A Educação 5.0 é uma abordagem educacional ampla, que integra as TD e a IA em contextos onde o estudante é ativo, crítico e reflexivo e seus interesses, dificuldades e potencialidades são considerados, visando o desenvolvimento de competências para viver no século XXI. Um século ainda mais complexo, incerto, volátil, devido a pandemia da Covid-19 e que tem a Matemática como uma importante ciência, porém, motivo de dificuldade, reprovação, evasão e aversão para alguns.
Como ensinar e aprender está ciência importante e fundamental à vida em Sociedade? Sem a pretensão de responder, mas procurando caminhos destaca-se a Educação 5.0, que é uma evolução da Educação 4.0 e relaciona-se com a Sociedade 5.0. Esse conceito de Sociedade 5.0 é oriundo do Japão e promete colocar as tecnologias em benefício do homem, ou seja, o ser humano está no centro da inovação e da transformação tecnológica. Desse modo, é importante que a tecnologia digital não seja um adereço ou um mero recurso, mas sim potencializadora das aprendizagens (BORBA; SILVA; GADANIDIS, 2015).
A presença das TD na sociedade é um caminho sem volta, impulsionado ainda mais pelos desafios inerentes a pandemia da Covid-19. Desse modo, é importante que os estudantes usem as tecnologias de forma saudável e produtiva, visando o bem de todos, numa sociedade injusta, complexa e desigual. Pensar a Educação 5.0 pressupõe o entendimento de que conhecimentos digitais e tecnológicos são importantes, mas, que é preciso ir além, considerando também, as suas fragilidades, suas potencialidades, seu eu interior (FELCHER; FOLMER, 2021b).
Nessa perspectiva, destaca-se que os processos de ensino e aprendizagem de Matemática precisam ser repensados para além da reprodução e resolução de listas de exercícios. Entende-se a importância de acolher o acadêmico, escutando seus anseios, dificuldades, potencialidades no sentido de integra-lo ao espaço físico, ao grupo, ao curso e a Universidade. A acolhida e a integração são fundamentais, visto que, a permanência dos estudantes é um tema que tem provocado importantes discussões no meio acadêmico, desde muito antes da pandemia.
Sentir-se acolhido, integrado, participando, interagindo, ativo cognitivamente e assim, construindo conhecimento, essencial na Educação 5.0. Rahim (2021) traz que o papel do professor vai muito além de compartilhar conhecimento, é papel desse profissional, ajudar os alunos a se inspirarem, explorarem e descobrirem ideias criativas, encorajá-los a questionarem o conhecimento e os métodos de ensino e alimentar a paixão natural pelo conhecimento. Ainda, acrescenta-se, a importância de o professor acreditar no potencial do estudante e oferecer oportunidades de engajamento, pois para Van de Walle (2009) quando faz sentido os estudantes aprendem e demonstram alegria com o processo.
“A primeira meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas [...]. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores.” (PIAGET, 1982, p. 46). Não basta repetir o que já é feito, não basta fazer o mínimo, não basta ter um certificado ou diploma. É preciso ter qualificação, ser competente, mostrar um diferencial, estar disposto a aprender a aprender com a situação, com os outros, ter autonomia, ser resiliente e empático. E assim se transformar para melhor, colaborando com a transformação do outro, da sociedade em geral, por um mundo melhor para todos. Segundo Moran (2015), é preciso mudar a Educação para mudar o mundo, começando por nós mesmos.