Nome do Projeto
O retorno às aulas após o ensino remoto: uma análise da alfabetização e da atuação docente na escola pública
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/06/2023 - 30/09/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Este projeto refere-se à segunda etapa da pesquisa em rede que analisou o impacto do ensino remoto na alfabetização. O foco deste projeto é a alfabetização presencial após a reabertura das escolas. Assim, nossa problemática é identificar e compreender as condições da alfabetização na volta ao presencial, após quase dois anos de ensino remoto. Partimos da hipótese de que a volta ao presencial tem implicado em enormes desafios aos professores alfabetizadores, uma vez que aproximadamente 30% das crianças ficaram desconectadas do ensino remoto ofertado com o uso de tecnologias digitais, comprometendo o processo de alfabetização nas escolas públicas. Nesse sentido, buscamos investigar quais as ferramentas utilizadas pelas docentes no diagnóstico da aprendizagem das crianças, quais propostas pedagógicas estão sendo implementadas, como as redes de ensino se organizaram para esta volta ao presencial, quais os principais desafios enfrentados e quais estratégias estão sendo propostas para o enfrentamento dos desafios apresentados. Os resultados têm o potencial de serem utilizados por todos os gestores e professores das redes de ensino do país, uma vez que a pesquisa fará um diagnóstico da situação da alfabetização das crianças no pós-pandemia. Outro potencial está na possibilidade de identificar ações exitosas nas redes pesquisadas, podendo servir de exemplo a ser replicado em outros contextos do país por meio de formações continuadas em rede.

Objetivo Geral

Este projeto tem como objetivo geral compreender como se deu a volta ao presencial em turmas de crianças em processo de alfabetização matriculadas em turmas do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental.

Justificativa

A pandemia da COVID-19 afetou imediatamente e de diferentes modos a vida de milhões de brasileiros e brasileiras, desde meados do mês de março de 2020. O isolamento social, entendido como o caminho mais eficaz para evitar a circulação do vírus, trouxe implicações para as escolas, que foram fechadas. No primeiro semestre de 2020, a maior parte das redes públicas iniciaram o ensino remoto, com a necessidade primordial de se manter o vínculo entre as escolas, as crianças e suas famílias. Em junho do mesmo ano criamos a AlfaRede, coordenada por Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo, para pesquisar as condições da alfabetização de crianças na Pandemia da Covid-19[1], levada a cabo por um coletivo de aproximadamente 117 pesquisadoras(es) de 29 universidades. Participaram da pesquisa (registrada na plataforma Brasil sob o código 36333320.0.0000.5151), docentes da Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental de 18 Estados de todas as regiões do país. A AlfaRede conta, atualmente, com a participação de 22 Estados e aproximadamente 120 pesquisadores.
A grande desigualdade social que demarca as condições de acesso às tecnologias digitais, dentre outros fatores, marcou todo o processo de ensino remoto no país. Segundo dados do IBGE (2016)[2] das 63,4 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade que não utilizaram a Internet, 37,8% não sabiam usar e 37,6% alegaram falta de interesse, enquanto 14,3% não acessaram por considerar o serviço caro; 22,9% (41,1 milhões) não tinham celular por considerarem caro o preço do equipamento (25,9%), como alternativa, usavam o celular de outra pessoa (20,6%); (19,6%) não sabiam usar o equipamento. A maioria das pessoas acessam a internet pelo celular e não pelo computador. Esses dados indicam as limitações de qualquer proposta de ensino remoto pela internet para crianças das escolas públicas.
Além da exclusão tecnológica das crianças das camadas populares, o processo de ensino remoto foi agravado pelas condições desiguais de realização das atividades tipicamente escolares no ambiente doméstico, tanto do ponto de vista das docentes quanto das famílias e das crianças, como evidenciam os resultados da pesquisa realizada pela AlfaRede em 2020 e 2021 (MACEDO, 2021).
Este projeto refere-se à segunda etapa da pesquisa, focada na alfabetização presencial após a reabertura das escolas. Assim, nossa problemática de pesquisa é identificar e compreender as condições da alfabetização na volta ao presencial, após quase dois anos de ensino remoto. Partimos da hipótese de que a volta ao presencial tem implicado em enormes desafios aos professores alfabetizadores, uma vez que aproximadamente 30% das crianças ficaram desconectadas do ensino remoto ofertado com o uso de tecnologias digitais, comprometendo o processo de alfabetização nas escolas públicas.

Metodologia

Optamos por uma abordagem quanti-qualitativa que busca articular resultados de um survey juntos às docentes do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental (EF) com dados produzidos em grupos focais com professoras de diferentes Estados. Segundo Gatti (2005), o grupo focal é “uma técnica de levantamento de dados que se produz pela dinâmica interacional de um grupo de pessoas” (p. 12), podendo ser empregado “em processos de pesquisa social ou em processos de avaliação, especialmente nas avaliações de impacto” (p. 11). Powell e Single (1996, apud Gatti, 2005) descrevem o grupo focal como um conjunto de pessoas selecionadas por pesquisadores para comentar e debater um tema ou um conjunto de questões a partir de sua experiência pessoal. Os grupos focais serão virtuais e/ou presenciais, compostos por 6 docentes a serem conduzidos pelos pesquisadores de cada universidade integrante desta rede, com base num roteiro pré- estabelecido coletivamente a partir das tendências evidenciadas no survey.

Indicadores, Metas e Resultados

Esperamos que os resultados desta pesquisa impactem os programas de formação continuada de professores, sejam utilizados nas disciplinas de cursos de graduação, especialmente os de Pedagogia, que possam orientar a formulação de políticas públicas mais adequadas e efetivas com o objetivo de minimizar os impactos negativos da pandemia na alfabetização. Além de poderem ser usados como subsídios para políticas públicas na educação e de produção de materiais para a alfabetização.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALISSON CASTRO BATISTA
ANNELISE COSTA DE JESUS
ARNALDO ANTONIO DUARTE DE DUARTE JUNIOR
DÉBORA WENDLER DE ANDRADE
FERNANDA ARNDT MESENBURG
GILCEANE CAETANO PORTO2
JULIANA ANDRADE LUND
LUZIA HELENA BRANDT MARTINS
MARTA NORNBERG1
MAURO AUGUSTO BURKERT DEL PINO1
MICHELE JOSIANE RUTZ BUCHWEITZ
RAFAEL MENDES
VITORIA KASTER NEUTZLING

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