Nome do Projeto
PROJETO SALA VERDE BARRAGEM SANTA BÁRBARA: meio ambiente e comunidade.
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
04/06/2018 - 20/12/2018
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Meio ambiente / Cultura
Linha de Extensão
Educação Ambiental
Resumo
O trabalho visa dar sustentação ao projeto de educação ambiental coordenado pelo SANEP (Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas), que tem como objetivo criar um espaço para o desenvolvimento de ações socioambientais, com vistas ao uso sustentável do entorno das águas da barragem Santa Bárbara. Instaurar um processo educativo permanente e continuado, na construção de um espaço democrático e de participação social, com ênfase na preservação dos recursos hídricos e de valorização do patrimônio cultural. A contribuição específica deste projeto é a produção de um vídeo etnográfico que tem como objetivo reportar e estimular a relação da comunidade com seu espaço habitado, no qual se insere a Barragem Santa Bárbara.

Objetivo Geral

Contribuir para uma prática educativa que estimule a vinculação dos moradores do entorno da Barragem Santa Bárbara com as ações de preservação ambiental que visam proteger esse importante manancial de água da cidade de Pelotas.
Específicos:
- Formação de Multiplicadores ambientais voltados as comunidades do entorno da Barragem Santa Bárbara;
- Formar um espaço de convivência e de participação social voltado a educação ambiental e na difusão de práticas sustentáveis;
- Promover educação patrimonial, através da valorização dos aspectos culturais da Barragem Santa Bárbara, tendo a água como patrimônio imaterial da cidade de Pelotas;
- Fomentar e apoiar projetos e iniciativas locais em educação ambiental;
- Disponibilizar acervo digital sobre a temática ambiental.

Justificativa

No ano de 2017, o SANEP/Pelotas iniciou a elaboração do Plano Ambiental de Conservação e Uso do entorno das Águas da Barragem Santa Bárbara - PACUEA - seguindo o disposto no Termo de Referência elaborado pela FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler - RS, observando-se a legislação e normas vigentes, em especial a Resolução CONAMA N° 302/02, que dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.
Constituem as ações do Plano Ambiental de Conservação e Uso das Águas do entorno da Barragem Santa Bárbara ações socioambientais e de educação ambiental, pela compreensão de que estas ações são imprescindíveis, pois se relaciona aos cuidados necessários a preservação dos mananciais de abastecimento e quanto ao uso sustentável das águas do entorno da Barragem Santa Bárbara. A qualidade da água represada na Barragem depende da forma como cuidamos desse manancial, à medida que preservamos seu entorno, conservando a mata ciliar e protegendo seus afluentes, mantemos o ambiente equilibrado e consequentemente nossa água é mais saudável.
A Lei Municipal Nº 5.502, de 11 de setembro de 2008, institui o Plano Diretor de Pelotas e estabelece as diretrizes e proposições de ordenamento e desenvolvimento territorial, sendo definidas Áreas de Especial Interesse do Ambiente Natural Públicas (AEIAN), entre elas destaca-se a área do Arroio Santa Bárbara. Ainda define como Áreas Ambientalmente Degradadas (AAD) aquelas áreas públicas ou particulares, que já sofreram ou estejam em processo de degradação ambiental, seja pela ação antrópica ou natural, necessitando de programa específico estabelecido pelo Poder Público, de mitigação ou compensação, com vistas a estabelecer a recuperação do passivo ambiental nelas localizado, devendo receber prioridade de ações e investimentos públicos e privados, voltados à recuperação do passivo ambiental e social.
O objetivo deste projeto é apoiar as ações socioambientais coordenadas pelo SANEP/Pelotas, especialmente em suas demandas de educação ambiental e de participação comunitária. Entre os principais atores que congregam o entorno da Barragem Santa Bárbara estão a população que habita as áreas próximas e que tem interferência direta na constituição território da barragem.
Uma educação transformadora necessita a compreensão sobre os condicionantes que geram os conflitos socioambientais, conforme Loureiro (2012):
[...] efetuar uma consistente análise da conjuntura complexa da realidade a fim de ter os fundamentos necessários para questionar os condicionantes sociais historicamente produzidos que implicam a reprodução social e geram a desigualdade e os conflitos ambientais.
Na mesma linha, entende-se que uma educação ambiental cidadã tem como centralidade a práxis educativa. Propiciando uma continua reflexão da atividade humana sobre as condições concretas. Desta forma o ato reflexivo é inerente ao processo social o que possibilita a promoção de novas atitudes e relações sociais. Nesses termos o ato educativo deixa ser simplesmente a transmissão de conhecimentos, mas a própria práxis educativa. Nesses termos é fundamental promoção de espaços de participação social popular na garantia ao exercício da cidadania, principalmente daqueles que se encontra em situação de maior vulnerabilidade socioambiental. Loureiro (2012):
É importante ressaltar que a prática educativa, além de ser uma exigência da vida social, também é elemento fundamental no provimento dos indivíduos, de conhecimento e cultura, que lhes permita uma atuação operante no meio em que vivem. E nesse contexto, segue o PEAMSS, a
““[...] Educação Ambiental em Saneamento constitui-se numa promissora possibilidade de atuação que busca, por meio de ações articuladas, oportunizar a emancipação dos atores sociais envolvidos e, com isso, despertar o protagonismo popular na condução das transformações esperadas.
Uma Educação Ambiental emancipatória e transformadora (Loureiro, 2012), coloca-se em uma interação entre sociedade e natureza. A educação ambiental é pensada como um meio de formação de cidadãos críticos, conscientes e atuantes (Reigota, 2001); uma educação que possa enfatizar o estudo do ambiente onde comunidade envolve-se com seus problemas e são agentes de suas resoluções (Reigota, 2001); uma busca de maior participação dos cidadãos, com o intuito de novas alianças entre natureza e ser humano. Considerando que “Os problemas ambientais foram criados por homens e mulheres e deles virão as soluções, [...] estas não serão obras de gênios, de políticos ou tecnocratas, mas sim de cidadãos e cidadãs” (Reigota, 2001, p. 12). Reafirmo com Loureiro (2012) a perspectiva de educação que se alia à proposta deste projeto. Para o autor, educar:
[...] é negar o senso comum de que temos “uma minoria consciente”, secundarizando o outro, sua história, cultura e consciência. É assumir uma postura dialógica, entre sujeitos, intersubjetiva, sem métodos e atividades “para” ou “um nome de” alguém que “não tem competência para o outro e sem o outro”. A educação é feita com o outro que também é sujeito, que tem sua identidade e individualidade a serem respeitadas no processo de questionamento dos comportamentos e da realidade.
Neste contexto é pertinente citar educação ambiental, o termo “ambiental”, e quase tudo aquilo que está relacionado a este conceito, tem sido marcado de imprecisão, generalização e confusão conceitual. Isto vem gerando diversas práticas ambíguas e, até mesmo, equivocadas.. Para Reigota (1994, p. 10), “a educação ambiental deve ser entendida no sentido de que ela reivindica e prepara os cidadãos para exigir justiça social, cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a natureza”.
O desenvolvimento das ações socioambientais na Barragem Santa Bárbara, são condições para implantação de práticas sustentáveis de preservação dos recursos hídricos. A continuidade e permanência dessas ações dependem de um projeto de educação ambiental que dialogue com as diferentes formas de uso das aguas da barragem, no entanto é necessário criar um espaço de democratização das informações, acesso as tecnologias sustentáveis, a programas e projetos de educação ambiental e ao conhecimento produzido sobre as bacias hidrográficas.

Metodologia

A proposta deste projeto tem como objetivo estimular a população que habita o entorno da Barragem Santa Bárbara a participar da preservação ambiental deste espaço. Para tanto, partimos da permissa que esse processo tem que estar orientado pela valorização do local e do conhecimento próprio a experiência de habitar. Para preservar alguma coisa é importante partir de uma valorização do que vai ser preservado. A intensificação da ideia de pertencimento ao local é importante, assim como incentivar a comunidade a perceber que a Barragem Santa Bárbara faz parte do ambiente no qual a comunidade habita e que é importante cuidar esse nosso local.
Para tanto o estabelecimento da Casa Verde como um espaço físico que visa informar e congregar as pessoas em torno da ideia de uma vida sustentável e da preservação da área da Barragem Santa Bárbara é fundamental. Como parte da metodologia a ser empregada nas atividades da Casa Verde, estamos propondo:
1) Fazer um levantamento etnográfico junto a população local visando entender como eles percebem o espaço através do resgate da memória de quem habita o lugar e de como eles representam e projetam suas vidas naquele espaço. Fundamentalmente procurar perceber através de entrevistas e da observação de seus modos de vida, como eles reconhecem o seu “ambiente” de vida. Neste aspecto será interessante perceber como a Barragem Santa Bárbara é reconhecida pela população local. A opção pelo método etnográfico se justifica por ser, das metodologias qualitativas, a que melhor permite acessar os sentidos da experiência dos grupos pesquisados (Cardoso, 1996; Agrosini,2009)
2)Como suporte para os dados coletados e para o interpretação dos mesmos, pretende-se produzir vídeos etnográficos, trazendo a percepção dos moradores sobre seu ambiente local e sua relação com a Barragem Santa Bárbara. Uma vez que o vídeo etnográfico pretende ser mais do que o registro de falas e eventos, mas um processo de comunicação ampliada, no qual as percepções sobre a “experiência do habitar” sejam colocadas em fala e imagem (Hartmann:2009), pretendemos que esse material se torne um importante suporte pedagógico para o desenvolvimento de ações de educação ambiental propostas no projeto.

Indicadores, Metas e Resultados

1. Desenvolver campanhas educativas na área de influência da Barragem Santa Bárbara voltadas a preservação dos recursos hídricos;
2. Promover atividades educativas no dia Mundial da Água, Dia Mundial do Meio Ambiente e na Semana interamericana da água. Distribuição de material pedagógico com ênfase na educação ambiental;
3. Elaborar vídeo etnográfico e exposições fotográficas contanto a história da Barragem Santa Bárbara, o potencial hídrico da cidade de pelotas, a partir do olhar dos seus habitantes e dos trabalhadores da barragem. O vídeo tem por objetivo desenvolver ações de educação ambiental a partir da valorização do patrimônio cultural.
4. Disponibilizar para a comunidade em geral, acervo digital sobre a temática ambiental.

Metas: As metas foram elaboradas pensando os produtos gerados a partir das ações propostas.
1. Formação de uma rede de parceiros para o desenvolvimento de ações de educação ambiental;
2. Apresentação de vídeo etnográfico sobre a Barragem Santa Bárbara, potencial hídrico da cidade, mostrando a importância da água para a formação sócio histórica da cidade, pensando a água como patrimônio imaterial de Pelotas. O vídeo estará disponível na sala verde e utilizado nas ações de educação ambiental.
3. Acesso por parte da população em geral do acervo digital sobre a temática ambiental.
4. Consolidação da Sala Verde Barragem Santa Bárbara, como um espaço qualificado no desenvolvimento de ações socioambientais, educação ambiental e participação social na área de saneamento.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
Aline Cunha da Fonseca
FLAVIA MARIA SILVA RIETH2
FRANCISCO LUIZ PEREIRA DA SILVA NETO4
GUILHERME RODRIGUES DE RODRIGUES
GUSTAVO FIORINI MARQUES
ISABEL SOARES CAMPOS
JULIANA DOS SANTOS NUNES
ÍCARO VASQUES INCHAUSPE

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