Nome do Projeto
Espaço Arte Popular - Encontro de Saberes
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
03/09/2021 - 03/01/2029
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Educação
Linha de Extensão
Artes integradas
Resumo
Projeto que institucionaliza espaços da Universidade Federal de Pelotas cedidos para uso coletivo da comunidade pelotense para o desenvolvimento de atividades artísticas, culturais e educacionais que prioritariamente fomentem a integração e difusão de saberes tradicionais locais com a rotina acadêmica. Territórios compartilhado para múltiplas vivências, que coloquem em diálogo diferentes saberes e práticas na direção de se consolidar como equipamentos culturais constituídos a partir das demandas da comunidade e das possibilidades de trabalho da instituição. Territórios de encontros, compartilhamentos e fortalecimento de saberes-fazeres diversos com possibilidade de construção de agendas comunitárias coletivas. De tal modo, a institucionalização desses espaço, o qual funcionará conectado a uma rede de outras organizações e equipamentos sociais, envolve valores, práticas e posicionamento político de uma UFPel diante da multiplicidade de formas de viver e ser no contexto local.

Objetivo Geral

Fomentar a integração entre a Universidade e a sociedade, aprimorando os modos de interagir com a comunidade;
Visibilizar as multiplicidades de seres, vozes e saberes que constituem a diversidade da comunidade populacional de Pelotas e região;
Proporcionar aproximação da Universidade com as diferentes necessidades da comunidade que a referencia, reconhecendo e empoderando as diversas formas de saberes, expressão e manifestações sociais;
Fortalecer as políticas públicas relacionadas à cultura, arte, lazer, educação, difusão cultural, economia criativa, ações afirmativas e inclusão social (em relação a diferentes marcadores sociais);
Promover a Universidade como instância de formação para a vida, com valores de humanização, solidariedade, responsabilidade social, tolerância e capacidade de conviver com as diversidades;
Reconhecer, valorizar e legitimar os diferentes saberes artístico-culturais da comunidade de Pelotas, colocando-os em diálogo, contemplando as multiculturas, os intercâmbios e os saberes locais e promovendo encontros de saberes;
Proporcionar e estimular a realização de práticas de formação e capacitação humana que valorizem saberes tradicionais como indispensáveis a estas formações;
Integrar ainda mais a UFPel com a sociedade, vendo a Universidade na cidade, uma univer(s)-cidade, um universo que se abre no espaço e nas trocas sociais, culturais e de conhecimento, permitindo que se qualifique e amplie os equipamentos culturais, constituídos de prédios, museus, acervos, patrimônios a serem compartilhados com a comunidade acadêmica e a sociedade como direito de todos à cidade.

Justificativa

O investimento infraestrutural nestes espaços, associado à proposta conceitualmente configurada à luz dos objetivos acima citados são justificados por diferentes argumentos.
Por primeiro, a região do bairro Porto é espaço geográfico da cidade ocupado pela UFPel há, pelo menos, 10 anos, tempo em que a inserção da instituição no espaço urbano deste local vem gradualmente se qualificando e tem colaborado para a revitalização do bairro em termos de retomada de sua função residencial, comercial e de lazer, uma vez que o espalhamento da UFPel pelos prédios da região provoca maior circulação e permanências de pessoas por lá. Ainda neste aspecto de preservação e valorização do patrimônio material do bairro, a presença da Universidade reconstruindo e reativando a ocupação de prédios característicos da história da região permite a salvaguarda da memória industrial do Porto. Nesta direção, a revitalização de espaços como o “Galpão Bromberg” para que se torne espaço de promoção de arte e cultura predominantemente relacionadas aos saberes e fazeres tradicionais, que atravessaram ou ainda atravessam a rotina do Porto, é caminho para não somente a preservação material mas também dos bens imateriais que ali habitam. E a ocupação de outros espaços já existentes da UFPel favorece a ampliação destas ações.

Por segundo, e aqui esmiuçando o que envolve estes bens imateriais mencionados acima, o bairro Porto tem sido lócus de inúmeros eventos e práticas culturais, as quais são organizadas na inventividade do cotidiano de diferentes bairros situados nas periferias de Pelotas, mas que emergem e se cruzam em algumas ações em seu território. Como por exemplo nas muitas edições dos desfiles das Escolas de Samba, Blocos Burlescos e Bandas Carnavalesca, tendo o Porto como o espaço que acolhe esse acontecimento cultural. Em que pese o fato do circuito do desfile ter acesso de público limitado e pago, o bairro inteiro convive com os períodos de pré, durante e pós Carnaval, se não aproveitando alguma oportunidade de desenvolver serviços temporários, de alguma forma experenciando o trânsito de alegorias sendo construídas, de ensaios sendo realizados, reuniões de “esquenta” acontecendo e foliões circulando fantasiados. O “Galpão Bromberg” aqui em questão já tem sido, inclusive, emprestado pela UFPel às entidades carnavalescas, como espaço de barracão para a finalização de alegorias e adereços para os desfiles, já que fica na ponta inicial da passarela oficial. Ao mesmo tempo, a região vem acolhendo a circulação da juventude (incluindo a comunidade discente da UFPel que transita necessariamente pelo bairro para acessar os locais de aula da instituição) em diferentes espaços do bairro, e que vêm se consolidando como pontos de confraternização e convivência, a exemplo do “Quadrado” (na beira do Canal São Gonçalo) e da Praça da Alfândega (onde já aconteceram diversos eventos públicos com característica de piquenique), locais que recebem cada vez mais intervenções de grafite dentre outras práticas da cultura hip hop. Neste sentido o Porto é um espaço de convivência especialmente para a população de bairros vizinhos, a exemplo do Bairro Navegantes e Bairro da Balsa. Tais referências citadas muitas vezes, e ainda hoje, são colocadas a parte do conjunto de conhecimentos tidos como importantes para os processos educacionais. Assim, a possibilidade de agregar ao local um espaço estruturado onde tais iniciativas da cultura e saberes locais possam ser estimulados e praticados oportuniza o empoderamento desta referências sociais e culturais.

Por terceiro, a UFPel já conta com inúmeros projetos/ações de ensino, extensão e pesquisa que buscam, na relação com esta região da cidade ou com práticas e culturas comuns à rotina do bairro, o espaço de diálogo social e, com isso, oportunidade de formação complementar dos estudantes. Ao mesmo tempo, é notória a existência de entidades, organizações e projetos comunitários que trabalham para fomentar ações de capacitação humana e sócio-culturais baseadas na valorização de fazeres presentes na rotina das regiões periféricas da cidades (Ex: Associação de Hip Hop, Entidades carnavalescas, CUFA- Pelotas) e que na maioria das vezes não tem espaço físico ou estrutura para desenvolverem suas propostas. A revitalização do “Galpão Bromberg” oferecerá tanto a infraestrutura física (espaço para trabalho e realização de atividades) como equipe humana para atuar em interlocução e fomento de tais atividades oportunizando diálogos efetivos e em via de mão dupla entre propostas comunitárias e projetos acadêmicos, na direção de que a formação recíproca aconteça a partir das diversidades de saberes que irão transitar neste espaço da universidade.

Além dos pontos mencionados acima, destaca-se o propósito que a UFPel tem de se constituir cada vez mais como instituição de formação cidadã, programando-se para atuar como UFPel Integradora, Acolhedora e Contemporânea. Integradora atuando para valorizar a aproximação e inserção social por meio de projetos que ampliem a arte, a cultura e os saberes tradicionais (indígenas, quilombolas, pomeranos, comunidade de pescadores, rendeiras, etc.) e fomentando a arte e a cultura com proposição de ações interinstitucionais e com organizações comunitárias de bairros e territórios rurais, em dinâmica de parcerias. Acolhedora na direção de criar e qualificar espaços de encontros sociais e culturais agregando as diversidades aos eventos e projetos institucionais desenvolvidos. E Contemporânea ao trabalhar para gerir colaborativamente atividades de relevância cultural e artística, destacando o patrimônio material e imaterial por meio de inventários, incluindo o de saberes artístico-culturais da UFPel e da comunidade, promovendo eventos que dêem visibilidade às manifestações culturais locais e regionais, tematizando especialmente as presenças indígenas e africanas em ações culturais promovidas pela instituição.
Nestes aspectos, e pelas considerações já expostas, a qualificação do “Galpão Bromberg” neste espaço, com foco na articulação entre as atividades universitárias e as demandas e iniciativas da comunidade, é proposta que permitirá realizar e consolidar os avanços sociais que preconiza o atual plano de gestão da instituição.

Metodologia

ETAPA 1 - Ano de 2021

- Adequação mínima do espaço do Galpão Bromberg e de outros espaços da UFPel
- Mapeamento do projetos com ênfase em extensão que se relacionam diretamente com saberes artístico-culturais tradicionais
- Encontros entre equipe PREC e coordenadores dos projetos mapeados, interessados em participar do projeto para apresentação da proposta preparação das ações
- Recebimento de propostas artístico-culturais da comunidade e/ou dos contextos sociais com os quais trabalham os projetos da UFPel participantes e mapeamento das disciplinas/componentes e curriculares do âmbito artístico-cultural e respectivos docentes (feito pela PREC junto às coordenações de Cursos e PPCs) que trabalham com saberes tradicionais
- Planejamento de ações que atendam a curricularização da extensão mas que foquem no approach de escuta a estas referências comunitárias (saberes e demandas), priorizando a ida da comunidade acadêmica aos espaços comunitários ou nos espaços da UFPel.

ETAPA 2 - Ano de 2022

- Realização de atividades nos projetos de extensão envolvidos e nas disciplinas/componentes curriculares envolvidos, que busquem atender a curricularização da extensão, mas que foquem na escuta acerca dos saberes tradicionais e das demandas comunitárias decorrentes destas práticas.
- Realização de reuniões de uma avaliação parcial do andamento das atividades/ações entre equipe PREC, equipes dos projetos, docentes e mestres/referências comunitárias
- Identificação das demandas comunitárias, identificação das possibilidades da universidade de atendimento/trato às demandas
- Planejamento de ações dos projetos e das disciplinas/componentes curriculares agregando os mestres/referências comunitárias na coordenação e condução das ações de modo que “sua” comunidade acesse também os equipamentos culturais da UFPel em atividades que promovam a realização de práticas de formação e capacitação relacionadas aos saberes tradicionais em questão, oportunizando ao mesmo tempo aos acadêmicos formação ampliada e socialmente referenciada.
Implementação do Encontros de Saberes na UFPel

ETAPA 3 - Ano de 2023

Institucionalização das atividades do Encontros de Saberes na UFPel e das ações e parcerias com espaços comunitários, com as referencias/entidades/mestres de saberes tradicionais artístico-culturais

ETAPA 4 - Ano de 2024

Consolidação do Encontros de Saberes na UFPel
Ampliação das ações e parcerias, nos espaços da UFPel e também nos espaços comunitários, com as referencias/entidades/mestres de saberes tradicionais artístico-culturais

Indicadores, Metas e Resultados

Readequação estrutural do Galpão Bromberg e de outros espaços da UFPel que permitam o uso e circulação de pessoas da comunidade. Incluindo sala para reuniões e encontros de planejamento e avaliação (online ou presenciais)
Identificação de projetos com ênfase em extensão e disciplinas/componentes curriculares relacionados a saberes tradicionais artístico-culturais e planejamento de ações de acolhimento e valorização de pessoas e práticas ligadas ao saberes populares
Implementação e consolidação de ações, no âmbito artístico-cultural, do Encontro de Saberes na UFPel em até 2024

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANDREW DA CUNHA MONTEIRO
CATIA FERNANDES DE CARVALHO10
Dilermando Martins Freitas
ELEONORA CAMPOS DA MOTTA SANTOS10
GISA ELENA SOARES DE FREITAS
RAQUEL SILVEIRA RITA DIAS1
ROBERTA LOCATELI RAMIREZ
WILLIAM ARAUJO MEDEIROS

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