Nome do Projeto
Efeitos da farinha de Hermetia illucens na dieta de frangos de corte e do cloreto de benzalcônio sobre a microbiologia da cama aviária
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
27/09/2024 - 27/09/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A crescente busca por fontes proteicas alternativas e sustentáveis, como a farinha de insetos, tem promovido avanços significativos no desempenho zootécnico das aves. No entanto, pouco se sabe sobre os impactos dessa prática na microbiota da cama aviária. Por outro lado, agentes sanitizantes são ferramentas importantes para o controle de microrganismos patogênicos na produção de frangos de corte. O cloreto de benzalcônio, um composto da classe dos quaternários de amônio, é amplamente utilizado na desinfecção de ambientes devido à sua ação antimicrobiana de amplo espectro. Ele tem se mostrado eficaz contra bactérias gram-positivas, gram-negativas, fungos e alguns vírus, o que o torna adequado para a desinfecção de superfícies em áreas industriais, hospitalares e agrícolas. Contudo, há pouca informação na literatura científica sobre sua eficácia como bactericida, fungicida e oocida na produção de frangos de corte, especialmente na cama de frangos. Por essa razão, este estudo visa caracterizar a microbiota bacteriana e fúngica da cama aviária oriunda de um projeto que avaliou os efeitos da inclusão de farinha de Hermetia illucens no desempenho de frangos de corte, além de investigar a atividade bactericida, fungicida e oocida do cloreto de benzalcônio adicionado à cama, com o objetivo de promover biossegurança e otimizar o manejo sanitário na criação de aves.
Objetivo Geral
Estudar o impacto da inclusão de farinha de Hermetia illucens na ração de frangos de corte sobre o perfil microbiológico da cama aviária e avaliar a aplicação de produtos sanitizantes à base de cloreto de benzalcônio durante o vazio sanitário na sobrevivência de bactérias, fungos e oocistos de protozoários.
Justificativa
A crescente preocupação com a biossegurança em sistemas intensivos de criação de frangos de corte exige novas abordagens para otimizar o manejo sanitário das granjas. A inclusão de farinha de insetos na alimentação das aves vem sendo amplamente estudada pelos benefícios zootécnicos que proporciona, mas os impactos microbiológicos no ambiente de criação, especialmente na cama aviária, são pouco conhecidos. A cama aviária pode ser um reservatório de microrganismos patogênicos, influenciando a saúde das aves e a biossegurança do sistema produtivo. Portanto, as avaliações microbiológicas dos tratamentos aplicados à cama de frangos de corte são fundamentais para garantir a segurança e a sustentabilidade da produção. Este estudo contribuirá para o entendimento do potencial de redução de patógenos na cama aviária e, consequentemente, para a melhoria da saúde animal e da qualidade ambiental na produção avícola.
A farinha de H. illucens é rica em proteínas, lipídios e compostos bioativos que podem influenciar a microbiota intestinal das aves. Alterações na microbiota intestinal podem modificar o tipo de excreção das aves, impactando a cama, já que as fezes carregam microrganismos. Ademais, as dietas com farinha de inseto podem alterar a quantidade e o perfil de nutrientes excretados pelas aves (como nitrogênio e matéria orgânica). Isso pode criar um ambiente mais favorável ou desfavorável para o crescimento de certas populações bacterianas e fúngicas. Além disso a farinha de H. illucens contém ácidos graxos de cadeia curta e compostos antimicrobianos naturais que podem inibir o crescimento de patógenos, como Escherichia coli e Salmonella. Isso pode reduzir a carga de bactérias patogênicas na cama. Por outro lado, as alterações na excreção de ácidos graxos e outros compostos podem influenciar o pH e a umidade da cama, dois fatores críticos que afetam o desenvolvimento de fungos e bactérias. Uma cama mais ácida ou mais seca pode inibir o crescimento de fungos, como Aspergillus, e de bactérias oportunistas. A inclusão de H. illucens também pode promover o crescimento de bactérias benéficas, como lactobacilos, que competem com patógenos e fungos indesejáveis, ajudando a controlar sua proliferação na cama.
O uso de desinfetante à base de cloreto de benzalcônio pode reduzir a carga microbiana na cama aviária devido a sua ação antimicrobiana de amplo espectro: O cloreto de benzalcônio é um quaternário de amônio, eficaz contra bactérias gram-positivas, gram-negativas, fungos e alguns vírus. Ele age rompendo a membrana celular dos microrganismos, causando a saída de componentes intracelulares essenciais, levando à morte celular. Esse composto pode manter sua eficácia mesmo em presença de matéria orgânica ajudando a reduzir a contaminação em superfícies que contenham excreções e restos de ração. O cloreto de benzalcônio tem efeito residual, ou seja, continua a atuar por um certo período após a aplicação, reduzindo a recolonização de microrganismos patogênicos ou indesejáveis, como Escherichia coli, Salmonella e Aspergillus. Por outro lado, o desinfetante pode atuar sobre a umidade e pH da cama criando um ambiente menos propício ao crescimento de fungos e bactérias.
A farinha de H. illucens é rica em proteínas, lipídios e compostos bioativos que podem influenciar a microbiota intestinal das aves. Alterações na microbiota intestinal podem modificar o tipo de excreção das aves, impactando a cama, já que as fezes carregam microrganismos. Ademais, as dietas com farinha de inseto podem alterar a quantidade e o perfil de nutrientes excretados pelas aves (como nitrogênio e matéria orgânica). Isso pode criar um ambiente mais favorável ou desfavorável para o crescimento de certas populações bacterianas e fúngicas. Além disso a farinha de H. illucens contém ácidos graxos de cadeia curta e compostos antimicrobianos naturais que podem inibir o crescimento de patógenos, como Escherichia coli e Salmonella. Isso pode reduzir a carga de bactérias patogênicas na cama. Por outro lado, as alterações na excreção de ácidos graxos e outros compostos podem influenciar o pH e a umidade da cama, dois fatores críticos que afetam o desenvolvimento de fungos e bactérias. Uma cama mais ácida ou mais seca pode inibir o crescimento de fungos, como Aspergillus, e de bactérias oportunistas. A inclusão de H. illucens também pode promover o crescimento de bactérias benéficas, como lactobacilos, que competem com patógenos e fungos indesejáveis, ajudando a controlar sua proliferação na cama.
O uso de desinfetante à base de cloreto de benzalcônio pode reduzir a carga microbiana na cama aviária devido a sua ação antimicrobiana de amplo espectro: O cloreto de benzalcônio é um quaternário de amônio, eficaz contra bactérias gram-positivas, gram-negativas, fungos e alguns vírus. Ele age rompendo a membrana celular dos microrganismos, causando a saída de componentes intracelulares essenciais, levando à morte celular. Esse composto pode manter sua eficácia mesmo em presença de matéria orgânica ajudando a reduzir a contaminação em superfícies que contenham excreções e restos de ração. O cloreto de benzalcônio tem efeito residual, ou seja, continua a atuar por um certo período após a aplicação, reduzindo a recolonização de microrganismos patogênicos ou indesejáveis, como Escherichia coli, Salmonella e Aspergillus. Por outro lado, o desinfetante pode atuar sobre a umidade e pH da cama criando um ambiente menos propício ao crescimento de fungos e bactérias.
Metodologia
Logo após a conclusão do estudo de campo na avaliação do desempenho e retirada total dos frangos de corte do biotério Prof. Renato Rodrigues Peixoto do depto. de Zootecnia (Projeto 7938 COCEPE UFPEL) serão coletadas amostras das camas usadas (dia Zero) para a contagem de bactérias, fungos e oocistos de certos parasitas, como os protozoários do gênero Eimeria (causadores da coccidiose). Após a coleta das amostras no dia zero, as camas receberão os tratamentos sanitizantes para o vazio sanitário. Em seguida, serão coletadas amostras nos dias 3, 6, 9 e 12 após a aplicação dos tratamentos, para análises microbiológicas realizadas em duplicata.
As amostras de cama serão coletadas de cinco pontos fixos dentro de cada boxe (unidade experimental), escolhidos de maneira estratégica, para que fiquem afastados de comedouros e bebedouros, usando toda a espessura da cama, formando uma amostra simples de cada tratamento.
No dia zero amostras de cama serão coletadas para a determinação de microbioma realizados no laboratório da Neoprospecta®.
No Laboratório de Microbiologia do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDTec) UFPEL serão processadas as amostras de cama para a determinação do perfil microbiológico. Para o processamento de cada amostra, uma alíquota de 1 g será utilizada para contagem microbiana. Essa alíquota de 1 g será diluída em 9 mL de água destilada estéril e, a partir desta, 100 µL serão semeados na superfície do meio de cultura com uma alça de Drigalski em placas de Petri contendo as diluições seriadas de 10-7 no meio Brain Heart Infusion Agar (BHI), 10-6 Mac Conkey (Acumedia®), 10-6 no meio Chapman (Acumedia®) e meio agar Sabouraud. As alíquotas serão semeadas em duplicata nos três meios de culturas e incubadas em estufa bacteriana à 37ºC por 24h. Após esse período, será realizada a contagem de unidades formadoras de colônias (UFC/mL). Para avaliar o número total de bactérias será considerado o crescimento no meio BHI, para a contagem de stafilococus no meio Chapman e para Enterobacteriaceae o crescimento no meio MacConkey e para o crescimento de fungos o meio ágar Sabouraud.
Amostras de cama serão coletadas e colocadas em sacos plásticos para posterior processamento. Para a preparação dos oocistos, três alíquotas de cada amostra serão separadas e diluídas em dicromato de potássio aquoso a 2,5% (K2Cr2O7) e mantidas em placas de Petri para esporulação em temperatura ambiente. Após a esporulação, os oocistos serão recuperados por centrifugação com solução saturada de açúcar e utilizados em análises subsequentes. Para contagem de oocistos, será utilizado um microscópio binocular Carl Zeiss com objetivo de imersão (100x). O número de oocistos por grama de fezes (OPG) será então determinado.
Também serão coletadas amostras de cama de cada unidade experimental para avaliação do pH e umidade no laboratório de nutrição animal –FAEM/UFPEL. Para o pH, serão pesadas 9 g de cama em balança analítica digital e misturadas 60 mL de água destilada, então realizava-se a leitura do pH em pHMetro Microprocessado de bancada da marca QUIMIS. As amostras de cama serão pesadas em balança analítica digital e colocadas em estufa de circulação forçada de ar por 24 horas. Após será realizada a pesagem final do material e para o cálculo de teor de umidade será utilizada a seguinte fórmula:
Porcentagem de umidade= (Peso inicial da amostra−Peso seco da amostra/ Peso inicial da amostra) ×100
As amostras de cama serão coletadas de cinco pontos fixos dentro de cada boxe (unidade experimental), escolhidos de maneira estratégica, para que fiquem afastados de comedouros e bebedouros, usando toda a espessura da cama, formando uma amostra simples de cada tratamento.
No dia zero amostras de cama serão coletadas para a determinação de microbioma realizados no laboratório da Neoprospecta®.
No Laboratório de Microbiologia do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDTec) UFPEL serão processadas as amostras de cama para a determinação do perfil microbiológico. Para o processamento de cada amostra, uma alíquota de 1 g será utilizada para contagem microbiana. Essa alíquota de 1 g será diluída em 9 mL de água destilada estéril e, a partir desta, 100 µL serão semeados na superfície do meio de cultura com uma alça de Drigalski em placas de Petri contendo as diluições seriadas de 10-7 no meio Brain Heart Infusion Agar (BHI), 10-6 Mac Conkey (Acumedia®), 10-6 no meio Chapman (Acumedia®) e meio agar Sabouraud. As alíquotas serão semeadas em duplicata nos três meios de culturas e incubadas em estufa bacteriana à 37ºC por 24h. Após esse período, será realizada a contagem de unidades formadoras de colônias (UFC/mL). Para avaliar o número total de bactérias será considerado o crescimento no meio BHI, para a contagem de stafilococus no meio Chapman e para Enterobacteriaceae o crescimento no meio MacConkey e para o crescimento de fungos o meio ágar Sabouraud.
Amostras de cama serão coletadas e colocadas em sacos plásticos para posterior processamento. Para a preparação dos oocistos, três alíquotas de cada amostra serão separadas e diluídas em dicromato de potássio aquoso a 2,5% (K2Cr2O7) e mantidas em placas de Petri para esporulação em temperatura ambiente. Após a esporulação, os oocistos serão recuperados por centrifugação com solução saturada de açúcar e utilizados em análises subsequentes. Para contagem de oocistos, será utilizado um microscópio binocular Carl Zeiss com objetivo de imersão (100x). O número de oocistos por grama de fezes (OPG) será então determinado.
Também serão coletadas amostras de cama de cada unidade experimental para avaliação do pH e umidade no laboratório de nutrição animal –FAEM/UFPEL. Para o pH, serão pesadas 9 g de cama em balança analítica digital e misturadas 60 mL de água destilada, então realizava-se a leitura do pH em pHMetro Microprocessado de bancada da marca QUIMIS. As amostras de cama serão pesadas em balança analítica digital e colocadas em estufa de circulação forçada de ar por 24 horas. Após será realizada a pesagem final do material e para o cálculo de teor de umidade será utilizada a seguinte fórmula:
Porcentagem de umidade= (Peso inicial da amostra−Peso seco da amostra/ Peso inicial da amostra) ×100
Indicadores, Metas e Resultados
conhecer a eficácia dos tratamentos sanitizantes aplicados às camas de frango em diferentes momentos (dias 3, 6, 9 e 12) após a retirada dos animais.
Determinar o perfil microbiológico das camas usadas antes e após a aplicação dos tratamentos, incluindo a contagem de unidades formadoras de colônias (UFC) de diferentes grupos microbianos (bactérias totais, Staphylococcus, Enterobacteriaceae e fungos).
Conhecer o número de oocistos presentes nas amostras de cama de acordo com os tratamentos.
Determinar o pH e o teor de umidade das camas de frango para entender como esses fatores podem influenciar a sobrevivência microbiana e a eficácia dos tratamentos sanitizantes.
Conhecer o microbioma das camas no dia zero, antes dos tratamentos sanitizantes, para caracterizar o efeito das dietas dos frangos de corte sobre população microbiana inicial.
Determinar o perfil microbiológico das camas usadas antes e após a aplicação dos tratamentos, incluindo a contagem de unidades formadoras de colônias (UFC) de diferentes grupos microbianos (bactérias totais, Staphylococcus, Enterobacteriaceae e fungos).
Conhecer o número de oocistos presentes nas amostras de cama de acordo com os tratamentos.
Determinar o pH e o teor de umidade das camas de frango para entender como esses fatores podem influenciar a sobrevivência microbiana e a eficácia dos tratamentos sanitizantes.
Conhecer o microbioma das camas no dia zero, antes dos tratamentos sanitizantes, para caracterizar o efeito das dietas dos frangos de corte sobre população microbiana inicial.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALINE ARASSIANA PICCINI ROLL | 4 | ||
ANA VITÓRIA COSTA | |||
ANDRÉ SILVEIRA DA SILVA | 2 | ||
CAMILA VON MÜHLEN | |||
EDUARDO GONCALVES XAVIER | 2 | ||
FABIO PEREIRA LEIVAS LEITE | 3 | ||
JOYCE PEREIRA LOPES | |||
NEIDA LUCIA CONRAD | |||
VICTOR FERNANDO BUTTOW ROLL | 7 |