Nome do Projeto
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E RESÍDUOS SÓLIDOS NO PROJETO MUNICIPAL ADOTE UMA ESCOLA: ANALISE DAS ESCOLAS DE PELOTAS-RS.
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
10/05/2021 - 21/08/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Resumo
A necessidade de promover uma gestão adequada dos resíduos sólidos gerados no município de Pelotas-RS, permitiu uma parceria no ano de 1992 entre o órgão municipal de Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (SANEP) e as instituições de ensino do município através do Projeto Adote Uma Escola (AUE) como uma alternativa para avançar a coleta seletiva de resíduos recicláveis nos diferentes bairros da cidade. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma avaliação e diagnóstico sobre a situação atual do Projeto em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos recicláveis em 62 instituições de ensino da rede pública e privada. Será realizado uma pesquisa quantitativa exploratório-descritiva, através de questionário estruturado.

Objetivo Geral

Realizar uma avaliação e diagnóstico sobre a situação atual do Projeto AUE em relação ao gerenciamento dos resíduos sólidos recicláveis nas instituições de ensino da rede pública e privada da cidade de Pelotas - RS.

Justificativa

A crise ambiental é um tema que vem sendo amplamente discutido, devido à degradação do meio ambiente, o que influencia diretamente na qualidade de vida e na saúde dos seres vivos. Um dos principais impactos negativos é o aumento exponencial da geração de resíduos em paralelo com o crescimento populacional. A crescente geração de resíduos é impulsionada pelo alto índice de consumo e da consequente retirada de matéria prima, motivada por um modelo econômico insustentável e por uma sociedade consumista (Costa et al., 2017; Oliveira & Moura, 2017; Barbosa & Moura, 2019).
A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal 12.305/2010 (BRASIL, 2010), enfatiza a importância do gerenciamento de resíduos sólidos desde a geração até o destino final, constituindo um marco legal-regulatório para a gestão integrada e sustentável de resíduos sólidos no país e chama a atenção para a etapa da coleta seletiva de resíduos sólidos, destacando a importância da segregação nas fontes geradoras para a eficiência do processo. Esta Lei lançou novos desafios para a implantação e aprimoramento da coleta seletiva nos municípios brasileiros visando alcançar a redução da disposição final de resíduos sólidos recicláveis em aterros sanitários (Bensen et al., 2014; Corrêa et al., 2012).
Entretanto, a efetividade de programas e iniciativas de coleta seletiva requer necessariamente o envolvimento dos cidadãos, que estão no extremo da cadeia de produção e consumo e são os responsáveis pela crescente geração dos resíduos sólidos. Eles necessitam de informação e divulgação dos programas/iniciativas implantados, no que se referem às diretrizes, princípios, instrumentos, práticas e modalidades de coleta adotadas. A comunidade precisa ser sensibilizada, motivada pelos seus gestores e os conceitos e práticas sobre coleta seletiva precisam ser assimilados e incorporados no cotidiano da população envolvida, com vistas a assegurar sua operacionalização, viabilidade e continuidade, com o objetivo comum de atingir os resultados esperados e garantir a sustentabilidade do ambiente que habitam (Bringhenti & Günther, 2011).
A temática dos resíduos sólidos pode ser trabalhada nas escolas, por meio de práticas pedagógicas na dimensão da educação ambiental, uma vez que esta metodologia contribui com a mudança de atitudes nos indivíduos. A escola é um espaço ideal para potencializar a construção do conhecimento e a conscientização da comunidade a respeito das suas responsabilidades na preservação ambiental e o desenvolvimento da criticidade e a participação frente aos problemas ambientais (Narcizo, 2009; Oliveira et al., 2012; Spironello et al., 2012; Bragato et al., 2018).
O tema relacionado aos resíduos sólidos, desenvolvido mediante projetos de educação ambiental, é uma estratégia importante e uma alternativa de fácil inserção nos programas curriculares das escolas. O projeto envolve muitas ações, atividades e disciplinas, tendo uma abrangência maior, onde as temáticas podem estar presentes em vários processos pedagógicos que fazem parte da escola, culminando com o fortalecimento e o compromisso de todos com a construção da sustentabilidade (Bento & Thomazi, 2013; Sousa et al., 2018).
Campos et al. (2019) e Silva et al. (2019) observaram que a sensibilização ambiental desenvolvida a partir de projetos ambientais na escola, mostrou-se como uma ferramenta essencial, fortalecendo o conhecimento dos estudantes, devido aos momentos de reflexão propiciados aos alunos, e sobretudo, na temática da segregação correta dos resíduos sólidos. Esse tipo de sensibilização influenciou de forma positiva nos hábitos de consumo dos alunos a longo prazo. Contudo, o uso de projetos como ferramenta pedagógica requer que seja feita uma prévia observação das condições atuais e das circunstâncias no local de implementação, considerando os conhecimentos encontrados no âmbito escolar a respeito do problema proposto no projeto (Leite et al., 1990; Behrens & José, 2001).
Nesse contexto, o Projeto Adote Uma Escola (AUE) surge como uma proposta de política pública para colaborar com o programa de coleta seletiva municipal. Este Projeto vem sendo desenvolvido pelo Núcleo de Educação Ambiental em Saneamento (NEAS) do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (SANEP), no município de Pelotas, desde 1992, visando a sustentabilidade da cidade de Pelotas e a participação das Escolas como agentes catalisadores e multiplicadores desse processo. Seus objetivos são passíveis de serem alcançados através da colaboração da comunidade escolar e do entorno, assim como parcerias do comércio local, ao adotarem a escola participante do Projeto como mais um ponto de entrega dos resíduos recicláveis gerados pela população próxima à instituição de ensino. Esses resíduos são armazenados na escola e, posteriormente, são destinados às cooperativas de reciclagem do município.
A produção de conhecimento sobre a situação do Projeto AUE pode vir a contribuir com as políticas ambientais; políticas educacionais; para o fortalecimento da EA na escola; para a melhoria do processo de gerenciamento dos resíduos recicláveis da cidade; para a construção da cidadania; para a construção de sociedades sustentáveis e para a qualidade de vida.
É possível que o Projeto AUE enfrentou desafios desde a sua implantação nas instituições de ensino, podendo estar relacionados à falta de verba, como também à falta de interesse, no que se refere a ausência da realização de ações de EA; práticas de EA descontextualizadas e descontínuas; ausência ou precariedade de dispositivos para armazenamento dos resíduos recicláveis nas escolas (tonéis, contêineres); locais adequados para armazenamento dos resíduos; ausência de participação efetiva do órgão ambiental junto às escolas para a manutenção e dificuldades no avanço do Projeto AUE.
Assim, surge a necessidade de investigar o Projeto AUE, mediante os seguintes questionamentos: O gerenciamento de resíduos sólidos recicláveis nas escolas é adequado? A educação ambiental é utilizada como ferramenta para melhorar a gestão de resíduos?

Metodologia

O Projeto AUE é promovido no município de Pelotas, que está localizado na região Sul do Estado do Rio Grande do Sul (Brasil). O município possui área territorial de 1.609,708 km² e população estimada de 343.132 pessoas (IBGE, 2020). De acordo com dados do INEP (2018) e IBGE (2020), o município possui 167 estabelecimentos de Educação Infantil, 129 de Ensino Fundamental e 36 de Ensino Médio. Entre estas instituições, oitenta fazem parte do Projeto AUE. Na Figura 1, observa-se a localização geográfica de algumas das instituições envolvidas com o Projeto AUE no município de Pelotas.
As escolas que fazem parte do Projeto AUE estão localizadas nas áreas administrativas da cidade de Pelotas: Areal, Barragem, Centro, Fragata, Laranjal, São Gonçalo e Três Vendas.
Instrumento de coleta de dados para o diagnóstico do Projeto AUE
O presente trabalho será desenvolvido com as oitenta (80) escolas que participam do Projeto AUE na atualidade, tratando-se de um estudo de caso, pesquisa que trata de um caso particular com finalidade de transformação (Barros et al., 2020). Para este estudo de caso também se aplicou a pesquisa ação, a qual procura a avaliação do projeto, uma vez que é de extrema importância que os pesquisadores desenvolvam um papel ativo no equacionamento dos problemas encontrados, no acompanhamento e na avaliação das ações desencadeadas em função dos problemas encontrados (Thiollent, 2000, p. 15). Portanto, buscou-se avaliar o desenvolvimento do Projeto AUE com o intuito de melhorar as condições futuras do mesmo, ao que se refere a conscientização ambiental dos educandos e da comunidade ao entorno.
O levantamento de informações foi feito através de uma pesquisa quantitativa exploratório-descritiva, no qual foi utilizado a seguinte técnica de amostragem: aplicação de questionário estruturado com questões fechadas e abertas. O questionário geral estava composto de trinta e cinco (35) perguntas, conduzido por um único membro da equipe do NEAS/SANEP e entregue pessoalmente ao funcionário responsável pelo projeto em cada escola. Este questionário possuía três seções de avaliação.
Dessa forma, a primeira seção do questionário pretende avaliar a participação da escola no projeto, trazendo questionamentos como “Há quanto tempo a escola participa do projeto?”, “Como a escola costuma trabalhar a temática de resíduos sólidos?”, “O projeto é divulgado para a comunidade no entorno da escola?”. A EA objetiva atingir a sociedade, mostrando que todas as pessoas precisam ter acesso a informações que permitam a população participar ativamente na minimização dos problemas ambientais (KOLCENTI, 2020). Por isso, é importante analisar se as ações do projeto estão atingindo e impactando positivamente a sociedade e de que forma isso ocorre, em específico a população que vive ao entorno destas instituições.
Já a segunda seção pretende avaliar se a escola estava capacitada a participar do projeto, trazendo questionamentos sobre a situação dos tonéis e sobre o espaço que eles estavam ocupando. E a terceira seção faz questionamentos sobre a viabilidade de ampliar o projeto para a coleta de óleo de cozinha também. Assim, foram selecionadas apenas perguntas da primeira e da segunda seção, que satisfazem o objetivo deste trabalho.

Indicadores, Metas e Resultados

Melhoria da gestão dos resíduos sólidos recicláveis das escolas e entornos;
Construção da cidadania ambiental;
Formação de professores;
Melhoria das práticas de educação ambiental nas escolas parceiras do Projeto Adote uma Escola

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANA CLARA MARINS MENDES
ANDREA SOUZA CASTRO1
ANDREZA DE ÁVILA LAUTENSCHLEGER
BRUNO MULLER VIEIRA1
CAROLINE TERRA DE OLIVEIRA1
CICERO COELHO DE ESCOBAR1
DIULIANA LEANDRO1
GIZELE INGRID GADOTTI1
JULIA AMARAL GUIDO
KARINE FONSECA DE SOUZA
LARA ALVES GULLO DO CARMO
LARISSA MEDIANEIRA BOLZAN2
LEANDRO SANZI AQUINO4
LUANA PINTO BILHALVA HAUBMAN
LUCIARA BILHALVA CORREA1
MARINA DE BORBA AIRES
MAURIZIO SILVEIRA QUADRO1
MIGUEL DAVID FUENTES GUEVARA
Marília Lazarotto1
NATALI DORNELLES PACHECO
PALOMA CARDOSO PEDROSO
Paula Burin
RAFAEL BELTRAME1
ROBSON ANDREAZZA1
RUBIA FLORES ROMANI1
RUBIANE BUCHWEITZ FICK
Roberta Langlois Massaro
TIRZAH MOREIRA SIQUEIRA1
WILLIAN CEZAR NADALETI1
ZILDA DIANI DA ROSA LEAL

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