Nome do Projeto
A Ciência começa na escola: laboratório interdisciplinar de Ciências para a Educação Básica
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
02/01/2020 - 01/01/2022
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Tecnologia e Produção
Linha de Extensão
Metodologias e estratégias de ensino/aprendizagem
Resumo
Este projeto de extensão compreende a implementação de um laboratório interdisciplinar de ciências, em parceria com a rede municipal de educação de Pelotas-RS, visando proporcionar a iniciação científica a estudantes dos ensinos Fundamental e Médio do município. O laboratório é projetado na perspectiva de unir a teoria à prática, constituindo-se em conexão entre o abstrato das ideias e o concreto da realidade física. As práticas executadas no laboratório, envolvendo a formação de professores, deverão ser precedidas ou acompanhadas de aulas teóricas, não necessariamente realizadas em outro espaço. O projeto prevê a implementação do laboratório junto ao Colégio Municipal Pelotense, uma escola que atende simultaneamente ao Ensino Fundamental e o Ensino Médio, permitindo a interação permanente de alunos e professores de toda a rede municipal de educação interessados em usufruir de suas possibilidades didáticas. Estima-se que sejam desenvolvidas aulas práticas diretamente vinculadas às disciplinas regulares, bem como a organização de turmas para experimentação em turno inverso, na perspectiva do Ensino Médio integral.

Objetivo Geral

Implantar um laboratório didático interdisciplinar de ciências para a Educação Básica junto às escolas públicas municipais de Pelotas-RS, contribuindo para consolidar um mecanismo de aproximação permanente entre universidade e escolas públicas, promovendo o compartilhamento do conhecimento científico em ciências.

Justificativa

É no sentido de reconhecer e valorizar as características do conhecimento científico e de sua relevância social que este projeto se estrutura, envolvendo as experiências de aprendizagem implementadas no contexto escolar. A proposta se volta para a importância do experimento na fixação dos conteúdos trabalhados em disciplinas como Química, Física, Biologia e Geografia, tanto nas séries finais do Ensino Fundamental como no Ensino Médio. Consiste no reconhecimento do valor do laboratório como fonte essencial do desenvolvimento pedagógico dos educandos, na perspectiva de uma cultura constituindo-se com e a partir da influência científica. Uma cultura que se identifique com os modos de pensar, agir e se posicionar da ciência diante do mundo, desde a fase inicial da educação formal
Como lembra Delval (1998, p.159), uma das tarefas mais importantes da escola é ensinar os alunos a pensar racionalmente, conforme as exigências e características do seu tempo histórico. Logo, o ensino de Ciências não tem um momento específico, uma hora exata para ser iniciado, devendo ser trabalhado desde os primeiros níveis escolares, levando em conta a capacidade de cada sujeito. Os resultados do aprendizado teórico, aliado à prática, são impossíveis de mensurar, além de permitir que os sujeitos possam trilhar o caminho que leva à descoberta e ao prazer de criar. Produzir conhecimento é uma forma de criar, da qual necessitamos nos apropriar desde cedo, aprendendo efetivamente.
As escolas, sejam públicas ou privadas, estão repletas de jovens abertos a desafios, mas, na maioria das vezes, falta-lhes as condições e mesmo o incentivo capaz de torná-los os cientistas do futuro. Ao mesmo tempo, a história é rica em exemplos de pessoas que precisavam se esconder, buscar recursos nas coisas simples do cotidiano e até transformavam as próprias casas em laboratório para os experimentos que expressavam seus sonhos com a criação e a produção de novos saberes. Entende-se que no momento histórico que vivemos é imperativo que seja oportunizado aos jovens estudantes as mínimas condições de acesso aos princípios da cultura científica. É impossível vivenciar o meio técnico-científico-informacional (SANTOS, 2002), que caracteriza o mundo contemporâneo, segregando as escolas das condições fundantes da cultura científica. Escolas que formam pessoas, pessoas que fazem (ou não!) Ciência.

Metodologia

O projeto propõe que seja elaborado, de maneira participativa, um laboratório didático para o ensino e a aprendizagem interdisciplinar de ciências para o uso tanto do Ensino Fundamental como do Ensino Médio. Estima-se que as principais disciplinas atendidas sejam Química, Física, Biologia e Geografia, embora a estrutura do laboratório permita que sejam desenvolvidas atividades experimentais que extrapolam os limites disciplinares. Por isso sua definição como interdisciplinar, no sentido de estimular e acolher a novidade em termos de aprendizagem científica.
Normalmente, as atividades práticas começam a fazer parte do cotidiano escolar dos estudantes quando ingressam no Ensino Médio e iniciam o estudo das disciplinas mencionadas anteriormente, as quais necessitam do apoio de aulas práticas. É por isso que os laboratórios de ciências das escolas estão geralmente sendo utilizados por alunos do Ensino Médio, mantendo-se distantes do Fundamental. Diante disso, esta proposta parte do questionamento: por que não realizar atividades práticas, para facilitar o estudo da Ciência e estimular os estudantes na iniciação científica, para alunos das séries finais do Ensino Fundamental? Afinal, o ensino e a aprendizagem de ciências com o uso de atividades práticas são muito mais significativos, e até divertidos, o que demonstra a sua pertinência para o Ensino Fundamental.
O ideal é que seja possibilitado aos professores e professoras as condições para integrar teoria e prática em suas aulas, elaborando atividades experimentais em articulação com as bases teóricas pertinentes em cada conteúdo. Inclusive, espera-se que ocorra o trabalho coletivo e interdisciplinar, por meio do qual professores de áreas como Química e Física, por exemplo, desenvolvam, em conjunto, atividades experimentais das suas disciplinas, fomentando a cultura da novidade e da abertura epistemológica (MORIN, 2002; SANTOS, 2002). A própria instalação do laboratório será acompanhada pelos estudantes diretamente vinculados a sua utilização, desde o início, buscando estabelecer uma identidade com o projeto.
O projeto prevê a implementação do laboratório junto ao Colégio Municipal Pelotense, uma escola polo do município de Pelotas-RS, que atende simultaneamente ao Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Situado nessa escola, o laboratório permitirá a interação permanente de alunos e professores de toda a rede municipal de educação interessados em usufruir de suas possibilidades didáticas. Estima-se que sejam desenvolvidas aulas práticas diretamente vinculadas às disciplinas regulares, bem como a organização de turmas para experimentação em turno inverso, na perspectiva do Ensino Médio integral.
A rede municipal de educação de Pelotas conta com oitenta e nove escolas, sendo que vinte e nove são exclusivamente voltadas para a Educação Infantil, cinquenta e nove oferecem Ensino Fundamental completo e uma oferece Ensino Fundamental completo e Ensino Médio. São essas sessenta escolas as beneficiárias diretas da implantação do laboratório, abrangendo cerca de vinte mil alunos nas séries finais dos níveis fundamental e médio.
O projeto terá uma avaliação permanente, sobretudo quanto à pertinência e os impactos que sua implantação acarretará nas práticas pedagógicas da escola e das demais instituições escolares atendidas. Envolvendo os professores da escola, beneficiados diretamente pelo laboratório, a avaliação será executada por meio de reuniões semestrais, envolvendo todo o coletivo docente que o utiliza, os bolsistas, a coordenação e todos os demais docentes da Universidade, colaboradores da proposta. No âmbito discente, haverá no laboratório um documento para avaliação que poderá ser preenchido e depositado no local, sem a necessidade de identificação pessoal. O público externo à escola, constituído pelas demais escolas da rede municipal, também terá à disposição o formulário para avaliação, e serão estimulados a contribuir nesse sentido. As reuniões semestrais de avaliação farão uma análise desses formulários, que serão categorizados previamente de acordo com o teor das respostas. O resultado das reuniões de avaliação será registrado em ata, incluindo as eventuais ações a serem desenvolvidas em atenção ao posicionamento da comunidade escolar.
Após a conclusão das atividades (24 meses previstos no cronograma/edital), o vínculo com a escola será mantido por meio das parcerias já existentes com a instituição.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se atingir como metas principais a interação e a aproximação entre as atividades de ensino e de pesquisa, de forma articulada entre a Universidade e as escolas participantes do projeto. O principal impacto corresponde ao potencial da repercussão gerada pela atuação permanente de alunos e professores junto ao laboratório, o que ocorrerá desde as primeiras ações do projeto. Espera-se, portanto, que o desenvolvimento desta proposta se constitua como fator fundamental para aprimorar o ensino e a aprendizagem de ciências nas escolas municipais de Pelotas-RS, consolidando a cultura científica junto aos sujeitos. Os estudantes que atualmente estão nas séries finais do Ensino Fundamental, possivelmente, chegarão ao Ensino Médio inseridos em uma realidade bem mais identificada com a cultura científica do que os que se encontram neste nível de ensino atualmente. Por isso, as metas apontam para impactos tanto a curto, médio e longo prazos, oriundos da influência exercida pelo projeto e das mudanças que o mesmo provocará nos processos formativos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANTÔNIO RENATO DE CASTRO CARABAJAL
CARLOS ALBERTO BARZ
GABRIELA DAMBROS4
GABRIELA RIBEIRO SILVEIRA DA SILVA
GUILHERME DA SILVA CRIZEL
JOAO NEI PEREIRA DAS NEVES
LIGIA FURLAN6
MIGUEL PINTO DE OLIVEIRA4
PRISCILA BARCELOS CARDOSO ROHNELT
ROSA ELENA NOAL4
SANDRO DE CASTRO PITANO4

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