Nome do Projeto
Trajetórias de depressão materna e duração, eficiência e qualidade do sono, excesso de peso e depressão aos 18 anos, na Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
13/11/2024 - 28/02/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A adolescência é uma fase do ciclo vital em que, além das mudanças físicas,
facilmente identificáveis (como o estirão do crescimento e desenvolvimento de
caracteres sexuais secundários), ocorrem também mudanças fisiológicas e
comportamentais. Em comparação à infância, por exemplo, o tempo necessário de
sono, para que um adequado descanso seja atingido, diminui na adolescência. A
National Sleep Fundation recomenda 7 a 9 horas de sono por dia para adolescentes
e jovens adultos entre 18-25 anos. Mudanças em aspectos físicos, como medidas
antropométricas são encontradas nessa fase do ciclo vital, sendo, por exemplo,
natural um aumento do índice de massa corporal (IMC). A saúde mental também
passa por mudanças nessa faixa etária. Sendo considerada “a doença do século”, a
depressão é um importante fator responsável pela perda de capital humano, seja
através da menor escolaridade alcançada, atraso na independência financeira ou por
dependência afetiva. Entre as exposições pouco exploradas para a ocorrência de
problemas de sono, excesso de peso e depressão na adolescência encontra-se a
depressão materna. A depressão é uma doença crônica de grande impacto na vida
das pessoas e na saúde pública. Há evidências na literatura de um amplo leque de
consequências negativas da depressão materna sobre a saúde dos filhos. Assim, esta
tese tem como objetivo investigar a associação da trajetória de depressão materna
crônica grave, coletada em sete acompanhamentos da Coorte de Nascimentos de
Pelotas de 2004 (3, 12, 24 e 48 meses e 6, 11 e 15 anos de idade) com a duração (o
tempo total passado na cama até acordar no dia seguinte, descontado o tempo de
latência e a duração total dos despertares noturnos), qualidade autorreferida
(pergunta extraída do Pittsburgh Sleep Quality Index - PSQI: “Pensando no mês
passado, como você classifica a qualidade de seu sono de maneira geral?”) e
eficiência do sono (a porcentagem de tempo de sono alcançado entre a hora de dormir
e a hora de acordar), excesso de peso (IMC 325kg/m2) e depressão (conforme o Mini
International Neuropsychiatric Interview), aos 18 anos de idade.
Objetivo Geral
Investigar a associação entre a trajetória de depressão materna crônica grave
entre 3 meses e 15 anos após o nascimento dos filhos e parâmetros do sono, excesso
de peso e depressão aos 18 anos de idade.
entre 3 meses e 15 anos após o nascimento dos filhos e parâmetros do sono, excesso
de peso e depressão aos 18 anos de idade.
Justificativa
Os desfechos a serem analisados são complexos e de grande importância para
o capital humano e saúde pública. Distúrbios nos parâmetros do sono (duração
insuficiente, ineficiência e sono de má qualidade) estão negativamente associados a
funções cerebrais, como memória e humor, e a saúde em geral (DUTIL; WALSH;
FEATHERSTONE; GUNNELL et al., 2018). Da mesma forma, diminuir a prevalência
de excesso de peso entre crianças e adolescentes é uma das ações estratégicas para
a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis no Brasil (MALTA; SILVA JR,
2013), tamanha a importância desse fator para tais agravos. A depressão teve uma
prevalência global estimada em 2019, através de estudo realizado com dados de
inquéritos de países de baixa, média e alta renda, de 274,80 milhões (IC95% 241,28
a 312,77), representando um aumento de 59% novos casos de depressão maior, em
relação a 1990 (YAN; ZHANG; WANG; YAN et al., 2024).
Um estudo planejado para investigar o curso da depressão materna nos
primeiros dois anos pós-parto entre 2.863 mulheres brasileiras inscritas em um
programa de transferência de renda, o EPDS foi aplicado inicialmente no primeiro ano
(em média 3,7 meses pós-parto) e, posteriormente, no segundo ano (em média 18,6
meses pós-parto). A prevalência de depressão materna (EPDS 310) foi de 26,4%
(IC95% 24,8-28,1%) no primeiro ano e 24,4% (IC95% 22,8-26,0%) no segundo. A
persistência dos sintomas depressivos entre o primeiro e segundo ano foi de 14,1%
(IC95%11,3-17,6%), indicando que cerca de metade das mulheres com depressão no
segundo ano eram casos persistentes de depressão pós-parto(SANTOS;
BLUMENBERG; MUNHOZ; MATIJASEVICH et al., 2023).
A duração, eficiência e qualidade do sono, excesso de peso e depressão na
adolescência são desfechos de grande relevância para o indivíduo, capital humano e
para a saúde pública. Na revisão da literatura, não foram encontradas meta-análises
investigando a associação entre depressão materna e parâmetros de sono ou excesso
de peso em crianças. Sobre a associação entre depressão materna e depressão na
adolescência, foi localizada apenas uma meta-análise composta por somente quatro
estudos conduzidos entre adolescentes e adultos (CHITHIRAMOHAN; ESLICK,
2023).
Há, portanto, uma grande lacuna no conhecimento sobre as consequências da
depressão materna sobre o sono, estado nutricional e saúde mental na adolescência.
A atual tese poderá juntar evidências de que os prejuízos da depressão materna sobre
a saúde física e mental dos filhos estende-se até o final da adolescência, uma
importante lacuna na atual literatura. Os sintomas depressivos maternos podem ser
detectados e manejados mais cedo, em consultas de puericultura por exemplo, em
ambientes de atenção primária a saúde, assim prevenindo prejuízos à geração
seguinte e interrompendo o ciclo intergeracional dessa condição.
o capital humano e saúde pública. Distúrbios nos parâmetros do sono (duração
insuficiente, ineficiência e sono de má qualidade) estão negativamente associados a
funções cerebrais, como memória e humor, e a saúde em geral (DUTIL; WALSH;
FEATHERSTONE; GUNNELL et al., 2018). Da mesma forma, diminuir a prevalência
de excesso de peso entre crianças e adolescentes é uma das ações estratégicas para
a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis no Brasil (MALTA; SILVA JR,
2013), tamanha a importância desse fator para tais agravos. A depressão teve uma
prevalência global estimada em 2019, através de estudo realizado com dados de
inquéritos de países de baixa, média e alta renda, de 274,80 milhões (IC95% 241,28
a 312,77), representando um aumento de 59% novos casos de depressão maior, em
relação a 1990 (YAN; ZHANG; WANG; YAN et al., 2024).
Um estudo planejado para investigar o curso da depressão materna nos
primeiros dois anos pós-parto entre 2.863 mulheres brasileiras inscritas em um
programa de transferência de renda, o EPDS foi aplicado inicialmente no primeiro ano
(em média 3,7 meses pós-parto) e, posteriormente, no segundo ano (em média 18,6
meses pós-parto). A prevalência de depressão materna (EPDS 310) foi de 26,4%
(IC95% 24,8-28,1%) no primeiro ano e 24,4% (IC95% 22,8-26,0%) no segundo. A
persistência dos sintomas depressivos entre o primeiro e segundo ano foi de 14,1%
(IC95%11,3-17,6%), indicando que cerca de metade das mulheres com depressão no
segundo ano eram casos persistentes de depressão pós-parto(SANTOS;
BLUMENBERG; MUNHOZ; MATIJASEVICH et al., 2023).
A duração, eficiência e qualidade do sono, excesso de peso e depressão na
adolescência são desfechos de grande relevância para o indivíduo, capital humano e
para a saúde pública. Na revisão da literatura, não foram encontradas meta-análises
investigando a associação entre depressão materna e parâmetros de sono ou excesso
de peso em crianças. Sobre a associação entre depressão materna e depressão na
adolescência, foi localizada apenas uma meta-análise composta por somente quatro
estudos conduzidos entre adolescentes e adultos (CHITHIRAMOHAN; ESLICK,
2023).
Há, portanto, uma grande lacuna no conhecimento sobre as consequências da
depressão materna sobre o sono, estado nutricional e saúde mental na adolescência.
A atual tese poderá juntar evidências de que os prejuízos da depressão materna sobre
a saúde física e mental dos filhos estende-se até o final da adolescência, uma
importante lacuna na atual literatura. Os sintomas depressivos maternos podem ser
detectados e manejados mais cedo, em consultas de puericultura por exemplo, em
ambientes de atenção primária a saúde, assim prevenindo prejuízos à geração
seguinte e interrompendo o ciclo intergeracional dessa condição.
Metodologia
Este projeto será implementado com dados da Coorte de Nascimentos de
Pelotas de 2004, um estudo observacional longitudinal prospectivo. Os participantes
da coorte foram arrolados entre 1o de janeiro e 31 de dezembro de 2004, tendo sido
incluídos 4.231 recém-nascidos vivos. Após o nascimento, os membros da coorte
foram reavaliados aos 3, 12, 24 e 48 meses e aos 6, 11, 15 e 18 anos de idade, com
taxas de acompanhamento, respectivamente, de 99,2%, 95,7%, 94,3%, 93,5%,
92,0%, 90,2%, 86,6%, 50,4% e 85,0%. O acompanhamento dos 18 anos foi realizado
de maneira presencial entre 21 de fevereiro e 30 de dezembro de 2022, no Centro de
Pesquisas Epidemiológicas (CPE), da Universidade Federal de Pelotas.
Pelotas de 2004, um estudo observacional longitudinal prospectivo. Os participantes
da coorte foram arrolados entre 1o de janeiro e 31 de dezembro de 2004, tendo sido
incluídos 4.231 recém-nascidos vivos. Após o nascimento, os membros da coorte
foram reavaliados aos 3, 12, 24 e 48 meses e aos 6, 11, 15 e 18 anos de idade, com
taxas de acompanhamento, respectivamente, de 99,2%, 95,7%, 94,3%, 93,5%,
92,0%, 90,2%, 86,6%, 50,4% e 85,0%. O acompanhamento dos 18 anos foi realizado
de maneira presencial entre 21 de fevereiro e 30 de dezembro de 2022, no Centro de
Pesquisas Epidemiológicas (CPE), da Universidade Federal de Pelotas.
Indicadores, Metas e Resultados
ARTIGOS PROPOSTOS
Artigo analítico
Depressão materna crônica grave ao longo da infância e adolescência e parâmetros
do sono aos 18 anos na Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004
Artigo analítico
Depressão materna crônica grave ao longo da infância e adolescência e excesso de
peso aos 18 anos na Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004
Artigo analítico
Depressão materna crônica grave ao longo da infância e adolescência e depressão
aos 18 anos na Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004
Artigo analítico
Depressão materna crônica grave ao longo da infância e adolescência e parâmetros
do sono aos 18 anos na Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004
Artigo analítico
Depressão materna crônica grave ao longo da infância e adolescência e excesso de
peso aos 18 anos na Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004
Artigo analítico
Depressão materna crônica grave ao longo da infância e adolescência e depressão
aos 18 anos na Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALICIA MATIJASEVICH MANITTO | |||
INA DA SILVA DOS SANTOS | 2 | ||
Priscila da Silva Echevarria |