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A introdução de alimentos na dieta da criança após os seis meses de idade tem a função de complementar as numerosas qualidades e funções do leite materno, que deve ser mantido até os dois anos de vida ou mais. Além de suprir as necessidades nutricionais da criança, a partir dos seis meses a introdução da alimentação complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos alimentares da família e cuidadores e exige todo um esforço adaptativo a uma nova fase do ciclo de vida, onde lhe são apresentados novos sabores, cores, aromas, texturas e saberes. Por outro lado, aspectos econômicos, culturais, sociais, tabus e crenças influenciam a oferta de alimentos a crianças, especialmente nos primeiros anos de vida.
O consumo alimentar na infância está fortemente associado ao perfil de saúde e nutrição, em especial entre as crianças menores de dois anos de idade. A prática alimentar inadequada nos dois primeiros anos de vida, em particular nas populações menos favorecidas, está associada ao aumento da morbidade, representada pelas doenças infecciosas, pela desnutrição, excesso de peso e pelas carências específicas de micronutrientes, tais como ferro, zinco e vitamina A.
Aproximadamente 200 milhões de crianças menores de cinco anos, residentes em países em desenvolvimento, não atingem seu potencial de desenvolvimento. E as deficiências nutricionais, entre elas a anemia é apontada como um dos determinantes que prejudicam o desenvolvimento das crianças. Essas crianças possuem maior probabilidade de baixo rendimento escolar, o que provavelmente contribuirá para a transmissão intergeracional da pobreza com implicações para o desenvolvimento de um país.
O profissional de saúde torna-se promotor da alimentação saudável na comunidade em que atua quando consegue traduzir os conceitos técnicos em linguagem acessível, de forma prática. O apoio a comunidade e a articulação com outros setores da sociedade podem ser indutores e estimuladores de ações que garantam à alimentação saudável, considerando as especificidades culturais, regionais e locais.
A alimentação e nutrição adequadas são requisitos essenciais para o crescimento e o
desenvolvimento de todas as crianças e constituem um desafio constante a todos os seguimentos da sociedade.

Este curso terá como público alvo cuidadores e merendeiras de escolas municipais de educação infantil do município de Pelotas e será implementado em duas etapas:
1- Discussão com cuidadores e merendeiras escolas municipais de educação infantil sobre a alimentação oportuna e sadia, especialmente até os dois anos de vida.
2- Realização de oficinas de formação em alimentação saudável na infância, dirigidas a cuidadores e merendeiras de escolas municipais de educação infantil.
As etapas acima serão realizadas em quatro encontros de 4 horas/aula, prevendo inicialmente a discussão e orientação do grupo sobre o tema. Na sequência o grupo será dividido em duas turmas para a execução de oficinas práticas de formação em alimentação saudável até os dois anos de vida. Serão disponibilizadas 52 vagas, a serem preenchidas conforme conveniência e indicação da secretaria de educação do município.
Nas oficinas serão realizadas preparações conforme o caderno “Receitas regionais para crianças de 6 a 24 meses" sendo adaptadas à 4 etapas: 6 meses, 8 meses, 10 meses e 15 meses. Aspectos quanto consistência e textura, quantidade (volume conforme capacidade gástrica) e forma de apresentação, respeitando cada fase, do qual serão destacados através de grupos (merendeiras/cuidadoras).
*Dois alunos do curso de Gastronomia participação na elaboração dos preparos para que seja feito a dinâmica com as merendeiras/cuidadoras.
Materiais
Os seguintes ingredientes serão utilizados: feijão carioca (500 gramas), arroz (500 gramas), cebola (3 unidades), alho (2 dentes), óleo de girassol (1 unidade), peito de frango (2 unidades), batata baroa (3 unidades). Salsinha e folha de louro.

Indicador 1: índice de conhecimento sobre alimentação complementar, após o curso.
Indicador 2: índice de conhecimento sobre alimentação saudável de um a dois anos de vida, após o curso.
Meta: 80% dos participantes com índice de conhecimento igual a 70% sobre a alimentação saudável na infância
Resultados: - contribuir para melhorar entre cuidadores e merendeiras as informações alimentares e nutricionais de crianças abaixo de dois anos.
- promover articulação entre diferentes serviços, os Cursos de Nutrição e o Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da UFPel e a Secretaria Municipal de Educação, no apoio a saúde da criança.