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01/09/2025 - 31/08/2026

Ciências Biológicas

A população de idosos vêm crescendo mundialmente. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1980 a quantidade de pessoas com 60 anos ou mais no mundo era de 382 milhões; no ano de 2020 chegou a 1 bilhão e a projeção é que chegue a cerca de 2.1 bilhões até 2050 (WHO, 2020). No Brasil, o envelhecimento populacional também tem avançado de forma acelerada. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a porcentagem de idosos acima de 60 anos subiu de 8,7% para 15,6% entre 2000 e 2023, e a projeção é que chegue a cerca de 37,8% em 2070. Esse aumento significativo da proporção de idosos se deve, principalmente, a dois fatores: à elevação da expectativa de vida e à redução da taxa de fecundidade. A expectativa de vida ao nascer no Brasil, que era de 71,1 anos em 2000, chegou a 76,4 anos em 2023 e deve chegar a 83,9 anos em 2070. Já a taxa de fecundidade caiu de 2,32 filhos por mulher em 2000 para 1,57 em 2023, podendo chegar a 1,5 em 2070, o que reflete uma tendência de redução no número de nascimentos. De fato, o número de nascimentos por ano recuou de 3,6 milhões no ano de 2000 para 2,6 milhões em 2022 e pode cair para 1,5 milhão em 2070 (IBGE, 2024). Esse avanço do envelhecimento populacional implica em importantes desafios para a saúde pública devido às condições crônicas associadas ao envelhecimento, como a sarcopenia. Segundo o Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Idosos (EWGSOP), “sarcopenia é um distúrbio progressivo e generalizado do músculo esquelético que está associado ao aumento da probabilidade de resultados adversos, incluindo quedas, fraturas, incapacidade física e mortalidade” (Cruz-Jentoft et al., 2019). Estima-se que esta doença afete aproximadamente 10% a 16% da população idosa mundial (Yuan e Larsson, 2023). No Brasil, encontrou-se uma prevalência média de sarcopenia de 39,57% em idosos com 65 anos ou mais em uma comunidade de São Paulo (Franco et al., 2024). Diante do aumento da longevidade e da prevalência de sarcopenia em idosos, cresce o interesse por estratégias nutricionais que possam auxiliar na promoção da saúde muscular ao longo do envelhecimento. Entre essas estratégias, as possíveis aplicações clínicas da suplementação de creatina têm ganhado destaque. É consenso atualmente que a creatina traz benefícios para atletas de várias modalidades de esporte, assim como para não-atletas envolvidos em treinamento físico (Kreider et al., 2022). No manejo da sarcopenia, observaram-se resultados promissores em relação à força e massa muscular (Kreider e Stout, 2021). Levando em consideração os possíveis efeitos benéficos da suplementação de creatina para o enfrentamento da sarcopenia na população idosa, o objetivo deste trabalho é revisar a literatura científica mais recente buscando descobrir se esse suplemento é realmente eficiente nesse sentido e, se for, esclarecer se ele é eficaz apenas quando aliado ao treinamento de força ou se também pode proporcionar benefícios em uso isolado.