Nome do Projeto
DINÂMICA DA ÁGUA E FISIOLOGIA EM PORTA-ENXERTOS DE MACIEIRAS COM POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO NO SUL DO BRASIL
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
29/03/2022 - 28/03/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A relação hídrica entre porta-enxertos e cultivares é uma questão chave na cultura da macieira. Estudos sugerem que o fluxo de água da planta pode estar relacionado ao maior ou menor vigor da planta enxertada, onde um aumento na resistência hidráulica causado pela união do enxerto levaria a plantas com menor vigor. O aparelho Xyl'em-Plus foi desenvolvido para medir a condutância hidráulica dos vasos do xilema e a embolia no sistema vascular de plantas lenhosas, que através de pequenos segmentos do caule das plantas, mede a porcentagem de perda de condutância (PLC) no xilema devido ao bloqueio do ar. A partir desse parâmetro, juntamente com uma variável relacionada ao vigor da planta, como o aumento da área da seção transversal do tronco (TCSA), podemos inferir se a condutância hidráulica causada pelo porta-enxerto está interferindo no desenvolvimento da planta.

Objetivo Geral

4.1. Objetivo geral
Objetiva-se com este projeto estudar a ecofisiologia da fase de repouso hibernal em macieira, visando determinar a influência das condições climatológicas sobre processos bioquímicos e fisiológicos envolvidos na produtividade de macieiras na região sul do Brasil, buscando o aumento do potencial produtivo desta espécie.

4.2. Objetivos específicos
• Determinar a dinâmica da água em ramos e gemas de macieira e sua influência na superação da dormência e brotação na cultivare ‘Monalisa’ em porta-enxertos da série Cornell - Geneva;
• Avaliar a funcionalidade dos vasos do xilema em macieira, considerando-se as diferentes fases do ciclo fisiológico, principalmente as etapas do período de repouso hibernal;
• Relacionar as respostas obtidas às condições climatológicas de cultivares com alto, médio e baixo requerimento de frio cultivadas no sul do Brasil.

Justificativa

A Região do Sul do Brasil é a principal região nacional produtora de maçã, totalizando hoje 99% (ABPM, 2018). Em relação aos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, os três grandes pólos de produção da maçã estão localizados nos Municípios de São Joaquim e Fraiburgo (SC) e Vacaria (RS). A cadeia produtiva da maçã gera cerca de 195 mil empregos diretos e indiretos e movimenta ao redor de R$ 6 bilhões anuais. No ano de 2017, a maçã ocupou o sexto lugar no ranking das frutas exportadas pelo Brasil, com mais de 55 toneladas exportadas (ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTI & FRUTI, 2021).
A ABPM associa a a aceitação da maçã brasileira ao consumo (é a terceira fruta mais consumida no país), ao preço pago pelo cliente e à busca por hábitos saudáveis, que tem se tornado um comportamento a nível mudial, inclusive (ANUÁRIO BRASILEIRO DA MAÇÃ, 2019). Estudos científicos mencionados mostram concentração de vitaminas, fibras, antioxidantes e outras substâncias na maçã, que auxiliam na prevenção de doenças e outros problemas. Os compostos atuam no fortalecimento do sistema imunológico e dos ossos, desintoxicação do corpo, redução do colesterol e regulação do intestino. Assim, contribuem para evitar e prevenir desde problemas dentários, visuais e de peso, até diabetes, Alzheimer, Parkinson, osteoporose, vários tipos de câncer e complicações cardiovasculares (BRAGA; BARLETA, 2007). Juntamente com essa busca por hábitos de vida saudáveis, desenvolveu-se uma consciência a respeito do uso adequado dos recursos naturais e da qualidade dos alimentos especialmente, das frutas. Isso reflete em uma mudança conceitual relativa à ocupação do espaço rural e à escolha da tecnologia empregada na produção.
O cultivo da macieira demanda altos custos. Por ser uma fruteira típica de clima temperado, exige um período de inverno frio (temperaturas iguais ou inferiores a 7,2 °C) e um período primaveril quente e com boa luminosidade para adequado desenvolvimento vegetativo e satisfatório desempenho produtivo; justificando a maior parte da produção brasileira concentrada no sul do país. A partir do outono a planta entra em dormência, tendo seu crescimento paralisado. Em caso de insuficiência de frio, ocorre o erratismo, caracterizado por brotação e florescimento irregulares. A macieira é uma planta extremamente exigente em frio hibernal. Ressalta-se que a necessidade de horas de frio varia de acordo com cada cultivar (PETRI et al., 1996). As condições climáticas são fatores que afetam intensamente o volume e a qualidade da produção frutícola anual. Em regiões com altitude inferior a 1200 metros, onde não ocorre frio por tempo suficiente (temperaturas abaixo de 7,2°C), se faz necessário a superação da dormência com tratamento químico para uniformizar a brotação e a floração (EMBRAPA, 2003).
Desta forma, é uma espécie que requer cuidados, pois um descuido durante o manejo dos tratos culturais pode acarretar problemas e comprometer o trabalho anual. Destaca-se que a não observância de diversos parâmetros de qualidade pode levar a degeneração precoce dos frutos e problemas de pós-colheita, comprometendo a qualidade dos frutos e, consequentemente, seu preço de mercado, bem como os critérios exigidos para a exportação (BRACKMANN et al., 2002).

Metodologia

O material vegetal será proveniente de plantas de macieiras adultas, cultivadas na região do INIA (Instituto Nacional de Investigación Agropecuaria) – Las Brujas (420 HF), Uruguai. Serão utilizados os porta-enxertos da série Cornell – Geneva, CG 041, CG 202, CG 213 e CG 814, todos eles enxertados com a cultivar copa Monalisa. Considerando-se as horas de frio abaixo de 7,2 °C (HF<7,2) acumuladas no período de julho a setembro, as coletas serão feitas durante estes meses, para que se avalie, através do material estudado, a hipótese a respeito de que a condição hídrica está relacionada à brotação de gemas no término do período de repouso hibernal.
Serão coletadas quatro subamostras de gemas e quatro subamostras de ramos por planta, cada planta compreendendo uma unidade amostral, resultando em dez unidades amostrais para cada cultivar a ser estudada. Após a coleta, as amostras serão levadas para laboratório, onde será avaliado o conteúdo de água e a funcionalidade dos vasos do xilema.
Para determinação da umidade ponderal (UP) serão selecionados, ao acaso, quatro ramos por planta de cada repetição, sendo suas gemas retiradas e separadas por tipo e posição ao longo do ramo (basal, mediana e apical). A massa fresca (MF) total das gemas de cada ramo será obtida em balança analítica, e em seguida, para que se obtenha a massa seca (MS), as amostras serão submetidas à secagem em estufa a 80 °C até que se obtenha peso constante. A umidade ponderal será calculada conforme fórmula a seguir:
UP= (MS-MS)/MS
O delineamento experimental será inteiramente casualizado, trifatorial, constituído dos fatores posição da gema no ramo x quatro porta-enxertos x época de coleta, com quatro repetições para cada unidade amostral. Será realizada a análise de variância (ANOVA; p0,05), e quando o efeito for significativo, realizar-se-á teste de comparação de médias ao nível de 5% de probabilidade de erro.
Durante os meses de maio, junho, julho, agosto e setembro, serão coletadas amostras para as análises da funcionalidade dos vasos do xilema. As plantas serão divididas em três porções: basal, mediana e apical.
Após a colheita dos frutos, sete ramos por unidade amostral de cada genótipo serão coletados no dia anterior à avaliação, e dispostos em bancada para que ocorra a desidratação e indução ao embolismo, a temperatura de 21ºC. Quatro segmentos de 5 cm de cada ramo serão colocados no aparelho XYL’EM-Plus (Liquiflow, Bronkhorst France) e realizadas as mensurações de perda da condutância hidráulica (PLC) conforme o manual do aparelho. A cada 0, 30, 60, 120, 180, 240 e 480 minutos será feita uma avaliação, e a partir destas variáveis, será possível traçar um gráfico com as variáveis PLC e condutância estomática no eixo y, e potencial hídrico no eixo x.
O delineamento experimental será inteiramente casualizado, trifatorial, constituído dos fatores sete tempos de bancada x três cultivares x época de coleta, com quatro repetições para cada unidade amostral. Será realizada a análise de variância (ANOVA; p0,05), e quando o efeito for significativo, realizar-se-á teste de comparação de médias ao nível de 5% de probabilidade de erro.

Indicadores, Metas e Resultados

Metas:
• Avaliar e quantificar a presença de água em gemas e ramos da cultivar de macieira Monalisa, cultivadas no Uruguai, nos porta-enxertos da série Cornell – Geneva, CG 041, CG 202, CG 213 e CG 814;
• Relacionar fatores climatológicos ocorrentes durante o período do estudo com as respostas fisiológicas para melhor compreender a dinâmica da água nos tecidos e sua influência sobre o desenvolvimento das plantas estudadas;
• Submeter pelo menos duas publicações, resultados deste trabalho, a periódicos científicos de considerável fator de impacto.

Resultados esperados:
Com este estudo espera-se conhecer melhor os aspectos fisiológicos envolvidos na dinâmica da água em macieira e relacioná-los às condições climatológicas do sul do continente; possibilitando assim determinar cultivares adaptadas à região, capazes de expressar seu máximo potencial produtivo.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BRUNO CARRA
FLAVIO GILBERTO HERTER
JULIANA APARECIDA FERNANDO1
MARCELO BARBOSA MALGARIM1
OTÁVIO ALVES SIMÕES
PAULO CELSO DE MELLO FARIAS2
Robson Ryu Yamamoto
TÂMARA FOSTER ACOSTA
VAGNER BRASIL COSTA1
VANESSA MARIA REIS BÜTTOW
VILSON LUÍS REVEILLEAU JÚNIOR

Recursos Arrecadados

FonteValorAdministrador
PROAP - CAPESR$ 12.790,00Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339030 - Material de ConsumoR$ 12.790,00

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