Nome do Projeto
ARTE CONTEMPORÂNEA, PROCESSOS DE CRIAÇÃO E PSICANÁLISE: SAGRADO, AFETOS E SEGREDOS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/08/2020 - 01/08/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
O projeto propõe uma investigação com abordagem qualitativa acerca da saúde mental, loucura e os processos de criação em arte contemporânea a partir do procedimento metodológico instaurações cênicas; aplicado em um grupo de estudos e atenção a saúde mental composto por alunos e alunas de qualquer curso da UFPEL e também aberto à pessoas da comunidade externa em geral, enfocando a arte em seus processos criativos em suas variadas expressões e linguagens e as possíveis relações com a psicanálise em uma perspectiva terapêutica artística e como poética da existência. O projeto prevê instaurações cênicas nas praças e ruas da cidade.

Objetivo Geral

-Investigar temas relevantes surgidos nos encontros do grupo de estudos enfocando os
conceitos de encontro, segredo e sagrado em escutas; imbricados aos processos de criação na
metodologia instauração cênica; com a finalidade de, a partir das dores e angústias presentes,
-Transformar as aflições em arte criando instaurações cênicas a serem apresentadas em praças, escolas e
teatros da cidade.
Específicos:
- Reunir alunos e alunas da UFPEL e da comunidade externa em geral e
dessa maneira criar um grupo de estudos como espaço de investigação, escuta e acolhimento em clínica
ampliada através da arte e processos de criação; extremamente necessário para a permanência dos
estudantes nos cursos;
- Proporcionar para alunos e alunas da UFPEL e à população externa a
universidade uma vivência estética e poética em processos de criação artística do procedimento
instaurações cênicas e a convivência em encontros; - Criar e apresentar instaurações cênicas nas ruas e
escolas da cidade;
- Produzir material acadêmico científico acerca dessa investigação para apresentações
em congressos, seminários e publicações de capítulos de livros e livros.

Justificativa

Temos a firme convicção de que: "fazer arte é construir novos saberes sobre
o real e, portanto, é frequentar territórios que costumam pertencer unicamente ao
pensamento das ciências. É importante discutir quais os canais que conectam os
polos do fazer artístico e dos procedimentos acadêmicos, e delimitar como estas
dinâmicas diversas podem se relacionar". (CARREIRA, 2012, p.21).
Compreendemos e enfatizamos a arte como relevante e de extrema
importância para o ser humano, sobretudo aqueles que se encontram em
adoecimento psíquico, se faz importante relembrar e frisar o fato que a
arte de uma forma ampla, desde os primórdios da civilização, tem importante valor
para a vida pessoal e social de todas as pessoas, visto que a arte facilita, de forma
criativa e potencializadora as diversas expressões e comunicações do ser humano
consigo mesmo, com a natureza, e com a cultura. Nesta direção, Ferraz (2009)
considera que o valor da arte está em ser um meio pelo qual as pessoas expressam,
representam e comunicam conhecimentos e experiências. É importante ainda
reconhecer que para aprofundar o tema arte e saúde mental se requer estudos em
fontes diversas com foco transdisciplinar e uma postura aberta para dialogar com os
diversos saberes, portanto trabalharemos com uma equipe multiprofissional de três
instituições a saber UFRN, UFBA e Hospital Psiquiátrico RN. Além da linguagem
artística e da linguagem da ciência médica, os conhecimentos produzidos por outras
áreas ou ramos de conhecimento das ciências humanas, tais como a psicologia,
antropologia, filosofia e psicanálise, são importantes e necessários para todos que
lidam e interagem no cotidiano profissional, familiar ou social com pessoas que
tenham algum tipo de transtorno mental. Como campo de conhecimento, a
psicanálise colabora especificamente com o estudo da subjetividade para a
compreensão da totalidade da vida humana. Entendemos subjetividade como: a
síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos
nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural; é uma
síntese que nos identifica, de um lado, por ser única, e nos iguala, de outro lado, na
medida que os elementos que a constituem são experiências no campo comum da
objetividade social. Esta síntese – a subjetividade – é o mundo de ideias, significados
e emoções construídas internamente pelo sujeito a partir de suas relações sociais,
de suas vivências e de sua constituição biológica; é, também, fonte de suas
manifestações afetivas e comportamentais (BOCK, 2002). Esta noção de
subjetividade nesta pesquisa está ligada aos procedimentos e processos artísticos, e
podemos compreender como ensina Nise da Silveira em sua extensa obra, que
manifestações artísticas são também manifestações de afetos, pois como já
mencionado, pela arte os seres humanos podem expressar suas emoções e
sentimentos, ideias, valores históricos e culturais, ou seja, as subjetividades
humanas e a partir destas expressões singulares ou plurais, a linguagem artística
possibilita a compreensão das relações e expressões subjetivas e objetivas no
mundo da humanidade. São as histórias de vida e suas memórias reconstruindo-as
em uma gênese dramatúrgica da (re)existência poética nos encontros que nos
movem e nós aproximam dos dramas pessoais os transformando em processos de
criações artísticas. E assim podemos compreender que nossa matéria-prima,
portanto, é o ser humano em todas as suas expressões, as visíveis (o
comportamento) e as invisíveis (os sentimentos), as singulares (porque somos o que
somos) e as genéricas (porque somos todos assim) – é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem ação e tudo isso está sintetizado no termo
subjetividade. (BOCK, 2002, p. 25).
Aos seres humanos, é possível o acesso ao mundo interno que pulsa no
nosso interior, para além dos sentidos proprioceptivos e ao mundo externo, sistemas
sensoriais exteroceptivos, que se concretiza também nas relações com os outros. A
diversidade de mundos que se apresenta faz com que muitas vezes seja necessário
construir pontes que permitam que os processos energéticos e criativos do
inconsciente sejam comunicados de forma afetiva e poética, em um processo muito
complexo e singular. Esses processos, internos e externos, contudo, podem ser
apreendidos e construídos na vivência artística coletiva, como a que investigaremos
nesta pesquisa. Para melhor esclarecimento, vejamos:
O mundo social e cultural conforme vai sendo experienciado por nós,
possibilita-nos a construção de um mundo interior. São diversos
fatores que se combinam e nos levam a uma vivência muito
particular. Nós atribuímos sentido a essas experiências e vamos nos
constituindo a cada dia […] entretanto, a síntese que a subjetividade
representa não é inata ao indivíduo. Ele a constrói aos poucos,
apropriando-se do material do mundo social e cultural, e faz isso ao
mesmo tempo em que atua sobre o mundo (externo), o homem
constrói e transforma a si próprio. (BOCK, 2002)
Nas duas vias possíveis de conexões cérebro corporal: 1- neural: nervos
motores e sensoriais periféricos, que transportam sinais de todo o corpo para o
cérebro e viceversa; e 2 – sanguínea: sinais químicos são transportados através de
hormônios, neurotransmissores e neuromodeladores; existe uma complexidade
esquematizada por Damásio (2004), que nos aponta: o mundo exterior traz os sinais
exteroceptivos, através dos sentidos: tato, olfato, paladar, visão, audição. O mundo
interior traz os sinais interoceptivos, tanto via corrente sanguínea quanto via
sensação do meio interno: dor, temperatura, emoção, vísceras, músculos, sistema
músculo-esquelético, sistema vestibular.
E nesse turbilhão de informações corporais a arte de uma forma inerente se
faz presente na cultura de imersão dos indivíduos espontaneamente, seja na
música, nos movimentos de dança, nos desenhos e poemas aos quais todos podem
ter acesso. Assim sendo, propor possibilidades de vivenciar processos vitais e
criativos através dos movimentos presentes na dança e no teatro para compor uma
estética existencial e artística de (re)existência à vida, vislumbra possibilidades de
abrir canais de expressão e expansão para corpos que, aprisionados num modo de
ser restrito e voltados para si mesmos; possam recordar aquilo que foi vivenciado em
termos de arte ao tempo que irão experimentar novas possibilidades técnicas em
procedimentos criativos artísticos para além dessas formas já conhecidas. Assim
investigaremos a corporeidade que se revela na cena cotidiana, compreendendo
como esses corpos se articulam no espaço-tempo e como ocupam e se fazem
existentes num espaço extra cotidiano. Corpos que tem a oportunidade de se
expressar artisticamente e a partir disso se reconstruir e se reorganizar.
Averiguaremos como estes aportes teóricos – bem como suas intervenções sobre o
fenômeno da saúde mental, e a relevância que as mesmas atribuem a arte como
caminho terapêutico\pedagógicos e criativos de resistência e (re)existência, e como
pode ser possível criar espaços de humanização que contemplem as expressões
criativas e afetivas na forma de processos artísticos. Entre os teóricos estudados,
cabe aqui lembrar e ressaltar que esta poposta tem um olhar transdisciplinar e
multidisciplinar levando em consideração os afetos e deste modo, conforme
Dalgalarrondo (2008) reconhecemos que para dialogar com as diversas concepções
e visões que abordam o fenômeno da saúde mental é essencial uma atitude aberta,
desprovida de preconceitos para não considerar as diferentes teorias como
“fechadas” e “acabadas” ou aceitar uma imposição ditatorial de uma corrente sobre
outra. Por outro lado, reconhecemos a multidisciplinaridade deste campo de
pesquisa, pois tal fenômeno se revela e aparece no mundo de modo versátil e
diverso. Contudo, diante desta complexidade, são norteadores os seguintes autores
Michel Foucault, Freud, Carl Gustav Jung, Nise da Silveira, Wilhelm Reich,
Alexander Lowen, Jerome Liss, Merleau-Ponty, Rolando Toro, Moreno, Augusto
Boal, José Gil, assim como os estudos realizados no doutoramento da coordenadora
deste projeto (SALLES:2004), que foram aportes teóricos para pensar tal temática,
distribuindo ao longo da pesquisa as teorias quando necessárias para fundamentar a
prática. Outros dois teóricos fundamentais para entendermos a filosofia e a política
reinante na vida cotidiana são Alfredo Moffatt e Erving Goffman. Os pensamentos
destes dois autores se complementam com a visão histórica da loucura de Foucault,
principalmente no estudo das relações cotidianas e a função política de controle e
poder sobre os corpos em grupos de pessoas que em algum sentido expressam
comportamentos transgressores ou subversores e que, portanto, são ameaçadores
da ordem social e assim isolados. Essas pessoas não deixam de (re)existir como
seres humanos subvertendo a lógica da razão e da ordem positivista sendo muitas
vezes incompreendidos e isolados. Para estes autores, percebe-se uma construção
teórico e prática imbuída numa ética de respeito, aceitação e solidariedade com
importantes conceitos e atitudes nas relações estabelecidas por esses corpos com
outros corpos que convivem sistematicamente no tempo e no espaço a que estão
submetidos. Em respaldo a essas ideias Alfredo Moffatt tece relações do
pensamento simbólico junguiano e a vivência enlouquecedora da não aceitação e do
estranhamento a vida social; este autor tece construções sobre a corporeidade e sua
relação com o espaço numa perspectiva existencial. Moffatt traz a definição do corpo
oprimido para falar das condições a que está submetido o corpo não aceito
socialmente. Nesta pesquisa investigaremos a hipótese da viabilidade no campo da
arte na relação entre corpo, espaço e movimento na desorganização mental e até
mesmo dissociação ao proporcionar uma proposta de criação cênica como obra
artística aberta ao público: as instaurações cênicas.

Metodologia

Neste projeto se faz necessária, importante e fundamental uma metodologia em que a poética esteja presente e seja identificada em seu trajeto; para que possamos
transitar nas questões pertinentes a existência humana presentes nas profundezas
da alma individual e coletiva da humanidade, visto que o caminho da individuação de
cada singularidade se dinamiza na coletividade. Desta forma, nos fundamentamos no
seguinte argumento: As obras artísticas são construções poéticas por meio das quais
os artistas expressam ideias, sentimentos e emoções. Resultam do pensar do sentir
e do fazer, que por sua vez são mobilizados pela materialidade da obra, pelo domínio
de técnicas, e os significados pessoais e culturais. São, por isso, constituídas de um
conjunto de procedimentos mentais, materiais e culturais. Podem concretizar-se em
imagens visuais, sonoras, verbais, corporais, ou são apenas manifestações das
próprias linguagens, como expressão e representação de algo. (FERRAZ, 2009,
p.20).
Assim sendo, ao propormos possibilidades de vivenciar processos vitais e
criativos através da arte contemporânea abrimos canais de expressão e expansão
para os gritos interiores que, aprisionados num modo de ser restrito e de exclusão
não podiam experimentar para além de formas contidas de expressões que os
estereotiparam e estigmatizaram.
O conceito “instaurações cênicas”, adotado como procedimento metodológico
criativo para a realização das práticas de cena desta pesquisa,como já mencionado;
foi desenvolvido pela coordenadora deste projeto em sua tese de doutoramento
intitulada “Sentidos: uma instauração cênica – Processos criativos a partir da poética
de Antonin Artaud” (2004), defendida no Programa de Pós-Graduação em Artes
Cênicas da Universidade Federal da Bahia, e que propõe encontros onde a
sensibilidade e os sentidos sejam exacerbados em diversos exercícios cênicos,
através do estímulo da memória pelos sentidos. A citação a seguir apesar de longa
é importante para que possamos compreender o conceito, observemos,
Instauração é um termo usado pela curadora Lisette Lagnado.
Segundo ela, é um dos conceitos fundamentais para a arte
contemporânea atual e futura. Para Lagnado foi o artista plástico
Tunga quem promoveu o uso do termo instauração, com a obra
“Xipófagas Capilares”, em 1981, uma obra na qual duas
adolescentes se movimentavam unidas por seus cabelos.
O conceito para Lagnado é cunhado a partir dos termos performance
e instalação, significando um híbrido destas categorias. A
instauração traz e guarda dois momentos: um dinâmico e um
estático. De acordo com Lagnado, a acepção de uma instauração
supera a característica efêmera da performance, a instauração deixa
resíduos, avançando no sentido de perpetuar a memória de uma
ação, o que lhe tira o caráter de ser somente uma instalação. Nesta,
existe um ambiente montado para determinado acontecimento que
pode ser transformado durante o decorrer da ação no ambiente. A
instauração não é destruída no decorrer da ação, podendo
acontecer uma reorganização do ambiente a partir de uma estrutura
ou arcabouço estabelecido.
Por este motivo optei por utilizar o termo instauração no título da tese
seguido pelo termo cênica, para indicar que naquele local são
instauradas ações cênicas e a ambientação não será destruída, mas
alterada. Embora utilize para o princípio da montagem, na
delimitação do objeto de estudo, os conceitos de performance, não
denomino a encenação de “O Jato de Sangue” como performance,
porque no meu entendimento, o termo instauração é mais
abrangente e a ultrapassa. A performance serve como catalisador
deste processo (...) cria-se um espaço que não é destruído durante a
apresentação e pode ser observado como obra de artes visuais sem
estar acontecendo a encenação, evocando imagens ali instauradas
na memória dos espectadores, contemplando, dessa forma, um
momento dinâmico e um estático, característica da instauração.
Ressalte-se também que a palavra instauração deriva do latim
instaurare que significa estabelecer, formar, fundar” (SALLES, 2004).
E ainda, compreendendo o conceito de instauração para o paradigma das
artes cênicas, ele passa a ser um híbrido que transita entre a linguagem da
instalação e a da performance, modo pelo qual traz para a cena, respectivamente, o
estático e o dinâmico, pois a instauração cênica supera a efemeridade da
performance e a contemplação estática da instalação, posto que intenta deixar
resíduos nas ações e nos espaços cênicos. Inicialmente se experimentou a
justaposição e interação do teatro e da dança com a música e as artes visuais,
buscando dessa forma uma abrangência maior entre as linguagens artísticas para a
prática de cena. E com o passar dos anos e a continuidade da pesquisa, atualmente,
compreende um imbricamento entre todas as artes e inclusive com o video, a moda e
a fotografia.
As Instaurações Cênicas, procedimento metodológico criativo escolhido para
nortear as as ações, em si oportunizam expressar a subjetividade, gostos, anseios e desejos, o
que pode despertar nas pessoas o entrar em contato com a dimensão afetiva,
subjetiva, estética e poética, e assim podemos pensar a arte entrelaçada à
psicanálise e como caminho criativo e afetivo para expressões de
emoções, sentimentos e entendimentos sobre si mesmo e sobre o mundo como
formas de (re)existir no mundo a partir dos corpos restaurados em conexões mente e
corpo se apropriando de novos conhecimentos para constituírem suas subjetividades
em “Um mundo objetivo, em movimento, porque seres humanos o movimentam
permanentemente com suas intervenções” Bock (2002). Entendemos que as
pessoas são seres com necessidades psíquicas, psicológicas, estéticas e poéticas
que precisam encontrar vias para expressá-las, inclusive na metodologia da vivência
de um processo artístico, com a presença de artistas e pesquisadores/as, como é a
proposta de nossa investigação.
Na interface entre ser psicanalista (SALLES) e psicólogo (BRUCK) e ser
artista buscamos promover metodologiamente uma ação dialógica entre
Psicanálise e Artes imbuídos na compreensão da dimensão existencial
humana, fenômeno complexo que abarca um universo de disciplinas e
especificidades no levante de questões sobre o ser humano e suas inquietações no
mundo. Entendemos que falar do fenômeno do transtorno mental requer
compreensão da dimensão existencial humana. A Psicologia trata das subjetividades
e num nível mais específico destacamos a Psicologia Profunda que fala dos
fenômenos invisíveis da psique, ou seja, dos processos inconscientes, que também
são estudados pela psicanálise. Conjecturamos que para a construção de
conhecimento sobre o fenômeno da saúde mental no campo da Arte se faz
importante uma metodologia em que o encontro, o afeto e os segredos junto a
poética estejam presentes no trajeto para que possamos transitar nas questões
pertinentes a existência humana que estão presentes nas profundezas da alma
individual e coletiva da humanidade, visto que o caminho da individuação de cada
singularidade se dinamiza na coletividade. Assim sendo relembramos uma citação já
mencionada a reforçando fortemente:
As obras artísticas são construções poéticas por meio das
quais os artistas expressam ideias, sentimentos e emoções.
Resultam do pensar do sentir e do fazer, que por sua vez são
mobilizados pela materialidade da obra, pelo domínio de
técnicas, e os significados pessoais e culturais. São, por isso,
constituídas de um conjunto de procedimentos mentais,
materiais e culturais. Podem concretizar-se em imagens visuais,
sonoras, verbais, corporais, ou são apenas manifestações das
próprias linguagens, como expressão e representação de algo.
(FERRAZ, 2009, p.20).
Finalmente, importante destacar que estamos em consonância com Telles
(2012); que considera ser uma maneira significativa de problematizarmos uma
pesquisa em artes, instalar parâmetros que permitam a análise da criação no
contexto da própria criação, ou seja, sem comparações com parâmetros outros que
não os próprios determinados pela obra ou processo, o que entendemos como muito
relevante para esta pesquisa, e consideramos como uma metodologia a ser adotada.
Para tanto em cada inicio de semestre serão formados até cinco (05) grupos
de estudos com 15 vagas para alunos e alunas de todos os cursos da UFPEL e
cinco vagas para a comunidade externa, que terão até dois encontros semanais com
tres hora e meia de duração no LITA-Laboratório Interdisciplinar e Transversal das
Artes, no Centro de Artes da UFPEL; e na medida em que estes grupos se
configurarem como permanentes, se for o caso outros serão criados. Serão
aplicadas técnicas relacionadas ao procedimento metodológico de processos de
criação intitulado instaurações cênicas que lança mão dos recursos criativos da arte
contemporânea em seu hibridismo.
Serão organizados encontros e/ou seminários, presenciais e/ou online do
grupo permanente de estudos com os colaboradores do projeto no estado do Rio
Grande do Norte e Bahia que ministrarão palestras e irão propor processos de
criação e experimentos cênicos a partir de suas pesquisas individuais.
Também estaremos atentos a editais que possam proporcionar a vinda
dos colaboradores e profissionais deste projeto para trabalhos presenciais em Pelotas.

Indicadores, Metas e Resultados

Programado para ser desenvolvido ao longo de dois anos, o projeto prevê
a criação de grupos de acolhimento e estudos que abarquem alunos e alunas de todos os cursos da
UFPEL, assim como da comunidade em geral; para investigar os processos criativos na arte contemporânea e a metodologia e procedimento criativo intitulado Instaurações Cênicas com a finalidade de desenvolver uma pesquisa multi-linguagem em arte contemporânea articulando aos conceitos da psicanálise, investigando e realizando uma análise pictórica e o
estudo estético das obras dos artistas surgidos no interesse de cada grupo criado,
tendo como produto final várias instaurações cênicas que serão apresentadas ao
publico em geral.
Nos propomos a não medir esforços para conseguirmos alcançar nossas
metas, na medida em que concretizaremos todas as ações propostas para o
desenvolvimento do projeto e sua boa execução, para tanto traçamos um plano de
ação que contempla a participação efetiva de toda a equipe junto aos grupos
formados seja presencialmente ou virtualmente ou através de palestras e seminarios on line
provocando a motivação necessária para que os envolvidos prossigam no projeto
com os planos de ação listados a seguir:
- Organização e averiguação da linguagem estética das obras mencionadas nos
encontros nas sessões semanais das sextas-feiras no LITA- Laboratório
Interdisciplinar e Transversal das Artes, no Centro de Artes da UFPEL
- Acolhimento de alunos e alunas de qualquer curso da UFPEL e comunidade em geral em situação vulnerável ou com dificuldades relacionadas a saúde mental;
- Estudos da estética e poética da obra dos artistas Pedro Almodovar e Frida Kahlo e Antonin Artaud;
- Investigação dos processos criativos e colaborativos presentes na metologia e
procedimento criativo Instaurações Cênicas;
- Vivencia de processos criativos e colaborativos nos encontros focalizando afetos e
segredos e a memória de cada particpante, sob a ótica de uma estética constituinte
das Instaurações Cênicas;
- Apresentação das Instaurações Cênicas criadas em diversos locais, inclusive
inusitados como praças, hospitais, associações de bairros, escolas e colégios, etc.
- A presentação e publicação do desenrolar da pesquisa em congressos e seminarios
assim como produzir artigos e capitulos de livros.
E sobretudo espera-se que os alunos e alunas e as pessoas da comunidade que
farão parte dos grupos de estudos possam ter a oportunidade de vivenciar um
espaço de trocas e de compreensão pessoal minimizando o sofrimento de ser e estar
no mundo transformando as suas dores em arte durante os processos criativos e
metodologias proporcionadas nos encontros, criando dessa forma poéticas
existênciais e maneiras de (re)existir criando nichos de resistência na vida
amparados nas propostas da arte e psicanálise desenvolvido a partir da esfera dos
afetos, a saber:
(uma imagem que não consegui colar aqui}

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALLISON LOURENCO DOS SANTOS
BERNARDO CANTO CALHEIROS
BRENDA CASTRO DOS SANTOS
BRENDA FURTADO PIO
GEOVANA SILVA DE CARVALHO
GISELLE MOLON CECCHINI0
IAGO DE MATTOS LIMA
JÉSSICA DE LIMA TORREÃO CEREJEIRA
LARISSA MAURANO MOREIRA DA SILVA
LUCAS BEZERRA FURTADO
MARCOS ALBERTO ANDRUCHAK
MARIA DA CONCEIÇÃO BARCELOS FLORES
MARIARA PRÖHL GARCIA
NARA GRACA SALLES8
NEY ROBERTO VATTIMO BRUCK10
PAMELA DE SOUZA CAMACHO
SÁ DE MORAES PRETTO
URANIA AUXILIADORA SANTOS MAIA DE OLIVEIRA
VINICIUS LOPES MACHADO

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