Nome do Projeto
Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária: Territorialidades, Práticas Educativas e Articulações Multiescalares no Brasil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
16/07/2025 - 08/04/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Este projeto de pesquisa busca analisar as dinâmicas socioterritoriais das Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária (JURAS) em diferentes regiões do Brasil, com o propósito de mapear e compreender seus desdobramentos institucionais, educacionais e territoriais. A proposta investiga as articulações entre movimentos socioterritoriais — especialmente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) — e as instituições de ensino, bem como a inserção das JURAS nas disputas por território e conhecimento. Pretende-se também avaliar de que maneira essas jornadas contribuem para processos educativos emancipatórios e como se conectam aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Criadas em 2013, durante um encontro entre docentes universitários e o MST na Escola Nacional Florestan Fernandes, as JURAS surgiram como uma ação de resistência vinculada ao “Abril Vermelho” e ao combate à impunidade do massacre de Eldorado dos Carajás. Com o passar dos anos, essa articulação se expandiu, incorporando debates sobre agroecologia, conflitos fundiários, saúde, educação do campo, produção alimentar e tecnologias sociais. Além dos debates acadêmicos, as ações passaram a incluir manifestações públicas, feiras, atividades artísticas e visitas a assentamentos rurais, demonstrando seu caráter multiescalar e multidimensional.
As diretrizes para a realização anual das JURAS são definidas coletivamente por professores e militantes do MST, com temas que variam conforme o contexto político, respeitando-se as realidades locais. Essa diversidade tem fortalecido a ação como instrumento pedagógico, de mobilização e de pesquisa, promovendo conexões entre instituições de ensino e movimentos populares.
A pesquisa insere-se no conjunto de estudos desenvolvidos pela Rede DATALUTA — Rede Brasileira de Pesquisa das Lutas por Espaços e Territórios — de coordenação do professor doutor Bernardo Mançano Fernandes, voltados à análise da questão agrária, da reconfiguração dos territórios e das práticas de resistência camponesa. Com base nisso, o projeto busca entender o papel das universidades na construção de alternativas de transformação social.
A equipe é formada por estudantes e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento e níveis de formação, oriundos da UFPel, Universidade Estadual Paulista, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Universidad Nacional de Córdoba (Argentina), além de integrantes do MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores. Essa composição garante uma leitura interdisciplinar e comparada, contemplando aspectos simbólicos, políticos, educacionais e territoriais das JURAS.
Entre os resultados previstos, destacam-se: grupos de estudo interdisciplinares, publicações científicas, ampliação do banco de dados DATALUTA, produção de materiais para redes sociais e relatórios anuais de pesquisa, além do fortalecimento da inserção da UFPel na Rede DATALUTA e da articulação com os movimentos populares.
Objetivo Geral
O projeto tem como objetivo compreender a dinâmica socioterritorial das Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária (JURAS) no Brasil, por meio da sistematização, análise e mapeamento de suas territorializações, dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais envolvidos, das instituições de ensino participantes, das escalas de realização, das pautas abordadas e dos impactos educacionais e institucionais, buscando evidenciar sua contribuição como ação educacional emancipatória e sua articulação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Justificativa
As Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária (JURAS) constituem uma ação de resistência e articulação entre os movimentos socioterritoriais e socioespaciais — em especial o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) — com as instituições de ensino públicas e privadas. Nesse sentido, em 2013, durante o 2º Encontro Nacional dos Professores Universitários com o MST, realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema (São Paulo), foi definida a realização dessa ação de resistências nos diversos territórios educacionais brasileiros.
As JURAS nasceram da necessidade de estabelecer um diálogo entre os movimentos, com destaque para o MST e os espaços educacionais do Brasil, como as universidades públicas. Inicialmente, o objetivo central desse diálogo era incorporar a discussão sobre o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, e denunciar a impunidade em torno do evento, ao mesmo tempo em que se buscava visibilizar a luta pela terra e pela reforma agrária no contexto das mobilizações do Movimento durante o “Abril Vermelho”, alinhando-se aos debates contemporâneos no momento da realização das atividades (Buscioli, 2019; MST, 2017), bem como a contribuição para a construção de diálogos, bancos e pesquisas sobre a reforma agrária no Brasil dentro das instituições de ensino.
Ao longo dos anos, as JURAS foram incorporando novas ações e temáticas, pautadas nas conjunturas políticas, buscando evidenciar elementos estruturais da questão agrária, como os conflitos no campo, a educação do campo, a agroecologia, a saúde, o alimento e as tecnologias socioterritoriais. Suas ações expandiram-se para além dos debates acadêmicos, incluindo também feiras, atos públicos, audiências públicas, atividades culturais e dias de vivência em territórios da reforma agrária.
Assim, anualmente são divulgadas orientações nacionais para a realização das JURAS, elaboradas pelo coletivo de professores universitários em diálogo com a direção nacional do MST. Essas diretrizes definem uma temática central para o ano, respeitando-se, contudo, a singularidade de cada localidade de realização. Essa forma de organização tem possibilitado, por exemplo, a ampliação da escala de realização das JURAS, que ocorrem não apenas em nível local, mas também estadual, por meio da articulação entre diferentes instituições de ensino, o que evidencia a complexidade e a relevância dessa ação político-educacional no contexto da produção do conhecimento científico.
Esta temática de pesquisa integra um conjunto de estudos estamos desenvolvendo, voltados à análise da conjuntura agrária no Brasil dentro da Rede DATALUTA - Rede Brasileira de Pesquisa das Lutas por Espaços e Territórios, com ênfase nas dinâmicas de territorialização e reterritorialização dos movimentos socioterritoriais e nas disputas em torno do uso e controle do território, bem como das formas sustentáveis de produção. Ao tomar as JURAS como objeto de investigação, o projeto busca compreender seus desdobramentos enquanto ação de resistência, contribuindo assim para o aprofundamento do debate sobre o papel das instituições de ensino nas lutas pela transformação social, bem como alinhando a diretriz da JURA enquanto pesquisa, extensão e fomento de banco de dados.
Neste sentido, o projeto de pesquisa intitulado “Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária: Territorialidades, Práticas Educativas e Articulações Multiescalares no Brasil”, tem como objetivo compreender a dinâmica socioterritorial das Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária (JURAS) no Brasil, por meio da sistematização, análise e mapeamento de suas territorializações, dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais envolvidos, das instituições de ensino participantes, das escalas de realização, das pautas abordadas e dos impactos educacionais e institucionais, buscando evidenciar sua contribuição como ação educacional emancipatória e sua articulação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Enquanto objetivos específicos, apresentamos:
• Estudar as JURAS aliadas ao debate da questão agrária no Brasil, buscando compreender as principais dimensões das lutas dos movimentos socioterritoriais no campo, em especial do MST, que transcendem e pautam as cidades e os espaços universitários.
• Investigar a historicidade da formação das JURAS no Brasil, com o objetivo de compreender sua importância na questão educacional, bem como os principais sujeitos e organismos de luta por uma sociedade sustentável.
• Analisar e mapear a territorialização das JURAS realizadas no Brasil, buscando compreender as multidimensionalidades conjunturais dos lemas nacionais, sua interlocução com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os contextos políticos.
• Elucidar de que forma as universidades públicas e privadas no Brasil se mobilizam e reconfiguram seus espaços institucionais para a realização das JURAS, considerando as conjunturas e os impactos internos às instituições, bem como suas relações com os movimentos socioterritoriais, especialmente o MST.
• Investigar as diferentes escalas de realização das JURAS, buscando compreender sua correlação para o fortalecimento e a nacionalização dessa ação de resistência nos espaços universitários.
• Identificar e analisar a importância das atividades realizadas no âmbito das JURAS e dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais participantes, em relação às lutas pela reforma agrária e pelo desenvolvimento territorial sustentável.
Assim, para atender aos objetivos da pesquisa, partiremos de quatro procedimentos metodológicos, que têm o intuito de contribuir para a produção e sistematização de informações qualitativas e quantitativas. Assim, utilizaremos as seguintes metodologias: história oral, entrevistas, observação participante, pesquisa bibliográfica, questionários e sistematização por meio do Banco de Dados das Lutas por Espaços e Territórios (DATALUTA).
A partir dessa conjuntura, elencamos que a equipe do projeto de pesquisa é composta por um grupo diverso e interdisciplinar, reunindo integrantes de diferentes níveis de formação e áreas do conhecimento, bem como de movimentos socioterritoriais. Participam estudantes de graduação dos cursos de Geografia e Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), contribuindo com olhares distintos sobre os territórios e as expressões culturais envolvidas nas ações do projeto. Soma-se a essa composição uma estudante da pós-graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural, cuja formação amplia as abordagens sobre os processos históricos e simbólicos que permeiam os espaços investigados.
No âmbito da pós-graduação stricto sensu, integram a equipe doutorandos e mestrandos em Geografia vinculados à Universidade Estadual Paulista (UNESP) e à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), além de uma doutoranda em Administração e Políticas Públicas pela Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina, cuja perspectiva internacional fortalece o caráter comparado e latino-americano do projeto. Completam a equipe pesquisadores professores da UFPel nas áreas de Geografia, Medicina e Agronomia, professores e doutores da UNESP, bem como membros do MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que aportam sólida experiência teórica e metodológica, além de profundo conhecimento sobre a questão agrária e os processos socioespaciais em curso no Brasil e na América Latina.
As JURAS nasceram da necessidade de estabelecer um diálogo entre os movimentos, com destaque para o MST e os espaços educacionais do Brasil, como as universidades públicas. Inicialmente, o objetivo central desse diálogo era incorporar a discussão sobre o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996, e denunciar a impunidade em torno do evento, ao mesmo tempo em que se buscava visibilizar a luta pela terra e pela reforma agrária no contexto das mobilizações do Movimento durante o “Abril Vermelho”, alinhando-se aos debates contemporâneos no momento da realização das atividades (Buscioli, 2019; MST, 2017), bem como a contribuição para a construção de diálogos, bancos e pesquisas sobre a reforma agrária no Brasil dentro das instituições de ensino.
Ao longo dos anos, as JURAS foram incorporando novas ações e temáticas, pautadas nas conjunturas políticas, buscando evidenciar elementos estruturais da questão agrária, como os conflitos no campo, a educação do campo, a agroecologia, a saúde, o alimento e as tecnologias socioterritoriais. Suas ações expandiram-se para além dos debates acadêmicos, incluindo também feiras, atos públicos, audiências públicas, atividades culturais e dias de vivência em territórios da reforma agrária.
Assim, anualmente são divulgadas orientações nacionais para a realização das JURAS, elaboradas pelo coletivo de professores universitários em diálogo com a direção nacional do MST. Essas diretrizes definem uma temática central para o ano, respeitando-se, contudo, a singularidade de cada localidade de realização. Essa forma de organização tem possibilitado, por exemplo, a ampliação da escala de realização das JURAS, que ocorrem não apenas em nível local, mas também estadual, por meio da articulação entre diferentes instituições de ensino, o que evidencia a complexidade e a relevância dessa ação político-educacional no contexto da produção do conhecimento científico.
Esta temática de pesquisa integra um conjunto de estudos estamos desenvolvendo, voltados à análise da conjuntura agrária no Brasil dentro da Rede DATALUTA - Rede Brasileira de Pesquisa das Lutas por Espaços e Territórios, com ênfase nas dinâmicas de territorialização e reterritorialização dos movimentos socioterritoriais e nas disputas em torno do uso e controle do território, bem como das formas sustentáveis de produção. Ao tomar as JURAS como objeto de investigação, o projeto busca compreender seus desdobramentos enquanto ação de resistência, contribuindo assim para o aprofundamento do debate sobre o papel das instituições de ensino nas lutas pela transformação social, bem como alinhando a diretriz da JURA enquanto pesquisa, extensão e fomento de banco de dados.
Neste sentido, o projeto de pesquisa intitulado “Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária: Territorialidades, Práticas Educativas e Articulações Multiescalares no Brasil”, tem como objetivo compreender a dinâmica socioterritorial das Jornadas Universitárias em Defesa da Reforma Agrária (JURAS) no Brasil, por meio da sistematização, análise e mapeamento de suas territorializações, dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais envolvidos, das instituições de ensino participantes, das escalas de realização, das pautas abordadas e dos impactos educacionais e institucionais, buscando evidenciar sua contribuição como ação educacional emancipatória e sua articulação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Enquanto objetivos específicos, apresentamos:
• Estudar as JURAS aliadas ao debate da questão agrária no Brasil, buscando compreender as principais dimensões das lutas dos movimentos socioterritoriais no campo, em especial do MST, que transcendem e pautam as cidades e os espaços universitários.
• Investigar a historicidade da formação das JURAS no Brasil, com o objetivo de compreender sua importância na questão educacional, bem como os principais sujeitos e organismos de luta por uma sociedade sustentável.
• Analisar e mapear a territorialização das JURAS realizadas no Brasil, buscando compreender as multidimensionalidades conjunturais dos lemas nacionais, sua interlocução com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os contextos políticos.
• Elucidar de que forma as universidades públicas e privadas no Brasil se mobilizam e reconfiguram seus espaços institucionais para a realização das JURAS, considerando as conjunturas e os impactos internos às instituições, bem como suas relações com os movimentos socioterritoriais, especialmente o MST.
• Investigar as diferentes escalas de realização das JURAS, buscando compreender sua correlação para o fortalecimento e a nacionalização dessa ação de resistência nos espaços universitários.
• Identificar e analisar a importância das atividades realizadas no âmbito das JURAS e dos movimentos socioterritoriais e socioespaciais participantes, em relação às lutas pela reforma agrária e pelo desenvolvimento territorial sustentável.
Assim, para atender aos objetivos da pesquisa, partiremos de quatro procedimentos metodológicos, que têm o intuito de contribuir para a produção e sistematização de informações qualitativas e quantitativas. Assim, utilizaremos as seguintes metodologias: história oral, entrevistas, observação participante, pesquisa bibliográfica, questionários e sistematização por meio do Banco de Dados das Lutas por Espaços e Territórios (DATALUTA).
A partir dessa conjuntura, elencamos que a equipe do projeto de pesquisa é composta por um grupo diverso e interdisciplinar, reunindo integrantes de diferentes níveis de formação e áreas do conhecimento, bem como de movimentos socioterritoriais. Participam estudantes de graduação dos cursos de Geografia e Artes Visuais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), contribuindo com olhares distintos sobre os territórios e as expressões culturais envolvidas nas ações do projeto. Soma-se a essa composição uma estudante da pós-graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural, cuja formação amplia as abordagens sobre os processos históricos e simbólicos que permeiam os espaços investigados.
No âmbito da pós-graduação stricto sensu, integram a equipe doutorandos e mestrandos em Geografia vinculados à Universidade Estadual Paulista (UNESP) e à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), além de uma doutoranda em Administração e Políticas Públicas pela Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina, cuja perspectiva internacional fortalece o caráter comparado e latino-americano do projeto. Completam a equipe pesquisadores professores da UFPel nas áreas de Geografia, Medicina e Agronomia, professores e doutores da UNESP, bem como membros do MST e do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que aportam sólida experiência teórica e metodológica, além de profundo conhecimento sobre a questão agrária e os processos socioespaciais em curso no Brasil e na América Latina.
Metodologia
Para atender aos objetivos da pesquisa, partiremos de quatro procedimentos metodológicos, que têm o intuito de contribuir para a produção e sistematização de informações qualitativas e quantitativas. Assim, utilizaremos as seguintes metodologias: história oral, entrevistas, observação participante, pesquisa bibliográfica, questionários e sistematização por meio do Banco de Dados das Lutas por Espaços e Territórios (DATALUTA) dentro da Rede Brasileira de Pesquisa das Lutas por Espaços e Territórios (Rede DATALUTA)
Aplicaremos a metodologia da História Oral com o objetivo de compreender, por meio das narrativas de vida dos camponeses que constroem e constroem as JURAS, suas lutas, resistências e enfrentamentos. Nossas análises dialogarão com os estudos de Hall (1992) e Meihy (2002), evidenciando a cientificidade dessa abordagem metodológica.
Na História Oral, a obtenção de informações ocorre por meio da memória do entrevistado, que se projeta na imaginação e se materializa em sua representação verbal — o que foi lembrado, como foi narrado e em que circunstâncias os fatos aconteceram. Essas informações serão transformadas em fonte escrita por meio da transcrição, procedimento que confere cientificidade à História Oral (Meihy, 2002). Vale ressaltar que, embora a entrevista seja um instrumento essencial para essa metodologia, ela não se constitui, por si só, como História Oral, mas sim como uma de suas fontes. Como destaca Hall (1992), essa metodologia “depende de um tipo de fonte — a entrevista — altamente variável por causa do envolvimento do pesquisador no próprio processo de produção” (p. 3).
Realizaremos entrevistas semiestruturadas (Colognese; Melo, 1998), baseadas em um roteiro previamente elaborado, no qual o entrevistador poderá adicionar ou retirar perguntas conforme o desenvolvimento da fala do depoente, garantindo maior flexibilidade na condução. O roteiro abordará temas relacionados à totalidade territorial do processo de organização e execução das JURAS, bem como a historicidade dos sujeitos envolvidos, como discentes, docentes e outros participantes.
Na metodologia de entrevistas e História Oral, utilizaremos como forma de análise a Codificação do Depoimento (Gibbs, 2009), assim, partirão de temas comuns entre os diferentes depoentes, possibilitando análises comparativas eficazes posterior a transcrição. Cabe ressaltar que no ato de transcrever, utilizaremos a transcrição literal das falas dos depoentes nos utilizando dos aplicativos de transcrição para sua realização.
Utilizaremos a observação participante nos registros das JURAS, o que contribuirá para a aplicação dos procedimentos metodológicos anteriores, uma vez que se relaciona com o tempo de duração da pesquisa. Como referencial teórico, utilizaremos May (2004) e Foote-Whyte (1980), que compreendem essa metodologia a partir da complexidade das relações entre o pesquisador e os sujeitos, considerando o tempo e o papel desempenhado por cada envolvido como elementos essenciais para o entendimento do processo investigativo. Nesse sentido, participaremos de reuniões com membros do MST e professores de instituições de ensino nacionais envolvidos na realização das JURAS, bem como da execução e construção de edições nacionais e locais.
Para a sistematização de dados quantitativos, utilizaremos a metodologia de registro empregada no DATALUTA, que consiste no uso de palavras-chave configuradas no Google Alerta para o recebimento de notícias via e-mail. Essas informações são, então, codificadas e armazenadas no Google Drive, sendo posteriormente sistematizadas por meio do Jform. A sistematização visa identificar elementos técnicos e analíticos como: código PDF; título da JURA; datas de realização; edição; fonte; organização; macrorregião, estado, município e código; formato (presencial, online ou híbrido); e canais de transmissão (YouTube, Instagram, Facebook). Adicionalmente, são incluídas informações analíticas relativas à escala de realização (municipal, estadual ou nacional), local, movimentos e instituições participantes, instituições de ensino envolvidas, tipologias de atividades executadas, pautas e temáticas abordadas, bem como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Tal conjuntura será analisada na perspectiva do debate paradigmático (Buscioli, 2024; Fleck, 2010; Khun, 2007).
Aplicaremos a metodologia da História Oral com o objetivo de compreender, por meio das narrativas de vida dos camponeses que constroem e constroem as JURAS, suas lutas, resistências e enfrentamentos. Nossas análises dialogarão com os estudos de Hall (1992) e Meihy (2002), evidenciando a cientificidade dessa abordagem metodológica.
Na História Oral, a obtenção de informações ocorre por meio da memória do entrevistado, que se projeta na imaginação e se materializa em sua representação verbal — o que foi lembrado, como foi narrado e em que circunstâncias os fatos aconteceram. Essas informações serão transformadas em fonte escrita por meio da transcrição, procedimento que confere cientificidade à História Oral (Meihy, 2002). Vale ressaltar que, embora a entrevista seja um instrumento essencial para essa metodologia, ela não se constitui, por si só, como História Oral, mas sim como uma de suas fontes. Como destaca Hall (1992), essa metodologia “depende de um tipo de fonte — a entrevista — altamente variável por causa do envolvimento do pesquisador no próprio processo de produção” (p. 3).
Realizaremos entrevistas semiestruturadas (Colognese; Melo, 1998), baseadas em um roteiro previamente elaborado, no qual o entrevistador poderá adicionar ou retirar perguntas conforme o desenvolvimento da fala do depoente, garantindo maior flexibilidade na condução. O roteiro abordará temas relacionados à totalidade territorial do processo de organização e execução das JURAS, bem como a historicidade dos sujeitos envolvidos, como discentes, docentes e outros participantes.
Na metodologia de entrevistas e História Oral, utilizaremos como forma de análise a Codificação do Depoimento (Gibbs, 2009), assim, partirão de temas comuns entre os diferentes depoentes, possibilitando análises comparativas eficazes posterior a transcrição. Cabe ressaltar que no ato de transcrever, utilizaremos a transcrição literal das falas dos depoentes nos utilizando dos aplicativos de transcrição para sua realização.
Utilizaremos a observação participante nos registros das JURAS, o que contribuirá para a aplicação dos procedimentos metodológicos anteriores, uma vez que se relaciona com o tempo de duração da pesquisa. Como referencial teórico, utilizaremos May (2004) e Foote-Whyte (1980), que compreendem essa metodologia a partir da complexidade das relações entre o pesquisador e os sujeitos, considerando o tempo e o papel desempenhado por cada envolvido como elementos essenciais para o entendimento do processo investigativo. Nesse sentido, participaremos de reuniões com membros do MST e professores de instituições de ensino nacionais envolvidos na realização das JURAS, bem como da execução e construção de edições nacionais e locais.
Para a sistematização de dados quantitativos, utilizaremos a metodologia de registro empregada no DATALUTA, que consiste no uso de palavras-chave configuradas no Google Alerta para o recebimento de notícias via e-mail. Essas informações são, então, codificadas e armazenadas no Google Drive, sendo posteriormente sistematizadas por meio do Jform. A sistematização visa identificar elementos técnicos e analíticos como: código PDF; título da JURA; datas de realização; edição; fonte; organização; macrorregião, estado, município e código; formato (presencial, online ou híbrido); e canais de transmissão (YouTube, Instagram, Facebook). Adicionalmente, são incluídas informações analíticas relativas à escala de realização (municipal, estadual ou nacional), local, movimentos e instituições participantes, instituições de ensino envolvidas, tipologias de atividades executadas, pautas e temáticas abordadas, bem como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Tal conjuntura será analisada na perspectiva do debate paradigmático (Buscioli, 2024; Fleck, 2010; Khun, 2007).
Indicadores, Metas e Resultados
Para o projeto apontamos: 1) a criação de um grupo de discussão para debater, no âmbito das instituições de ensino, temas como reforma agrária, educação, saúde, agroecologia, cultura, patrimônio, alimentação, tecnologias, relação urbano-rural, entre outros; 2) a elaboração de parâmetros teórico-metodológicos comparativos das práticas realizadas nas JURAS, com foco nas tipologias analíticas identificadas; 3) o fomento e o aprimoramento do Banco de Dados das Lutas por Espaços e Territórios (DATALUTA), a partir das ações desenvolvidas pelas JURAS no Brasil, enquanto categoria analítica; 4) a inserção da UFPel e dos Laboratório de Estudos Agrários e Ambientais na Rede DATALUTA; 5) a aproximação entre os movimentos socioterritoriais e socioespaciais e o espaço universitário; 6) a publicação anual de relatório de pesquisa; e 7) o desenvolvimento de materiais informativos voltados à divulgação nas redes sociais.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
BARBARA BRAGANCA MARTINS | |||
BERNARDO MANÇANO FERNANDES | |||
DIÓGENES RABELLO | |||
ELENARA BEIER REHBEIN | |||
EVERTON BRUNO CASTANHA | 2 | ||
GERSON ANTONIO BARBOSA BORGES | |||
JHIOVANNA EDUARDA BRAGHIN | |||
LARA DALPERIO BUSCIOLI | 10 | ||
LAYLA PALUDO | |||
MARIA FERNANDA GHISI | |||
MARIA REGINA CAETANO COSTA | 1 | ||
MATEUS SILVA DA ROSA | |||
MATHEUS MAGALHÃES COSTA | |||
MICHELLY ARIADNE RAFAEL MIÓLA | |||
PEDRO HENRIQUE SOARES RAUPP | |||
RAFAEL BASTOS RODRIGUES | |||
RAQUEL BUITRON VUELTA | |||
RODRIGO DE MOURA SOUZA | |||
SANDI XAVIER MANCILIA | |||
SILMARA OLIVEIRA MOREIRA BITENCOURT | |||
WUELLITON FELIPE PERES LIMA |