Nome do Projeto
Consciência visual: mais um degrau nos estudos de audiodescrição
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/08/2020 - 31/01/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
A proposta desse projeto experimental, fundamentado em teorias das Ciências Cognitivas, na Psicologia da Arte e nos Estudos da tradução é apresentar um tema ainda não investigado em estudos sobre audiodescrição: a inserção de atividades com enfoque no desenvolvimento da percepção visual e da consciência visual, em cursos de formação de audiodescritores. A hipótese principal que se pretende corroborar é de que: A inserção de atividades com estímulos para percepção visual em cursos de audiodescrição pode contribuir para o desenvolvimento da consciência visual de audiodescritores em formação ou em processo de aperfeiçoamento, resultando na produção de traduções acessíveis (TAs) de melhor qualidade. A escolha de imagens estáticas- fotografias e obras de arte-, teve motivação no fato de serem imagens cuja presença abrange todo tipo de ambiente visual: museus, escolas, redes sociais, mídias, eventos acadêmicos, etc. Sendo assim, a riqueza de materiais de análise de diferentes modalidades e fontes para os treinamentos perceptivos é suficiente para que a seleção de imagens se realize. Para validação da hipótese apresentada, propõe-se oferecer um Curso de Audiodescrição para dois grupos de quinze pessoas, num total de 30 sujeitos, da comunidade acadêmica da Universidade de Granada (Espanha), assim constituídos: a) um grupo de controle, cujo curso será similar aos cursos correntemente oferecidos em instituições que promovem esse tipo de formação; b) um grupo experimental, que receberá um curso com ênfase no treinamento de percepção visual desde o início do curso. Durante as atividades, as formas de apresentação das atividades, as orientações e objetivos, serão idênticos nos dois cursos e os cursistas serão observados em suas manifestações comportamentais em relação às suas demandas para realizar as atividades. A mensuração do resultado será através da análise em escala qualitativa dos trabalhos de ambos os grupos, que deverão ser os mesmos, aplicados nas mesmas condições, com o diferencial já apontado anteriormente para o grupo experimental: a ênfase no treinamento perceptivo visual desde o início do curso. As análises da qualidade dos trabalhos de audiodescrição dos cursistas terão também o parecer de usuários, consultores cegos, imprescindíveis nesse processo. Também serão considerados os comportamentos relacionados ao nível de dificuldade dos cursistas para a realização das tarefas, que serão identificados através das fichas de observação sistemática e de questionários em que os mesmos poderão dar seu depoimento sobre esse aspecto. Todos os sujeitos envolvidos no processo receberão um “Termo de Consentimento Livre e Esclarecido”, no qual poderão optar em serem ou não participantes da pesquisa, e serão colocados a par das intenções e do caráter de anonimato nos resultados apresentados. O produto final, a partir dos resultados e com a ratificação das hipóteses é uma nova perspectiva didático-metodológica para cursos de formação de audiodescritores, cujo objetivo é o de contribuir para a melhoria da formação de audiodescritores e com a potencialização de melhoria no seu nível de consciência visual, com a consequente melhoria da qualidade das ADs. PALAVRAS CHAVE: Cognição; Consciência visual; Percepção visual; Audiodescrição.

Objetivo Geral

Comprovar que a inclusão de atividades de percepção visual nos cursos de capacitação de audiodescritores favorece o desenvolvimento da percepção visual e, portanto, a percepção visual ou atenção e otimização da qualidade de produtos de audiodescrição de imagem estática, no caso, de TDADs.

Justificativa

Estudos sobre métodos de análise de imagem estática em materiais didáticos ou em materiais informativos, como jornais digitais, por exemplo, ainda são em menor quantidade (Aderaldo, 2014: p.23). A modalidade de imagem estática, em seus diferentes tipos (fotos, pôsteres, desenhos animados, livros de histórias, vinhetas, cenários, gráficos etc.), que estão em livros de histórias, livros didáticos, outdoors, jornais, revistas, embalagens, etc., geralmente é menos oferecida nesse contexto, apesar de fazer parte da maioria dos produtos disponibilizados no dia-a-dia de todas as pessoas. (Aderaldo, 2011-2014: p.23; Vergara, 2016: p.31). A acessibilidade a esses materiais, pelas pessoas com deficiência visual e outras deficiências, como por exemplo, a dislexia, certamente amplia a inclusão socioeducativa e cultural dessas pessoas, por muito tempo à margem dos eventos culturais e do acesso à informação visual, nos entornos sociais.

Considerando esses fatos, ao desenvolver metodologia e didática especializada em tradução acessível, com enfoque em habilidades e competências relacionadas à percepção e à consciência visual – o que se denomina Aprendizagem Visual-, as Universidades podem se tornar referências regionais ou nacionais nesta área de formação, dependendo do aprofundamento e do grau de investimento investigativo -intelectual e material- empenhado. Por ser de natureza humanitária e, por esse motivo, corresponder à área de Direitos Humanos, a acessibilidade visual, através da audiodescrição, deve estar em consonância com as políticas públicas das Universidades e, por conseguinte, fazer parte das boas práticas nos diferentes âmbitos institucionais. A formação de acessibilitadores visuais – audiodescritores – deve ser, então, uma prática que conduza à acessibilidade, propriamente dita, e à sua difusão na comunidade acadêmica e na comunidade geral, em nível regional, nacional e internacional. Além disso, a busca da excelência nos âmbitos: da capacitação, da formação humanística, da difusão boas práticas e da pesquisa em acessibilidade visual deve ser objetivo de qualquer IES, como entidade educativa socializadora de conhecimento.

Metodologia

Esta pesquisa baseia-se no uso de um método experimental e na análise de base neuropsicológica do desenvolvimento progressivo da percepção visual, que é o elemento-chave do estudo e é por isso que decidimos estudá-lo mais profundamente.

Sendo assim, a metodologia da pesquisa prevê as seguintes etapas:
- Elaboração de um inventário que inclua os principais requisitos propostos pelos estudos que fundamentam o trabalho e serão elegíveis aqueles que tenham um relacionamento direto com o TDAD para imagens estáticas.
-Realização de um curso de formação de audiodescritores com 30h, para dois grupos de 15 pessoas, dos quais, um se caracteriza como grupo experimental, ao qual se aplicarão atividades com ênfase em aprendizagem ou treinamento visual e outro grupo, caracterizado como de controle, ao qual se aplicarão as mesmas atividades, porém com enfoque comum, praticado correntemente em cursos dessa natureza.
- A coleta de dados será feita durante o curso, com aplicação de testes, observação sistemática e atividades práticas de audiodescrição, com atenção especial às imagens estáticas (fotografias e obras de arte) embora o curso apresente também atividades com imagens dinâmicas.
- Após a coleta de dados, se fará a triangulação das diferentes informações recolhidas, para análise dos resultados e conclusão da investigação.

Indicadores, Metas e Resultados

A expectativa desse estudo é que a partir do treinamento com estímulos visuais os audiodescritores possam desenvolver a habilidade de observar de forma sistemática (acuidade perceptiva visual) imagens estáticas - fotografias genéricas e de obras de arte-, a ponto de interpretá-las com maior precisão e descrever com maior
propriedade, do ponto de vista estético e lógico.

No final da investigação, espera-se:

1. Possuir parâmetros que corroborem com a proposta de inserção de atividades de percepção visual como complemento na formação de audiodescritores, para o desenvolvimento da consciência visual e para o aprimoramento das ADs de imagens estáticas.
2. Oferecer uma proposta metodológica para analisar e avaliar ADs de imagens estáticas.
3. Oferecer uma proposta didática para cursos de formação de audiodescritores, com ênfase em atividades de percepção visual.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CATIA FERNANDES DE CARVALHO
EDUARDO MONTAGNA DA SILVEIRA
ELIANA PETER BRAZ
JOANA DE ALMEIDA KÖNZGEN
JORDANA DA SILVA CORRÊA
LARISSA MEDIANEIRA BOLZAN
LUCAS MELLO NESS
LUCIA HELENA FIALHO PEREIRA DA SILVEIRA
MARIBEL DA ROSA ANDRADE
MARINA DIAS DOS SANTOS
MARISA HELENA DEGASPERI8
MAYCOL PAIXAO BASTOS
PATRICIA DA CONCEICAO FANTINEL
RODRIGO DA SILVA VITAL
ROSVITA WACHHOLZ DAS NEVES

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