Nome do Projeto
Relações Étnico-raciais nas Escolas
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
11/09/2023 - 13/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão
Metodologias e estratégias de ensino/aprendizagem
Resumo
O projeto nasceu a partir da demanda de professores de uma escola pública estadual de Pelotas, na qual aconteceram vários epsódios de racismo entre estudantes e envolvendo também corpo docente. A partir do diálogo com estudantes de vários níveis (graduação e pós-graduação) e alguns representantes da sociedade civil, elaborou-se uma proposta que agrega várias linhas de ação, algumas delas desenvolvidas por profissionais negros(as) que atuarão voluntariamente nesta escola, tanto quanto outras em que houver interesse, buscando-se abordar a diversidade étnico-racial e a problemática do racismo a partir de atividades reflexivas e lúdicas. O projeto procura, nesse sentido, atender a Resolução Nº 1 de 17 de junho de 2004. do Conselho Nacional da Educação, que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana; assim como, Resolução Nº 1 de 30 de maio de 2012 do mesmo órgão, que estabelece Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos.
Objetivo Geral
Proporcionar subsídios à professores e estudantes, dos diversos níveis da formação escolar, para a abordagem do tema da diversidade e relações étnico-raciais no espaço escolar, em diálogo com os órgãos e instâncias responsáveis por cada espaço de atuação vir a ser desenvolvido, assim como, com representantes da sociedade civil interessados(as) em fazer frente à epsódios de discriminação e preconceito que impactam negativamente a trajetória de crianças e adolescentes.
Justificativa
Essa proposta de trabalho tem por objetivo fortalecer as ações de reparação e reconhecimento no âmbito da educação, relativas às relações étnico-raciais, consoante a Resolução Nº 1 de 17 de junho de 2004 do Conselho Nacional de Educação. Assim como, fortalecer práticas educativas direcionadas para o respeito da dignidade humana, no sentido de reconhecer as profundas contradições constitutivas da sociedade brasileira e que se fazem sentir, inclusive, no ambiente educacional, gerando situações de discriminações e exclusões que contribuem para a violação dos direitos humanos e fundamentais básicos, conforme salientado pela Resolução Nº 1 de 30 de maio de 2012 do Conselho Nacional de Educação .
Considerando denúncias recentes de situações de racismo no ambiente escolar, relativas ao Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, as quais espelham, infelizmente, um recrudescimento dos discursos e práticas xenófobas e de intolerâncias de todo o tipo que se apresentam nos contextos nacional e global, considerou-se pertinente envidar esforços para articular iniciativas que acenam para uma direção contrária.
A escola é uma das instituições basilares da socialização humana na sociedade contemporânea, justamente por isso, precisa estar alinhada à uma perspectiva de desconstrução de formas de relações que geram menosprezo à determinados segmentos sociais, estejam elas ancoradas em marcadores de raça, gênero, classe, religião ou outros. O preconceito e discriminação raciais possuem raízes profundas no imaginário brasileiro, e decorrem tanto de um infeliz legado do escravismo colonial, como de interesses do presente, relativos à manutenção de privilégios socioeconômicos e políticos do segmento branco da população, historicamente consolidados (SILVA Jr., 2002; GOMES, 2017) .
A presença de preconceitos e discriminações em um ambiente em que crianças e adolescentes estão constituindo sua subjetividade e identidade pessoal, assim como suas competências para a inserção social futura de maneira digna, contribui para o aprofundamento da coletivização de traumas e sofrimentos psíquicos. Contribui ainda para a reiteração de desigualdades e estereótipos que o ambiente escolar deveria estar comprometido em desconstruir: crianças e jovens menosprezados, porque racialmente marcados, possuem menos oportunidades de inserções futuras, o que significa que permanecerão ocupando posições na base da pirâmide social em razão da escolarização precária. Reitera-se, desse modo, o estereótipo de que são incapazes ao exercício de funções e papeis que exigem competências intelectuais. Fecha-se, dessa forma, o ciclo pernóstico que articula racismo e desigualdade socioeconômica
Educar para o respeito mútuo constitui uma necessidade que deve abarcar todos(as) os(as) envolvidos(as) no ambiente escolar, independente da faixa etária e da posição ocupada (se educadores ou educandos). Se constitui em um pré-requisito para a construção de uma sociedade democrática em que todos(as) estejam comprometidos(as) com a promoção de direitos, tanto quanto, com as responsabilidades e deveres relativos à construção de uma vida social comum minimamente equitativa. É com esse intuito que as proponentes desse plano de ações construíram uma rede interinstitucional de cooperação, a qual visa proporcionar à comunidade escolar do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil (Pelotas/RS) - assim como outras que demonstrarem interesse, experiências positivas de reflexão e convivência sobre a temática étnico-racial, em estreito diálogo com a 5ª Coordenadoria Regional de Educação e Secretaria Estadual de Educação.
Considerando denúncias recentes de situações de racismo no ambiente escolar, relativas ao Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, as quais espelham, infelizmente, um recrudescimento dos discursos e práticas xenófobas e de intolerâncias de todo o tipo que se apresentam nos contextos nacional e global, considerou-se pertinente envidar esforços para articular iniciativas que acenam para uma direção contrária.
A escola é uma das instituições basilares da socialização humana na sociedade contemporânea, justamente por isso, precisa estar alinhada à uma perspectiva de desconstrução de formas de relações que geram menosprezo à determinados segmentos sociais, estejam elas ancoradas em marcadores de raça, gênero, classe, religião ou outros. O preconceito e discriminação raciais possuem raízes profundas no imaginário brasileiro, e decorrem tanto de um infeliz legado do escravismo colonial, como de interesses do presente, relativos à manutenção de privilégios socioeconômicos e políticos do segmento branco da população, historicamente consolidados (SILVA Jr., 2002; GOMES, 2017) .
A presença de preconceitos e discriminações em um ambiente em que crianças e adolescentes estão constituindo sua subjetividade e identidade pessoal, assim como suas competências para a inserção social futura de maneira digna, contribui para o aprofundamento da coletivização de traumas e sofrimentos psíquicos. Contribui ainda para a reiteração de desigualdades e estereótipos que o ambiente escolar deveria estar comprometido em desconstruir: crianças e jovens menosprezados, porque racialmente marcados, possuem menos oportunidades de inserções futuras, o que significa que permanecerão ocupando posições na base da pirâmide social em razão da escolarização precária. Reitera-se, desse modo, o estereótipo de que são incapazes ao exercício de funções e papeis que exigem competências intelectuais. Fecha-se, dessa forma, o ciclo pernóstico que articula racismo e desigualdade socioeconômica
Educar para o respeito mútuo constitui uma necessidade que deve abarcar todos(as) os(as) envolvidos(as) no ambiente escolar, independente da faixa etária e da posição ocupada (se educadores ou educandos). Se constitui em um pré-requisito para a construção de uma sociedade democrática em que todos(as) estejam comprometidos(as) com a promoção de direitos, tanto quanto, com as responsabilidades e deveres relativos à construção de uma vida social comum minimamente equitativa. É com esse intuito que as proponentes desse plano de ações construíram uma rede interinstitucional de cooperação, a qual visa proporcionar à comunidade escolar do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil (Pelotas/RS) - assim como outras que demonstrarem interesse, experiências positivas de reflexão e convivência sobre a temática étnico-racial, em estreito diálogo com a 5ª Coordenadoria Regional de Educação e Secretaria Estadual de Educação.
Metodologia
O projeto articulará diversos procedimentos metodológicos, os quais serão melhor explicitados na apresentação de cada ação. Seguem abaixo:
Procedimentos logísticos:
- reuniões com direções, setores pedagógicos e responsáveis pela educação das relações étnico-raciais da 5ª CRE, SEDUC e escolas que acolherão o projeto;
- reuniões de equipe para planejamento e avaliação contínua da operacionalização das ações, envolvendo docentes, discentes, professores das escolas e representantes da sociedade civil dispostos a colaborar voluntariamente com o projeto;
- reunião interna às escolas, envolvendo equipe do projeto, direção, apoio pedagógico e professores para discutir cronogramas e logistica da operacionalização das ações.
Procedimentos para efetivar o projeto:
- Ciclos de conversa abordando temáticas étnico-raciais de interesse da comunidade escolar;
- Ciclos de cinema para adolescentes, jovens e adultos do ensino fundamental, médio e EJA, seguido por discussão mediada por equipe do projeto e professores da escola;
- Ciclos de cinema para crianças do ensino infantil (animação), seguido por discussão mediada por equipe do projeto e professores da escola;
- Oficinas de contação de estórias para o público infantil;
- Oficinas de dança afro
- Oficinas de estética afro
- Oficinas de produção musical de ritmos afros
Procedimentos logísticos:
- reuniões com direções, setores pedagógicos e responsáveis pela educação das relações étnico-raciais da 5ª CRE, SEDUC e escolas que acolherão o projeto;
- reuniões de equipe para planejamento e avaliação contínua da operacionalização das ações, envolvendo docentes, discentes, professores das escolas e representantes da sociedade civil dispostos a colaborar voluntariamente com o projeto;
- reunião interna às escolas, envolvendo equipe do projeto, direção, apoio pedagógico e professores para discutir cronogramas e logistica da operacionalização das ações.
Procedimentos para efetivar o projeto:
- Ciclos de conversa abordando temáticas étnico-raciais de interesse da comunidade escolar;
- Ciclos de cinema para adolescentes, jovens e adultos do ensino fundamental, médio e EJA, seguido por discussão mediada por equipe do projeto e professores da escola;
- Ciclos de cinema para crianças do ensino infantil (animação), seguido por discussão mediada por equipe do projeto e professores da escola;
- Oficinas de contação de estórias para o público infantil;
- Oficinas de dança afro
- Oficinas de estética afro
- Oficinas de produção musical de ritmos afros
Indicadores, Metas e Resultados
A partir do desenvolvimento das várias atividades articulada, almeja-se os seguintes resultados:
- consolidação, dentro do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil (e demais escolas com as quais porventura o projeto abrangerá), de um núcleo permanente de professores e estudantes para a discussão e elaboração de ações visando uma educação antirracista e de respeito à diversidade;
- pretende-se que cada uma das turmas de estudantes das escolas abarcadas pelo projeto tenham a possibilidade de participar de ao menos uma das atividades/ações que propostas. Haverá, nesse sentido, registro de participação para posterior avaliação da efetividade das ações;
- consolidação de um conjunto de referências, em termos de materiais didáticos e metodologias, que permanecerão disponíveis para a escola após cessado o projeto de extensão, para servir de alicerce para a continuidade da abordagem do tema em sala de aula por parte dos professores (livros, filmes, documentários, etc.)
- constituição de um grupo de dança afro permanente no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil;
- constituição de um grupo musical permanente no Instituto Estadua de Educação Assis Brasil;
- exposições de trabalhos elaborados em sala de aula sobre os temas trabalhados, a partir da parceria com os/as professores/as da escola.
- consolidação, dentro do Instituto Estadual de Educação Assis Brasil (e demais escolas com as quais porventura o projeto abrangerá), de um núcleo permanente de professores e estudantes para a discussão e elaboração de ações visando uma educação antirracista e de respeito à diversidade;
- pretende-se que cada uma das turmas de estudantes das escolas abarcadas pelo projeto tenham a possibilidade de participar de ao menos uma das atividades/ações que propostas. Haverá, nesse sentido, registro de participação para posterior avaliação da efetividade das ações;
- consolidação de um conjunto de referências, em termos de materiais didáticos e metodologias, que permanecerão disponíveis para a escola após cessado o projeto de extensão, para servir de alicerce para a continuidade da abordagem do tema em sala de aula por parte dos professores (livros, filmes, documentários, etc.)
- constituição de um grupo de dança afro permanente no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil;
- constituição de um grupo musical permanente no Instituto Estadua de Educação Assis Brasil;
- exposições de trabalhos elaborados em sala de aula sobre os temas trabalhados, a partir da parceria com os/as professores/as da escola.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALEX GOMES FERREIRA | |||
André Luis Pereira | |||
BERNARDETE SILVA DA SILVA | |||
CAMILLA MENEGUEL ARENHART | |||
CARLA REGINA LACAU | |||
CLÁUDIA DAIANE GARCIA MOLET | |||
DANIELE DE SOUZA FAGUNDES | |||
DEMETRIUS DA SILVA MARTINS | |||
DORA MARA DE ALMEIDA DOMINGUES | |||
Deiviti Rodrigues Barcelos | |||
Diego Rabelo Nonato | |||
Dilermando Martins Freitas | |||
EUNICE SOUZA COUTO | |||
FERNANDA DE MEDEIROS CUNHA | 2 | ||
FERNANDO NORA DO ROSARIO | |||
FRANCISCO DOS SANTOS KIELING | 1 | ||
HELENA COSTA DA TRINDADE | |||
JULIANA DOS SANTOS NUNES | |||
João Daniel Pereira Amaro | |||
KELI SIQUEIRA RUAS | |||
KÁRITA GILL SINOTI | |||
MARA ELAINE DE LIMA ELIAS | |||
MARCELO MALIZIA CABRAL | |||
MARIA CLARA VEIRAS CAVADA | |||
MARIANA BRAUNER LOBATO | |||
MARITZA FLORES F. FREITAS | |||
NATHALIA MACHADO LINS BRUM | |||
PAULO HENRIQUE SEVIDANES JUNIOR | |||
RAFAELLA HERMES LEMOS | |||
ROSANA MARTINS DOS SANTOS | |||
ROSANA MARTINS DOS SANTOS | |||
ROSANA MARTINS DOS SANTOS | |||
ROSANE APARECIDA RUBERT | 5 | ||
Roseane Barbosa Duarte | |||
SANDRO LUIS DUARTE MESQUITA | |||
TAÍS RODRIGUES DE AGUIAR | |||
TEREZA CRISTINA BARBOSA DUARTE DOS SANTOS | |||
THAINARA PEREIRA DE SOUZA | |||
VERIDIANA MACHADO ROSA OLIVEIRA |