Nome do Projeto
Recém-nascidos prematuros: trajetória de ganho de peso e fatores associados durante a internação hospitalar
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
04/09/2025 - 04/09/2029
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O nascimento prematuro é um problema de saúde pública e apesar de múltiplos esforços para sua redução, corresponde a 10% dos nascidos vivos. Essa condição aumenta o risco de mortalidade neonatal e de sequelas à curto e longo prazo. O estudo da trajetória de ganho de peso em recém-nascidos pré-termo (RNPT) é essencial considerando que os extremos de velocidade de crescimento pós-natal são associados à desfechos negativos. A referência para um ganho de peso ideal pós-natal é a taxa intrauterina, porém no ambiente extrauterino essa raramente é atingida nas primeiras semanas de vida em razão da interrupção abrupta de nutrientes, do tempo até atingir a nutrição plena e da perda fisiológica de peso. Após a fase de perda de peso, espera-se um atraso entre a curva de crescimento extrauterino crescente e a curva de crescimento fetal, sendo que a curva de peso pós-natal será paralela, mas não ultrapassará a curva intrauterina, caracterizando uma “nova” trajetória de crescimento pós-natal. No contexto clínico, essa informação indica a melhora ou não do paciente e subsidia em particular a conduta clínica e nutricional. O objetivo deste estudo é investigar a trajetória de ganho de peso, crescimento e fatores associados em RNPT, durante quatro semanas de internação, em unidade de terapia intensiva neonatal. Trata-se de estudo longitudinal retrospectivo analítico, com RNPT internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), a partir de dados secundários do serviço de nutrição do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas/Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. Serão incluídos RNPT internados durante quatro semanas, de ambos os sexos, não gemelares, com idade gestacional ≥24 e <37 semanas, admitidos até 48h de vida, no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2022. Serão excluídos aqueles com condições que impactem no crescimento, antropometria e/ou nutrição. As variáveis demográficas, clínicas, nutricionais e antropométricas serão analisadas e comparadas em quatro fases de internação 1) admissão até 7 dias; 2) 8 a 14 dias; 3) 15 a 21 dias e 4) 22 a 28 dias. O desfecho principal será a velocidade de GP (g/kg/dia) e o secundário o crescimento, segundo o E-z. A exposição principal será o peso ao nascer, categorizado em muito baixo peso (<1500g) ou baixo peso (≥1500g) e a secundária será a oferta de energia (kcal/kg/dia) e proteína (g/kg/dia). Os resultados serão apresentados como frequência absoluta e relativa, média e intervalo de confiança de 95% (IC95). A regressão linear múltipla será testada para investigar a associação entre velocidade de GP durante o acompanhamento e as variáveis preditoras. Será considerado significativo p<0,05. Espera-se que a trajetória de GP será associada ao incremento no aporte de energia e proteína nas fases finais de internação, entre 14 e 28 dias. Porém, o crescimento será maior em RNPT de muito baixo peso.
Objetivo Geral
Investigar a trajetória de ganho de peso, crescimento e fatores associados em RNPT, durante quatro semanas de internação, em unidade de terapia intensiva neonatal.
Objetivos específicos:
i) Caracterizar os RNPT em relação à idade gestacional, peso e comprimento ao nascimento, prevalência de adequação para a idade gestacional (AIG, GIG e PIG), tempo até o início da terapia nutricional, tipo de alimentação administrada, tempo até o nadir e recuperação do peso ao nascer, aporte energético e proteico diário e intercorrências clínicas.
ii) Estratificar a amostra segundo o peso de nascimento e a idade gestacional ao nascer.
iii) Analisar o ganho de peso, perímetro cefálico e comprimento durante quatro semanas de internação em UTIN.
iv) Investigar a associação do aporte energético e proteico ao ganho de peso durante a internação;
v) Investigar a associação de características de nascimento e fatores clínicos ao ganho de peso durante a internação.
Objetivos específicos:
i) Caracterizar os RNPT em relação à idade gestacional, peso e comprimento ao nascimento, prevalência de adequação para a idade gestacional (AIG, GIG e PIG), tempo até o início da terapia nutricional, tipo de alimentação administrada, tempo até o nadir e recuperação do peso ao nascer, aporte energético e proteico diário e intercorrências clínicas.
ii) Estratificar a amostra segundo o peso de nascimento e a idade gestacional ao nascer.
iii) Analisar o ganho de peso, perímetro cefálico e comprimento durante quatro semanas de internação em UTIN.
iv) Investigar a associação do aporte energético e proteico ao ganho de peso durante a internação;
v) Investigar a associação de características de nascimento e fatores clínicos ao ganho de peso durante a internação.
Justificativa
O estudo da trajetória de ganho de peso e crescimento em RNPT é essencial considerando que os extremos de velocidade de crescimento pós-natal têm sido associados a resultados deletérios sobre o desenvolvimento neurológico, cardiovascular e metabólico.
O processo de crescimento no período neonatal é representado por duas fases, sendo a primeira caracterizada por perda inicial do peso de nascimento e a segunda por recuperação do peso de nascimento. Contudo, tanto a intensidade como a duração dessas fases estão diretamente relacionadas ao grau de prematuridade, peso ao nascer (<1500g), estado nutricional ao nascer (adequado/pequeno/grande para a idade gestacional), evolução clínica durante a internação e ingestão de nutrientes e energia. A referência para um ganho de peso ideal pós-natal para RNPT historicamente é a taxa intrauterina. Apesar de amplamente empregada, essa recomendação tem sido questionada quanto a sua aplicabilidade, plausibilidade biológica e o nível de evidência científica que a sustenta.
No ambiente extrauterino a taxa de crescimento fetal raramente é atingida nas primeiras semanas de vida por RNPT em razão da interrupção abrupta de nutrientes, do tempo até atingir a nutrição plena e da perda fisiológica de peso. Esses aspectos podem implicar em um maior distanciamento do E-z de peso em relação a mediana de referência, comparado ao nascimento.
Nesse contexto, surge como fundamental a análise da trajetória de ganho de peso, em especial no período de internação hospitalar. Uma trajetória ascendente pode ser insuficiente para permitir que o RNPT alcance a mediana de peso para a idade, segundo a curva de referência. Mas no contexto clínico, essa informação
indica a melhora ou não do paciente e subsidia em particular a conduta nutricional. Por ser a terapia nutricional um forte determinante do desfecho destes neonatos à curto e longo prazo, acredita-se que a realização de um estudo longitudinal retrospectivo viabilizará a compreensão da sua resposta à terapia
nutricional, colaborando com a literatura existente e auxiliando os profissionais que acompanham os RNPT em suas condutas assertivas.
O processo de crescimento no período neonatal é representado por duas fases, sendo a primeira caracterizada por perda inicial do peso de nascimento e a segunda por recuperação do peso de nascimento. Contudo, tanto a intensidade como a duração dessas fases estão diretamente relacionadas ao grau de prematuridade, peso ao nascer (<1500g), estado nutricional ao nascer (adequado/pequeno/grande para a idade gestacional), evolução clínica durante a internação e ingestão de nutrientes e energia. A referência para um ganho de peso ideal pós-natal para RNPT historicamente é a taxa intrauterina. Apesar de amplamente empregada, essa recomendação tem sido questionada quanto a sua aplicabilidade, plausibilidade biológica e o nível de evidência científica que a sustenta.
No ambiente extrauterino a taxa de crescimento fetal raramente é atingida nas primeiras semanas de vida por RNPT em razão da interrupção abrupta de nutrientes, do tempo até atingir a nutrição plena e da perda fisiológica de peso. Esses aspectos podem implicar em um maior distanciamento do E-z de peso em relação a mediana de referência, comparado ao nascimento.
Nesse contexto, surge como fundamental a análise da trajetória de ganho de peso, em especial no período de internação hospitalar. Uma trajetória ascendente pode ser insuficiente para permitir que o RNPT alcance a mediana de peso para a idade, segundo a curva de referência. Mas no contexto clínico, essa informação
indica a melhora ou não do paciente e subsidia em particular a conduta nutricional. Por ser a terapia nutricional um forte determinante do desfecho destes neonatos à curto e longo prazo, acredita-se que a realização de um estudo longitudinal retrospectivo viabilizará a compreensão da sua resposta à terapia
nutricional, colaborando com a literatura existente e auxiliando os profissionais que acompanham os RNPT em suas condutas assertivas.
Metodologia
O estudo será do tipo longitudinal, retrospectivo e analítico, realizado com dados secundários do serviço de Nutrição do Hospital Escola da Universidade Federal de Pelotas (HE-UFPel/EBSERH), em Pelotas (RS), Brasil. A população será composta por recém-nascidos pré-termo (RNPT) internados por quatro semanas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), entre janeiro de 2017 e dezembro de 2022. Serão incluídos RNPT de ambos os sexos, não gemelares, com idade gestacional entre 24 e <37 semanas, admitidos nas primeiras 48 horas de vida. Serão excluídos aqueles com condições que interfiram no crescimento, na antropometria ou na nutrição, como malformações congênitas, cromossomopatias, hidrocefalia, entre outras. Os dados serão obtidos dos prontuários por nutricionistas da equipe e incluirão variáveis demográficas, clínicas, nutricionais e antropométricas. A análise será feita em quatro fases da internação: de 0 a 7 dias, 8 a 14 dias, 15 a 21 dias e 22 a 28 dias. O desfecho principal será a velocidade de ganho de peso (g/kg/dia), calculada a partir do menor peso registrado no período neonatal. O desfecho secundário será o escore-z (E-z) de peso, comprimento e perímetro cefálico, segundo sexo e idade gestacional, com base nos padrões Intergrowth-21st. A principal variável de exposição será o peso ao nascer, classificado como muito baixo (<1500g) ou baixo (≥1500g), e a variável secundária será a oferta diária de energia (kcal/kg) e proteína (g/kg), considerando a nutrição parenteral e enteral. Serão utilizadas como covariáveis: idade gestacional, sexo, peso ao nascer, escore de Apgar, perda de peso percentual, uso de leite materno e presença de intercorrências clínicas. A idade gestacional será estimada com base em critérios maternos, ultrassonográficos ou pelo método de New Ballard. Os dados serão analisados no software STATA 12.0. Será realizada análise descritiva com médias, frequências e intervalos de confiança de 95%. A normalidade será verificada com o teste de Shapiro-Wilk e, conforme a distribuição, serão aplicados testes paramétricos ou não paramétricos. A regressão linear múltipla será utilizada para investigar associações entre a velocidade de ganho de peso e as variáveis preditoras, sendo considerado significativo p<0,05. A coleta de dados foi previamente aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFPel (CAAE 1.639.674). Para a realização da nova análise dos dados coletados entre 2017 e 2022, este estudo será submetido como uma nova proposta ao comitê de ética da mesma instituição.
Indicadores, Metas e Resultados
o encaminhamento de publicações científicas, incluindo resumos apresentados em eventos, artigos submetidos a periódicos e volume de dissertações, aos setores envolvidos, como o serviço de nutrição e o setor de pesquisa do Hospital Escola.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
EDUARDA COUTO PLÁCIDO NUNES | |||
EDUARDA COUTO PLÁCIDO NUNES | 6 | ||
EDUARDA DALLMANN LOPES PEREIRA | |||
EDUARDA DE SOUZA SILVA TEIXEIRA | |||
SANDRA COSTA VALLE | 2 |