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A produção brasileira de leite apresentou um crescimento de 327% entre os anos de 1974 e 2021 (Anuário do Leite, 2023). Esse aumento está diretamente relacionado à maior produtividade por animal, resultado de avanços na eficiência e intensificação dos sistemas de produção. No âmbito da nutrição de ruminantes, o aprofundamento do conhecimento sobre o metabolismo animal, em especial o funcionamento do rúmen, tem impulsionado o desenvolvimento de diversos aditivos nutricionais. Esses aditivos podem contribuir para o aumento da produção, ao mesmo tempo em que promovem a saúde dos animais, o equilíbrio da microbiota ruminal e a melhoria da eficiência alimentar.
Entre os aditivos comumente utilizados, destacam-se os antibióticos, que podem melhorar a eficiência produtiva ao modularem a microbiota ruminal e intestinal. No entanto, a crescente preocupação com o desenvolvimento de resistência antimicrobiana decorrente do uso indiscriminado desses compostos, tem impulsionado a busca por alternativas naturais (Etienne et al., 2025). Nesse contexto, os óleos essenciais (OE) têm sido amplamente estudados como compostos bioativos capazes de modificar positivamente a fermentação microbiana em ruminantes (Naseri et al., 2022). Presentes em plantas, os OE apresentam propriedades antimicrobianas e afinidade com lipídeos, podendo atuar na substituição dos antibióticos convencionais.
Além disso, os OE podem contribuir para a redução do gasto energético associado à ativação do sistema imune, inibir microrganismos metanogênicos e estimular rotas fermentativas alternativas que resultam na produção de ácidos graxos de cadeia curta, os quais são importantes fontes de energia para os ruminantes (Naseri et al., 2022). Apesar dos potenciais benefícios, ainda são necessários estudos mais aprofundados para elucidar os efeitos dos OE no rúmen e no metabolismo animal (Dias Júnior et al., 2023).
Diante disso, o objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos de um aditivo composto por óleos essenciais e ácidos orgânicos sobre o perfil hepático, a inflamação intestinal, o estresse oxidativo e a produção de leite em vacas leiteiras da raça Holandês

O experimento terá a duração de 42 dias, destes 14 dias de adaptação ao espaço e a dieta e 28 dias de tratamento. Serão utilizadas 40 vacas leiteiras da raça Holandês com duas ou mais lactações e que estejam entre 60-120 dias em lactação. Os animais serão agrupados de forma aleatória em 2 grupos experimentais: grupo controle e grupo tratamento que recebera o um produto . Serão alocadas em sistema compost barn, Os animais terão livre acesso à água e receberão a TMR 2 vezes ao dias, às 11:00 e às 17:30 nos cochos inteligentes dá Intergado, onde será avaliado o consumo dos animais e números de visita ao cocho, a matéria seca a dieta será medida diariamente utilizando a Air Fryer, este método consiste em colocar a TMR por 30 minutos a 200 °C, após o material é pesado e colocado por 5 min e pesado novamente, o processo é realizado novamente até que a MS estabilize. A temperatura será obtida através de um medidor de temperatura e umidade alocado no compost barn e o estresse térmico avaliado através das tabelas de THI. Os animais serão levados 2 vezes ao dia para ordenha, 8:00 e as 19:00 (horário de Brasília) a produção diária será obtida a partir da soma das 2 ordenhas. O peso dos animais será obtido através da relação entre peso e perímetro torácico e escore de condição corporal serão medidos nos dias -14,0,7,14,21,28.
O experimento terá duração de 42 dias e se utilizará 40 vacas leiteiras da raça Holandês com duas ou mais lactações, durante os 60 e 120 dias em lactação. Todos os animais serão alocados em sistema compost barn, com cama de casca de arroz e receberão a ração totalmente misturada (TMR), duas vezes ao dia, às 11:00 e às 17:30 e com livre acesso à água. Os animais serão divididos aleatoriamente em dois grupos experimentais: o grupo tratamento (TRAT, n = 20), que receberá a dieta basal com a adição de 5g/vaca/dia de um produto à base de óleos essenciais e ácidos orgânicos; e o grupo controle (CON, n = 20) que também receberá a dieta basal porém, sem o aditivo. As avaliações do consumo dos animais, números de visitas aos cochos com e sem consumo serão mensuradas através dos cochos eletrônicos da Integrado® (Ponta Agro®, Betim, Brasil), durante 24 horas/dia ao longo de todo o experimento. Os animais serão ordenhados duas vezes ao dia, ás 8:00 e 19:00 e a produção diária será obtida a partir da soma das duas ordenhas através do sistema de ordenha da ALPROTM (DeLaval®, Tumba, Suécia). O comportamento dos animais serão coletados por meio das coleiras eletrônicas (CowMed®, Santa Maria, Brasil) e as amostras de leite serão coletadas semanalmente e encaminhadas para o laboratório Unianálise (Lageado, Brasil), para análise da qualidade do leite: células somáticas no leite (CCS) e composição do leite: extrato seco desengordurado (ESD), gordura, proteína, lactose e sólidos totais.
Amostras de sangue serão coletadas por via coccígea através de tubos a vácuo (BD diagnostics, SP, Brazil), nos dias 0, 14, 21, 28, 35, 42, para análise de glicose, lactato sanguíneo, paraoxonase-1 (PON1), gama glutamil transferase (GGT), aspartato aminotransferase (AST), albumina e Haptoglobina, fator de necrose tumoral alfa (TNFα), interferon gama e interleucina 1β, superóxido dismutase, glutationa peroxidase e nitratos.
A análise do amido fecal será realizada nos dias -14, 0, 7, 14, 21 e 28. Já a análise do microbioma intestinal será realizada nos dias -14 e 28, para avaliar a população de bactérias e fungos. A coleta de líquido ruminal será realizada por ruminocentese, em um animal por grupo, nos dias -14, 0, 7, 14, 21 e 28 em relação ao período experimental, aproximadamente, 4 horas após a alimentação no turno da manhã. Será avaliado os aspectos físicos (odor, cor, consistência), químicos (pH, redução de azul de metileno e sedimentação) e biológicos (motilidade e densidade de protozoários).
Os dados obtidos neste experimento serão analisados no programa estatístico SAS (SAS Institute Inc., Cary, EUA, 2016). As médias serão analisadas através do método MIXED MODELS, considerando o animal, o grupo, o momento da coleta e suas interações (LITTELL et al., 1998). A comparação de médias individuais será feita através do teste de Tukey-Kramer. Médias pontuais serão analisadas através do método One-way ANOVA. A correlação entre as variáveis será feita através do coeficiente de correlação de Pearson. Serão considerados significativos valores de P<0,05.

Avaliar os efeitos do premix a base de óleos essenciais e ácidos orgânicos na dieta de vacas leiteiras em lactação;
Avaliar mudanças no consumo e produção de leite;
Avaliar diferenças da microbiota ruminal em animais suplementados com premix a base de óleos essenciais e ácidos orgânicos;
Publicar, pelo menos, 1 artigo em revista de circulação nacional ou internacional, classificada no mínimo, como “A2” no “Sistema de Classificação de Periódicos, Anais e Revistas” da CAPES.
Aumentar o número de artigos de alta qualidade na equipe;
Aumentar o número de estudantes participando de congressos relacionados às linhas de pesquisa da equipe.