Nome do Projeto
Sofrimento de mulheres no território: perspectivas de gênero e vulnerabilidades
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
25/07/2025 - 01/08/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Eixo Temático (Principal - Afim)
Saúde / Saúde
Linha de Extensão
Direitos individuais e coletivos
Resumo
Trata-se de um projeto que objetiva desenvolver ações grupais e de ensino com mulheres sobre sofrimento e saúde mental nos territórios do município de Pelotas. Serão realizadas atividades de extensão e ensino.
No que se refere a extensão ocorrerá por meio de grupos quinzenais de escuta terapêutica, rodas de conversa com temas que envolvam a saúde mental, saúde biopsicossocial, entre outras atividades grupais de trocas de experiências, informações sobre saúde, criação de materiais, formação de vínculo e autonomia de mulheres para tomada de decisões. Concomitantemente serão realizadas atividades de ensino para preparação dos estudantes e interlocução com a comunidade, sendo desenvolvidas ações como uma revisão integrativa da literatura , criação de materiais fotográficos e vídeos em conjunto com as participantes dos grupos que revelem suas histórias de sofrimento e cuidado, organização de materiais educativos, técnicos e científicos acerca da temática do projeto em redes sociais e outros meios e também a realização de encontros e/ou eventos que discutam sobre o tema e seus impactos na Saúde mental das mulheres e sociedade .
Objetivo Geral
Desenvolver atividades grupais e de ensino com mulheres sobre loucura e sofrimento no território.
Justificativa
O território é um espaço político, de histórias de vida, relações sociais e cuidado. Trabalhar com território é olhar também para lugares de existência e relações tanto singulares, como as coletivas, pensando diversidade, cidadania e a desinstitucionalização da loucura ( SILVA et al, 2018)
Aborda-se o tema da Saúde Mental na Atenção Básica, necessitando pensar o contexto e território em que estes serviços estão incluídos, onde se observa na sociedade brasileira um cenário de desigualdade e vulnerabilização de uma parcela significativa da população, onde é impossível descolar a vulnerabilidade da saúde e saúde mental. Há determinantes históricos de desigualdade social, de diferenças de gênero, raça/cor, pobreza, marginalização social que se relacionam ao baixo acesso à saúde, educação, cultura, lazer, aquisição de bens, discriminação e preconceito. (SPOSATI, 2020)
Estas ideias vão ao encontro do conceito de vulnerabilidade, enquanto um processo dinâmico que envolve múltiplas dimensões relacionadas ao adoecimento que não devem ser vistas separadamente: a individual, social e programática. A dimensão individual não depende somente dos comportamentos individuais das pessoas, nem a aspectos estritamente biológicos, mas sim na lógica de compreendê-las como seres de relações. A dimensão social se trata dos elementos contextuais que conformam vulnerabilidades individuais, ou seja, há diversos aspectos a se considerar nessa dimensão como economia, gênero, raça, religião, pobreza, desigualdade. Já a dimensão programática reflete em como as políticas, programas, serviços e instituições podem reduzir ou aumentar as condições de vulnerabilidade dos sujeitos. (AYRES; PAIVA; FRANÇA JR., 2012).
O gênero é um determinante importante no processo de vulnerabilização, conforme a OPAS (2022), o gênero faz referência às características socialmente construídas de mulheres e homens, como por exemplo, normas, papéis e relações existentes entre eles. As questões de gênero variam de uma cultura para outra e podem mudar ao longo da história. É necessário também reconhecer identidades que não se encaixam nas categorias binárias de sexo masculino ou feminino/ homem ou mulher. As normas, relações e papéis de gênero também afetam os resultados de saúde de pessoas com identidades consideradas transexuais e intersexuais. Cugler e Figueiredo (2021) acrescentam que a concepção de gênero possui uma interlocução cultural, social e política o que pode ocasionar desigualdades de poder orientada para homens e mulheres.
Neste contexto, quando falamos de território e vulnerabilidades, é imprescindível abordarmos o sofrimento de mulheres. Há uma intensa patologização, e consequente medicalização da dor psíquica de mulheres na Atenção Primária à Saúde. Este panorama sinaliza para problemática da dominação burguesa e patriarcal sobre as mulheres, a partir da medicalização e institucionalização, o que encontra na lógica manicomial saberes e espaços privilegiados (PEREIRA, PASSOS, 2017). Somado a isso, há a existência de estereótipos de gênero presentes na formação dos profissionais de saúde que reproduzem estigmas e preconceitos. Estas concepções de gênero feminino, muitas vezes ligadas as imagens de “boa mulher”, “boa esposa” podem fortalecer a exclusão das mulheres ao cuidado em saúde, motivando à internação, bem como, na definição de diagnósticos e na escolha das terapias psicofarmacológicas equivocadas. (CAPONI, MAZON, BIANCHI, 2023)
Para tal, é preciso repensar a saúde mental de mulheres na Atenção Primária à Saúde, sendo que as atividades de ensino e extensão irão colaborar com um cuidado equânime, considerando emblemáticas de gênero e vulnerabilidades.
Aborda-se o tema da Saúde Mental na Atenção Básica, necessitando pensar o contexto e território em que estes serviços estão incluídos, onde se observa na sociedade brasileira um cenário de desigualdade e vulnerabilização de uma parcela significativa da população, onde é impossível descolar a vulnerabilidade da saúde e saúde mental. Há determinantes históricos de desigualdade social, de diferenças de gênero, raça/cor, pobreza, marginalização social que se relacionam ao baixo acesso à saúde, educação, cultura, lazer, aquisição de bens, discriminação e preconceito. (SPOSATI, 2020)
Estas ideias vão ao encontro do conceito de vulnerabilidade, enquanto um processo dinâmico que envolve múltiplas dimensões relacionadas ao adoecimento que não devem ser vistas separadamente: a individual, social e programática. A dimensão individual não depende somente dos comportamentos individuais das pessoas, nem a aspectos estritamente biológicos, mas sim na lógica de compreendê-las como seres de relações. A dimensão social se trata dos elementos contextuais que conformam vulnerabilidades individuais, ou seja, há diversos aspectos a se considerar nessa dimensão como economia, gênero, raça, religião, pobreza, desigualdade. Já a dimensão programática reflete em como as políticas, programas, serviços e instituições podem reduzir ou aumentar as condições de vulnerabilidade dos sujeitos. (AYRES; PAIVA; FRANÇA JR., 2012).
O gênero é um determinante importante no processo de vulnerabilização, conforme a OPAS (2022), o gênero faz referência às características socialmente construídas de mulheres e homens, como por exemplo, normas, papéis e relações existentes entre eles. As questões de gênero variam de uma cultura para outra e podem mudar ao longo da história. É necessário também reconhecer identidades que não se encaixam nas categorias binárias de sexo masculino ou feminino/ homem ou mulher. As normas, relações e papéis de gênero também afetam os resultados de saúde de pessoas com identidades consideradas transexuais e intersexuais. Cugler e Figueiredo (2021) acrescentam que a concepção de gênero possui uma interlocução cultural, social e política o que pode ocasionar desigualdades de poder orientada para homens e mulheres.
Neste contexto, quando falamos de território e vulnerabilidades, é imprescindível abordarmos o sofrimento de mulheres. Há uma intensa patologização, e consequente medicalização da dor psíquica de mulheres na Atenção Primária à Saúde. Este panorama sinaliza para problemática da dominação burguesa e patriarcal sobre as mulheres, a partir da medicalização e institucionalização, o que encontra na lógica manicomial saberes e espaços privilegiados (PEREIRA, PASSOS, 2017). Somado a isso, há a existência de estereótipos de gênero presentes na formação dos profissionais de saúde que reproduzem estigmas e preconceitos. Estas concepções de gênero feminino, muitas vezes ligadas as imagens de “boa mulher”, “boa esposa” podem fortalecer a exclusão das mulheres ao cuidado em saúde, motivando à internação, bem como, na definição de diagnósticos e na escolha das terapias psicofarmacológicas equivocadas. (CAPONI, MAZON, BIANCHI, 2023)
Para tal, é preciso repensar a saúde mental de mulheres na Atenção Primária à Saúde, sendo que as atividades de ensino e extensão irão colaborar com um cuidado equânime, considerando emblemáticas de gênero e vulnerabilidades.
Metodologia
A extensão ocorrerá primeiramente com a escuta e identificação de mulheres em sofrimento no contexto da Atenção Primária à Saúde, após será ofertado grupos quinzenais de escuta terapêutica, rodas de conversa com temas que envolvam a saúde mental, saúde biopsicossocial, entre outras atividades grupais que envolvam a troca de experiências, a informação sobre saúde, o vínculo, a autonomia de mulheres para tomada de decisões.
As atividades de ensino ocorrerão concomitantemente com a supervisão de duas facilitadoras, que por meio de encontros periódicos com os alunos, realizarão orientações para o desenvolvimento de materiais educativos, técnicos e científicos acerca da temática do projeto, bem como revisão integrativa da literatura. Proporcionando ao acadêmico inserido no projeto o aprimoramento do seu conhecimento. Também poderão ser realizados eventos científicos sobre a temática, afim de discuti-la amplamente na sociedade, pensando impactos na saúde mental das mulheres.
As atividades de ensino ocorrerão concomitantemente com a supervisão de duas facilitadoras, que por meio de encontros periódicos com os alunos, realizarão orientações para o desenvolvimento de materiais educativos, técnicos e científicos acerca da temática do projeto, bem como revisão integrativa da literatura. Proporcionando ao acadêmico inserido no projeto o aprimoramento do seu conhecimento. Também poderão ser realizados eventos científicos sobre a temática, afim de discuti-la amplamente na sociedade, pensando impactos na saúde mental das mulheres.
Indicadores, Metas e Resultados
Desenvolver revisão de literatura acerca da temática do projeto;
Construir materiais educativos, técnicos e científicos acerca da temática do projeto;
Produzir eventos científicos sobre a temática;
Proporcionar ao acadêmico de enfermagem o olhar crítico e reflexivo acerca do sofrimento de mulheres;
Promover atividades grupais em Saúde Mental para mulheres em situações de vulnerabilidades na Atenção Primária em Saúde;
Desenvolver, em conjunto com as mulheres, materiais fotográficos e vídeos que revelem suas histórias de sofrimento, loucura e cuidado.
Construir materiais educativos, técnicos e científicos acerca da temática do projeto;
Produzir eventos científicos sobre a temática;
Proporcionar ao acadêmico de enfermagem o olhar crítico e reflexivo acerca do sofrimento de mulheres;
Promover atividades grupais em Saúde Mental para mulheres em situações de vulnerabilidades na Atenção Primária em Saúde;
Desenvolver, em conjunto com as mulheres, materiais fotográficos e vídeos que revelem suas histórias de sofrimento, loucura e cuidado.
Equipe do Projeto
| Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
|---|---|---|---|
| ALINE BASSO DA SILVA | 12 | ||
| ALINE BILHALVA DE ANDRADE | |||
| EDUARDA ZAFALON BORGES | |||
| GREICE CARVALHO DE MATOS | 10 | ||
| LETÍCIA RIBEIRO BRUM | |||
| LUIZA BOEIRA MARTIN | |||
| TACIÉLI GOMES DE LACERDA |