Nome do Projeto
Protocolo preventivo e de monitoramento para o complexo respiratório bovino (CRB) em estabelecimentos pré-embarque destinados à exportação de bovinos de corte
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/05/2025 - 01/04/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
O complexo respiratório bovino (CRB) está entre as enfermidades mais onerosas dentro desse tipo de sistema, ocorrendo principalmente em animais recém-confinados, entretanto ainda são escassos os estudos nesta realidade. Este trabalho pretende avaliar e caracterizar protocolos específicos de vacinação para os EPE, bem como identificar os agentes causadores de doenças respiratórias, correlacionando marcadores bioquímicos inovadores de diagnóstico, com o grau de acometimento pulmonar e comorbidades em bovinos de corte nesse sistema produtivo. Para isso, serão utilizados 250 terneiros, não castrados, de raças de corte, provenientes de uma fazenda comercial do Rio Grande do Sul. Quinze dias antes do embarque para o EPE (D-15), os animais serão pesados e divididos de maneira uniforme em dois grupos, em um ensaio clínico randomizado. Um grupo receberá a vacina Bovi-Shield Gold® (GV1C, n=50) e outro receberá uma dose contendo apenas o adjuvante da vacina (GC, n=200). No dia de transporte e recepção dos animais no EPE (D0), o GV1C será mantido apenas com a vacina da propriedade; Já o GC será dividido em um grupo que receberá a vacina Bovi-Shield Gold® na chegada (GCV1, n=50); um grupo que receberá a vacina Bovi-Shield Gold® sete dias após o recebimento dos animais (GCV7; n=50), outro grupo que receberá a vacina indicada pela propriedade na chegada (GCV2, n=50) e um grupo sem vacinação (GCC, n=50). A partir deste dia os animais passarão por acompanhamentos quinzenais para coleta de sangue e avaliação de ganho de peso, escore de condição corporal e sinais clínicos. Animais com sinais compatíveis com CRB serão submetidos a coleta de material para isolamento viral, bacteriano e avaliação hematológica. Nestes animais também será realizada ultrassonografia torácica para avaliação de grau de comprometimento pulmonar. Dessa forma, o projeto pretende estabelecer um protocolo vacinal para os EPE, além de validar novas metodologias diagnósticas e de boas práticas para prevenção e tratamento de bovinos destinados à exportação de animais vivos.
Objetivo Geral
O objetivo deste projeto é estabelecer um protocolo eficaz para a prevenção do Complexo Respiratória Bovino (CRB) em estabelecimentos pré-embarque destinados à exportação de bovinos de corte vivos.
Justificativa
A crescente demanda internacional pela exportação de bovinos vivos tem impulsionado a utilização dos Estabelecimentos de Pré-Embarque (EPE) como etapa obrigatória no processo de quarentena sanitária. No entanto, o ambiente de confinamento intensivo e o manejo frequente e intenso característicos desses sistemas favorecem o surgimento de estresse crônico nos animais, com impactos diretos sobre a imunocompetência e a saúde geral dos bovinos. Entre as enfermidades de maior impacto econômico e sanitário neste contexto está o Complexo Respiratório Bovino (CRB), responsável por elevados índices de morbidade, mortalidade e perdas produtivas, especialmente em animais recém-introduzidos em confinamento.
Apesar da relevância do tema, os protocolos de prevenção e controle do CRB adotados em EPEs ainda são amplamente baseados em extrapolações de sistemas convencionais de confinamento, sem considerar as particularidades desses estabelecimentos, como alta rotatividade de lotes, tempo limitado de permanência e heterogeneidade sanitária dos animais. Adicionalmente, a carência de estudos científicos aplicados à realidade dos EPEs limita a elaboração de estratégias baseadas em evidências para a imunoprofilaxia e o diagnóstico precoce de doenças respiratórias.
Dessa forma, o presente projeto se justifica pela necessidade de desenvolver e validar protocolos vacinais específicos para bovinos confinados em EPEs, com foco na prevenção do CRB, por meio da comparação de diferentes momentos de aplicação vacinal em relação ao período de quarentena. Além disso, o projeto propõe a identificação etiológica dos agentes causadores das afecções respiratórias nesses sistemas, associando os achados clínicos e laboratoriais a biomarcadores inovadores e técnicas de diagnóstico por imagem (como a ultrassonografia torácica), o que permitirá uma abordagem diagnóstica mais sensível e precoce.
Os resultados esperados contribuirão diretamente para a melhoria do bem-estar animal, da biosseguridade e da eficiência sanitária nos EPEs, oferecendo subsídios técnicos e científicos para políticas públicas e diretrizes sanitárias voltadas à exportação de bovinos vivos. Além disso, os dados gerados terão potencial para nortear programas de saúde preventiva em sistemas produtivos similares, tanto no Brasil quanto em outros países exportadores.
Apesar da relevância do tema, os protocolos de prevenção e controle do CRB adotados em EPEs ainda são amplamente baseados em extrapolações de sistemas convencionais de confinamento, sem considerar as particularidades desses estabelecimentos, como alta rotatividade de lotes, tempo limitado de permanência e heterogeneidade sanitária dos animais. Adicionalmente, a carência de estudos científicos aplicados à realidade dos EPEs limita a elaboração de estratégias baseadas em evidências para a imunoprofilaxia e o diagnóstico precoce de doenças respiratórias.
Dessa forma, o presente projeto se justifica pela necessidade de desenvolver e validar protocolos vacinais específicos para bovinos confinados em EPEs, com foco na prevenção do CRB, por meio da comparação de diferentes momentos de aplicação vacinal em relação ao período de quarentena. Além disso, o projeto propõe a identificação etiológica dos agentes causadores das afecções respiratórias nesses sistemas, associando os achados clínicos e laboratoriais a biomarcadores inovadores e técnicas de diagnóstico por imagem (como a ultrassonografia torácica), o que permitirá uma abordagem diagnóstica mais sensível e precoce.
Os resultados esperados contribuirão diretamente para a melhoria do bem-estar animal, da biosseguridade e da eficiência sanitária nos EPEs, oferecendo subsídios técnicos e científicos para políticas públicas e diretrizes sanitárias voltadas à exportação de bovinos vivos. Além disso, os dados gerados terão potencial para nortear programas de saúde preventiva em sistemas produtivos similares, tanto no Brasil quanto em outros países exportadores.
Metodologia
O experimento será realizado em 250 animais de corte, machos não castrados, com aproximadamente 5 meses de idade, oriundos de uma única propriedade rural comercial no Sul do Rio Grande do Sul (RS). Os animais terão como destino um Estabelecimento de Pré-Embarque (EPE) também localizado no RS.
Para o cálculo do tamanho da amostra foram utilizados os valores de 14% e 3% de incidência de BRD para animais não vacinados e vacinados, respectivamente, de acordo com STILWELL, et al. (2008). Os valores foram adicionados ao software G. Power 3.1. juntamente com as informações de tipo de teste estatístico (regressão logística), poder (80%) e intervalo de confiança (95%).
Na propriedade de origem, os bovinos serão avaliados frente ao histórico e presença de enfermidades clínicas, bem como seus respectivos tratamentos e escore de condição corporal (ECC). A partir disso, os animais serão identificados com brincos e divididos em dois grupos. Quinze dias antes do embarque (D-15) para o EPE serão divididos em dois grupos: um grupo receberá a vacina Bovi-Shield Gold® (GV1C, n= 50); e o outro grupo receberá uma dose contendo apenas o adjuvante da vacina (GC n=200). Neste dia todos os animais serão submetidos a coletadas sanguíneas para realização de PCR para hemoparasitas (Babesia sp e Anaplasma sp.), sendo repetido no dia da chegada dos animais ao EPE (D0). Neste dia, de transporte e recepção, o GC será dividido em: grupo que receberá uma dose de Bovi-Shield Gold® na chegada (GCV1= 50); grupo que receberá a vacina da propriedade na chegada (GCV2, n=50); grupo que receberá uma dose de Bovi-Shield Gold® no dia 7 (GCV7= 50); e grupo que permanecerá todo período experimental sem vacinação (GCC, n=50). Além disso, todos animais receberão o protocolo padrão de chegada, que inclui a administração de quiomioterápicos contra os agentes Babesia sp e Anaplasma sp., vacina contra clostridioses e ceratoconjuntivite, e administração de endo e ectoparasiticidas.
Após admissão, nos dias D14, D28 e D42 os animais serão submetidos individualmente a pesagem, além de coleta amostral de sangue e inspeção geral. Diariamente será realizada avaliação de rebanho e animais com suspeitas clínicas serão examinados e tratados conforme protocolo da propriedade. Animais com doença respiratória passarão por coletas extra de sangue, lavado traqueobrônquico e cultura bacteriana no momento do diagnóstico.
Para o cálculo do tamanho da amostra foram utilizados os valores de 14% e 3% de incidência de BRD para animais não vacinados e vacinados, respectivamente, de acordo com STILWELL, et al. (2008). Os valores foram adicionados ao software G. Power 3.1. juntamente com as informações de tipo de teste estatístico (regressão logística), poder (80%) e intervalo de confiança (95%).
Na propriedade de origem, os bovinos serão avaliados frente ao histórico e presença de enfermidades clínicas, bem como seus respectivos tratamentos e escore de condição corporal (ECC). A partir disso, os animais serão identificados com brincos e divididos em dois grupos. Quinze dias antes do embarque (D-15) para o EPE serão divididos em dois grupos: um grupo receberá a vacina Bovi-Shield Gold® (GV1C, n= 50); e o outro grupo receberá uma dose contendo apenas o adjuvante da vacina (GC n=200). Neste dia todos os animais serão submetidos a coletadas sanguíneas para realização de PCR para hemoparasitas (Babesia sp e Anaplasma sp.), sendo repetido no dia da chegada dos animais ao EPE (D0). Neste dia, de transporte e recepção, o GC será dividido em: grupo que receberá uma dose de Bovi-Shield Gold® na chegada (GCV1= 50); grupo que receberá a vacina da propriedade na chegada (GCV2, n=50); grupo que receberá uma dose de Bovi-Shield Gold® no dia 7 (GCV7= 50); e grupo que permanecerá todo período experimental sem vacinação (GCC, n=50). Além disso, todos animais receberão o protocolo padrão de chegada, que inclui a administração de quiomioterápicos contra os agentes Babesia sp e Anaplasma sp., vacina contra clostridioses e ceratoconjuntivite, e administração de endo e ectoparasiticidas.
Após admissão, nos dias D14, D28 e D42 os animais serão submetidos individualmente a pesagem, além de coleta amostral de sangue e inspeção geral. Diariamente será realizada avaliação de rebanho e animais com suspeitas clínicas serão examinados e tratados conforme protocolo da propriedade. Animais com doença respiratória passarão por coletas extra de sangue, lavado traqueobrônquico e cultura bacteriana no momento do diagnóstico.
Indicadores, Metas e Resultados
Artigos publicados
Meta: 2 artigos científicos submetidos em periódicos internacionais.
Trabalhos apresentados
Meta: 3 apresentações em congressos técnico-científicos.
Formação de alunos
Meta: Envolver 4 estudantes (graduação e pós-graduação) nas atividades do projeto.
Redução de custos com CRB
Meta: Reduzir em ≥30% os custos de tratamento nos grupos vacinados.
Protocolo vacinal validado
Meta: 1 protocolo técnico padronizado entregue ao setor produtivo.
Contribuição a políticas públicas
Meta: 1 relatório técnico com recomendações enviado ao MAPA.
Meta: 2 artigos científicos submetidos em periódicos internacionais.
Trabalhos apresentados
Meta: 3 apresentações em congressos técnico-científicos.
Formação de alunos
Meta: Envolver 4 estudantes (graduação e pós-graduação) nas atividades do projeto.
Redução de custos com CRB
Meta: Reduzir em ≥30% os custos de tratamento nos grupos vacinados.
Protocolo vacinal validado
Meta: 1 protocolo técnico padronizado entregue ao setor produtivo.
Contribuição a políticas públicas
Meta: 1 relatório técnico com recomendações enviado ao MAPA.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
CARINA MENDES SOARES | |||
CAROLINE BELLONI NICOLINI | |||
CASSIO CASSAL BRAUNER | 2 | ||
DANIELA DA CUNHA MACHADO | |||
DHIULY BOTELHO MARTINS | |||
DIULIANA FONSECA DA FONSECA | |||
EDUARDO SCHMITT | 3 | ||
INGRID DA VEIGA TEIXEIRA | |||
KEROLAYNE PROENCA FARIAS | |||
LAZARO ANDRADES GOMES | |||
TATIANE PERES MARQUES | |||
UILIAN SCHELIN SCHNEID |