Nome do Projeto
MESTRES DOCEIROS DO FUTURO
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
16/10/2023 - 23/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Eixo Temático (Principal - Afim)
Cultura / Trabalho
Linha de Extensão
Patrimônio cultural, histórico e natural
Resumo
A proposta busca desenvolver a implantação de um sistema de transmissão e divulgação do conhecimento da produção do doce tradicional colonial por meio de ações ministradas pelos mestres doceiros/as e colaboradores para jovens que residem, sobretudo, nas áreas rurais da cidade de Morro Redondo. A proposta consiste de uma série de ações com duração de um a três meses, intercaladas por períodos de avaliação e revisão dos métodos e resultados. Desse modo, serão módulos nos quais os estudantes terão a oportunidade de vivenciar de forma prática, os temas essenciais para a preservação, divulgação e incremento da tradição doceira colonial, em uma perspectiva de sustentabilidade. Este curso abrange a experimentação de diferentes habilidades relacionadas a essa tradição e ao produto resultante, ou seja, os doces coloniais tradicionais. Portanto, o objetivo é incentivar que surjam novos doceiros ou novos empreendedores de todos os trabalhos que envolvem a produção e comercialização do doce, conscientes e críticos dos problemas que desafiam a continuidade deste patrimônio e, igualmente, motivados a que essa produção possa gerar outras tantas oportunidades de trabalho no local. Além disso, a proposta propõe a orientação para: a) criação de uma associação dos doceiros coloniais, b) produção de materiais de divulgação e registro das ações dos mestres doceiros, c) registro vivo das principais receitas e d) formação de um pensamento investigativo e resolutivo por parte dos novos mestres. Em resumo, planeja-se estabelecer um sistema de formação em modo de extensão (não formal) mantido pelos mestre doceiros, assim designados pelas próprias famílias, com jovens da cidade como alunos, na faixa etária de 14 e 18 anos, que se voluntariem para aprender tanto a produção tradicional de doces quanto sobre conteúdos relacionados essenciais para a manutenção da tradição local. O sistema seguirá um formato de cursos que ocorrerão em diferentes lugares da cidade, inclusive nos próprios locais de produção no qual trabalham os mestres doceiros.

Objetivo Geral

Desenvolver ações de difusão de conhecimentos sobre As Tradições Doceiras em espaços não formais, entendendo-os tantos os espaços físicos como virtuais. O site do projeto e as redes sociais serão esses últimos.
o projeto parte da constatação de que para muitas doceiras que pertencem ao meio rural, o fazer doce é a continuidade da trajetória de sua família e, reconhecer a tradição como PCI requer muito mais. Demanda garantir que ela tenha continuidade. A transmissão desse conhecimento no núcleo familiar tem se demonstrado cada vez mais frágil dados os fatos já verificados em pesquisa recente. A proposta de ações de uma escola doceira informal (que atuará no âmbito da extensão) dará conta da necessária transmissibilidade de modo vivencial em todos os cursos propostos no ano de formação de novos alunos aprendizes.

Justificativa

A proposta decorre de resultados de vários trabalhos de membros da equipe proponente, realizados diretamente com a municipalidade e com a comunidade. Ao longo desses apareceram temas relacionados ao ambiente da microrregião sul de Pelotas e, de modo geral, associados a conteúdos prementes observados no cenário mundial: as práticas econômicas vorazes, que diante das crises reforçadas ou desveladas pela pandemia de Covid-19, evidenciam perda de referenciais culturais e ambientais. Assim, perdem-se os valores determinantes do patrimônio: a diversidade da cultura, a história e as memórias das comunidades, bem como a natureza, e os diferentes entendimentos culturais sobre ela, gerando, consequentemente, o decaimento da cultura. Com isso, se trata de buscar entender a relação entre a pluriatividade da produção rural, desenvolvida pelos grupos familiares e o patrimônio material e imaterial, identitário de pequenos grupos.

Metodologia

O projeto inclui ações de registro e divulgação das aulas dos mestres doceiros e dos cursos de formação básica. Está prevista a produção de um vídeo-livro de receitas dos doces eleitos pelas famílias e transmitido aos jovens alunos aprendizes. As famílias irão registrar depoimentos sobre as memórias do fazer o doce no lugar onde vivem. Legislação pertinente e textos de livre acesso serão reunidos e divulgados no site do projeto. Também está previsto um livro de boas práticas a ser desenvolvido pela equipe junto com os alunos aprendizes e acompanhamento dos mestres doceiros.
Oficinas, eventos e desenvolvimento de produtos serão realizados ao longo das ações.

Indicadores, Metas e Resultados

Desse modo, espera-se que a comunidade obtenha alguns ganhos importantes para a manutenção do bem cultural:
Uma experiência coletiva de transmissão do conhecimento de produção do doce colonial adquirido ao longo de gerações, para jovens locais em idade escolar.
Possibilidade de manutenção da experiência na continuidade da proposta através do reinvestimento dos recursos advindos com a comercialização do produto gerado nos cursos.
Registro da história de cada família doceira com a formulação de destaques para os doces produzidos ao longo de gerações.
Possibilidade de fixação dos jovens, em especial na idade de 14 a 18, na cidade a partir da experiência completa da produção do doce tradicional como um fato próprio à sua cidade.
Desenvolvimento de habilidades necessárias à manutenção e divulgação dessa tradição, tanto das famílias como dos jovens aprendizes.
Geração de uma marca forte que apresente a tradição doceira como resultado da convergência do conhecimento compartilhado sobre o espaço e a cultura do doce na localidade.
Entendimento de que a manutenção do bem cultural depende de ações que possam diminuir ou brecar o avanço das monoculturas e decorrente empobrecimento do ambiente natural.
Formação de novos mestres doceiros num sistema de produção coerente com a realidade local, capaz de propor dinâmicas de sustentabilidade e provedor de convergência e coesão cultural.
Desenvolvimento de estratégias que ajam sobre ou pelo surgimento de políticas de preservação do patrimônio intangível em áreas rurais, assim como o fortalecimento das identidades associado a expectativas de trabalho.
Diminuição da evasão dos jovens, decorrente da integração geracional promovida pela formação com os mestres doceiros, em especial no âmbito do compartilhamento de experiências.
Diferentes habilidades (ofícios), a exemplo da criação de designs atraentes para embalagens sustentáveis, incluindo layout, tipografia, ilustração e padrões cromáticos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
AMANDA MENSCH ELTZ
CLÁUDIA DA SILVA NOGUEIRA
Denise Prado Costa
FLORA COELHO JEROZOLIMSKI
FRANCISCA FERREIRA MICHELON4
Giane Trovo Belmonte
JOAO FERNANDO IGANSI NUNES2
JOSSANA PEIL COELHO
JOSSANA PEIL COELHO
JULIANA MOHR DOS SANTOS
LAIANA PEREIRA DA SILVEIRA
MARIA EDUARDA GAUZE CARDOSO
RAYZA ROVEDA ATAIDES
WAGNER HALMENSCHLAGER2

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