Nome do Projeto
Infâncias Guarani e Kaigang: memórias e histórias
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
19/06/2023 - 24/06/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Na cidade de Rio Grande/RS, situadas no bairro cassino, há duas aldeias indígenas: Guarani e Kaigang. Ambas possuem comunidades crescentes e vem batalhando por apoio público para a efetivação de boas condições estruturais e a criação de museus e escolas. Esse projeto tem por objetivo, através do aporte teórico-metodológico da História Cultural e da História Oral, realizar entrevistas sobre as infâncias das pessoas pertencentes a essas comunidades. Destaca-se que essa pesquisa parte de uma demanda das aldeias, que argumentam que as suas infâncias estão profundamente ligadas a sua cultura e que a sua historicidade ainda é pouco compreendida pelos sujeitos externos à essas comunidades.

Objetivo Geral

Compreender, pelo viés histórico, as infâncias de adultos das aldeias Guarani e Kaingang, que estão situados na cidade de Rio Grande/RS.

Justificativa

As infâncias brasileiras são múltiplas. Todavia, salienta-se a relevância de pensar sobre o protagonismo de infâncias pertencentes a comunidades historicamente marginalizada no país. Segundo o IBGE (BRASIL, 2012) os Kaingang são a maior população indígena do Brasil Meridional, apresentando, em torno, de trinta e sete mil indivíduos. Todavia, no ano de 2021, a Universidade Federal de Pelotas expediu uma nota pública em apoio à luta contra a perseguição, a tortura e os assassinatos do povo Kaigang, que foram motivados por arrendamento ilegal de terras indígenas . Fato que registra uma batalha social e política. Já os Guaranis, de acordo com Pimentel (2012) são conhecidos por distintos nomes: Chiripá, Kainguá, Monteses, Baticola, Apyteré, Tembekuá, entre outros. No entanto, sua autodenominação é Avá, que significa, em Guarani, “pessoa”. Este povo vive em um território que compreende regiões no Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina e se diferencia internamente em diversos grupos, semelhantes entre si nos aspectos fundamentais de sua cultura e organizações sociopolítica. Um dos principais desafios enfrentados pelo povo guarani é a disputa por terra em um cenário de valorização do agronegócio (POPYGUA, 2022).
Cumpre mencionar que desde abril de 2023 estão sendo realizada visitas, para o diálogo com os caciques das aldeias Guarani e Kaigang, situadas na cidade de Rio Grande. Ambos, foram receptivos e apresentaram tanto a estrutura física, como os membros da sua comunidade. Esses, relataram que a sua cultura sofre muitos preconceitos e que, desde a infância, as suas vivências foram desrespeitadas de diversas formas.
Nesse sentido, junto com aos indígenas, foi-se percebendo a pertinência de um estudo sobre o seu passado, que entrelace as suas percepções socioculturais de infância com o contexto social e político. Assim visando, um aprofundamento sobre infâncias pouco abordadas dentro da universidade.

Metodologia

A História Cultural e a História oral foram escolhidas como bússola teórico-metodológica desta pesquisa. Essa configuração, deve-se à sua abrangência e vasta gama de possibilidades de análises. Burke (2008), ressalta que a História Cultural ampliou o território da pesquisa histórica, mostrando os limites das abordagens anteriores e as possibilidades de se pesquisar temas que antes eram invisíveis. Chartier (2009), aponta que ela tem como principal objetivo identificar o modo como, em diferentes lugares e momentos, uma determinada realidade social é construída, pensada e dada a ler. Pode-se dizer assim, que a História Cultural respalda a análise do passado, suas formas discursivas e imagéticas pelas quais os homens expressam a si próprios e o mundo. Já a História Oral centra-se na memória humana e sua capacidade de rememorar o passado enquanto testemunha do vivido. Podemos entender a memória como a presença do passado, como uma construção psíquica e intelectual de fragmentos representativos desse mesmo passado, nunca em sua totalidade, mas parciais em decorrência dos estímulos para a sua seleção. Não é somente a lembrança de um certo indivíduo, mas de um indivíduo inserido em um contexto familiar ou social. Para Maurice Halbwachs (2004, p. 85), toda memória é coletiva, e como tal, ela constitui um elemento essencial da identidade, da percepção de si e dos outros.
Como um recurso teórico-metodológico às pesquisas do campo da História da Educação, a História Oral tem sido não somente enriquecedora como, em muitos casos, necessária. A escassez, ou lacunas, de informações faz dos relatos orais, uma valiosa fonte de dados. A História Oral também se revela como um instrumento precioso na construção da rede de sentidos que compõem o estudo do passado educacional. Ela se mostra fecunda no que se refere à aproximação às vivências, às circunstâncias particulares que não estão explícitas nos documentos escritos.

Indicadores, Metas e Resultados

Conhecer, através das entrevistas, aspectos socioculturais da infância Kaigang e Guarani

Colaborar, por meio dos resultados desta pesquisa, em projetos de solicitação de auxilio público para o investimento em museus e atividades culturais das aldeias

Participação em eventos acadêmicos e das comunidades indígenas, para a socialização da pesquisa

Certificação do projeto

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
HARDALLA SANTOS DO VALLE1
HELOISA HELENA DUVAL DE AZEVEDO1
LILIAN LORENZATO RODRIGUEZ1
PATRICIA WEIDUSCHADT1
SOL ANDRADE
VITOR SAQUETE RODRIGUES

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