em suas fronteiras (BRASIL, 2014; BRASIL, 2021).
Em um recorte específico, Cidades Gêmeas, ou seja, municípios com população superior a 2.000 habitantes, cujo território municipal faz limite com o país vizinho, e sua sede se localiza na linha de fronteira, seja essa seca ou fluvial, que apresentem potencial de integração econômica e cultural, podendo ou não apresentar conurbação ou semi-conurbação com uma localidade do país vizinho.
Objetivo Geral
Avaliar a cobertura vacinal de cada cidade-gêmea, comparando-se com a cobertura vacinal de cada estado brasileiro e seu país vizinho, no interstício de 2013-2023.
Justificativa
Considerando-se a cobertura vacinal depende da adesão da população às campanhas de vacinação nacionais, e considerando-se que estas são diretamente influenciadas por questões sócio-culturais, cada uma das cidades gêmeas do território nacional deve refletir o resultado de cada miscigenação específica.
Metodologia
A metodologia será realizada de acordo com Donalisio et al (2022) que realizou estudo com delineamento ecológico sobre a cobertura vacinal para poliomielite com as técnicas de análise espacial e temporal. A técnica de análise espacial será realizada para identificação de diferenciais na distribuição da cobertura vacinal, segundo as faixas de metas do PNI (≥ 95%; 85 a 94; 70 a 84 e < 70%), nas 33 cidades irmãs, respectivas regiões de saúde a que pertencem e os dados de cobertura dos países vizinhos limítrofes, nos anos de 2013 a 2023, obtidos do sítio oficial da OMS Poliomyelitis vaccination coverage https://immunizationdata.who.int/pages/coverage/POL.html
Os dados de cobertura vacinal registrados pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) serão obtidos no sítio do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). No mesmo sítio, por meio do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), serão obtidos os dados sobre a população alvo. O IBP foi obtido do sítio do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS).
Também serão dados provenientes das respectivas secretarias municipais de saúde.
A magnitude da auto correlação espacial entre as regiões será estimada pelo índice de Moran global, em que valores próximos a zero indicam que as taxas de CV observadas são aleatoriamente distribuídas no espaço geográfico, sem a presença de aglomerados espaciais. O Indicador Local de Associação Espacial (LISA, Local Indicator of Spatial Association) possibilitará a identificação de padrões significativos de associação espacial, representando uma decomposição do índice global. O LISA classificará as Regiões de Saúde segundo os níveis de significância dos valores de seus índices locais em coberturas vacinais “alta-alta”, “baixa-baixa”, “alta/baixa” e “baixa/alta”. Regiões classificadas como “alta-alta” e “baixa-baixa” serão aquelas que possuem taxas de CV altas e baixas, respectivamente, e vizinhos com valores próximos. Regiões classificadas como “alta-baixa” e “baixa-alta” indicam associação negativa, ou seja, a localização possui vizinhos com valores distintos. As demais regiões serão classificadas como “não significantes”, ou seja, sem uma tendência espacial clara.
De acordo com o artigo 1º da resolução 510/2016 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, o estudo não exigirá aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa por utilizar exclusivamente dados secundários, anonimizados e de acesso público.
Os dados de cobertura vacinal registrados pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) serão obtidos no sítio do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). No mesmo sítio, por meio do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), serão obtidos os dados sobre a população alvo. O IBP foi obtido do sítio do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (CIDACS).
Também serão dados provenientes das respectivas secretarias municipais de saúde.
A magnitude da auto correlação espacial entre as regiões será estimada pelo índice de Moran global, em que valores próximos a zero indicam que as taxas de CV observadas são aleatoriamente distribuídas no espaço geográfico, sem a presença de aglomerados espaciais. O Indicador Local de Associação Espacial (LISA, Local Indicator of Spatial Association) possibilitará a identificação de padrões significativos de associação espacial, representando uma decomposição do índice global. O LISA classificará as Regiões de Saúde segundo os níveis de significância dos valores de seus índices locais em coberturas vacinais “alta-alta”, “baixa-baixa”, “alta/baixa” e “baixa/alta”. Regiões classificadas como “alta-alta” e “baixa-baixa” serão aquelas que possuem taxas de CV altas e baixas, respectivamente, e vizinhos com valores próximos. Regiões classificadas como “alta-baixa” e “baixa-alta” indicam associação negativa, ou seja, a localização possui vizinhos com valores distintos. As demais regiões serão classificadas como “não significantes”, ou seja, sem uma tendência espacial clara.
De acordo com o artigo 1º da resolução 510/2016 da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, o estudo não exigirá aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa por utilizar exclusivamente dados secundários, anonimizados e de acesso público.
Indicadores, Metas e Resultados
Meta
Espera-se obter
-100% (33) dos dados apresentados em sítios de vigilância epidemiológica.
-100% (33) de participação das secretarias municipais de saúde.
Resultados esperados
-100% (33) dos dados apresentados em sítios de vigilância epidemiológica.
-82% (27) de participação das secretarias municipais de saúde
Espera-se obter
-100% (33) dos dados apresentados em sítios de vigilância epidemiológica.
-100% (33) de participação das secretarias municipais de saúde.
Resultados esperados
-100% (33) dos dados apresentados em sítios de vigilância epidemiológica.
-82% (27) de participação das secretarias municipais de saúde
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANNA CAROLINA DA ROSA | |||
DULCINEA BLUM MENEZES | 9 | ||
LEDA MARGARITA CASTANO BARRIOS | 6 | ||
MARCUS VINICIUS MARQUES PEREIRA |
Recursos Arrecadados
Fonte | Valor | Administrador |
---|---|---|
Recursos próprios | R$ 5.000,00 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339035 - Serviços de Consultoria | R$ 500,00 |
339040 - Serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação Pessoa Jurídica | R$ 1.500,00 |
339039 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa Jurídica | R$ 3.000,00 |