Nome do Projeto
Estudo da variação de rugosidade superficial e declínio da força de ligação de módulos elastoméricos ortodônticos
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
30/08/2021 - 30/08/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
Os módulos elastoméricos (ME) constituem um meio de ligação entre arcos e braquetes, usados na realização de tratamentos ortodônticos, amplamente utilizados no dia a dia em clínicas especializadas. Em muitos casos os ME apresentam como principal vantagem a praticidade e o maior conforto, se comparados como as ligaduras metálicas, contudo, o eventual decréscimo da força de ligação dos ME pode trazer grande impacto em certas situações clínicas, uma vez que a força de ligação exigida pode ser fundamental para condução dos efeitos biomecânicos determinados pelo profissional durante a elaboração do plano de tratamento. Sobretudo, a degradação superficial e o aumento da rugosidade em ME, podem elevar o acúmulo de biofilme, bem como, dificultar a manutenção da higiene oral diária por parte do paciente, levando a uma potencialização de riscos desfavorável pelos efeitos decorrentes de alterações desfavoráveis no microbioma oral. Assim, este estudo tem o objetivo de avaliar “in vitro” a degradação da força mecânica de ligação e as possíveis mudanças no grau de rugosidade superficial de ME, considerando simulação de exposição à cavidade oral em diferentes períodos de tempo. Amostras de ME serão compostas três marcas comerciais, e divididas em 5 grupos segundo características da sua composição e fabricante (n=12). As ME serão montadas ligando segmentos de arcos a braquetes de aço inoxidável e imersas em saliva artificial. As diferenças entre os valores obtidos para cada variável serão analisadas através do teste de ANOVA de medidas repetidas (p<0.05).

Objetivo Geral

Verificar o efeito degradação de módulos elastoméricos (ME) quando expostos em meio intraoral simulado “in vitro”, quanto às possíveis alterações das condições superficiais e quanto ao decréscimo da força de ligação.

Justificativa

O tratamento ortodôntico pode estar associado a efeitos adversos,como descalcificação do esmalte, gengivite e doença periodontal. Os biofilmesorais podem causar doenças bucais importantes, como gengivite, periodontite ecáries. Nesse contexto, para realização de propostas terapêuticas são usados osaparelhos ortodônticos baseados na ligação barquete/fio, os quais são adicionadosà superfície dentária, sendo que em grande parte das vezes são elegidos móduloselastoméricos (ME) como agente de ligação entre esses elementos. A utilizaçãode ME pode representar menor gasto de tempo e potencialmente minimizar anecessidade de cooperação do paciente, favorecendo sua incorporação peloclínico em protocolos de tratamento.Entretanto, as características dos aparelhos fixos podem dificultara realização da higiene oral, favorecer a retenção mecânica de resíduosalimentares, e portanto,  maior acúmulo debiofilme supra e subgengival alterando significativamente o microbioma oral.
Os MEcompostos de poliuretanos fabricados a partir de subunidades baseadas empoliéter ou poliéster e usados em aparelhos fixos  como agente de ligação ou para movimentaçãodentária, têm sido estudados, contudo, os fabricantes mantém as formulaçõesdesses produtos como informações proprietárias e não divulgam as composiçõesexatas, podendo portanto ocorrer diferentes performances clínicas em razão decaracterísticas próprias de cada fórmula.
Ainda que várias metodologias experimentais in vitro vem sendo usadas para estudar os ME tinham, é importantedestacar que esses ME ortodônticos são materiais viscoelásticos cujas propriedadesmecânicas dependem das condições em que são testados e do tempo de exposição aumidade em meio bucal, e do tipo de fabricação, que pode variar de acordo comas disponibilidades de matéria prima e de acordo com a evolução da tecnologiaassociada a polímeros. Assim, os estudos relacionados à perda de força inicial aolongo do tempo e o possível aumento grau de rugosidade ou de outrascaracterísticas físicas são dados relevantes que podem influenciar as escolhasdo  profissional conforme suasnecessidades clínicas individualizadas, e várias questões permanecem nãointeiramente respondidas, necessitando ser melhor esclarecidas. Sobretudo, evidênciasda literatura que sugerem formas mais segura de tratamento ortodôntico sãorelevantes, e podem ter impacto significativo em pacientes que necessitamterapias ortodônticas, mas receberam tratamento doença periodontal ou secaracterizam pela dificuldade de manutenção adequada da higiene oral e quanto àcooperação relacionada à assiduidade em tratamentos de longa duração. 

Metodologia

O presente estudo irá avaliar diferentes marcas comerciais de módulos elastoméricos (ME) sob a influência de um envelhecimento simulado em saliva artificial na degradação da força produzida, bem como na variação da rugosidade, considerando diferentes colorações, marcas comerciais e tempo. Serão analisadas 120 amostras de módulos elastoméricos ortodônticos produzidos pela empresa Dental Morelli Ltda. (Sorocaba, São Paulo, Brasil), 120 amostras da marca TP Orthodontics Brasil, 120 amostras da marca AlastikTM – 3M e 5 hastes de apreensão de cada marcas apresentada. As amostras serão divididas em 3 grupos de acordo com a marca comercial, posteriormente cada grupo será dividido em 5 subgrupos de acordo com sua coloração (preto, vermelho, verde, azul médio e azul escuro).
As ligaduras serão destacadas de suas hastes de apreensão e montadas em um conjunto de braquetes de aço inoxidavel e segmento fio ortodôntico. As respectivas hastes de apreensão serão preservadas e submetidas ao mesmo processo de envelhecimento para a realização das leituras da rugosidade.
As unidades distribuídas em cada grupo serão avaliadas quanto a força produzida sob um estiramento controlado de 5mm, para a leitura de força será utilizado um dinamômetro digital modelo DD500 (Instrutherm Instrumentos de Medição Ltda., São Paulo, São Paulo, Brasil) montado em um suporte especialmente desenhado para a realização dos testes padronizados de tração.
Todas as medições serão realizadas por um único operador, as hastes de apreensão preservadas serão estabilizadas em placas de vidro com fita adesiva para serem avaliadas quanto ao parâmetro da rugosidade média (Ra) usando um rugosímetro modelo SJ-210 (Mitutoyo, Kawasaki, Kanagawa, Japan), com detector de 5μm e força de medição de 4mN, ajustado para uma leitura 0,05mm e cut-off 0,025mm. Os conjuntos montados, com 06 unidades amostrais cada, juntamente com os respectivos segmentos de haste de apreensão, serão inseridos em microtubos contendo 2ml de saliva artificial (meio enriquecido e definido de mucina-DMM) e armazenadas em estufa bacteriológica (Biopar equipamentos Eletro Eletrônicos, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil) a uma temperatura a 37°C ± 1°C por até 32 dias. A saliva artificial será substituída a cada três dias. Após medições iniciais de força e rugosidade, as amostras serão inseridas com um colocador ortodôntico de amarrilhos convencional em torno de braquetes de aço inoxidável com 3mm de comprimento, ligando este a um segmento de fio ortodôntico retangular de 30mm, também de liga de aço inoxidável, com secção transversal nas medidas .017”x .022”, de comprimento (Dental Morelli, Sorocaba, SP, Brasil).
A força e rugosidade superficial dos elásticos serão aferidas antes do armazenamento em saliva artificial para todas as marcas e analisadas nos períodos de 2, 5, 12, 25 e 32 dias. A análise dos dados de cada grupo será realizada utilizando o programa estatístico SPSS v.20 (IBM, USA), e analisados através do teste de ANOVA de medidas repetidas, usando nível de significância estabelecido em α=0,05 para todas as analises.

Indicadores, Metas e Resultados

Responder a pergunta: A exposição em meio bucal simulado de módulos elastoméricos ortodônticos, de diferentes marcas e composições, influencia as variáveis força de ligação e rugosidade superficial?

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CATIARA TERRA DA COSTA2
DOUVER MICHELON2
FERNANDA ESTIVALET PESKE
GREICE REIS
MARCOS ANTONIO PACCE2

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