Nome do Projeto
Uso de tecnologia 3d para desenvolvimento de produtos personalizados a base de proteinas sustentáveis de resíduos de arroz
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
06/03/2025 - 06/03/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
O arroz (Oryza sativa L.) é um alimento essencial para mais de 60% da população mundial, sendo que o estado do Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção brasileira. Essa intensa produção gera uma quantidade significativa de resíduos, principalmente o farelo de arroz, um subproduto com alto potencial nutricional por seu teor de proteínas, fibras e antioxidantes. Contudo, esse subproduto é subutilizado, destinado principalmente à ração animal e à produção de óleo. A utilização do farelo de arroz para o desenvolvimento de alimentos de alto valor agregado é uma oportunidade promissora para gerar impacto positivo ambiental, social e econômico. Este projeto, proposto pela startup VEAT Proteínas Sustentáveis, visa transformar o farelo de arroz em alternativas alimentícias funcionais, com o uso da tecnologia de impressão 3D para produzir análogos de carne vegetal, como hambúrgueres e carne moída. A introdução dessa tecnologia permitirá a criação de produtos personalizados, atendendo a exigências nutricionais específicas e contribuindo para uma economia circular, valorizando resíduos agrícolas. O objetivo é promover sustentabilidade e inovação, utilizando o farelo de arroz como base para produtos plant-based de alto valor nutricional, alinhados com as demandas do mercado por opções alimentares saudáveis e de baixo impacto ambiental. A VEAT, em colaboração com instituições acadêmicas e empresas parceiras, visa estabelecer um novo padrão de produção alimentar sustentável, fortalecendo o mercado de proteínas vegetais e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico local.

Objetivo Geral

Desenvolver alimentos funcionais e personalizados a partir de proteínas
sustentáveis extraídas do farelo de arroz, utilizando a tecnologia de impressão 3D para a
formulação de análogos de carne, promovendo a sustentabilidade na cadeia produtiva do
arroz e oferecendo alternativas alimentares saudáveis e inovadoras ao mercado de
proteínas vegetais.

Justificativa

Proteínas alternativas têm ganhado destaque e consenso global como solução para
os desafios climáticos e de segurança alimentar. Em 2023, o financiamento público global
destinado a proteínas alternativas manteve-se nos mesmos níveis recordes de 2022, e,
pela primeira vez, a COP 28 reconheceu o setor de alimentos como uma área estratégica
para ações de mitigação e adaptação climática (GFI, 2023). Neste contexto, o mercado
de proteínas vegetais interligado ao mercado de produtos cárneos vegetais, tem
acompanhado a crescente demanda por análogos de carne à base de plantas, refletindo
uma preocupação global com sustentabilidade e saúde, além da busca por dietas menos
dependentes de proteína animal. No Brasil, esse mercado de carnes vegetais ultrapassou
a marca de R$ 1 bilhão em 2023 (GFI, 2023), evidenciando o crescente interesse do
consumidor. Os análogos de carne oferecem alternativas saudáveis, com menos gorduras
saturadas e colesterol, atendendo a nichos específicos como veganos, vegetarianos,
pessoas com restrições alimentares e até mesmo flexitarianos, consumidores que buscam
reduzir o consumo de carne animal. Além disso, ao reduzirem a dependência de proteína
animal, esses produtos contribuem para a diminuição das emissões de gases de efeito
estufa, promovendo uma produção alimentar mais sustentável e com menor impacto
ambiental. Esse mercado em expansão exige o desenvolvimento de produtos que aliem
variedade e valor nutricional. O uso de proteínas do farelo de arroz para criar análogos de
carne por meio da impressão 3D se insere nesse contexto, oferecendo produtos
saudáveis, sustentáveis e de alto valor nutricional, além de agregar inovação ao setor
alimentício e ampliar as opções disponíveis aos consumidores.
Portanto, este projeto tem como objetivo integrar inovação tecnológica e
sustentabilidade, aproveitando subprodutos da cadeia produtiva do arroz para
desenvolver alimentos funcionais e personalizados de alto valor agregado. A união do
farelo de arroz com a tecnologia de impressão 3D apresenta um caminho promissor para
valorizar uma matéria-prima abundante e muitas vezes subutilizada, fortalecendo a
sustentabilidade da agroindústria e ampliando a oferta de alimentos saudáveis e
acessíveis com menor impacto ambiental. A impressão 3D de alimentos permite a criação
de uma vasta gama de produtos, oferecendo personalização nutricional e tecnológica que
atende à crescente demanda por alternativas à base de plantas. Neste contexto, as
proteínas extraídas do farelo de arroz serão extrusadas em impressoras 3D para a
produção de análogos de carne, como hambúrgueres, carne moída, bacon e frango,
proporcionando novas opções ao consumidor e contribuindo para um futuro alimentar
mais sustentável e inovador.

Metodologia

Para a obtenção do concentrado proteico, será realizada a precipitação das
proteínas da farinha de arroz desengordurada em pH ácido, conforme o método descrito
por Salcedo-Chávez et al. (2002). Esse processo envolve ajustar o pH da solução para
promover a precipitação seletiva das proteínas, facilitando sua separação do restante dos
componentes da farinha.
A solubilidade das proteínas em água será determinada utilizando-se o método
descrito por Liu et al. (1992).
A capacidade de formação de espuma das proteínas será avaliada conforme o
método de Guillerme et al. (1993).
Para a produção dos produtos, será utilizada a proteína seca extraída do farelo de
arroz, escolhida por suas excelentes características tecnológicas e funcionais. A
formulação da tinta para impressão terá o concentrado proteico do farelo de arroz como
ingrediente principal, juntamente com água e um biopolímero estabilizante, que assegura
a estabilidade e consistência necessárias durante o processo de impressão. As
formulações terão suas propriedades reológicas avaliadas por meio de testes de
viscosidade e elasticidade, realizados com reômetros, para garantir que o material flua
adequadamente e mantenha a forma após a extrusão. Esses testes possibilitam ajustes
na formulação para alcançar a consistência ideal, essencial para a precisão e qualidade
do produto final impresso. A impressão 3D dos produtos será realizada utilizando a impressora 3D modelo
+593 da marca 593iCAN. Os parâmetros de imprimibilidade como temperatura da seringa
e da plataforma, diâmetro da agulha, geometria de extrusão, número de camadas,
velocidade de movimentação da plataforma e vazão da tinta alimentícia serão
cuidadosamente ajustados para otimizar as condições de impressão de cada formulação
específica.
A cor dos produtos plant-based será medida com um colorímetro (Minolta CR 300,
Osaka, Japão) usando o sistema CIELAB, que inclui os parâmetros: L* (luminosidade, de
0 = preto a 100 = branco), a* (de verde negativo a vermelho positivo) e b* (de azul negativo
a amarelo positivo), conforme Paraginski et al. (2014).
O pH dos produtos plant-based será medido seguindo o método recomendado pela
AOAC (1990), utilizando um pHmetro com eletrodo de vidro (modelo Pye Unicam,
Inglaterra).
A atividade de água dos produtos será determinada conforme o método descrito
por Barbosa-Cánovas et al. (2007).
A análise de textura será realizada com um texturômetro (modelo TA.XTplus, Stable
Micro Systems, Inglaterra), seguindo o método de Juliano e Bechtel (1985).
A análise térmica será realizada por Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC) e
Termogravimetria Derivada (DTG) utilizando o equipamento DSC modelo Q-200.
Os conteúdos de umidade, cinzas, proteínas e lipídios serão analisados de acordo
com os métodos oficiais descritos pela Association of Official Analytical Chemists (AOAC,
2012).
O perfil de aminoácidos das amostras será determinado através de uma
metodologia que envolve hidrólise ácida seguida de análise por HPLC.
A digestibilidade "in vitro" será analisada utilizando o protocolo estabelecido por
Sandoval-Sicairos et al. (2021), que simula as condições digestivas no trato
gastrointestinal humano.

Indicadores, Metas e Resultados

Este projeto tem como meta principal o desenvolvimento de alimentos funcionais e
personalizados a partir de proteínas sustentáveis extraídas do farelo de arroz, com o uso
de tecnologia de impressão 3D para criar análogos de carne. A iniciativa oferece uma
solução inovadora e ecologicamente consciente ao aproveitar uma matéria-prima
subutilizada, o farelo de arroz, transformando-o em produtos de alto valor agregado. Esse
processo contribui para a sustentabilidade ao reduzir o desperdício de resíduos
agroindustriais e valorizar a cadeia produtiva do arroz, especialmente no estado do Rio
Grande do Sul, o maior produtor de arroz no Brasil.
Os resultados esperados incluem um aumento de 30% no rendimento proteico das
extrações em comparação aos métodos tradicionais, com foco em otimizar as
propriedades nutricionais e funcionais das proteínas de farelo de arroz. A criação de
modelos digitais em 3D para produtos como hambúrgueres, carne moída, bacon e frango
plant-based, juntamente com o desenvolvimento de tintas de impressão com propriedades
reológicas adequadas, permitirá que a VEAT produza alternativas de carne com texturas,
sabores e valores nutricionais competitivos e atraentes para o consumidor. Espera-se,
também, que as análises sensoriais demonstrem uma aceitação de pelo menos 80% dos
consumidores, validando a qualidade e o apelo dos produtos para o mercado.
Além dos benefícios ambientais, o projeto promoverá impactos econômicos e
sociais importantes ao estimular a economia circular e apoiar a geração de novos
empregos locais. A valorização do farelo de arroz como ingrediente funcional e proteico
contribui para a diversificação do mercado alimentício e fortalece a indústria de alimentos
vegetais. Com a aplicação dessas proteínas em escala industrial, o projeto poderá atrair
novos parceiros e investidores, ampliando o impacto da VEAT no mercado de proteínas
vegetais e estabelecendo a empresa como uma referência em inovação sustentável.
A participação em feiras e eventos do setor alimentício visa aumentar a visibilidade
da VEAT, reforçando seu compromisso com a criação de produtos saudáveis, acessíveis
e sustentáveis. A iniciativa impulsiona o uso de tecnologias emergentes, como a
impressão 3D, na formulação de alimentos alternativos, respondendo à crescente
demanda por produtos saudáveis e de menor impacto ambiental.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANA CAROLINA MATTOS FERNANDES
BETINA BUENO PERES
BRENDA DANNENBERG KASTER
FABIULA SILVA DA SILVA
JIRCELENE BROMBILLA
JULIANA PINO DE PAULA
LETIELE NUNES DE FREITAS
LÁZARO DA COSTA CORREA CANIZARES
MARCIO SCHMIELE
MARIELE LOUIS GHYSIO
MAURICIO DE OLIVEIRA12
MIQUELE SODRÉ NOVAK
MIRELA ARAUJO HERNANDEZ
PATRICIA BRUGNEROTTO
RUAN BERNARDY
SILVIA NAIANE JAPPE
Silvia Leticia Rivero Meza

Página gerada em 30/03/2025 21:52:22 (consulta levou 0.116406s)