Nome do Projeto
Ultraprocessados e obesidade: influência do consumo de alimentos ultraprocessados no desenvolvimento de sobrepeso e obesidade em adultos
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
03/02/2025 - 30/04/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A obesidade, definida pela Organização Mundial da Saúde como o excesso de gordura corporal, pode causar inflamação e é uma doença crônica não transmissível que eleva o risco de várias condições, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O diagnóstico é frequentemente feito pelo Índice de Massa Corporal (IMC), com valores iguais ou superiores a 30 kg/m². Além disso, a circunferência do pescoço se mostra uma ferramenta eficaz para rastrear sobrepeso. A obesidade é uma ameaça global à saúde pública, exacerbada por estilos de vida sedentários e o crescente consumo de alimentos ultra processados, que substituem alimentos tradicionais. Os hábitos alimentares são influenciados por fatores culturais e de autoestima, e o aumento no consumo de produtos industrializados contribui para a obesidade. O Guia Alimentar para a População Brasileira classifica os alimentos em quatro categorias, sendo os ultra processados ricos em açúcares, sódio e gordura. O consumo excessivo desses alimentos, especialmente entre adolescentes, está associado a estratégias de marketing direcionadas. Além disso, a desigualdade socioeconômica afeta a aquisição de alimentos saudáveis, levando grupos de menor renda a optarem por alimentos mais baratos e energeticamente densos. Este estudo visa investigar a influência do consumo de ultra processados no desenvolvimento de obesidade. Trata-se de uma pesquisa observacional transversal realizada na cidade de Pelotas, RS, Brasil, com pacientes atendidos no Ambulatório de Nutrição da Universidade Federal de Pelotas. A pesquisa coletará dados sobre os hábitos alimentares dos pacientes em acompanhamento nutricional. Após responderem ao questionário, os participantes receberão um folder com orientações nutricionais.

Objetivo Geral

Investigar a influência do consumo de ultra processados no desenvolvimento de obesidade.

Justificativa

A obesidade é uma doença crônica não transmissível e é definida pelo excesso de peso devido ao acúmulo de gordura no corpo, sendo identificada pelo Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 30kg/m2. Por si só, ela pode gerar uma série de comorbidade, desde questões cardiovasculares até diabetes. Essas complicações podem surgir por diversos motivos, incluindo o fato de que o excesso de gordura corporal causa uma inflamação persistente em todo o corpo. Segundo o VIGITEL, entre 2006 e 2021, a proporção de adultos com obesidade aumentou de 11,8% para 22,4%, respectivamente. Esse crescimento foi registrado em ambos os sexos, com maior aumento entre as mulheres.
Nesse sentido, entre os fatores que causam obesidade está o consumo de alimentos ultra processados, os quais são fabricados com a adição de ingredientes como sal, açúcar, gordura, entre outros, com a finalidade de aumentar o prazo de validade e apresentar mudanças na cor, sabor, aroma e textura. Esse grupo de alimentos possui mais calorias, açúcar livre e gorduras trans e saturada, e menos fibra, proteína e micronutrientes em comparação ao grupo de alimentos que não são ultra processados.
Como certos ingredientes e técnicas de processamento afetam negativamente a composição nutricional dos alimentos, o Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda evitá-los. Em 2022, 83% dos adolescentes atendidos pela Atenção Primária à Saúde (APS) no Distrito Federal consumiram alimentos ultra processados. Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo, que empregou dados recentes e representativos da população brasileira, mostrou que os alimentos ultra processados corresponderam, aproximadamente, 20% (351 Kcal) do total de calorias consumidas no período de 2017 a 2018.

Metodologia

Trata-se de um estudo transversal observacional, realizado na cidade de Pelotas, RS, Brasil, com pacientes atendidos no Ambulatório de Nutrição da Universidade Federal de Pelotas (UFPel/EBSERH).
Serão convidados a participar da pesquisa todos os pacientes maiores de 18 anos que estiverem em acompanhamento nutricional durante o período da pesquisa e que aceitarem participar do estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Baseando-se nos turnos de coleta (3 turnos semanais), no número de pacientes que frequentam a sala de espera diariamente e no período destinado às coletas (dois meses), estima-se que a amostra seja composta por aproximadamente 100 pacientes.
Para recrutamento da amostra, com a presença da Nutricionista da Unidade, uma acadêmica do Curso de Nutrição fará a abordagem dos pacientes que se encontrarem na sala de espera, para breve apresentação da pesquisa e explicação do TCLE (Apêndice 1). Após o consentimento assinado, o (a) participante e/ou seu acompanhante serão conduzidos a um espaço reservado, organizado para assegurar o sigilo do entrevistado ao responder o questionário (Apêndice A). Este espaço será utilizado conforme disponibilidade do setor de Nutrição, previamente acordado com as nutricionistas responsáveis pelo atendimento no local, sem comprometer a normalidade dos atendimentos das diferentes especialidades do setor.
Para a caracterização da amostra, serão coletas as informações sexo (masculino ou feminino), idade (em anos completos), estado civil (solteiro, casado, divorciado ou viúvo), escolaridade (analfabeto/fundamental incompleto, fundamental completo/médio incompleto, médio completo/superior incompleto ou superior completo) e dados antropométricos (peso e altura).
A avaliação dos hábitos alimentares dos pacientes será realizada por um questionário (Apêndice 2) redigido com base na Escala autoaplicável para a avaliação da alimentação, segundo as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, na versão traduzida para a língua portuguesa (GABE, 2018) e no questionário adotado no VIGITEL (Vigilância de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). O consumo alimentar será categorizado como: não/raramente, mensal/quinzenal, 1 a 2 vezes na semana, 3 a 6 vezes na semana e diariamente.
Após a realização da pesquisa, os participantes receberão um folder com orientações nutricionais gerais para hábitos saudáveis.
Os dados coletados serão digitados no programa Microsoft Excel. A análise dos dados será realizada por meio de análise descritiva e analítica e apresentada como média ± desvio padrão. Para a análise estatística das variáveis de interesse será utilizado o programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 25.0.
A realização desta pesquisa ocorrerá mediante anuência do HE/UFPel e aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa da UFPel, seguindo os preceitos da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os dados coletados serão armazenados durante 5 anos após o término da pesquisa, em documento digital, no drive da pesquisadora responsável, com os nomes dos participantes codificados (ID).

Indicadores, Metas e Resultados

Desfecho primário: Pacientes com sobrepeso e obesidade apresentam alto consumo de alimentos ultra processados.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
LETICIA MASCARENHAS PEREIRA BARBOSA4
MONICA VIEIRA DUARTE LORENCENA

Recursos Arrecadados

FonteValorAdministrador
Recursos própriosR$ 10.699,17Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339030 - Material de ConsumoR$ 561,80
449052 - Equipamentos e Material PermanenteR$ 10.137,37

Página gerada em 28/03/2025 19:50:08 (consulta levou 0.081916s)