Nome do Projeto
Integrando Arqueologia e Paleoecologia para entender a Floresta de Araucárias do Sul do Brasil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
04/12/2023 - 04/12/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Resumo
Uma abordagem interdisciplinar, acoplando estreitamente a paleoecologia e arqueologia, pode potencialmente resolver incertezas sobre a cronologia dos povos que habitaram as terras altas do sul do Brasil, sua dieta e economia, e a escala do impacto ambiental e do uso da terra associados a eles. A análise multiproxy de sedimentos (isto é, física, química, pólen e carvão macroscópico) será usada para reconstruir a história da vegetação e dos fogos, ou seja, a história do meio ambiente, facilitando assim a avaliação da natureza humana e impactos climáticos nas mudanças vegetacionais durante a emergência e florescimento das culturas Jê no Sul do Brasil.
Objetivo Geral
O projeto de pesquisa aqui delineado visa compreender o contexto social, características econômicas e ideológicas dos povos Jê do Sul, utilizando técnicas paleoecológicas e arqueológicas para avaliar a sua interação com a paisagem e a vegetação ao longo do Holoceno tardio.
Justificativa
Por volta do ano 1000 d.C., o planalto sul brasileiro testemunhou uma convergência de fenômenos: mudanças climáticas, a abrupta expansão da floresta de araucárias e o surgimento de grandes construções em terra (casas subterrâneas gigantes e praças de cerimônias funerárias), que sinalizam mudanças fundamentais de caráter ideológico e sociopolítico entre os povos Jê do Sul. Esses desenvolvimentos levantam questões intrigantes sobre as relações entre pessoas, vegetação e clima ao longo dos últimos 2000 anos.
Os povos Jê chegaram no Sul do Brasil por volta de 2.000 AP, ocupando paisagens ecologicamente diversas dos estados de SP, PR, SC e RS desde a costa atlântica até o Rio Paraná. Esses grupos praticavam uma economia mista, combinando caça, pesca e coleta – incluindo a coleta do pinhão (semente de Araucaria angustifolia) – com o cultivo de plantas domesticadas, como o milho, a abóbora, a mandioca, entre outras (Corteletti et al. 2015).
Os povos Jê chegaram no Sul do Brasil por volta de 2.000 AP, ocupando paisagens ecologicamente diversas dos estados de SP, PR, SC e RS desde a costa atlântica até o Rio Paraná. Esses grupos praticavam uma economia mista, combinando caça, pesca e coleta – incluindo a coleta do pinhão (semente de Araucaria angustifolia) – com o cultivo de plantas domesticadas, como o milho, a abóbora, a mandioca, entre outras (Corteletti et al. 2015).
Metodologia
Escavações arqueológicas e coletas de sedimentos foram realizadas na região de Urubici, SC, (entre 2014 e 2018) com o objetivo de recuperar amostras paleobotânicas para compreender as escolhas comportamentais no uso de plantas e uma reconstrução ambiental mais ampla. Na região de Urubici, as pesquisas realizadas entre 2009 e 2019 incluíram mapeamento e extensas escavações (Corteletti 2010, 2012; Corteletti et al. 2015, 2021, 2023; Corteletti e DeBlasis 2018; Corteletti e Iriarte 2020, Labrador 2018; Sprenger 2020, 2023; Soares 2019). O Levantamento identificou 140 sítios arqueológicos, a maioria deles localizados no Vale do Rio Canoas, muitas vezes próximo a confluências de afluentes com o rio principal. A ocupação data de mais de 2200 anos AP até inícios do século XX. As análises de grãos de amido e fitólitos de fragmentos cerâmicos revelaram o uso de plantas domesticadas e um provável sedentarismo.
A análise multiproxy de sedimentos (isto é, física, química, pólen e carvão macroscópico) será usada para reconstruir a história da vegetação e dos fogos, ou seja, a história do meio ambiente, facilitando assim a avaliação da natureza humana e impactos climáticos nas mudanças vegetacionais durante a emergência e florescimento das culturas Jê no Sul do Brasil.
Como o objetivo da reconstrução paleoambiental é dar conta da vegetação e potencial uso da terra e suas mudanças associadas aos assentamentos Jê do Sul, as amostras foram obtidos o mais próximo possível (100–1000m) de sítios arqueológicos conhecidos.
Nessa etapa do projeto em especial será a analisada a coluna de sedimento coletada junto ao Sítio Copetti, Urubici, SC.
Para auxiliar na interpretação, amostras da vegetação existente foram coletadas para criar um banco de dados de referência para pólen (Cardenas et al. 2019)
A análise multiproxy de sedimentos (isto é, física, química, pólen e carvão macroscópico) será usada para reconstruir a história da vegetação e dos fogos, ou seja, a história do meio ambiente, facilitando assim a avaliação da natureza humana e impactos climáticos nas mudanças vegetacionais durante a emergência e florescimento das culturas Jê no Sul do Brasil.
Como o objetivo da reconstrução paleoambiental é dar conta da vegetação e potencial uso da terra e suas mudanças associadas aos assentamentos Jê do Sul, as amostras foram obtidos o mais próximo possível (100–1000m) de sítios arqueológicos conhecidos.
Nessa etapa do projeto em especial será a analisada a coluna de sedimento coletada junto ao Sítio Copetti, Urubici, SC.
Para auxiliar na interpretação, amostras da vegetação existente foram coletadas para criar um banco de dados de referência para pólen (Cardenas et al. 2019)
Indicadores, Metas e Resultados
A pesquisa interdisciplinar tem o potencial de aprofundar a compreensão de culturas passadas. A integração da investigação arqueológica com a arqueobotânica e a reconstrução paleoambiental proporciona insights sobre o comportamento cultural e as mudanças ambientais, incluindo o manejo da terra, a agricultura, o uso da floresta, os estilos de vida e práticas rituais. Ao direcionar a pesquisa arqueológica e paleoecológica em toda a região para a proximidade dos complexos arquitetônicos, seremos capazes de olhar para os povos Jê do Sul e as mudanças que eles experimentaram, em tanto a nível local como macrorregional.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
Francis Edward Mayle | |||
JOSE IRIARTE | |||
RAFAEL CORTELETTI | 6 |