Nome do Projeto
Inovação Farmacêutica Veterinária: desenvolvimento de uma formulação de liberação sustentada de butafosfan
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
15/05/2020 - 30/09/2022
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Resumo
O segmento de saúde animal é caracterizado como a indústria fabricante de produtos farmacêuticos veterinários, a qual é responsável por manter a saúde e o bemestar animal. A expansão do mercado veterinário mundial está em evidência e pode ser atribuída à continuidade da ameaça das doenças, ao aumento do interesse da população pela segurança alimentar e um maior rigorismo do arcabouço regulatório. No Brasil, este setor é caracterizado por dois tipos de empresas: as multinacionais, que são de grande porte e têm ação global, e as empresas brasileiras, de pequeno porte e atuação, normalmente, local. As multinacionais trazem constantemente para o mercado brasileiro produtos modernos, embora, sua atuação global, não permita que sejam especializadas. Essa especialização fica a cargo das empresas nacionais, que desenvolvem opções específicas para as necessidades locais e determinados segmentos do mercado, ou surge das parcerias entre empresas multinacionais e universidades, onde estas, conhecendo a realidade local, propõem inovação baseadas nas demandas mercadológicas, amparadas por aquelas, as quais são beneficiadas por produtos inovadores, desenvolvidos com especialidades regionais e/ou nacionais, mas com tecnologias globais (Capanema, 2007). Assim sendo, a proposta apresentada neste projeto, busca formalizar exatamente a interação entre empresa (Bayer) e universidade (UFPel), neste caso envolvendo especificamente a substância butafosfan, que é uma molécula desenvolvida sinteticamente pela empresa em questão, já difundida no setor veterinário e muito utilizada pelos efeitos terapêuticos que possui. Apesar de ser indicada nas mais diferentes espécies animais, o seu maior uso é em animais de produção, principalmente bovinos leiteiros, onde os benefícios se refletem diretamente numa melhor condição nutricional, de saúde e maior produtividade dos animais, sendo por isso, de grande destaque no cenário farmacêutico veterinário nacional e internacional. Entretanto, a sua apresentação na forma de solução aquosa injetável limita sua utilização em grandes rebanhos e a adesão por parte dos criadores. Assim, o desenvolvimento de uma formulação de liberação sustentada pode contornar esses entraves, aumentando as possibilidades de uso do butafosfan, além de representar uma grande inovação tecnológica para o setor farmacêutico veterinário. E ainda, este projeto de inovação incremental pode colocar a UFPel no cenário da inovação tecnológica nacional, não apenas pela interação universidade/empresa, mas também pela possibilidade de transferência da tecnologia para o setor industrial e pela formação de recursos humanos voltados para a inovação tecnológica.

Objetivo Geral

Avaliar o efeito de diferentes formas farmacêuticas de Butafosfan sobre os parâmetros metabólicos e zootécnicos no pós-parto de vacas leiteiras. Mais especificamente, analisar os parâmetros zootécnicos (produção de leite, peso e escore de condição corporal), frente às aplicações de diferentes formas farmacêuticas de Butafosfan, no pós-parto recente de vacas leiteiras; e avaliar os parâmetros bioquímicos (níveis sanguíneos de glicose, fósforo, magnésio, ureia, beta-hidroxibutirato, haptoglobina, albumina, proteínas plasmáticas totais, aspartato aminotransferase, gama-glutamil transferase e cálcio) frente a aplicações de diferentes formas farmacêuticas de Butafosfan, no pós-parto recente de vacas leiteira.

Justificativa

De acordo com as prioridades definidas no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), no que se refere a projetos de pesquisa, de desenvolvimento de tecnologias e inovações, o presente projeto possui aderência ao setor de biotecnologia da área de Tecnologia Habilitadora, ao setor de agronegócio da área de Tecnologia de Produção e ao setor de saúde da área de Tecnologia para Qualidade de Vida definidas pelo MCTIC, atendendo as solicitações da Portaria MCTIC nº 1.122, de 19.03.2020 que visam: I- contribuir para a alavancagem em setores com maiores potencialidades para a aceleração do desenvolvimento econômico e social do país; II - promover o alinhamento institucional de todos órgãos que integram a estrutura organizacional do MCTIC, com intuito de obter sinergia entre eles para melhorar a alocação de recursos orçamentários e financeiros, humanos, de logística e de infraestrutura e III - racionalizar o uso dos recursos orçamentários e financeiros, conforme a programação inicial do PPA 2020-2023.

Metodologia

Formulações de liberação sustentada de Butafosfan:
As formulações poliméricas de liberação sustentada do Butafosfan foram preparadas previamente, fazendo uso de fórmulas previamente desenvolvidas e validadas através de ensaios in vitro. Para preservar os direitos de propriedade intelectual dos inventores da fórmula, a mesma não poderá ser descrita neste artigo uma vez que está sendo encaminhado o processo de patente.

Estudo in vivo:
Animais e Manejo
Este estudo foi realizado em uma fazenda leiteria do sul do Rio Grande do Sul 129 (32,8°16’S, 52,8°32’L), Brasil. Foram utilizadas trinta e sete vacas da raça Holandês, 130 multíparas, mantidas sobre a mesma condição de manejo e alimentação. Trinta dias pré-parto e durante os dez primeiros dias pós-parto, os animais ficavam em sistema semi-extensivo, permanecendo em piquete com campo nativo recebendo suplementação Total Mix Ration (TMR) duas vezes ao dia, após a ordenha e água à vontade. Com aproximadamente dez dias pós-parto, os animais passavam para o sistema de confinamento Compost Barn, onde recebiam TMR fornecida três vezes ao dia, água à vontade e eram ordenhadas duas vezes ao dia, a cada 12 horas. Os animais foram divididos aleatoriamente, de acordo com a previsão de parto, em três grupos, para receber três doses de 30mL (cada), por via subcutânea, na região cervical, de determinada forma farmacêutica. Grupo BUT (n=12) recebeu 90mL de solução de Butafosfan (4,5g por aplicação); BUTSR (n=12) recebeu 90mL 142 de formulação de liberação sustentada de Butafosfan (4,5g por aplicação) e Grupo CL (Controle; n=12) recebeu 90mL de água para injetáveis (por questões de propriedade intelectual, a composição da formulação não será detalhada neste documento). As aplicações ocorreram no dia do parto (dia 0; em até 12 horas pós-parto) e nos dias 3 e 7 após o parto (pós ordenha da manhã). Além disso, foram contabilizados nos primeiros quinze dias pós-parto, a frequência de animais diagnosticados com alguma doença (metrite, retenção de placenta, hipocalcemia, tristeza e/ou edema de úbere).

Coletas e análises sanguíneas
As coletas de sangue foram realizadas nos dias 0, 3, 7 e 10 após o parto, por punção da veia coccígea, utilizando sistema Vacutainer (BD diagnostics, SP, Brasil), totalizando 4 coletas por animal. As amostras de sangue foram coletadas em dois tubos: um com fluoreto de sódio (4mL Vacuplast® 155 - Zhejiang, China) para obtenção de plasma para avaliar os níveis de glicose; e outro com sílica (ativador de coágulo) (10mL Vacuplast® - Shandong, China) para obtenção do soro e realização das análises bioquímicas. 159 Logo após a coleta, as amostras foram centrifugadas a 1800 x g, durante 15 minutos. O plasma e soro foram transferidos para tubos de eppendorf, identificados e armazenados a -20ºC até a realização das análises. As análises de ureia, ALB, proteínas totais, GGT, AST, cálcio, magnésio e fósforo e glicose foram realizadas através dos reagentes da Labtest (Labtest®,Lagoa 164 Santa, MG, Brasil). Já para o BHB foi utilizado o Kit comercial RANDOX Brasil Ltda (SP, Brasil). Todas as análises foram realizadas com auxílio de um analisador bioquímico automático Labmax Plenno (Labtest ®, MG, Brasil). A concentração de globulinas foi determinada subtraindo-se o resultado obtido para ALB daquele das proteínas plásticas totais. Para avaliar a atividade da paraoxanase 1, foi utilizado o protocolo descrito por Browne et al., (2007).

Avaliações Zootécnicas
Peso e o ECC foram avaliados nos dias 0 e 10 após o parto. A pesagem foi realizada com fita de medição específica para gado leiteiro e o ECC foi avaliado subjetivamente através de uma escala de 1 a 5, onde 1 = muito magro e 5 = muito gordo (Hady et al., 1994). A produção de leite foi registrada no momento da ordenha, diariamente a partir de 11 dias pós-parto (DPP), até 60 DDP. A quantidade referente às duas ordenhas foi somada e a análise estatística foi feita sobre a produção diária total (IDEAGRI®, Windows, DeLaval, MG, Brasil).

Indicadores, Metas e Resultados

Este projeto visa desenvolver estudos de inovação farmacêutica no setor de
medicamentos de uso veterinário, conduzindo pesquisas direcionadas ao desenvolvimento
de uma nova alternativa de administração para o fármaco butafosfan, buscando uma
otimização daquela já existente no mercado.
Também cabe a consideração de que, ainda que sejam disponíveis no mercado
veterinário, alguns produtos inovadores, os mesmos se restringem a poucas classes
terapêuticas utilizadas para pequenos animais, portanto a proposta de inovação contida
neste projeto, busca abranger as mais diversas linhas terapêuticas utilizadas em grandes
animais. Dessa forma, a inovação e o patenteamento dos produtos pertencentes a este
segmento, seja desenvolvidos e/ou inovados, bem como a possibilidade de sua utilização
e/ou comercialização, são possibilidades de relevância.
Em suma, uma formulação polimérica, biodegradável, estável e segura, para
administração controlada de butafosfan. Além disso, que possua todos ou mais efeitos
terapêuticos benéficos que a sua formula original de solução aquosa

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ADRIANE DALLA COSTA DE MATOS
ANTÔNIO AMARAL BARBOSA
CARLA AUGUSTA SASSI DA COSTA GARCIA
CASSIO CASSAL BRAUNER1
EDUARDO SCHMITT1
ELIZA ROSSI KOMNINOU1
FRANCISCO AUGUSTO BURKERT DEL PINO1
JOSIANE DE OLIVEIRA FEIJÓ
MARCIO NUNES CORREA2
MARIA CAROLINA NARVAL DE ARAUJO
MATHEUS WREGE MEIRELES BARBOSA
THAIS CASARIN BARBOSA
URIEL SECCO LONDERO
VIVIANE ROHRIG RABASSA1

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