Nome do Projeto
COTAS: um diálogo afirmativo entre a universidade e a escola
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
15/05/2017 - 31/12/2017
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Direitos Humanos e Justiça / Educação
Linha de Extensão
Direitos individuais e coletivos
Resumo
O presente projeto visa realizar ações de divulgação e reflexão sobre as políticas de ações
afirmativas e cotas nas escolas de ensino básico, junto a estudantes do Ensino Fundamental e Médio.
Objetiva-se, assim, promover a educação antirracista no ambiente escolar, através de atividades que
abordem temáticas relativas à diversidade e à história e cultura afro-brasileira e indígena, bem como
ações que visem instrumentalizar os/as estudantes da educação básica a acessar tais políticas,
mais especificamente as cotas destinadas ao ingresso nas instituições federais de ensino (institutos
federais de nível técnico e tecnológico e universidades). As ações se destinam também a
construir um diálogo junto à escolas e comunidades indígenas e quilombolas, de forma a contribuir
para a inserção de estudantes oriundos destas comunidades na Universidade. O projeto prevê, ainda,
a formação e sensibilização de professores/as, servidores e gestores das escolas parceiras, de
forma a envolvê-los nestas discussões e qualificar a abordagem sobre tais temas na educação
básica. O projeto foi elaborado coletivamente a partir de discussões realizadas entre docentes e
estudantes da UFPel, professores/as da rede pública, entidades e movimentos sociais vinculados à luta
pelos direitos do povo negro de Pelotas e região, tendo em vista as dificuldades evidenciadas pelo não
preenchimento de parte das vagas reservadas à estudantes 'pretos, pardos e indígenas' no ensino
superior, conforme prevê a Lei 12.711/2012. A partir desta proposta, se espera contribuir para o debate
em torno dos direitos destes grupos e para o êxito das políticas públicas de cotas e ações
afirmativas.
Objetivo Geral
O presente projeto objetiva divulgar as políticas de ações afirmativas e cotas nas escolas de educação básica de Pelotas e região, de forma a instrumentalizar os/as estudantes a acessar tais políticas, bem como promover a educação antirracista no ambiente escolar, a partir de ações de formação continuada de professores/as da rede pública municipal e estadual relacionadas às Leis 10.639/03 e 11645/08.
Justificativa
As políticas de reparação e de ações afirmativas vem ganhando um destaque bastante significativo, seja em função das conquistas dos últimos anos, como a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, seja pela promulgação da Lei 12.711, de 29 de agosto de 2012 (conhecida como Lei de Cotas), que dispõe sobre a reserva de vagas para o ingresso nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e seus desdobramentos. Tais fatos contribuíram para a ampliação das discussões acerca das permanências do racismo em nossa sociedade e sobre a necessidade de ampliar o acesso de grupos historicamente excluídos ao ensino superior. No entanto, ainda que as ações em curso e a Lei tenham ampliado a presença destes grupos nas universidades, verifica-se que muitas vagas reservadas à estudantes pretos, pardos e indígenas não são preenchidas (ou são preenchidas de forma equivocada), e que pouco se discute nas escolas de ensino básico sobre tais questões. Assim, evidencia-se a necessidade de ampliar a divulgação da lei e instrumentalizar os/as estudantes a acessar tais políticas reparatórias. Além de instrumentalizar os/as estudantes para acessar as cotas, cabe destacar a necessidade de aprofundar e qualificar os debates sobre as praticas de racismo e preconceito presentes em nossa sociedade, e, de forma mais específica, na escola. Neste sentido, a busca pelo estabelecimento de parcerias com os/as professores/as e gestores das escolas, bem como a realização de ações de formação junto a comunidade escolar sobre tais temáticas é fundamental. A ideia do projeto, ao tratar as políticas afirmativas como uma questão de afirmação de direitos e de reparação histórica, é contribuir com este debate. Salienta-se que o projeto foi construído coletivamente, a partir de um diálogo entre professores/as e discentes das universidades envolvidas, professores/as da rede pública estadual e municipal e representantes de entidades e movimentos sociais.
Metodologia
O projeto de extensão "Cotas: um diálogo afirmativo entre a universidade e a escola" será desenvolvido a partir de três dimensões: pedagógica, político-cultural e burocrática (o fazer de fato e caminhos). Neste sentido, foram elaboradas linhas de ação que visam abranger todos os atores envolvidos no processo: os estudantes, os/as professores/as da rede e os gestores/servidores da escola.
* Ações voltadas aos/às estudantes: Ensino Médio: para os/as estudantes de 1º e 2º ano, serão realizadas atividades de formação sobre temáticas vinculadas ao tema central do projeto: racismo, intolerância religiosa (focando na questão do preconceito em relação à religiões de matriz africana); história e cultura indígena, direitos humanos, culturas juvenis, entre outras. Estas atividades serão desenvolvidas a partir de diferentes metodologias e linguagens: projeção e debate de filmes, intervenções artísticas e culturais, debates, oficinas, etc. Nas turmas de 3º ano, será desenvolvido um trabalho de acompanhamento desde o início do ano, com vistas à mobilizá-los/as e instrumentalizá-los/as a ingressar no ensino superior. Este trabalho prevê ações de informação sobre as diferentes possibilidades de ingresso no ensino superior (ENEM, reserva de vagas/cotas, programas de financiamento público como o PROUNI) e de acompanhamento relativo às etapas do ENEM: inscrição, solicitação de isenção da taxa de inscrição, orientações sobre a estrutura da prova, criação de espaços de preparação, etc. Ensino Fundamental: estão previstas ações junto à alunos/as que cursam os anos finais do Ensino Fundamental, objetivando dar visibilidade ao tema e divulgar informações acerca da reserva de vagas para o ingresso nos institutos federais de educação técnica e tecnológica (Institutos Federais). Tais ações se justificam pela necessidade de dar visibilidade ao tema e, especialmente, porque a reserva de vagas é válida também para o ingresso nos institutos federais de educação técnica e tecnológica. Além disso, segundo relatos de professores/as da rede, muitas vezes é nesta fase que muitos/as abandonam ou vão fazer supletivo em cursinhos particulares, o que os/as impede de acessar as cotas posteriormente. Para contribuir com este processo e aproximar-se dos/as estudantes, está prevista a criação de uma página no facebook e um blog para o projeto, que serão utilizados como uma ferramenta de comunicação e divulgação de informações e experiências.
* Ações voltadas aos/as professores/as da rede e os gestores/servidores da escola: O projeto prevê a realização de um trabalho de sensibilização e formação dos/as professores/as, servidores e gestores que atuam nestas escolas/redes. Para isso, buscaremos garantir espaços nas reuniões pedagógicas ou em cursos/momentos de formação das redes, com o objetivo de estabelecer parcerias e integrá-los ao trabalho desenvolvido.
Campo de atuação: as atividades serão desenvolvidas em escolas da rede pública de Pelotas e região. As escolas selecionadas já são parcerias do projeto e há professores/as que atuam como parceiros (exemplos: Colégio Municipal Pelotense, E.E.E.M da Colônia Z3, E.E. Dom João Braga, Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello; Escola Estadual Ponche Verde (Piratini), etc).
* Ações voltadas aos/às estudantes: Ensino Médio: para os/as estudantes de 1º e 2º ano, serão realizadas atividades de formação sobre temáticas vinculadas ao tema central do projeto: racismo, intolerância religiosa (focando na questão do preconceito em relação à religiões de matriz africana); história e cultura indígena, direitos humanos, culturas juvenis, entre outras. Estas atividades serão desenvolvidas a partir de diferentes metodologias e linguagens: projeção e debate de filmes, intervenções artísticas e culturais, debates, oficinas, etc. Nas turmas de 3º ano, será desenvolvido um trabalho de acompanhamento desde o início do ano, com vistas à mobilizá-los/as e instrumentalizá-los/as a ingressar no ensino superior. Este trabalho prevê ações de informação sobre as diferentes possibilidades de ingresso no ensino superior (ENEM, reserva de vagas/cotas, programas de financiamento público como o PROUNI) e de acompanhamento relativo às etapas do ENEM: inscrição, solicitação de isenção da taxa de inscrição, orientações sobre a estrutura da prova, criação de espaços de preparação, etc. Ensino Fundamental: estão previstas ações junto à alunos/as que cursam os anos finais do Ensino Fundamental, objetivando dar visibilidade ao tema e divulgar informações acerca da reserva de vagas para o ingresso nos institutos federais de educação técnica e tecnológica (Institutos Federais). Tais ações se justificam pela necessidade de dar visibilidade ao tema e, especialmente, porque a reserva de vagas é válida também para o ingresso nos institutos federais de educação técnica e tecnológica. Além disso, segundo relatos de professores/as da rede, muitas vezes é nesta fase que muitos/as abandonam ou vão fazer supletivo em cursinhos particulares, o que os/as impede de acessar as cotas posteriormente. Para contribuir com este processo e aproximar-se dos/as estudantes, está prevista a criação de uma página no facebook e um blog para o projeto, que serão utilizados como uma ferramenta de comunicação e divulgação de informações e experiências.
* Ações voltadas aos/as professores/as da rede e os gestores/servidores da escola: O projeto prevê a realização de um trabalho de sensibilização e formação dos/as professores/as, servidores e gestores que atuam nestas escolas/redes. Para isso, buscaremos garantir espaços nas reuniões pedagógicas ou em cursos/momentos de formação das redes, com o objetivo de estabelecer parcerias e integrá-los ao trabalho desenvolvido.
Campo de atuação: as atividades serão desenvolvidas em escolas da rede pública de Pelotas e região. As escolas selecionadas já são parcerias do projeto e há professores/as que atuam como parceiros (exemplos: Colégio Municipal Pelotense, E.E.E.M da Colônia Z3, E.E. Dom João Braga, Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello; Escola Estadual Ponche Verde (Piratini), etc).
Indicadores, Metas e Resultados
A partir das atividades desenvolvidas no âmbito do Projeto, esperamos atingir um público significativo de estudantes da educação básica (em torno de 800 estudantes), bem como garantir o diálogo com professores/as e gestores/as das redes públicas de educação (em torno de 100 pessoas). Nossa meta é desenvolver atividades em um número aproximado de 15 escolas, a exemplo do que já foi realizado em anos anteriores, tanto em Pelotas quanto em cidades da região. Os resultados esperados são a garantia do acesso à informação sobre as cotas e as ações afirmativas nas escolas da região, bem como a promoção de ações que sensibilizem a comunidade escolar para tratar de tais questões, qualificando sua abordagem em sala de aula.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALESSANDRA GASPAROTTO | 8 | ||
AMANDA MEDEIROS OLIVEIRA | |||
BETÂNIA LOPES BALLADARES | |||
CARMEN BEATRIZ LUBKE UCKER | |||
CYRO LEITE CONCEIÇÃO MACÊDO | |||
ELIANE DE OLIVEIRA RUBIM | |||
ELÍSIA GABRIELA CARDOSO DA SILVA | |||
FELIPE NUNES NOBRE | |||
FÁBIO DOS SANTOS GONÇALVES | |||
GEORGINA HELENA XAVIER LIMA | 2 | ||
JOSÉ RICARDO MARQUES RESENDE JÚNIOR | |||
LISIANE SIAS MANKE | 4 | ||
LORI ALTMANN | 4 | ||
MARIA DE FÁTIMA NASCIMENTO URRUTH | |||
MARIELDA BARCELLOS MEDEIROS | |||
MAÍLSON MORAES SANTIAGO | |||
NATIELE GONÇALVES MESQUITA | |||
NAYLSON RODRIGUES COSTA | |||
PEDRO NEVES DIAS |