Nome do Projeto
Arte Sonora: Estudos dos Processos Criativos, Instalativos e em Paisagem Sonora
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
23/04/2025 - 23/04/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
Nesse projeto propomos a criação de um ambiente multidisciplinar de estudo, verificados os interesses pelas temáticas de arte sonora, processos criativos, experiência escolar, natureza e paisagem sonora. Ainda, a partir das vivências criativas dos alunos e professores da comunidade escolar paraense, temas de interesse para as produções a nível de graduação e pós-graduação.
Existem tópicos que são comumente discutidos nos ensinos básico e superior e transitam em diferentes áreas do conhecimento, abordados principalmente nas áreas da música, literatura, cinema, artes visuais, dança, teatro, educação, educação ambiental e filosofia, atualizando e pondo em movimento conhecimentos voltados às Poéticas e Processos de Atuação em Artes. O grupo acolhe estudantes e educadores, oportuniza a formação de novas linhas de pesquisa e fomenta a criação de novos projetos de ensino e extensão, também com temáticas interdisciplinares. O projeto de pesquisa vincula-se ao Projeto Pedagógico de Curso de Bacharelado em Música da UFPel e acolhe estudantes de diferentes regiões do Brasil, a nível de graduação e pós-graduação.
Objetivo Geral
Proporcionar espaço de discussão e desenvolvimento de processos criativos, a corroborar com a formação de artistas-pesquisadores.
Justificativa
Ao longo de meu Doutorado em Música pela Universidade de Aveiro e, mais recentemente, a partir das leituras de Jorge Larrosa (2014) ao longo de um estágio pós-doutoral em Educação Ambiental, pude discutir a experiência acústica nas paisagens sonoras de uma escola rural no município de Rio Grande/RS. Ainda, motivado por ter coordenado a primeira edição do Projeto Mosaico , na Universidade Federal de Pelotas e este projeto ter sido bem aceito pela comunidade em geral na Universidade Federal do Pará, pretendo dar continuidade a essas pesquisas que perduram a quase uma década, que apresentam inquietações pertinentes sobre os pensamentos já postos sobre arte, arte sonora, processos criativos e paisagem sonora presentes na literatura, que dialoga em pares e que impulsiona novos trabalhos científicos a serem explorados em conjunto com a comunidade pelotense e da região.
Cada experiência oportuniza múltiplos caminhos de encontro com o novo: esta é a máxima para a continuidade desse Projeto de Pesquisa em Processos Criativos, Paisagem Sonora e em Arte Sonora. Na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, anseio por deambular sobre outros pensamentos a fim de transformarmos espaços e nos transformarmos ao longo desse caminho, propondo depararmo-nos com fissuras que de algum modo possam dar movimento às reflexões que nos diferentes processos criativos, na paisagem e na arte sonora se originam, tornando a experiência acústica e artística um momento de encontro do artista-pesquisador consigo, com os alunos e, principalmente, com novas possibilidades de criação que se voltam à comunidade, à escola, nos seus diferentes contextos, intervindo de diferentes formas a viabilizar a pesquisa em música.
Para isso, entendo que essa sensibilidade voltada ao mundo acústico deve ser mediada por práticas que oportunizam “(...) múltiplas compreensões da experiência do indivíduo e dos coletivos sociais em suas relações com o ambiente” (CARVALHO, 2004, p. 79), fruindo na ética e nas singularidades que proporcionam experiências e que inflamam, como Ana Godoy menciona, o que está “(...) dado, formado, calculado, provado e previsível” (GODOY, 2008, p. 75). Dessa forma, as práticas estéticas que aqui são mencionadas motivam a fruição nos fazeres, movimentam o pensamento sobre os conteúdos sonoros do nosso cotidiano e dão luz às experiências que “(...) inventam novos modos de existência, novos territórios” (GODOY, 2008, p. 63) para pensarmos abordagens acerca de paisagem sonora, arte sonora e seus processos criativos.
Francesco Careri (2002), que inspira diferentes artistas e professores, apresenta o caminhar como uma prática estética, onde ele faz vínculo com as práticas de antiarte oferecidas pelo movimento dadá, no início do século XX – movimento que visava a evasão dos espaços legitimados para o encontro com novos espaços de arte, vislumbrados principalmente a partir da caminhada coletiva. Esta prática estética que se volta ao caminhar faz parte de uma série de publicações que fiz nos últimos 5 anos, com base no meu Doutorado em Música e no Pós-doutorado em Educação Ambiental, considerando tanto o portifólio artístico quanto o científico. Desse modo, verificando a importância da experiência acústica que a arte sonora oferece, meu objetivo é o encontro com localidades distintas, na tentativa de perceber possibilidades artísticas, composicionais, performativas e instalativas a partir de conteúdos sonoros de: 1. Praças públicas; 2. Feiras; 3. Exposições a céu aberto; 4. Excursões; 5. Eventos na periferia, dentre outros. Sendo o objetivo maior a experimentação de momentos criativos e singulares, coloco-me à prova enquanto pesquisador-artista a partir da experiência enquanto corpo que ocupa criativamente, está sensível e integra espaços.
Na tese doutoral “Registo, composição e vinculação de instalação sonora para um espaço específico através da revisitação” apresento um trabalho com arte sonora, paisagens sonoras e instalações sonoras compostas para espaços específicos. Desenvolvi alternativas à repetição ipsis verbis (i.e. uma faixa sonora que regressa ao início; loop) de uma instalação quando a mesma fica exposta por períodos largos de tempo. Como resultado elaborei a técnica de revisitação, que consiste em revisitações periódicas do artista-compositor num mesmo espaço, onde são aplicadas técnicas, metodologias diversificadas (e.g. registo de sons, composição de novas sonoridades com base nas transformações naturais do espaço e/ou com base na mudança das minhas representações do espaço) e são realizadas performances em forma de diálogo com o meio o qual se insere a obra. Nesse sentido, apresentei em tese os relatos acerca das diferentes performances da obra Saving Shapes (2016-2018).
Inquietações que surgiram a partir da leitura de diferentes autores, como Ros Bandt (2006), Lilian Campesato e Fernando Iazzetta (2006), me fizeram repensar algumas possibilidades instalativas e performativas. Campesato e Iazzetta (2006), por exemplo, apresentaram algumas técnicas instalativas em espaços fechados, como galerias e museus. Nesse aspecto, apresentaram o quanto o uso de loop é presente e recorrente, por alguns artistas tido como única alternativa. Ou seja, reduzindo a prática instalativa à estética minimalista. Nesse sentido, como Ros Bandt (2006) nos diz que “Instalação sonora pode ser definida como um lugar articulado espacialmente com elementos sonoros para a proposta de escuta num longo período de tempo” (BANDT, 2006, p. 353) . Entende-se, desse modo, que os estudos em arte sonora possam propor diferentes caminhos a promover inovação em seus formatos, bem como, variação no seu modo de fazer, não estando atrelada a alguma estética especifica.
Seguindo esse raciocínio, Truax (2012) afirma que relacionar as questões de complexidade do som às complexidades do espaço podem-se tornar um problema caso o assunto seja a paisagem sonora, por exemplo. Segundo ele, os artistas sonoros e compositores tem tendência a realizar somente considerações estéticas ou atribuir valores aos sons do espaço. Truax apresenta a seguinte pergunta: “Como as técnicas composicionais podem ser melhor usadas para lidar com o mundo externo?” (TRUAX, 2012:02) . A partir dessa pergunta, dos demais resultados que já obtive ao longo das pesquisas doutoral e pós-doutoral, indico de forma sintetizada a problemática desta pesquisa, que segue a seguinte vertente:
Como a pesquisa em Processos Criativos, Paisagem Sonora e em Arte Sonora corrobora para o estabelecimento de novas poéticas sonoras e musicais?
Cada experiência oportuniza múltiplos caminhos de encontro com o novo: esta é a máxima para a continuidade desse Projeto de Pesquisa em Processos Criativos, Paisagem Sonora e em Arte Sonora. Na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, anseio por deambular sobre outros pensamentos a fim de transformarmos espaços e nos transformarmos ao longo desse caminho, propondo depararmo-nos com fissuras que de algum modo possam dar movimento às reflexões que nos diferentes processos criativos, na paisagem e na arte sonora se originam, tornando a experiência acústica e artística um momento de encontro do artista-pesquisador consigo, com os alunos e, principalmente, com novas possibilidades de criação que se voltam à comunidade, à escola, nos seus diferentes contextos, intervindo de diferentes formas a viabilizar a pesquisa em música.
Para isso, entendo que essa sensibilidade voltada ao mundo acústico deve ser mediada por práticas que oportunizam “(...) múltiplas compreensões da experiência do indivíduo e dos coletivos sociais em suas relações com o ambiente” (CARVALHO, 2004, p. 79), fruindo na ética e nas singularidades que proporcionam experiências e que inflamam, como Ana Godoy menciona, o que está “(...) dado, formado, calculado, provado e previsível” (GODOY, 2008, p. 75). Dessa forma, as práticas estéticas que aqui são mencionadas motivam a fruição nos fazeres, movimentam o pensamento sobre os conteúdos sonoros do nosso cotidiano e dão luz às experiências que “(...) inventam novos modos de existência, novos territórios” (GODOY, 2008, p. 63) para pensarmos abordagens acerca de paisagem sonora, arte sonora e seus processos criativos.
Francesco Careri (2002), que inspira diferentes artistas e professores, apresenta o caminhar como uma prática estética, onde ele faz vínculo com as práticas de antiarte oferecidas pelo movimento dadá, no início do século XX – movimento que visava a evasão dos espaços legitimados para o encontro com novos espaços de arte, vislumbrados principalmente a partir da caminhada coletiva. Esta prática estética que se volta ao caminhar faz parte de uma série de publicações que fiz nos últimos 5 anos, com base no meu Doutorado em Música e no Pós-doutorado em Educação Ambiental, considerando tanto o portifólio artístico quanto o científico. Desse modo, verificando a importância da experiência acústica que a arte sonora oferece, meu objetivo é o encontro com localidades distintas, na tentativa de perceber possibilidades artísticas, composicionais, performativas e instalativas a partir de conteúdos sonoros de: 1. Praças públicas; 2. Feiras; 3. Exposições a céu aberto; 4. Excursões; 5. Eventos na periferia, dentre outros. Sendo o objetivo maior a experimentação de momentos criativos e singulares, coloco-me à prova enquanto pesquisador-artista a partir da experiência enquanto corpo que ocupa criativamente, está sensível e integra espaços.
Na tese doutoral “Registo, composição e vinculação de instalação sonora para um espaço específico através da revisitação” apresento um trabalho com arte sonora, paisagens sonoras e instalações sonoras compostas para espaços específicos. Desenvolvi alternativas à repetição ipsis verbis (i.e. uma faixa sonora que regressa ao início; loop) de uma instalação quando a mesma fica exposta por períodos largos de tempo. Como resultado elaborei a técnica de revisitação, que consiste em revisitações periódicas do artista-compositor num mesmo espaço, onde são aplicadas técnicas, metodologias diversificadas (e.g. registo de sons, composição de novas sonoridades com base nas transformações naturais do espaço e/ou com base na mudança das minhas representações do espaço) e são realizadas performances em forma de diálogo com o meio o qual se insere a obra. Nesse sentido, apresentei em tese os relatos acerca das diferentes performances da obra Saving Shapes (2016-2018).
Inquietações que surgiram a partir da leitura de diferentes autores, como Ros Bandt (2006), Lilian Campesato e Fernando Iazzetta (2006), me fizeram repensar algumas possibilidades instalativas e performativas. Campesato e Iazzetta (2006), por exemplo, apresentaram algumas técnicas instalativas em espaços fechados, como galerias e museus. Nesse aspecto, apresentaram o quanto o uso de loop é presente e recorrente, por alguns artistas tido como única alternativa. Ou seja, reduzindo a prática instalativa à estética minimalista. Nesse sentido, como Ros Bandt (2006) nos diz que “Instalação sonora pode ser definida como um lugar articulado espacialmente com elementos sonoros para a proposta de escuta num longo período de tempo” (BANDT, 2006, p. 353) . Entende-se, desse modo, que os estudos em arte sonora possam propor diferentes caminhos a promover inovação em seus formatos, bem como, variação no seu modo de fazer, não estando atrelada a alguma estética especifica.
Seguindo esse raciocínio, Truax (2012) afirma que relacionar as questões de complexidade do som às complexidades do espaço podem-se tornar um problema caso o assunto seja a paisagem sonora, por exemplo. Segundo ele, os artistas sonoros e compositores tem tendência a realizar somente considerações estéticas ou atribuir valores aos sons do espaço. Truax apresenta a seguinte pergunta: “Como as técnicas composicionais podem ser melhor usadas para lidar com o mundo externo?” (TRUAX, 2012:02) . A partir dessa pergunta, dos demais resultados que já obtive ao longo das pesquisas doutoral e pós-doutoral, indico de forma sintetizada a problemática desta pesquisa, que segue a seguinte vertente:
Como a pesquisa em Processos Criativos, Paisagem Sonora e em Arte Sonora corrobora para o estabelecimento de novas poéticas sonoras e musicais?
Metodologia
Encontros quinzenais para debates, discussões e proposição de outras produções.
Indicadores, Metas e Resultados
Pretendem-se fomentar a criação trabalho de composição musical a partir de registros sonoros da paisagem, do uso de controladores MIDI, da utilização de automações, entre outras formas, proposições de integrantes do grupo de pesquisa.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
DAVI RAUBACH TUCHTENHAGEN | 2 | ||
ELDER DOS SANTOS OLIVEIRA JUNIOR | 20 | ||
JAMES CORREA SOARES | 2 | ||
LUIS FERNANDO HERING COELHO | 2 | ||
MATHEUS BARROS PEREIRA | |||
POLIANA SANTOS DA ROZA FERREIRA | |||
RAISSA FOSCHIANI DIAS BAPTISTA |