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A constante busca em humanizar terapias tem evoluído, e as terapias não convencionais como a
assistida por animais tem sido associada a efeitos positivos na saúde humana, devido aos benefícios
mentais, sociais, cognitivos e ao bem-estar do paciente (SAPIN et al., 2018). Os animais são de suma
importância na socialização e na mudança de comportamento do ser humano, e o cão é o mais
utilizado devido a natural afeição pelas pessoas e facilidade no adestramento (MORI, 2018; DOTTI,
2014). De acordo com Foltin e Glenk (2023), a prevalência de pacientes com transtornos de saúde
mental é consideravelmente alta. Ainda, o projeto de extensão Pet Terapia desenvolvido na FVUFPel
de 2006 a 2021, realizou terapia e atividades de educação assistida por cães e proporcionou
inúmeros benefícios como a melhora na qualidade de vida, na saúde e bem-estar dos assistidos em
diversas instituições de saúde e ensino na região de abrangência da UFPel (NOBRE, 2017). A
participação do médico veterinário é fundamental, desde a seleção dos animais para o trabalho, até
o seu acompanhamento no decorrer das atividades, sendo responsável por monitorar a saúde e o
bem-estar dos animais e garantir, que possam interagir com segurança com os participantes
humanos. Desta forma, o desenvolvimento do projeto se justifica na retomada das atividades de
IAA, incluindo cães como co-terapeutas, objetivando uma proposta terapêutica adjuvante aos
métodos tradicionais que possa trazer melhorias para a qualidade de vida da população alvo,
considerando os princípios da saúde única e a preservação do bem estar animal.

Os animais serão selecionados dentre tutores que tenham interesse no Tema do Projeto, especialmente alunos e docentes da Faculdade de Veterinária, UFPel. Após a seleção, os animais serão treinados para condicioná-los a um comportamento adequado para atuação em instituições de ensino e saúde. Primeiramente serão realizadas reuniões para a liberação/autorização do desenvolvimento das IAAs pelos responsáveis de cada local. Os objetivos específicos serão discutidos na equipe e traçadas formas de atingi-los. As visitas aos locais ocorrerão, após agendamento e planejamento prévio das atividades junto aos responsáveis e profissionais dessas Instuições. As intervenções serão divulgadas em mídias sociais e dados serão coletados para publicação científica.
Treinamento da equipe será realizado semanalmente, sendo realizadas reuniões por área de trabalho para
treinamento e, uma vez por mês para estudo dos casos e definição das IAAS, com avaliação das ações e sugestões de modificações e melhorias.
Seleção dos Animais: Será aplicado o questionário C-BARQ (Canine Behavioural Assessment Research
Questionaire) que de acordo com Sakurama et al. (2023) é uma ferramenta que pode ser usada para avaliar e selecionar cães com comportamento adequado para atuação como co-terapeutas. Para reconhecimento desse comportamento, os tutores serão questionados quanto a ansiedade de separação (quando separado do tutor o animal late, choraminga ou apresenta agitação), reatividade (agressão direcionada a pessoas ou outros animais), medo ou ansiedade direcionado a pessoas estranhas, animais ou situações desconhecidas, comportamento anormal (lambe excessivamente pessoas ou objetos, ingere ou esfrega-se em dejetos ou outras substâncias), excitabilidade excessiva ao ouvir ruídos cotidianos (campainha, buzina, etc) ou ao andar de carro e apego excessivo ao tutor e membros da família.
Treinamento dos animais: Os cães selecionados passarão por treinamento semanal, que terá como
referência o projeto anterior (NOBRE, 2017) e consistirá, conforme Piñero et al. (2015) à instrução de comandos básicos (sentar, dar a pata, deitar e andar ao lado do condutor usando uma guia), dessensibilização, processo em que o animal é treinado a não reagir de forma indesejada ao ouvir diferentes ruídos (tráfego de carro, vozes altas e sons agudos) ao estar exposto ou em contato com diferentes pessoas e pessoas desconhecidas. O treinamento tem o intuito de condicioná-los a um comportamento adequado para atuação como co-terapeutas nas instituições de saúde na região de
abrangência da UFPel.
Avaliações: O projeto desenvolvido com a demanda existente será avaliado periodicamente pela equipe, pelos usuários e familiares ou
responsáveis.
Divulgação dos resultados: Durante todo o processo, os dados serão coletados e registrados referentes aos protocolos utilizados, e a divulgação será feita através de publicações, mídia social e participação em eventos.

Selecionar cães com perfis adequados para determinados tipos de atividades terapêuticas;
Traçar um perfil comportamental dos animais;
Treinar cães com comandos e condicioná-los a um comportamento adequado para
desenvolvimento das atividades;
Preparar e incrementar local para treino específico dos cães;
Assistência à saúde e bem estar dos animais utilizados;
Caracterizar os benefícios das intervenções assistidas por animais;
Avaliar o estresse dos cães incluídos no projeto, antes, durante e após o trabalho através de
questionários aplicados para tutores;
Promoção da melhora da qualidade de vida aos assistidos, através da diminuição do estresse e
desenvolvimento da comunicação, motricidade e cognição, usando o animal como mediador;
Estimular/Trabalhar desenvolvimento motor e cognitivo, assim como proporcionar a melhora da responsabilidade no autocuidado dos assistidos;
Qualificação da equipe dentro das IAAs e no desenvolvimento inter, trans e multidisciplinar;
Preparar materiais educativos e informativos para o desenvolvimento das atividades;
Identificar a percepção dos familiares frente à atividade/terapia assistida por animais;
Estabelecer uma aprendizagem para os discentes envolvidos focada nas realidades individuais com o desenvolvimento do espírito crítico, resultando na formação de recursos humanos.
Coletar dados para registro e divulgação dos resultados.