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Os cereais e as oleaginosas são os principais responsáveis pela segurança alimentar no mundo (FAO, 2003). De acordo com dados da FAO (2022) a área total ocupada com cereais e oleaginosas foi de 1,075,339,783 ha, com uma produção de 4,202,895,565.10 Mg. Deste total, os cereais ocuparam 68% da área e representaram 73% da produção, enquanto que as oleaginosas representaram 32% da área e 27% da produção (FAOSTAT, 2024). Dentre os cereais, o milho, o trigo e o arroz são as responsáveis por 90% da produção, enquanto que dentre as oleaginosas, a soja se destaca dentre os cultivos anuais com 30% da produção. De acordo com a FAO (2003), os cereais representam mais de 50% das calorias diárias ingeridas pela população mundial, mas a diversificação da dieta tem aumentado o consumo de oleaginosas também.
Diante de uma crescente demanda por alimentos, a agricultura é o principal meio de suprir essa demanda, principalmente através de incrementos em produtividade. A produtividade de trigo, por exemplo, passou de 1088 kg ha-1 em 1961 para 3689 kg ha-1 em 2022, ou seja, um acréscimo de 239% (FAOSTAT, 2024). No mesmo período, a produtividade média mundial da soja passou de 1129 kg ha-1 para 2608 kg ha-1, ou seja, um acréscimo de 131%. Todos esses ganhos foram possíveis em função de uma série de fatores, principalmente devido a inovações nas técnicas de manejo, melhoramento genético, sistemas produtivos mais eficientes, bem como pela difusão dessas tecnologias e capacitação de profissionais. O melhoramento genético de cultivares tem contribuído significativamente para o aumento da produtividade de diversas culturas mundialmente, como trigo (Chen et al., 2024), milho (Parra et al., 2020), arroz (Seck et al., 2023), soja (Campos et al., 2023), entre outras culturas. Previamente à disponibilização ao setor produtivo, essas cultivares melhoradas precisam ser avaliadas agronomicamente em ensaios de valor de cultivo e uso (VCU), os quais são realizados para verificar a performance agronômica em ambientes diversos.
O desenvolvimento de tecnologias de manejo tem sido fundamental para aumentar a produtividade de diversos cultivos a patamares que anteriormente nem se imaginava possível. Dentre essas tecnologias, destacam-se a densidade de semeadura, adequado manejo de plantas daninhas, qualidade de sementes, irrigação, época de semeadura, manejo fitossanitário e manipulação do balanço hormonal. De acordo com Grohs et al. (2022), as altas produtividades obtidas na cultura do arroz, por exemplo, foram possíveis pelo somatório do uso de cultivares com alto potencial genético, associado a uma alta radiação solar durante a fase reprodutiva, semeada na época correta. Sendo assim, é possível constatar que não basta um alto potencial genético, mas é necessário um conjunto de técnicas de manejo adequadas para a obtenção de altas produtividades, como por exemplo, a época de semeadura.
Dentre as estratégias de manejo, destaca-se a regulação hormonal através da aplicação exógena de reguladores de crescimento vegetal e bioestimulantes, os quais influenciam diversos processos vitais das plantas. Esses compostos, quando aplicados em pequenas quantidades, estimulam os sistemas naturais que regulam o crescimento através e rápidas mudanças nas plantas através do estímulo ou inibição do crescimento vegetal desde a germinação até a senescência (Amoanimaa-Dede, 2022). O efeito fisiológico dos reguladores de crescimento vegetal dependem, dentre outros fatores, da época e do método de aplicação, concentração, frequência de aplicação, condições climáticas e estado da planta (Dadnia, 2011), razão pela qual as pesquisas para obtenção dos melhores resultados devem ser constantes e sempre atualizadas, pois os efeitos podem ser modificados, por exemplo, em função de uma nova cultivar que tem uma resposta diferenciada a um determinado composto que já apresenta efeito positivo com as cultivares comumente utilizadas. As citocininas são um grupo de hormônios vegetais responsáveis pelas relações fonte-dreno e, sendo as sementes os principais drenos com potencial impacto econômico nos cultivos agrícolas, a manipulação da sua força de dreno pode gerar impactos positivos na produtividade (Kambhampati et al., 2017).

Cada ação de extensão terá metodologia especifica de acordo com a necessidade, de maneira a atingir os objetivos propostos. Os testes de eficácia agronômica serão realizadas no Centro Agropecuário da Palma, nos laboratórios da Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, bem como em propriedades rurais e empresas agrícolas parceiras. Os dados obtidos das ações de pesquisa serão analisados com o software R (R Core Team, 2021) e aquelas que envolverem a avaliação de sementes seguirão as Regras para Análise de Sementes (Brasil, 2009).

Indicadores - número de tecnologias testadas com produtores e empresas privadas, número de pessoas atingidas nos cursos, treinamentos e eventos, número de publicações científicas
Metas - realização de 8 trabalhos em parceria com empresas privadas; acompanhar 4 produtores rurais, com realização de ensaios; realização de ao menos 4 cursos/palestras de atualização/qualificação profissional; participação em eventos do setor agrícola; publicação de pelo menos 4 artigos técnicos relacionados ao projeto.
Resultados Esperados - espera-se com o presente projeto, desenvolver tecnologias aplicadas ao manejo de cultivos agrícolas, de maneira qualificar a formação de profissionais na área e entregar tecnologias que fortaleçam a sociedade e o agronegócio do Brasil.