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Diante das dificuldades de aprendizagem e de memorização dos conteúdos em determinadas disciplinas, em alguns cursos especialmente, relatadas por estudantes que procuram orientação na PRAE, diariamente, e ainda pelos encaminhamentos de “estudantes com problemas de aprendizagem, psicológicos e sociais”, pelos professores e coordenadores de cursos, em geral, justifica-se a criação de um programa de acompanhamento pedagógico específico, que acolha, identifique e proponha dinâmicas que possam dar conta dessa demanda.
As pedagogas que atuam no acompanhamento pedagógico dos estudantes na PRAE, inicialmente compõem o quadro técnico da equipe de apoio psicopedagógico, vinculada ao Núcleo de Apoio Psicopedagógico – NUPADI.
Esta equipe possibilita um atendimento especializado, individualmente ou em grupo, em relação às demandas apresentadas pelos universitários (quer sejam elas de natureza social/vulnerabilidade econômica, pedagógica/aprendizagem e psicológica/perturbações emocionais) que não conseguem o aproveitamento previsto nas normativas dos programas de assistência, configurando um trabalho multiprofissional e multidisciplinar.

As contribuições sobre a pesquisa qualitativa em educação, das autoras MARLI ANDRÉ, 2001; BERNADETE GATI, 2007; MARIA CECÍLIA DE SOUZA MINAYO, 2008, são bases que que podem fundamentar o fazer cotidiano das pedagogas na PRAE/UFPel. Mas o grande alicerce é a escuta sensível sugerida por René Barbier (1994).
De acordo com as autoras o foco da investigação deve se centrar na compreensão dos sentidos atribuídos pelos sujeitos às suas ações e explicam, ao mesmo tempo, que para compreender esses códigos é necessário colocá-los em um contexto. Ou seja, enfatizam que a pesquisa qualitativa busca a interpretação dos fenômenos, em lugar da mensuração, a descoberta em lugar da constatação e assumem que fatos e valores, estão intimamente relacionados, tornando-se inaceitável uma postura neutra do pesquisador.
A partir dessa premissa, o trabalho pedagógico, voltado a “psicopedagogia do cuidado” pauta-se nos seguintes eixos:

1º) buscar compreender os fenômenos que acontecem com os nossos estudantes, a partir dos significados (objetivos ou subjetivos) atribuídos a eles, ao seu contexto, às suas dificuldades de aprendizagem, às suas condições de estudo, ao seu desempenho acadêmico e à sua qualidade de vida;

2º) conhecer os estudantes, observar suas atitudes, identificar e interpretar os seus significados;

3º) revisar hipóteses e relacionar com teorias e conceitos afins para proposição de ações pedagógicas e/ou técnicas de aprendizagem e estudo (individuais e em grupos), de acordo com esses contextos;

4º) propor exercícios (em grupos) que estimulem os afetos positivos e as funções executivas da mente (planejamento, organização, atenção, resolução de problemas, reflexão, senso de percepção e outras), os quais se relacionam intimamente. (BISHOP, D & SNOWLING, M, 2004) e memoriais autobiográficos sobre o processo de aprendizagem (JOSSO, 2004).
5º construção estratégias de Aprendizagem antes, durante e depois do estudo (avaliação dos métodos de estudo).

Melhoria na qualidade e permanência de estudantes da UFPel, bem como elevar o percentual de aproveitamento, prioritariamente, de bolsista da PRAE