Nome do Projeto
Grupo de Ouvidores de Vozes
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/03/2024 - 01/03/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Eixo Temático (Principal - Afim)
Saúde / Educação
Linha de Extensão
Saúde humana
Resumo
O movimento de ouvidores de vozes começou na Holanda no final dos anos 1980, com o encontro do psiquiatra Marius Romme e sua paciente Patsy Hage, diagnosticada com esquizofrenia, com risco de suicídio, em uso de antipsicóticos e ouvidora de vozes. O psiquiatra Marius Romme sugeriu a ela que buscasse outras pessoas que ouvissem vozes para compartilhar sua experiência. Então eles participaram de um programa popular da televisão holandesa e convidaram pessoas que ouviam vozes a entrarem em contato com a emissora. Cerca de setecentas pessoas fizeram contato e destas aproximadamente cento e cinquenta relataram que haviam encontrado formas de controlar as vozes. Assim, em Utrecht – Holanda eles organizaram um workshop e, em seguida, os grupos de mútua ajuda2-5.
Em 1987, nasceu o Movimento dos Ouvidores de Vozes - The Hearing Voices Movement, fundado por Marius Romme e Sandra Escher. Para divulgação das experiências foi criada uma organização formal que oferece apoio administrativo e coordena uma ampla variedade de iniciativas em diversos países, denominada Intervoice (The International Network for Training, Education and Research into Hearing voices). Em 1989, em Manchester – UK, foi criada a The Hearing-Voices Network, integrada por ouvidores de vozes, familiares e profissionais de saúde de diversos países, uma importante associação de suporte mútuo de ouvidores de vozes.
Na Itália, a “Rete Italiana Noi e le Voci (http://www.parlaconlevoci.it/)” é a rede que integra a informação dos congressos, formação, grupos de ajuda mútua de ouvidores de vozes e se articula com outros países e a rede internacional Intervoice. A rede italiana foi fundada em 2011 após a realização de três congressos nacionais que ocorreram em Reggio Emilia (2008 e 2009) e Milão (2010) e um Congresso internacional que aconteceu em 2011 em Savona. O Brasil teve seu ingresso na Intervoice em 2017. Criar boas práticas em saúde mental significa basear-se na melhor informação disponível sobre ética, evidências e experiência. De acordo com Thornicroft e Tansella (2010) o princípio ético refere-se aos princípios fundamentais consensuais que deverão orientar a forma de condução do planejamento, da oferta de assistência e da avaliação dos serviços, neste caso, a ética que deve orientar as práticas apresentadas por este trabalho é o da Atenção Psicossocial. A evidência científica deve embasar fortemente as intervenções e serviços, indicando possibilidades de caminhos de intervenção. Já a experiência emerge como uma evidência de conhecimento produzido decorrente da experiência acumulada a partir de boas práticas, que ainda não foram avaliadas formalmente. Neste sentido este projeto pretende realizar um trabalho através de grupos de compartilhamento da experiência dos ouvidores, a realização de apoio aos familiares, de eventos e seminários para troca de experiências.
Objetivo Geral
Desenvolver um trabalho de extensão na comunidade com pessoas que ouvem vozes que os outros não ouvem, seus familiares, profissionais de saúde e população em geral favorecendo uma abordagem de enfrentamento da experiência no campo da atenção psicossocial.