Nome do Projeto
Mapeando a Noite: o universo travesti
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
19/06/2017 - 15/07/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Direitos Humanos e Justiça / Trabalho
Linha de Extensão
Grupos sociais vulneráveis
Resumo
O presente projeto surgiu em 2016, após discussões a respeito da prostituição e travestilidade nas ruas noturnas - principalmente - de Pelotas. Em 2015, após conversas com travestis e transexuais que utilizam as ruas do centro de Pelotas como pontos de trabalho, houve uma demanda, por parte de algumas pessoas desses grupos, para que existisse uma visibilização dessas comunidades, através de ações efetivas para reduzir/minimizar os estigmas que permeiam tanto as questões de gênero, quanto o universo da prostituição. Este projeto, portanto, busca entender o universo das travestis, de transexuais e de mulheres na prostituição, e suas relações de trabalho e de afeto nesse universo; em um primeiro momento, as ações estão voltadas para os grupos que trabalham nas ruas da noite de Pelotas. Posteriormente, pretende-se ampliar as atividades para abranger outros grupos que estão inseridos nessas redes de relações. A partir de entrevistas prévias, já foi possível identificar algumas redes de relações que serão acompanhadas durante as atividades de extensão

Objetivo Geral

O principal objetivo deste projeto é tentar minimizar os efeitos dos estigmas que os grupos travestis e transexuais, bem como os grupos de mulheres que trabalham na prostituição, sofrem no cotidiano de Pelotas através de atividades participativas demandadas pelos próprios grupos, tais como exposições itinerantes pela cidade, oficinas de imagem (buscando a criação de banners para exposições a partir de imagens feitas pelos próprios grupos), oficinas de história e patrimônio (para as trocas sociais entre universidade e comunidade discutindo a cidade, os locais de atuação profissional, os locais de visibilidade para empoderamento, também pensando na construção da exposição).

Justificativa

Ao longo do tempo, as relações de gênero têm sofrido mudanças significativas, com construções e desconstruções temporais e espaciais; no entanto, essas construções e desconstruções de identidades são acompanhadas de estigmas que geram preconceitos, situações de conflito e, inúmeras vezes, casos de violência contra pessoas que não compõem os grupos heteronormativos compreendidos como os padrões a serem seguidos pela sociedade. Quando se trata de grupos que trabalham na prostituição, esses elementos de exclusão e marginalização são potencializados. O universo noturno central de Pelotas parece ser permeado de travestis, transexuais e mulheres que estão constantemente expostas a esses preconceitos, violências, opressões e conflitos. Existe a necessidade de luta diária por parte dessas comunidades, para que se integrem à sociedade, sem o receio de violência cotidiana extrema. Assim, projetos idealizados a partir dessas demandas, podem ser um dos meios para ajudar nessas lutas, através de atividades construídas de modo participativo, com indicações dos próprios grupos e realizados através da universidade. Salienta-se que há uma demanda desses grupos para que sejam inseridos em locais onde comumente não são considerados bem-vindos, tais como alguns locais do centro histórico de Pelotas. Uma exposição itinerante feita em conjunto com as travestis é um meio para que se possa fazer essa aproximação – trazendo para o “centro”, comunidades que têm sido afastadas para as periferias por uma série de questões sócio-econômicas.

Metodologia

A abordagem metodológica é interdisciplinar, pautada principalmente no método etnográfico, com inserção em campo e observação participante, direcionando os olhares para a materialidade e as relações entre humanos e não-humanos – todas essas atividades têm foco na aproximação maior com os grupos para o desenvolvimento das ações participativas. São realizadas, também, rodas de conversas e registros fotográficos – que deverão ser feitos, especialmente, pelos próprios grupos em processo de exclusão para a exposição. As oficinas de imagem e história e patrimônio serão construídas em conjunto com esses grupos, permitindo que haja uma troca entre academia e comunidade, Dessa forma, pretende-se que a exposição itinerante seja realizada através de banners com imagens cotidianas e com resultados das oficinas.

Indicadores, Metas e Resultados

1) Demandas por visibilização das questões de (des)construções de gênero e da profissão (prostituição) por meio da elaboração participativa de uma exposição;
2) Aproximação desses grupos em processo de exclusão com a universidade, buscando caminhos para redução dos estigmas, através do contato com uma instituição formal a partir de oficinas de imagem;
3) Acompanhamento e participação de atividades e eventos voltados para as comunidades LGBTs;
4) Acompanhamento e participação de atividades e eventos idealizados pela ONG vale a Vida (Pelotas), que trabalha com a saúde de travestis, transexuais e mulheres, especialmente com aquelas inseridas no trabalho da prostituição;
5) Criação de eventos que apresentem o universo desse grupos.

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