Nome do Projeto
Identificação anatômica de madeiras comerciais, utilizadas em obras de arte e construções históricas, e vestígios arqueológicos no Rio Grande do Sul
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
15/09/2025 - 15/09/2029
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Biológicas
Resumo
A madeira é um recurso valioso e versátil, desempenhando um papel crucial na sustentabilidade ambiental e na economia, especialmente no Brasil, um país com vastas reservas florestais e significativo potencial agrícola. A análise anatômica da madeira tem se mostrado uma ferramenta poderosa na identificação de espécies vegetais, sobretudo em contextos em que outras características morfológicas comumente utilizadas por taxonomistas estão ausentes. O Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Pelotas tem registrado um aumento na demanda por identificação de material vegetal, em particular de amostras de madeira. Esta demanda provém de diversas fontes, incluindo a sociedade civil, madeireiras, e instituições voltadas para a preservação do patrimônio histórico e arqueológico, que dependem da análise anatômica para a correta identificação das espécies. A partir dessas análises, serão elaboradas e disponibilizadas chaves de identificação anatômica da madeira, facilitando a identificação de madeiras comerciais, de esculturas, de construções históricas e de vestígios arqueológicos no estado do Rio Grande do Sul. Além disso, o projeto visa contribuir para a identificação precisa de madeiras comerciais, promovendo uma gestão mais sustentável dos recursos florestais e colaborando para combater a extração ilegal de espécies nativas protegidas por lei. Os resultados obtidos serão divulgados tanto para a comunidade científica quanto para a sociedade em geral, por meio de publicações e participação em eventos de divulgação científica. Uma parte significativa do projeto envolve a ampliação da coleção de madeiras e do laminário da Xiloteca no Instituto de Biologia da UFPel (PELw), com especial atenção à inclusão de amostras de espécies nativas e aquelas utilizadas no Rio Grande do Sul. O projeto também busca capacitar recursos humanos, incentivando a participação de estudantes em programas de iniciação científica, contribuindo assim para a formação de uma nova geração de pesquisadores na área de anatomia da madeira. Em suma, este projeto não apenas visa aprofundar nosso conhecimento sobre a anatomia de madeiras utilizadas no Rio Grande do Sul, mas também aplicar esse conhecimento para preservar e valorizar o patrimônio natural, histórico, artístico e arqueológico da região, assegurando um futuro sustentável para as próximas gerações.
Objetivo Geral
Aprofundar o conhecimento sobre a anatomia de madeiras comerciais, utilizadas em obras de arte, construções históricas e vestígios arqueológicos no Rio Grande do Sul, aplicando esse conhecimento para a preservação e valorização do patrimônio natural, histórico, artístico e arqueológico da região, visando assegurar um futuro sustentável para as próximas gerações.
- Descrever detalhadamente a anatomia macroscópica e microscópica de madeiras comerciais, esculturas, construções históricas e vestígios arqueológicos presentes no estado do Rio Grande do Sul;
- Elaborar e disponibilizar chaves de identificação anatômica da madeira, com o objetivo de facilitar a identificação de madeiras comerciais, esculturas, construções históricas e vestígios arqueológicos no estado do Rio Grande do Sul;
- Contribuir para a identificação precisa de madeiras comerciais utilizadas na confecção de esculturas e construções históricas, bem como na identificação de artefatos e vestígios arqueológicos no Rio Grande do Sul;
- Divulgar os resultados obtidos neste projeto para a comunidade científica e para a sociedade em geral, por meio de publicações e participação em eventos de divulgação científica;
- Contribuir para a ampliação da coleção de madeiras e do laminário da Xiloteca no Instituto de Biologia da UFPel (PELw), com especial ênfase nas madeiras nativas e utilizadas no Rio Grande do Sul;
- Capacitar recursos humanos por meio da participação de estudantes em programas de iniciação científica durante a execução deste projeto.
- Descrever detalhadamente a anatomia macroscópica e microscópica de madeiras comerciais, esculturas, construções históricas e vestígios arqueológicos presentes no estado do Rio Grande do Sul;
- Elaborar e disponibilizar chaves de identificação anatômica da madeira, com o objetivo de facilitar a identificação de madeiras comerciais, esculturas, construções históricas e vestígios arqueológicos no estado do Rio Grande do Sul;
- Contribuir para a identificação precisa de madeiras comerciais utilizadas na confecção de esculturas e construções históricas, bem como na identificação de artefatos e vestígios arqueológicos no Rio Grande do Sul;
- Divulgar os resultados obtidos neste projeto para a comunidade científica e para a sociedade em geral, por meio de publicações e participação em eventos de divulgação científica;
- Contribuir para a ampliação da coleção de madeiras e do laminário da Xiloteca no Instituto de Biologia da UFPel (PELw), com especial ênfase nas madeiras nativas e utilizadas no Rio Grande do Sul;
- Capacitar recursos humanos por meio da participação de estudantes em programas de iniciação científica durante a execução deste projeto.
Justificativa
A madeira é um recurso renovável de extrema importância na sociedade atual devido à sua versatilidade como matéria-prima, apresentando impacto significativo na sustentabilidade ambiental e na economia, especialmente no Brasil, um país ainda com grandes reservas florestais e amplo potencial agrícola (Loconte 2018). A madeira, cientificamente designada como xilema secundário, é produzida pelas plantas com sementes a partir de um tecido meristemático secundário, conhecido como câmbio vascular, que gradualmente adiciona novas células a esse tecido, fazendo com que o caule e as raízes aumentem progressivamente em diâmetro (Evert 2006; Lucas et al. 2013). A análise anatômica da madeira revelou, ao longo de mais de um século de estudos, que a maioria dos táxons apresenta características anatômicas particulares, algo semelhante a uma “impressão digital”, que permite uma identificação segura dos táxons, inclusive no nível de espécie (IAWA Committe 1989; Yin et al. 2020).
De uma maneira geral, a identificação das espécies vegetais, incluindo árvores, é realizada por taxonomistas, principalmente, por meio da análise das estruturas reprodutivas, como flores e frutos, além das variações morfológicas encontradas nas folhas (Ribeiro et al. 1999; Souza e Lorenzi 2019). No entanto, quando essas informações não estão disponíveis, como no caso da análise de toras ou peças de madeira comercializadas, ou ainda de artefatos e estruturas históricas, arqueológicas e/ou artísticas, a identificação anatômica da madeira torna-se o meio mais viável, se não o único, para identificação segura das espécies (Koch et al. 2015; Souza et al. 2024).
Nos últimos anos, o Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Pelotas tem experimentado um aumento significativo na demanda por identificação de material vegetal, especialmente amostras de madeira. Essa demanda provém da sociedade civil, madeireiras, centros de pesquisa ligados à restauração de obras de arte e imóveis históricos, muitos dos quais são tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), bem como vestígios de madeira e carvões de origem arqueológica. A identificação das madeiras, especialmente as utilizadas em esculturas, pode contribuir significativamente para a contextualização histórica e cultural das obras, fornecendo informações valiosas para a definição de escolas artísticas, regionalidades e possíveis atribuições. Além disso, essa identificação desempenha um papel crucial na recomendação de materiais para restauração. Conforme os Princípios para Conservação e Restauração do Patrimônio Construído em Madeira, adotados pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) em 2017, qualquer substituição deve priorizar a mesma espécie de madeira utilizada originalmente, ou, na falta dela, espécies com propriedades semelhantes (Santos et al. 2023).
O Brasil se destaca como um dos principais produtores e exportadores de madeira globalmente (Loconte 2018). Com o objetivo de promover uma exploração mais sustentável dos recursos florestais, tem havido um esforço crescente para utilizar as florestas nativas de forma mais racional e sustentável, o que inclui o monitoramento de sua exploração. No entanto, durante a extração das árvores em áreas florestais, as empresas madeireiras geralmente identificam as espécies apenas pelos seus nomes comuns. Somente mais tarde, quando as peças são desdobradas nas madeireiras, são atribuídos os nomes científicos, resultando frequentemente em identificações equivocadas. A correta identificação das espécies, tanto pelas instituições de vigilância e controle quanto pelos produtores e consumidores, é crucial para compreender o que está sendo explorado e comercializado e, assim, para manter a integridade dos sistemas de gestão e de toda a cadeia produtiva (Souza et al. 2024).
O carvão, um recurso crucial para a análise das civilizações passadas, frequentemente é encontrado em excelente estado de conservação em sítios arqueológicos. Mesmo após milhares de anos de deposição, é possível analisar e identificar um fragmento de carvão, possibilitando a reconstrução do ambiente vegetal e fornecendo uma variedade de informações sobre a atividade humana. Essas informações englobam práticas tecnológicas e rituais, padrões de consumo de lenha, diversos usos da madeira, e outros aspectos relevantes (Scheel-Ybert 2020). No Rio Grande do Sul, uma considerável quantidade de vestígios de carvão tem sido registrada em estudos arqueológicos (e.g. Beuren et al. 2012; Ávila et al. 2017). A análise anatômica do carvão também contribui para a redução da extração ilegal de madeira de espécies nativas, especialmente aquelas protegidas por lei, ao identificar as espécies por meio das características anatômicas preservadas no carvão (Gonçalves et al., 2018). A identificação taxonômica do carvão é baseada na anatomia da madeira. Isso é possível devido à preservação da maioria dos caracteres anatômicos na madeira carbonizada (Gasson et al. 2017).
A identificação anatômica da madeira e do carvão, no entanto, depende da disponibilidade de bons materiais de referência, como coleções comparativas contendo espécimes modernos bem identificados, mas especialmente publicações sobre a anatomia da madeira e/ou do carvão (Scheel-Ybert 2016; Capucho e Scheel-Ybert 2024). No Brasil, essas bases de dados que agregam publicações com descrições anatômicas da madeira de espécies nativas incluem artigos, livros, chaves de identificação anatômica, bem como as xilotecas (coleções de amostras de madeira), e têm crescido, ainda que timidamente, nas últimas décadas (e.g. Siston et al. 2020; Brandes et al. 2021). Entretanto, quando contrastadas com a enorme biodiversidade presente no Brasil, esses dados ainda representam uma parcela minúscula sobre a nossa flora. A escassez de dados sobre as espécies nativas e utilizadas no Rio Grande do Sul dificulta a identificação de amostras de madeira e carvão de espécies da flora local, além de prejudicar o controle sobre o status de conservação e a exploração das espécies nativas, especialmente aquelas cujo corte é proibido. Essa lacuna de informações também contribui para a comercialização de madeiras com identificações duvidosas (Souza et al., 2024).
De uma maneira geral, a identificação das espécies vegetais, incluindo árvores, é realizada por taxonomistas, principalmente, por meio da análise das estruturas reprodutivas, como flores e frutos, além das variações morfológicas encontradas nas folhas (Ribeiro et al. 1999; Souza e Lorenzi 2019). No entanto, quando essas informações não estão disponíveis, como no caso da análise de toras ou peças de madeira comercializadas, ou ainda de artefatos e estruturas históricas, arqueológicas e/ou artísticas, a identificação anatômica da madeira torna-se o meio mais viável, se não o único, para identificação segura das espécies (Koch et al. 2015; Souza et al. 2024).
Nos últimos anos, o Laboratório de Anatomia Vegetal da Universidade Federal de Pelotas tem experimentado um aumento significativo na demanda por identificação de material vegetal, especialmente amostras de madeira. Essa demanda provém da sociedade civil, madeireiras, centros de pesquisa ligados à restauração de obras de arte e imóveis históricos, muitos dos quais são tombados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), bem como vestígios de madeira e carvões de origem arqueológica. A identificação das madeiras, especialmente as utilizadas em esculturas, pode contribuir significativamente para a contextualização histórica e cultural das obras, fornecendo informações valiosas para a definição de escolas artísticas, regionalidades e possíveis atribuições. Além disso, essa identificação desempenha um papel crucial na recomendação de materiais para restauração. Conforme os Princípios para Conservação e Restauração do Patrimônio Construído em Madeira, adotados pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) em 2017, qualquer substituição deve priorizar a mesma espécie de madeira utilizada originalmente, ou, na falta dela, espécies com propriedades semelhantes (Santos et al. 2023).
O Brasil se destaca como um dos principais produtores e exportadores de madeira globalmente (Loconte 2018). Com o objetivo de promover uma exploração mais sustentável dos recursos florestais, tem havido um esforço crescente para utilizar as florestas nativas de forma mais racional e sustentável, o que inclui o monitoramento de sua exploração. No entanto, durante a extração das árvores em áreas florestais, as empresas madeireiras geralmente identificam as espécies apenas pelos seus nomes comuns. Somente mais tarde, quando as peças são desdobradas nas madeireiras, são atribuídos os nomes científicos, resultando frequentemente em identificações equivocadas. A correta identificação das espécies, tanto pelas instituições de vigilância e controle quanto pelos produtores e consumidores, é crucial para compreender o que está sendo explorado e comercializado e, assim, para manter a integridade dos sistemas de gestão e de toda a cadeia produtiva (Souza et al. 2024).
O carvão, um recurso crucial para a análise das civilizações passadas, frequentemente é encontrado em excelente estado de conservação em sítios arqueológicos. Mesmo após milhares de anos de deposição, é possível analisar e identificar um fragmento de carvão, possibilitando a reconstrução do ambiente vegetal e fornecendo uma variedade de informações sobre a atividade humana. Essas informações englobam práticas tecnológicas e rituais, padrões de consumo de lenha, diversos usos da madeira, e outros aspectos relevantes (Scheel-Ybert 2020). No Rio Grande do Sul, uma considerável quantidade de vestígios de carvão tem sido registrada em estudos arqueológicos (e.g. Beuren et al. 2012; Ávila et al. 2017). A análise anatômica do carvão também contribui para a redução da extração ilegal de madeira de espécies nativas, especialmente aquelas protegidas por lei, ao identificar as espécies por meio das características anatômicas preservadas no carvão (Gonçalves et al., 2018). A identificação taxonômica do carvão é baseada na anatomia da madeira. Isso é possível devido à preservação da maioria dos caracteres anatômicos na madeira carbonizada (Gasson et al. 2017).
A identificação anatômica da madeira e do carvão, no entanto, depende da disponibilidade de bons materiais de referência, como coleções comparativas contendo espécimes modernos bem identificados, mas especialmente publicações sobre a anatomia da madeira e/ou do carvão (Scheel-Ybert 2016; Capucho e Scheel-Ybert 2024). No Brasil, essas bases de dados que agregam publicações com descrições anatômicas da madeira de espécies nativas incluem artigos, livros, chaves de identificação anatômica, bem como as xilotecas (coleções de amostras de madeira), e têm crescido, ainda que timidamente, nas últimas décadas (e.g. Siston et al. 2020; Brandes et al. 2021). Entretanto, quando contrastadas com a enorme biodiversidade presente no Brasil, esses dados ainda representam uma parcela minúscula sobre a nossa flora. A escassez de dados sobre as espécies nativas e utilizadas no Rio Grande do Sul dificulta a identificação de amostras de madeira e carvão de espécies da flora local, além de prejudicar o controle sobre o status de conservação e a exploração das espécies nativas, especialmente aquelas cujo corte é proibido. Essa lacuna de informações também contribui para a comercialização de madeiras com identificações duvidosas (Souza et al., 2024).
Metodologia
As amostras de madeira serão registradas e depositadas na Xiloteca do Instituto de Biologia da UFPel (PELw). Parte dessas amostras será amolecida por meio de cozimento em água com glicerina (9:1) e, posteriormente, seccionada em micrótomo para a realização das análises anatômicas. No caso de amostras muito pequenas ou que apresentem algum grau de deterioração, estas serão incluídas em parafina para melhor preservação das estruturas anatômicas, necessárias à descrição, análise e identificação da madeira. Serão considerados os três planos de corte para a análise anatômica: transversal, tangencial e radial, visando à obtenção das lâminas histológicas permanentes. A preparação das lâminas histológicas seguirá os métodos convencionais em anatomia da madeira descritos por Johansen (1940) e Sass (1951). As secções histológicas, com espessura entre 18-30 μm, serão obtidas utilizando um micrótomo de deslizamento Leica©. Estas secções serão clarificadas com hipoclorito de sódio (50%), coradas com safranina alcoólica a 1%, desidratadas em série alcoólica de 50% a 100% e montadas em bálsamo sintético de Canadá© ou Entellan©. Para a confecção de macerados e análise dos elementos celulares da madeira dissociados, será utilizado o método proposto por Franklin (1945), modificado por Kraus e Arduin (1997), com a aplicação de ácido acético e peróxido de hidrogênio.
Serão mensurados os seguintes parâmetros anatômicos quantitativos da madeira: vasos (densidade de vasos por milímetro quadrado, diâmetro tangencial, comprimento dos elementos de vasos, diâmetro das pontuações intervasculares e radiovasculares); fibras (comprimento, largura, espessura da parede e diâmetro das pontoações); e raios (quantidade de raios por milímetro, largura, altura em micrômetros e número de células). As medições da densidade de vasos serão realizadas utilizando o software ANATI QUANTI© (Aguiar et al., 2007), enquanto as demais medições serão feitas com o auxílio de um microscópio equipado com lente micrométrica. O número de medições para cada parâmetro quantitativo será fixado em n = 30. A terminologia empregada nas descrições anatômicas microscópicas seguirá as diretrizes do IAWA Committee (1989). A descrição macroscópica será realizada conforme as normas COPANT (1974), considerando ainda Ruffinatto et al. (2015) e Florsheim et al. (2020).
A análise de carvão proveniente de sítios arqueológicos será realizada por meio de análises em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), uma técnica amplamente utilizada para investigar a estrutura anatômica de amostras vegetais carbonizadas, permitindo a identificação taxonômica, e a avaliação do estado de preservação, dados essenciais para estudos em diversas áreas, como arqueobotânica, paleoecologia e conservação do patrimônio. Para isso procedera-se com a seleção; limpeza; fratura das amostras nos planos anatômicos de interesse: transversal, tangencial e radial; montagem; fixação dos fragmentos em suportes metálicos utilizando fitas adesivas de carbono; e metalização.
Confecção de chaves de identificação anatômica da madeira – A identificação anatômica da madeira é realizada pela comparação dos parâmetros anatômicos entre uma amostra de identidade desconhecida ou incerta e uma base de dados contendo amostras corretamente identificadas. Para agilizar esse processo, são desenvolvidas ferramentas como chaves de identificação dicotômicas, que garantem o rigor científico necessário para essa análise (Espírito-Santo et al., 2013). Neste projeto, serão elaboradas chaves de identificação com base nas descrições microscópicas e macroscópicas das espécies analisadas. Tais chaves poderão ser criadas utilizando programas de computador e podem incluir recursos adicionais, como imagens e glossários, tornando-as mais acessíveis para usuários não especialistas (Espírito-Santo et al., 2013).
Serão mensurados os seguintes parâmetros anatômicos quantitativos da madeira: vasos (densidade de vasos por milímetro quadrado, diâmetro tangencial, comprimento dos elementos de vasos, diâmetro das pontuações intervasculares e radiovasculares); fibras (comprimento, largura, espessura da parede e diâmetro das pontoações); e raios (quantidade de raios por milímetro, largura, altura em micrômetros e número de células). As medições da densidade de vasos serão realizadas utilizando o software ANATI QUANTI© (Aguiar et al., 2007), enquanto as demais medições serão feitas com o auxílio de um microscópio equipado com lente micrométrica. O número de medições para cada parâmetro quantitativo será fixado em n = 30. A terminologia empregada nas descrições anatômicas microscópicas seguirá as diretrizes do IAWA Committee (1989). A descrição macroscópica será realizada conforme as normas COPANT (1974), considerando ainda Ruffinatto et al. (2015) e Florsheim et al. (2020).
A análise de carvão proveniente de sítios arqueológicos será realizada por meio de análises em Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), uma técnica amplamente utilizada para investigar a estrutura anatômica de amostras vegetais carbonizadas, permitindo a identificação taxonômica, e a avaliação do estado de preservação, dados essenciais para estudos em diversas áreas, como arqueobotânica, paleoecologia e conservação do patrimônio. Para isso procedera-se com a seleção; limpeza; fratura das amostras nos planos anatômicos de interesse: transversal, tangencial e radial; montagem; fixação dos fragmentos em suportes metálicos utilizando fitas adesivas de carbono; e metalização.
Confecção de chaves de identificação anatômica da madeira – A identificação anatômica da madeira é realizada pela comparação dos parâmetros anatômicos entre uma amostra de identidade desconhecida ou incerta e uma base de dados contendo amostras corretamente identificadas. Para agilizar esse processo, são desenvolvidas ferramentas como chaves de identificação dicotômicas, que garantem o rigor científico necessário para essa análise (Espírito-Santo et al., 2013). Neste projeto, serão elaboradas chaves de identificação com base nas descrições microscópicas e macroscópicas das espécies analisadas. Tais chaves poderão ser criadas utilizando programas de computador e podem incluir recursos adicionais, como imagens e glossários, tornando-as mais acessíveis para usuários não especialistas (Espírito-Santo et al., 2013).
Indicadores, Metas e Resultados
Este projeto de pesquisa busca alcançar uma série de resultados e impactos significativos, conforme descrito a seguir: i) Realizar o diagnóstico, sistematização e síntese da produção de conhecimento sobre a anatomia da madeira, com foco nas espécies nativas e cultivadas no Rio Grande do Sul; ii) Implementar e expandir a xiloteca e o laminário do Instituto de Biologia da UFPel, consolidando-os como uma coleção de referência para a identificação de madeiras; iii) Identificar madeiras comerciais utilizadas em obras de arte, construções históricas, vestígios de madeiras e carvões de sítios arqueológicos no Rio Grande do Sul, contribuindo para a preservação e conservação do patrimônio cultural e natural da região; iv) Elaborar cartilhas e desenvolver chaves de identificação anatômica da madeira, facilitando a identificação de espécies; v) Divulgar os resultados deste projeto para a comunidade científica e para a sociedade em geral, por meio de publicações em periódicos científicos e participação em eventos de divulgação científica, promovendo o compartilhamento do conhecimento gerado; vi) Ampliar a coleção de madeiras e o laminário da Xiloteca do Instituto de Biologia da UFPel (PELw), com ênfase na inclusão de amostras de espécies nativas e utilizadas no Rio Grande do Sul, enriquecendo o acervo disponível para pesquisas futuras; vii) Capacitar recursos humanos, proporcionando a participação de estudantes em programas de iniciação científica e extensão durante a execução do projeto, fomentando o desenvolvimento acadêmico e científico de jovens pesquisadores. Esses resultados e impactos são essenciais para o avanço do entendimento sobre a anatomia da madeira e sua aplicação em diversas áreas do conhecimento no Rio Grande do Sul.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
Adriana Saccol Pereira | |||
BRUNO BARRETO HADLER | |||
CRISTINA FERREIRA LARRE | 0 | ||
DANIELE BALTZ DA FONSECA | 0 | ||
JULIANA APARECIDA FERNANDO | 0 | ||
JÉSSICA RODRIGUES FERREIRA | |||
LAZARO BENEDITO DA SILVA | |||
MARCELO DOS SANTOS SILVA | 1 | ||
PATRICIA SOARES BILHALVA DOS SANTOS | 0 | ||
RAFAEL GUEDES MILHEIRA | 0 |